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História Chanyeol Pra Quê Te Quero - Mas é aquele ditado


Escrita por: baabiction

Notas do Autor


OI TUDO BEM QUE BOM QUE SIM

Então eu venho com uma fluffy, meio comédia e totalmente clichê, o que é uma combinação perfeita pra ChanBaek. <33 Não terá muitos capítulos, talvez 3, ou 4?? Depende do que sair daqui. skllddhsl
Eu não revisei, então perdoem os possíveis erros. ;;
Boa leitura!

Capítulo 1 - Mas é aquele ditado


Eu queria dizer que o dia estava ótimo, queria muito, mas infelizmente a vida não é como a gente quer. Quer dizer, eu estou até agora em transe olhando as gotas de café pingando do meu trabalhinho de Física, que de inho não tinha nada. Pois é, a anta aqui achou uma ótima ideia apoiar a xícara no caderno, como se não houvesse o risco do meu braço desgovernado esbarrar nela, e derrubar tudo no fruto do meu suor, o líquido escuro se misturando com as minhas lágrimas e sangue nas fórmulas de aceleração.

Passou até um flashback na minha cabeça, as cenas de eu terminando cada questão com um sorriso cansado, quase como aqueles slides com fotos e música triste que fazem quando alguém morre. E eu queria muito estar morto agora.

Mentira, não queria não, tenho que dar um beijo no Chanyeol antes.

Olhei o relógio e vi que faltavam apenas alguns minutos para as sete da manhã. Galera, nunca deixem para fazer na última hora o trabalho que seu professor passou há mil anos, e nem derramem café nele, risos. Eu lembrei antes de dormir, resmunguei muito e reclamei da minha preguiça, mas fui fazer mesmo assim, porque eu estava fo-di-do na matéria. Fodido em neon e letras garrafais.

Tipo aquela situação onde você começa a sentar na frente, e quando pergunta ao professor se ele aceita uma atividade do início do ano, ele te olha com uma cara de ‘’tarde demais, te vejo na recuperação, beijos.’’.

Sejam espertos, senão vão ficar que nem eu: sem café, sem trabalho e com cara de derrotado.

Eu estava muito triste, mas decidi agir logo, não adiantava chorar pelo café derramado. Era óbvio que o professor não ia aceitar aquela caca, então nem adiantava ir ao colégio. Isso na minha cabeça, claro. Ia fingir que tinha pegado uma virose e infelizmente não pude ir. Hihi.

Sorrateiramente me levantei da cama, tomando cuidado para não denunciar que eu estava desperto, e tranquei a porta rapidamente. O único obstáculo que atrapalhava o sucesso do meu plano era o ser que se aproximava agora, em passadas barulhentas e furiosas rumo ao meu quarto.

Mas eram muito barulhentas mesmo, a mamãe estava trotando?

Ela tentou abrir a porta, e ficou ainda mais raivosa quando percebeu que estava trancada.

Engoli em seco.

— Baekhyun! Abre essa porta, moleque! Tá doido?

Mas nunca que eu ia abrir! Ainda mais agora que ela esmurrava a porta com uma força assustadora, tinha medo de dar de cara com o Hulk.

Peguei o celular, o fone e corri para o banheiro. Ia ficar no Spotify, enquanto lia uns mangás online. Uma hora ela ia cansar, e só depois eu resolveria nossas pendências. Tomara que eu fique vivo.

Não me levem a mal, eu não fazia isso sempre. Mas eu estava muito frustrado, sabe? Com que cara eu ia aparecer lá? Os metidos a espertinhos da sala entregando a atividade, me olhando com um sorriso zombeteiro, enquanto eu falaria ‘’poxa, derramei café no meu’’. Por favor, prefiro meus mangás.

Umas duas horas depois, eu estava muito emocionado e quase me afogando na pia depois de ler um que era pura tragédia. Não sei pra que fazem essas coisas de sofrência, mas eu leio todas. Sempre fui uma pessoa dramática, e adorava chorar, não nego. As pessoas que não me conheciam achavam que eu era louco, e as mais próximas tinham certeza. Poxa, né, fazer o quê.

Falando em pessoas próximas, Kyungsoo havia acabado de mandar uma mensagem.

Kyungsoo: Por que tu não tá aqui?

Pronto, agora eu tinha que enfrentar o Hulk 2.0.

Baekhyun: Eu derramei café no trabalho de física, Soo, acredita? :( Minha única saída era faltar.

Kyungsoo: Nossa, cara. E eu pensando que você não ficaria mais burro, mas me surpreende a cada dia, parabéns.

Baekhyun: Olha, não me arrasa não.

Kyungsoo: Você se arrasa sozinho.

Que afronta, meus amigos. Preciso rever minhas amizades urgentemente. Não estava com paciência pra revidar do meu jeitinho meigo, então só enviei o emoji do jacaré. É o melhor do aplicativo, recomendo bastante.

Mas pelo jeito as coisas estavam chatas por lá, porque logo ouvi mais uma notificação de mensagem.

Kyungsoo: Aliás, você perdeu uma cena inesperada hoje, apesar de que eu tenho certeza que você ia ficar insuportável, mais do que já é.

Nem me ofendi com o final da mensagem, a minha curiosidade era maior.

Baekhyun: Mulher, me conte tudo.

Kyungsoo: Não se refira assim a mim. É sobre o Chanyeol.

Foi só eu ler aquele nome abençoado que tive até uma leve queda de pressão.

Bom, não era segredo pra ninguém que eu tinha um verdadeiro abismo pelo adorável e popular nerd do segundo ano B, pelo menos eu não fazia questão de esconder. Contraditória essa parada de nerd e popular, eu sei, mas é a verdade. Ele estuda muito, sempre está no topo da lista de notas, usa óculos estilo Harry Potter – que é a minha perdição total. É alto, lindo, simpático e se dá bem com todo mundo. Um verdadeiro pedacinho de céu aqui na terra.

Evidentemente que muitas pessoas compartilhavam desse pensamento, levando em conta que ele está sempre rodeado de gente. Isso dificultava muito a minha vida, inclusive nunca havia confessado meus sentimentos por causa disso. Toda vez que eu pensava que finalmente estávamos sozinhos em algum lugar, surgia amigo dele até do bueiro, ou saltando do alto do prédio pendurado em fios de agente secreto, etc. Além de que eu duvidava até se ele sabia quem eu era.

Portanto, podemos concluir que eu sou apenas mais uma pessoa que quer o senpai noticie. Difícil.

Baekhyun: O que tem o dono da minha alma? FALA LOGO.

Kyungsoo: Primeiramente, não surte e nem quebre o seu quarto. Você ficaria sabendo uma hora ou outra pelo grupo da sala, mas vou te contar antes. Ele entrou na sala da namorada carregando um buquê de rosas, se ajoelhou e começou a recitar um poema que ele mesmo fez pra ela.

Ahhh, mais uma derrota! Que maravilhoso! Chanyeol é um querido mesmo, não é? Lindo. Eu nem consigo mais ficar triste, eu só fico indignado mesmo. E conformado.

Hello darkness my old friend.

Esqueci de dizer que ele namora uma menina do segundo ano. Mas o que me deixa mais triste é que ela é incrível. Eu a achava muito bonita, apesar não se encaixar no ''padrão'' de beleza, por ser baixa e até um pouco cheinha. Sabia que ela também era muito estudiosa, vivia na biblioteca da escola e Kyungsoo uma vez me disse que Soyeon era voluntária numa instituição de crianças carentes. Isso, meus queridos, acabava comigo, porque eu não podia negar que ela era uma ótima pessoa, nem conseguia sentir raiva. Mas é aquele ditado, né.

Kyungsoo: Baekhyun? Espero que não tenha morrido, porque eu mesmo pretendo te matar algum dia. Aliás, postaram o vídeo, vai lá ver. Ou não.

Baekhyun: Claro que eu vou ver!

Kyungsoo sabia bem que eu curtia muito ver as coisas pra ficar mais na fossa. Eu já tava ferrado mesmo, o que é um peido pra quem tá cagado?

Abri o grupo da turma no famoso KakaoTalk, eu só entrava lá pra ficar sabendo dos babados e falar mal dos outros. Agora o motivo é o meu filme de terror pessoal.

Segurei na mão de Deus e apertei o play do vídeo. Quase vomitei meu coração quando o rosto do Chanyeol apareceu na tela, a expressão toda nervosa enquanto caminhava pelos corredores segurando aquele buquê que poderia ser pra mim... Acho que um dos amigos dele que filmava, reconheci a voz de Jongin.

Rapidinho aqui, quem já chorou vendo uma covinha? Porque eu senti um formigamento no nariz quando ele comprimiu os lábios e aquela maldita covinha apareceu na bochecha dele. Sinceramente, eu tinha vontade de lamber a cara do Chanyeol todinha e enfiar a língua na covinha. Isso é estranho? É? Ah, tá bom então.

A parte que eu mais temia chegou. Do ângulo que foi filmado, dava pra ver as expressões surpresas dos alunos e até do professor. Chanyeol foi até o meio da sala, se ajoelhou e falou com aquela voz que me faz tremer que nem terremoto: ‘’Eu preparei isso pra você, Soyeon’’.

Uma coisa ruim apertou o meu peito e fechei o vídeo. Isso já estava além do que eu poderia suportar. Mesmo eu brincando com toda a situação, ver Chanyeol com outra pessoa me deixava mal. Sou trouxão por me sentir assim por uma pessoa que eu mal trocava um bom dia, e estava totalmente alheio ao meu sofrimento, mas não dava pra controlar. A culpa é dele por ser tão maravilhoso, ao passo de que eu não podia demonstrar todo o meu amor!

O pessoal do grupo comentava incentivando o casal, as meninas se derretiam pelo Channie e os meninos diziam que queriam vomitar, mas que foi bonita a atitude dele.

E eu? Bom, eu apenas mandei o emoji do jacaré.

 

   Depois de descer com a cara e a coragem, tive que praticamente lamber os pés da minha mãe e fazer uma grande faxina na casa pra me redimir da cena de manhã. Ela ainda estava com a cara fechada, mas melhorou um pouco depois de ver o brinco que a casa ficou. Até que eu tinha jeito pra ser doméstico. Quem sabe um dia eu me visto de empregada e faço uma apresentação pro Chanyeol, hein.

Ainda bem que ainda dá pra sonhar, imagina se nós não tivéssemos cérebro, como é que eu ia me iludir?

A mamãe ainda estava na cozinha preparando o almoço, então resolvi ajudá-la. Eu juro que as minhas intenções eram as melhores possíveis, mas eu sou o verdadeiro, o único, o inigualável desastre da culinária. Ela havia me pedido só para separar os anéis da cebola, era uma tarefa simples, mas eu consegui fazer um pedaço voar e acertar o meu olho esquerdo.

Fingi que nada tinha acontecido, porque eu sabia que aquela mulher no meu lado só queria um motivo para me zoar. Engoli a ardência no meu olhinho, continuei com a minha missão, só que a cebola parecia ter vida própria e continuou a voar para todos os lados, até pra debaixo do fogão os pedaços pararam. Minha mãe apenas me olhou de canto e eu abri um sorriso amarelo. Era um implícito: ''sai daqui, tu não sabe fazer nada''.

Não podia concordar mais, mamãe.

Eu fui que nem um cachorrinho me sentar na mesa e esperar que ela terminasse tudo sozinha.

Já sabemos que conquistar o Chanyeol pela barriga está mais do que descartado na lista de Preparações de Byun Baekhyun Caso Park Chanyeol Abrisse Uma Brecha Não-Hétero Para Dar o Grande Bote. A não ser que Chanyeol gostasse de tratamentos com cebola nos olhos.

Não esperei muito pra me empanturrar de comida. Eu comia muito mesmo, montava um prato de pedreiro e arrochava até eu sentir que só sairia da mesa rolando que nem uma bola de pilates. Minha mãe já cansou de dizer que eu deveria me comportar mais na mesa e ser mais educado, mas comer era tão bom que eu precisava expressar toda a minha felicidade..

Como dito, me levantei da mesa com o bucho cheio, quase explodindo. Só tive forças pra lavar as louças, porque pelo menos aquilo eu podia fazer. Depois que terminei tudo, me joguei no sofá com a minha mais natural expressão de morgado, sentia que eu não sairia dali tão cedo. Fechei os olhos, quem sabe eu não tiraria uma soneca marota?

Sorri com o pensamento, me ajeitando melhor no espaço grande. Estava quase pegando no sono, quando a minha mãe passa na sala falando ao telefone. Ela tem o péssimo hábito de falar muito alto, sempre parecia que ela estava brigando com a pessoa.

Pelo que percebi, falava com o meu pai, que estava no trabalho. Revirei os olhos ainda fechados, tentando me concentrar na sombrinha da inconsciência que ainda me pairava, até que senti ela parar na frente do sofá, então resolvi abrir os olhos, desejando mesmo era estar no meu quarto sono.

— Querido… Acho que tem um boto no nosso sofá.

Nunca fui tão humilhado.

Depois de fazer a minha melhor cara de sofrido, me retirei daquele ninho de cobras que era a sala. Poxa, eu sou um menino tão bom... Só um pouquinho preguiçoso, e que gosta de falar mal dos outros também... Mas eu ainda era tão legal. Injustiça o nome disso.

Peguei o meu celular pra fuxicar a rede social dos outros, por que quem ainda teria sono depois de ser chamado de boto? Eu ia era ver coisas que me fariam ficar ainda mais triste, mas a gente stalkeia pra isso mesmo, não é mesmo?

Nem precisei procurar o user de ninguém, já que todos pareciam esbanjar felicidade na minha timeline. Uma felicidade cheia de filtros. Risos.

Levei um susto com uma foto do Luhan, o garoto popular do terceiro ano que era bonito de um jeito injusto. A cara dele estampava a foto todinha, e a legenda era: ''Hoje fui eu, amanhã poderá ser você ;)''. Era provavelmente uma indireta pro seu ex-namorado, Oh Sehun, que tinha o traído com uma menina de outra escola. Foi um choque para todos, até eu demorei um pouco pra absorver a notícia, eles eram um casal que eu jurava que ficariam para sempre juntos, e adotariam um filho e um cachorro. Fiz um biquinho. Deve ser horrível ser traído pelo parceiro, poxa.

Deixei um like na foto pro Luhan se sentir melhor.

Rolei um pouco a página, ignorando umas selfies feias de gente que eu seguia, até que eu encontrei um post que eu não sei se queria ver.

Chanyeol e sua namorada.

Ele posava com o braço envolta dos ombros de Soyeon, que carregava o buquê nas mãos e um sorriso tímido dos lábios. Não havia legenda, porém a foto falava por si só. Eles eram felizes.

Passei um tempo encarando o celular, chegando a ficar vesgo, e sim, a frase que ecoava na minha mente era: Por que não eu?

Acho que todo mundo já se perguntou isso, claro que sim. Concordem pra eu não me sentir mais sozinho e triste, obrigado.

Resolvi largar o celular depois dele escorregar da minha mão e bater forte contra minha testa. A dor da realidade não pode ficar só no pensamento, tem que ser física, parece.

Deus, eu só não levanto meus braços pra me puxarem porque eu estou com preguiça.

 

O dia começou estranhamente calmo. É estranho porque geralmente a essa hora, eu já tinha me ferrado de algum jeito. Quer dizer, eu acordei no horário, INCRIVELMENTE bem descansado, não escorreguei no box do banheiro e o shampoo não entrou nos meus olhos. Essas coisas aconteciam todo dia comigo, podem acreditar, eu era muito azarado. Sem eu não tivesse má sorte, eu não teria sorte alguma.

E gente, depois da minha mãe entrar no quarto com um sorriso amável, dizendo: ''Meu filho, venha tomar o café'' e fechar a porta, eu fiquei petrificado, olhando para os lados que nem aquele gif da Nazaré Tedesco. Algo estava diferente, mas eu ainda não sabia se era bom ou não, melhor eu sair de casa com uma armadura.

Socorro.

Quando atravessei os portões da escola, um serzinho – um pouco irônico eu falar isso, porque ele é da minha altura, veio puxando o meu braço. Era o jeito dele de dizer bom dia. Ah, bom dia pra você também, Kyungsoo.

— Bom dia pra você também, Kyungsoo. — Respondi, meio torto porque ele ainda puxava o meu braço pra baixo. Calma, querido, daqui eu já te escuto.

— Pensei que você fosse faltar hoje novamente. — Kyungsoo falou com aquela voz de tédio dele. Acho que ele tinha tanta vontade de falar que se pudesse se comunicar por telepatia com as pessoas, ele faria.

— Ah, não, ontem foi um caso de emergência, você sabe.

— Que você é trouxa? Sei sim. — Falou, rolando os olhos. Quanto amor esse meu pequeno Darth Vader tem pra distribuir! — Só vou te dizer que eu vou parar de ficar copiando a matéria pra você, não sou escravo e nem um bom samaritano pra blá blá-

Parei de escutar aí mesmo. Depois de tantos anos de convivência com o meu melhor amigo, desenvolvi habilidades sobre-humanas, tipo filtrar qualquer coisa desnecessária que ele jogue pra cima de mim, e mentalizar que eu estava num campo de margaridas. Kyungsoo constantemente parecia um homem traído e falava pelos cotovelos – apenas quando estava comigo, claro, sempre procurando algum vacilo meu pra jogar na minha cara depois. Nem sei como me tornei melhor amigo dele, sinceramente. Acho que foi no primário, quando alguns valentões idiotas estavam o ameaçando, e eu fui lá, com a minha pose de herói e meu ainda longínquo um metro e meio tentar salvar a pátria. Nem precisa pensar muito pra concluir que não deu certo. Apanhamos, mais eu do que ele, porque eu meio que servi de escudo humano. Esse meu ato heroico deve ter despertado algo nele, porque depois daquilo Kyungsoo começou a me seguir aonde quer que eu fosse, mas não falava nada. A primeira vez que ele disse alguma coisa pra mim foi quando eu tirei um belo dois em matemática, na primeira série.

''Você é muito burro.''

Ai, ai.

Ainda fingia prestar atenção no falatório dele, resmungando uns ''uhum'' de vez em quando. Andávamos em direção à sala de aula, desviando de alguns alunos que passavam com a cara enfiada no celular. Passava os olhos em todo mundo, julgando só um pouquinho os caras que se emperiquitavam todo só pra se mostrarem, com os casacos jogados por cima do ombro e a blusa desabotoada. Eu me pergunto como eles tinham paciência pra passar um gel no cabelo de manhã, enquanto eu mal levava o meu corpo pra fora da cama e sempre contava com os meus moletons grandões, quentinhos e fofinhos. Mas não estamos aqui para julgar, né?

Desabei na cadeira, essa caminhada + escadas acabavam comigo. Já estava na hora de eu praticar alguns exercícios, porque daqui a pouco eu iria estar tão sedentário que nem teria mais forças para levantar da cama. Eu até tinha tentado fazer academia, mas só fui uma vez pra nunca mais. Na minha mente eu estava o mais fitness, virando monstro já, mas aí eu voltava pra realidade, todo jogado na cama com um saco de Doritos no lado.

Kyungsoo deu uma risadinha ao meu lado, virei pra ele pra saber o que era, porque quase nada arrancava risadinhas dele. Só quando eu me batia, caía ou me dava mal de algum jeito.

Logo vi o que era tão interessante e ah… Como é bom ter olhos.

Chanyeol havia entrado na sala, distribuindo sorrisos para quem o cumprimentava. Ele já era lindo, porém algo estava diferente nele naquela manhã. Analisei-o à procura do elemento que o fazia praticamente brilhar aos meus olhos, até que percebi. Claro! Como eu não tinha visto antes? O cabelo dele, antes meio comprido e loiro, agora estava curto e preto, com franjinha!

Quase me levantei pra ir até ele e perguntar se estava fazendo um jogo comigo. Aquele cabelo, junto com os óculos redondos, fazia ele parecer um bebê. Queria tanto pegar pra cuidar, ai.

O engraçado, que pra mim não é engraçado não, é que dias atrás eu comentei inocentemente com Kyungsoo que eu gostava muito do Chanyeol com o cabelo natural, quando estava analisando as fotos na pasta ultrassecreta que eu tinha no celular. Por isso que o Soo riu, esse capetinha.

Senti um chute um pouco forte demais.

— Para de fazer essa cara de doido, quer assustar o menino? — Kyungsoo falou, sarcástico. — Suas chances com ele já são mínimas, imagina se ele percebe você encarando-o com essa cara de choro? Vai achar que está com dor de barriga.

— Não é dor de barriga, Soo, é a dor da realidade! Ele aparece assim, todo neném, sendo que eu não posso apertá-lo com todas as minhas forças. — Deitei a cabeça na mesa. — Quem dera se fosse dor de barriga, aí era só fazer um cocozinho que tudo ficaria bem.

— Sua capacidade de falar besteira é incrível, Baekhyun.

— Se eu não fosse bom pelo menos nisso, pra que eu existiria?

Kyungsoo revirou os olhos, tirando os materiais da mochila, então resolvi fazer o mesmo, ainda com um bico enorme. Chanyeol era cruel.

A aula de Artes se passava arrastando, e junto com ela estava a minha força de vontade. Minha mão estava praticamente fundida com a pele do meu rosto, pelo tempo que passei com ela apoiada. Olhei para o lado e vi Kyungsoo concentrado, escrevendo o que estava na lousa, não sabia nem o que era.

Pelo relógio, a aula, que era a última do dia, acabaria em dez minutos, para o meu alívio. Não aguentava mais ficar sentado naquela cadeira, apesar de ela estar macia pelo travesseiro do rilakkuma que eu sempre levava, eu não merecia ficar mil horas com a bunda doendo, né.

Já ia começar a devanear novamente, quando a professora chamou a atenção dos alunos.

– Como vocês já devem saber, mês que vem terá o evento de arte e poesia, e eu fiquei responsável pela sala de vocês. De acordo com a metodologia da escola, o trabalho que apresentarão valerá metade dos pontos em todas as matérias no bimestre, então é melhor se empenharem. Eu irei dividi-los em duplas.

O burburinho começou, as pessoas lançavam olhares cúmplices para seus amigos e eu já fui me jogando pra cima de Kyungsoo, que empurrou minha cabeça quando percebeu minhas intenções, mas continha um sorriso.

Aí que a outra foi ser estraga prazeres.

— Nem pensem em se reunir com os amiguinhos agora, em todos os trabalhos é a mesma coisa, vocês têm que formar novos laços e saber lidar com pessoas diferentes! — A professora falou, enquanto pegava lista de chamada. Já fiquei triste de novo, eu queria fazer com o Kyungsoo, poxa. Mas ele deveria estar mais desconfortável que eu, pois odiava interagir com as outras pessoas. Eu não me importava tanto, já que eu mantinha um bom relacionamento com todos na sala. Eu só tinha dificuldades com uma pessoa, mas vocês já devem saber.

— Mas professora, um trabalho desses tem que ser feito com alguém que a gente tenha afinidade, a gente vai apresentar para várias pessoas! - Quem falou foi Sehun, com sua voz meio fanha e rouca. Eu achava ele uma gracinha. Luhan não pode saber disso.

— Vocês vão ficar bem, pode apostar. — Ela falou, rindo. — Bom, vou sortear os nomes aqui. Prestem atenção e anotem o par de vocês.

A nossa turma era bem diversificada, em todos os sentidos. Havia os atletas, os fashionistas, os nerds, etc. Então, um sorteio certamente balançaria o equilíbrio. Tomara que eu não faça par com o Suho, ele sempre tentava me colocar no caminho da luz, me dando mais sermões do que muitos padres por aí.

— Kyungsoo e Jongin.

Segurei uma risada na garganta, mas falhei e acabou saindo um som de engasgo. Kyungsoo tinha aversão ao Jongin assim como eu tinha aversão a esteiras. Ele vivia perseguindo-o, forçando uma amizade que eu sabia que não daria certo, não com o Kyungsoo. Era fofo de se ver, Jongin era gentil e muito atencioso, e isso automaticamente fazia o meu amigo querer distância, se sentindo sufocado. Eu achava que era frescura dele, mas fazer o que né, quem pode, pode, quem não pode sou eu.

— Se fodeu. — Falei baixinho, com a voz forçadamente fina de criança. Kyungsoo virou a cabeça pra mim que nem a menina do exorcista e logo me calei. Apesar de tudo, eu não brincava com a sorte, vai que ele arranca meus olhos.

Ouvi mais duplas, umas bem estranhas, tipo o Chen com o Lay, um era uma peste barulhenta – me identificava muito com ele, e o outro era um anjinho fofo. E nada do meu nome vir. Eu já estava arrumando as minhas coisas pra ir embora, quando finalmente a minha vez chegou.

— Chanyeol e Baekhyun.

Pra cair o meu teto todinho.


Notas Finais


tomara que gostem hehehe
qualquer coisa gritem la no @baabiction


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