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História Chaos and Order - III - search


Escrita por: targsupremacy

Capítulo 4 - III - search


Harry Potter

 

Oito pessoas sentavam envolta da grande e retangular mesa na sala de reuniões de Gringotes para ler as últimas vontades dos pais de Harry, ele mesmo e a gêmea inclusos. A irmã mais velha sentava na ponta direita, e Harry junto dela, seguidos por Moony, tia Minerva e Hestia, e na frente, tia Augusta, Neville e Lady Amelia Bones, restando vagas cadeiras para os goblins. O silêncio na sala era opressor de tão pesado, mas Harry tinha coisas mais importantes para pensar que o silêncio desconfortável; tinha os Dementadores, tão distantes de Azkaban, e a audiência na semana que vem, e também a possibilidade de serem emancipados. Emancipação significava não mais verões com os Dursley, e depois de catorze anos, da vida toda, Harry estava ansioso para nunca mais voltar a vê-los. Manon tinha grande esperança que o testamento lhe daria o bilhete de passagem para longe dos Dursley para sempre, mesmo que não falasse; Harry sentia, como sempre sentia o que a gêmea pensava e sentia.

O Mestre Ashcraik chegou depois do que parecia mil anos, acompanhado por Mestre Fahgmather, o Gerente dos Cofres da Casa de Black, ambos de aparência severas. Nunca de delongas, os dois sentaram, e Ashcraik deu início:

— Bom dia. — resmungou secamente, as mãos reorganizando a pilha de pergaminhos. — Estamos aqui para, como bem sabem, a leitura dos testamentos de Lorde e Lady Potter, solicitados por seus filhos, a Herdeira Potter e Lorde Hardwin. Sem mais delongas, o primeiro a ser lido será o de Lorde Potter.

“De mente e corpo sãos, eu, James Cadfael Potter, Lorde Potter e Chefr da Mais Antiga e Mais Nobre Casa de Potter, no dia 15 de Setembro do ano de 2006, declaro aqui, em plenitude de minhas faculdades mentais, minhas últimas vontades.

Em caso de morte prematura, e de minja esposa, Lady Lily Elizabethe Potter, faço dos seguintes os guardiões mágicos e legais de meus filhos, Lady Manon Elizabeth Potter e Lorde Hardwin James Potter, na seguinte ordem: Lorde Frank Richard Longbottom e Lady Alice Olivia Longbottom, Lady Augusta Rhiannon Longbottom, Lady Amelia Susan Bones, a Sra. Minerva McKenna McGonagall, Lady Cassiopeia Adhara Black, Lorde Sirius Orion Black III e o Sr. Remus John Lupin. No caso de meus filhos serem maiores de catorze, mas menores de dezessete, concedo-lhes a total emancipação mágica e legal, se quiserem.”

— Lady Manon? Lorde Hardwin?

Os dois se olharam ao mesmo tempo, e assentiram um para o outro. Se endireitaram, e a gêmea murmurou:

— Emancipação.

Ashcraik assentiu e continuou:

“No caso da menoridade de minha herdeira, indico a minha tia, Lady Augusta Rhiannon Longbottom, como Regente da Mais Antiga e Mais Nobre Casa de Potter, assim a ser até o décimo sétimo aniversário de minha filha. E nem um dia depois.

Á minha primogênita, Lady Manon Elizabeth Potter, lego o cofre de número 951 e a bela cobertura no Arrondissement 7 de 7, onde sua mãe e eu passamos belos momentos. Ao meu filho, Lorde Hardwin James Potter, deixo o cofre de número 952, o apartamento em Charing Cross Road e minha Capa da Invisibilidade, passada de pai á filho desde o dia em que Iolanthe Perevell casou-se com Hardwin Potter I.”

 

O resto da leitura do testamento do pai caiu em ouvidos surdos para Harry, e ele achava que para Manon também. Eram emancipados agora, donos de suas próprias vidas, e jamais voltaria á Privet Drive. Jamais.

O testamento da mãe era semelhante ao do pai. Cada um herdou mais um cofre, todos cheios de ouro e dinheiro trouxa que a mãe herdou depois da morte dos pais. Manon ficou com a coleção de livros pessoal da mãe e também suas abundantes jóias, enquanto Harry ficou com o anel de noivado Potter. Depois do final da leitura, os dois se reuniram com Ashcraik para os trâmites legais; Manon aproveitou a chance de fazer o ritual para reivindicar seu direito de Lady Potter, e Harry também fez o ritual de Herdeiro, enquanto tia Augusta afirmava sua posição de Regente.

Manon Potter

Havia invadido a biblioteca Black quando fora deixar o irmão e Moony depois da leitura dos testamentos dos pais, e passará tantas horas entre os livros que Sirius teve que procurá-la, preocupado que qualquer livro dos mais sombrios a tivesse matado. Depois disso, pediu permissão para que levasse alguns, e retornou para Greengrass Park.

A única coisa que encontrará dentre os tomos em Grimmauld Place era que os olhos ouro-queimados eram indicativos de uma figura da Lenda Arthuriana, uma breve menção á Morgana Le Fay e uma tal de Magia do Caos. Não achará mais nada, e por isso, resolveu, mesmo tarde da noite, fazer uma ligação de flu para a tia-avó. Foi preciso uma breve discussão e bons argumentos, mas uma hora depois da decisão tomada Manon estava de frente para Cair Griffin. O lar ancestral da Casa de Potter é um castelo do lado ocidental das Montanhas Holyhead, rodeada por uma floresta e com vista tanto para as montanhas quanto para o litoral; uma pitoresca vila de pescadores, chamada de Potterport em inglês, ficava apenas alguns quilômetros de distância e tudo nela pertencia aos Potter. O castelo se erguia, alto e poderoso, com milhares de hectares o cercando por todos os lados, uma floresta, um lago, um riacho e belos jardins; possuía dez torres altas, muitas pontes e travessias, e era todo feito de pedra clara, inexpugnável, apesar dos séculos de idade, cercado por muralhas de pedra e de magia.

Os elfos estavam exultantes com o aparecimento de sua senhora, mas Manon conseguiu escapar com relativa rapidez para a biblioteca. É enorme e uma das mais completas bibliotecas mágicas do mundo, repleta de tomos raros. Se fosse encontrar o que quer que fosse sobre os olhos ouro-queimados, Morgana Le Fay e Magia de Caos, seria ali e, se não fosse, seria em Fortaleza Negra. Morgana era uma das ancestrais da Casa de Black, de certo seus descendentes haviam catalogado tanto quanto podiam dela.

Manon se abaixou, acariciando os pelos negros como breu do Grim, apesar do que poderia dizer Sirius. Harry estava do lado, também distribuindo carícias ao tio e, mais atrás, estavam Moony, Granger e Daphne, envoltos em uma conversa ligeiramente forçada com o objetivo de dar-lhes um pouco de privacidade para as despedidas.

— Sentirei saudades. — sussurrou para o Grim. — Certifique-se de escrever, sim? E não... Não fique apenas vagando por aquele lugar horrível, arranje alguma coisa para fazer, leia livros, assista séries e filmes, inicie uma guerra de brincadeiras contra Moony, faça brincadeiras com a Ordem. Se divirta, por favor.

Padfoot latiu, concordando, e Manon acariciou outra vez a cabeça, antes de se erguer. Não escutou o irmão fazer suas despedidas, e no momento que Harry se ergueu, Moony chegou com a melhor amiga e Granger.

Já estava com o uniforme, ou pelo menos uma parte dele: a saia preta um palmo acima do joelho, a camisa branca com o colarinho e os dois primeiros botões abertos, e a gravata verde com finas listras na cor prata bastante frouxa, usava as meias 7/8 com cinta-liga, na cor preta, e saltos pretos; a capa e suéter aguardavam, já na cabine. Manon abraçou e beijou a bochecha de Moony, pegou a mão de Daphne e entrou no trem em seguida. Foram de braços dados até a cabine de sempre, no final do corredor, onde estavam os amigos: Blaise e Theo jogavam cartas, Draco estava encolhido no outro lado com a cabeça no colo de Pansy, que por sua vez acariciava os fios claros do melhor amigo. Daphne empurrou Draco do banco, derrubando o primo, e se jogou do lado de Pansy; não perdendo tempo, Manon rapidamente deslizou ao lado da melhor amiga enquanto Draco resmungava, ainda estatelado.

— E então? Como foram os dias terríveis em minha ausência, principessa? — perguntou Blaise á Daphne.

— Você esteve ausente? — respondeu Daphne, com confusão genuína. O italiano abriu a boca em um "O" perfeito, parecendo verdadeiramente horrorizado, Manon gargalhou com Theo, Pansy e Draco. — O quê? Não notei! Sério.

— O quê sou para você, Daphne Greengrass?

Perguntou Blaise, ofendidíssimo. Manon riu mais ainda, se aconchegando junto a Daphne, que distraidamente a abraçou.

Não houveram grandes emoções na viagem até a Escócia, e o único real entretenimento foi o relato de Draco dos novos monitores. Macmillan e Abbott eram os monitores de Lufa-Lufa - "particularmente, eu teria preferido Finch-Fletchley ou Hopkins", comentou Theo á respeito de Macmillan, "mas é melhor que Smith". Na Corvinal, os novos monitores eram Goldstein e Patil - "foi com ela ou a que está na Grifinória com quem você passou duas horas num armário de vassouras, Pansy", inquiriu, curioso, Blaise quando o nome da garota foi citado, ao que Pansy respondeu: "obviamente, ela.", para o choque do total de zero pessoas. Foi, entretanto, para o choque de todos o monitor da Grifinória; enquanto Granger era esperada e confirmada desde a primeira semana do primeiro ano, era grandíssima surpresa que fosse o escudeiro Weasley o monitor - á isso, Daphne externou: "McGonagall perdeu a cabeça?". Manon concordava, e não só porque queria que fosse Harry o monitor, mas porque Ronald Weasley não podia ser justificável como monitor.

Manon olhou para a mesa dos professores imediatamente após sentar pelo costume de procurar o novo Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Dumbledore estava no centro, sentado em seu ornamentado trono dourado, e por sua direita e esquerda sentavam-se os professores, a falta de Hagrid foi imediatamente notada, mas era a figura do lado do diretor que fez suas sobrancelhas erguidas. Depois de Quirellmort, Lockhart, Moony e Barty Crouch Jr. disfarçado de Mad Eye Moody, Manon não se atreveu a imaginar como seria o nome professor de DCAT, mas definitivamente não era a Subsecretária Sênior de Fudge quem ela esperava ver, num casaquinho rosa horripilante, sentada do lado de Dumbledore.

— Horripilante.

Disse Daphne, provavelmente também a cerca do casaquinho.

— O casaquinho? — Pansy perguntou, mas somente para confirmar. — Totalmente. Vou tomar como ofensa pessoal do mais altíssimo grau se ela ousar se aproximar de mim com aquela peça infernal.

— Alguém deveria ter uma conversa séria sobre o vestuário com essa mulher. — murmurou Draco.

— Urgentemente.

Acrescentou Blaise. Grubbly-Plank sentou na mesa, e Manon se perguntou por onde andava o Hagrid que não estava em Hogwarts. As portas se abriram, e Manon virou a cabeça para ver a madrinha do pai pastorear as dezenas de primeiros anos; tia Minerva trabalhou com eficiência para aprontar o Chapéu Seletor para sua canção e subsequente trabalho, e então se afastou. Teatral como sempre, o Chapéu escancarou o rasgado junto á copa e proporrompeu a cantar. A música era tão longa que seus ouvidos doíam, mas a intrigava, pois o Chapéu sempre se limitou á descrever as Casas, mas ali estava ele, dizendo a todos para que fiquem juntos. Ao término da canção, murmúrios e cochichos romperam junto aos aplausos. Tia Minerva imediatamente deu início a Seleção, e Manon, distraída pela constante voz de Daphne, aplaudiu aos selecionados da Sonserina. No final do banquete, Dumbledore ergueu-se de seu trono e as conversas imediatamente morreram.

— Bem, agora que estamos todos digerindo mais um magnífico banquete, peço alguns minutos de sua atenção para os habituais avisos de início de trimestre. — anunciou. — Os alunos do primeiro precisam saber que o acesso à floresta em nossa propriedade é proibida aos estudantes... E a esta altura alguns dos nossos antigos estudantes já devem ter aprendido isso também. O Sr. Filch, o zelador, me pediu, segundo ele pela quadracentésima sexagésima segunda vez, para lembrar a todos que não é permitido praticar magia nos corredores durante os intervalos das aulas, nem fazer tantas outras coisas, que podem ser lidas na extensa lista afixada à porta da sala dele. Houve duas mudanças em nosso corpo docente este ano. Temos o grande prazer de dar as boas-vindas à Professora Grubbly-Plank, que retomará a direção das aulas de Trato das Criaturas Mágicas; estamos também encantados em apresentar a Professora Umbridge, nossa nova responsável pela Defesa Contra as Artes das Trevas.

Houve uma rodada de aplausos educados, mas pouco entusiásticos. Dumbledore continuou:

— Os testes para entrar para os times de quadribol das casas serão realizados...

Dumbledore se interrompeu com um olhar indagador à Umbridge. Como ela não era muito mais alta em pé que sentada, por um momento ninguém entendeu por que Dumbledore parara de falar, mas então a mulher pigarreou:

— Hem, hem.

E ficou claro que se levantara e pretendia falar. Dumbledore pareceu surpreso apenas por um instante, então, sentou-se com elegância e olhou atento para Umbridge, como se ouvi-la fosse a coisa que mais desejasse na vida. Os outros membros do corpo docente não foram tão competentes em esconder sua surpresa. As sobrancelhas da Professora Sprout chegaram a desaparecer por baixo dos cabelos rebeldes, e Manon nunca vira a boca da tia Minerva mais fina. Nenhum professor novo jamais interrompera Dumbledore antes. Muitos estudantes sorriam abobados; era óbvio que essa mulher não conhecia os hábitos de Hogwarts.

— Obrigada, diretor, — disse a Subsecretária, sorrindo afetadamente. — pelas bondosas palavras de boas-vindas.

Sua voz era aguda, soprada e meio infantil, e Manon sentiu uma onda de aversão que não conseguia explicar; só sabia que tudo nela a enojava, desde a voz tola ao casaquinho peludo cor-de-rosa. Ela tossiu mais uma vez para clarear a voz (hem, hem), e continuou:

— Bem, devo dizer que é um prazer voltar a Hogwarts! — Ela sorriu, revelando dentes muito pontiagudos. — E ver rostinhos tão felizes voltados para mim!

Manon olhou para os lados. Nenhum dos rostinhos que viu pareciam felizes. Pelo contrário, todos pareciam meio chocados ao ouvir alguém se dirigir a eles como se tivessem cinco anos.

— Estou muito ansiosa para conhecer todos vocês, e tenho certeza de que seremos bons amigos!

Os estudantes se entreolharam ao ouvir isso; alguns mal conseguiram esconder os sorrisos.

— Serei amiga dela desde que não queira me emprestar aquele casaquinho.

Sussurrou Daphne cruelmente para ela, e se controlou para não soltar uma gargalhada no meio do salão; ajudava que Daphne tivesse sussurrado as palavras junto ao ouvido, como se sussurrasse segredos sujos.

A Professora Umbridge tornou a pigarrear (hem, hem), mas, quando continuou, um pouco do modo soprado de falar desaparecera de sua voz. Pareceu muito mais objetiva, e suas palavras tinham um tom monótono de discurso decorado, o qual Manon fez um admirável esforço para prestar atenção.

— O ministro da Magia sempre considerou a educação dos jovens bruxos de vital importância. Os dons raros com que vocês nasceram talvez não frutifiquem se não forem nutridos e aprimorados por cuidadosa instrução. As habilidades antigas, um privilégio da comunidade bruxa, devem ser transmitidas às novas gerações ou se perderão para sempre. O tesouro oculto de conhecimentos mágicos acumulados pelos nossos antepassados deve ser preservado, suplementado e polido por aqueles que foram chamados à nobre missão de ensinar.

Umbridge fez uma pausa e uma reverência aos seus colegas, mas nenhum deles lhe retribuiu o cumprimento. As sobrancelhas escuras da tia Minerva tinham se contraído de tal modo que ela decididamente parecia um falcão, e Manon a viu trocar um olhar significativo com a Professora Sprout quando Umbridge fez mais um hem, hem, e continuou o discurso:

— Todo diretor e diretora de Hogwarts trouxe algo novo à pesada tarefa de dirigir esta escola histórica, e assim deve ser, pois sem progresso haverá estagnação e decadência. Por outro lado, o progresso pelo progresso não deve ser estimulado, pois as nossas tradições comprovadas raramente exigem remendos. Então um equilíbrio entre o velho e o novo, entre a permanência e a mudança, entre a tradição e a inovação...

Ainda atenta á Umbridge, Manon passou os olhos pelo salão, quase que distraída, embora não estivesse; treinará a mente, ainda quando era criança, a sempre estar atenta as palavras ao redor. O silêncio que prevalecia quando Dumbledore falava ia se rompendo à medida que os alunos aproximavam as cabeças, cochichando e abafando risinhos. Na Corvinal, Chang conversava animadamente com as amigas, e Patil e Lo pareciam profundamente entretidas com uma revista de moda. Na Lufa-Lufa, no que parecia ser uma tentativa de honrar ao distintivo de monitor, Macmillian tinha os olhos vidrados em Umbridge, fingindo prestar toda a atenção; Abbott sequer fazia o esforço, entretanto, e conversava, animada, com Bones. Na Grifinória, Hermione escutava com o máximo de atenção, Brown e Patil conversavam animadamente, o escudeiro Weasley dizia algo, entusiasmado, para Finnigan, enquanto seu gêmeo olhava ao redor; quando seus olhos se cruzaram, piscou para ele, que sorriu. Já em sua própria mesa, Daphne achou por bem deitar em seu ombro, e passava os dedos por seu cabelo, e Blaise e Pansy tinham as cabeças juntas e falavam baixinho; Theo piscava vez ou outra muito lentamente enquanto olhava para os professores, mas escutava somente a voz de Montauge sentado do lado; Draco ignorava completamente á Umbridge e estava debruçado na mesa, jogando o "jogo da velha" com Greg. Umbridge não parecia notar o desassossego da plateia. Manon teve a impressão de que uma revolta de grandes proporções poderia ter estourado bem embaixo do nariz dela e a bruxa teria continuado a discursar. Os professores, porém, ainda ouviam com muita atenção.

— ... porque algumas mudanças serão para melhor, enquanto outras virão, na plenitude do tempo, a ser reconhecidas como erros de julgamento. Entrementes, alguns velhos hábitos serão conservados, e muito acertadamente, enquanto outros, antigos e desgastados, precisarão ser abandonados. Vamos caminhar para a frente, então, para uma nova era de abertura, eficiência e responsabilidade, visando a preservar o que deve ser preservado, aperfeiçoando o que precisa ser aperfeiçoado e cortando, sempre que encontrarmos, práticas que devem ser proibidas.

A bruxa se sentou. Dumbledore aplaudiu. O corpo docente acompanhou a sua deixa, embora Manon reparasse que vários professores bateram as mãos apenas uma ou duas vezes antes de parar, como ela mesma havia feito. Alguns alunos secundaram os aplausos, mas a maioria foi apanhada de surpresa pelo fim do discurso, porque não ouvira mais do que umas poucas palavras do todo, e antes que eles pudessem começar a aplaudir devidamente, Dumbledore tornou a se erguer.

— Muito obrigado, Professora Umbridge, foi um discurso muito esclarecedor. — disse, curvando-se para a bruxa. — Agora, como eu ia dizendo, os testes de quadribol serão realizados...

— Interessante, não?

Comentou Draco, erguendo os olhos do "jogo da velha". Daphne respondeu:

— Esclarecedor, de fato.

— Esse ano vai ser tão interessante quanto os outros, ao que parece. — resmungou, passando os dedos pelos fios dourados da melhor amiga. — Depois de um Troll, um Basilisco, Dementadores, um assassino em massa, um lobisomem e um torneio com dragões, o quinto não deveria decepcionar, não é mesmo?

— Eu gostaria que tivesse decepcionado. — disse Pansy, bastante secamente.

A Sala Comunal da Sonserina era como casa para Manon, pois foi verdadeiramente o primeiro lugar onde se sentiu acolhida e pertencida. Resistindo a vonrade de arrancar o uniforme e se enfiar debaixo das cobertas, Manon sentou-se no colo de Daphne e escutou pacientemente o mesmo discurso pela quinta vez; já estava memorizado, e podia recita-lo com perfeição á qualquer hora do dia depois da quantidade adequada de cafeína.

— Potter, — olhou para o professor, erguendo as sobrancelhas. Ele não estaria... — Shafiq é sua.

Ela não podia acreditar na ausência de Snape, mas não podia verbalizar o descontentamento, por isso, assentiu e olhou entre as crianças, localizando a garota Shafiq. É bonita, como todos os Shafiq são, o sangue árabe mostrado com clareza nos traços, cor de pele e olhos âmbar. Ergueu o dedo, a chamando; a menina veio imediatamente.

— Esteja aqui amanhã pontualmente ás oito. — disse. — Não permito atrasos. Esteja com todos os seus livros, não se preocupe com pesos, e o uniforme deve estar imaculado. Entendido?

— Entendido, Lady Potter.

Talvez acabasse por gostar da garota.

— Potter está bem.

Os dormitórios da Sonserina ficavam abaixo da Sala Comunal, acessíveis por escadas que descem de ambos os lados da parede de troféus; a escada leva leva a um corredor com sete corredores, com um grande banheiro em cada corredor. Os quartos eram fixos, e geralmente o mesmo ano costumava pegar o último vago pela turma formada do sétimo ano. O quarto de Manon estava no último corredor, feita da mesma pedra escura que a Sala Comunal, com móveis escuros e uma queen size de lençóis negros nem no meio do quarto, um tapete persa dourado e preto aos pés; o armário ficava na frente da cala, e no alto já estava o malão; do outro lado ficava a mesa, os materiais já arrumados e os livros já nas prateleiras. A grande lareira do quarto estava esculpida de símbolos celtas e também o brasão da Casa de Black, dado que aquele era um quarto usado, na maioria das vezes, pelas garotas Black. Manon deixou as roupas espalhadas no chão e seguiu para o banheiro. É grande, com duas banheiras médias escuras com acabamento em prata, pias com espelhos e bancadas de mármore e detalhes de prata; possuí seis cabines divididas por finas paredes brancas, e contava também com dez armários verde e prata, e um longo banco de mármore escuro entre as duas fileiras de cinco. Encontrou Pansy afundada até o pescoço em uma das banheiras, e Daphne estava esticada no banco, olhando para o teto, trajando box e top.

— Ansiosa para amanhã, bonita?

Pansy cumprimentou, sem abrir os olhos ou se mexer.

— Saltitante. — respondeu secamente, deixando a toalha no banco aos pés de Daphne ao se dirigir as cabines. — E você?

— Animadíssima. — o entusiasmo era o equivalente ao do Professor Snape. — Daphne, querida, o que nos diz da nossa muito boa amiga Dolores?

— Ela parece um sapo. — escutou a voz da melhor amiga sob a ducha. — Que tipo de adulta responsável usa lacinho e rosa daquele jeito? Horripilante. E tem a voz, é claro.

— É quase tão ruim quanto as vestes.

— Sim. E ela fala como se tivéssemos cinco anos e fôssemos todos idiotas. Ninguém jamais falou comigo daquele jeito.

— Eu era uma criança de cinco anos realmente inteligente. — comenta, aumentando a voz para que escutasse apesar da água. — Pragmática, é claro, e segundo Harry, uma bastardinha bem cruel também.

— Não duvido disso nem por um segundo. — riu Pansy.

— Difícil seria de não fosse, de fato. — comentou Daphne.

Pansy então começou a divagar sobre seus casos amorosos, e Manon saiu da cabine, de banho tomado. Se secou e, sem se preocupar com roupas, saiu após mandar um beijo para a morena na banheira; despedidas não foram necessárias para Daphne, uma vez que a loira a acompanhou para o quarto. Pendurou a toalha e foi para o armário, tirando somente uma grande blusa preta da The 1975, geralmente usada de pijama. Caminhando para a casa, soltou e amarrou de novo o cabelo, agora mais firme para que não se espalhasse enquanto dormia; Daphne já estava do lado reivindicado da cama, arrumando os travesseiros, e Manon somente se jogou, afundando a cabeça no travesseiro macio.

Não reclamou quando Daphne praticamente se jogou por cima dela, se aconchegando ao corpo quente, e de bom grado deixou-se cair nos braços de Morfeu.



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