Os olhos verdes se abriram após um longo suspiro, demorou alguns minutos para finalmente dar-se conta de onde estava e finalmente recordou-se sorrindo ao ver os fios negros e aconchegou-se melhor ao seu corpo escutando-a resmungar algo incompreensível, Emma sorriu beijando-a na nuca.
— Me deixe dormir — O resmungo veio mais alto.
— Temos que ir trabalhar, prefeita.
— Não — Lamentou-se — Hoje é sábado.
— Hoje é quinta, Gina.
— Não interessa, pra mim é sábado, não vou trabalhar hoje, tenho dormido muito mal nas últimas semanas.
— Tudo bem, mas eu preciso ir, quer almoçar comigo no Grannys? — A morena afirmou virando-se de frente pra ela — Eu ligo quando estiver indo pra lá, depois conversamos sobre a profecia.
— Tudo bem — Sussurrou recebendo um beijo nos lábios, Emma levantou-se seguindo para o banheiro, trocou de roupa e voltou para a cama.
— Eu amo você.
— Também amo você, Swan — Disse puxando-a para um beijo intenso, afastaram-se por falta de ar, Emma a apertou na cintura retomando-o.
Os dedos de Regina fecharam-se na nuca da loira gemendo ao sentir a língua ser sugada de maneira lenta, Emma fechou os dedos em sua bunda puxando-a mais para perto e passou a beija-la no pescoço.
— Emma... Melhor você ir — Tentou controlar o desejo que lhe deixava sem rumo.
— Você tem razão — Ofegou dando-lhe um selinho e levantou rapidamente arrumando os cabelos e saindo do quarto.
[...]
— Bom dia querida — David disse sorrindo ao ver a filha adentrar a delegacia.
— Bom dia.
— Pronta para voltar ao trabalho?
— Sim, mesmo que meu sono hoje seja maior, Regina e eu passamos a noite inteira vendo livros — Disse jogando-se na cadeira.
— Acharam alguma coisa?
— Sim, encontramos um livro de profecias.
— Pensei que eles não existissem.
— Eu também pensei, Regina disse que vai dizer o que achou depois, eu peguei no sono enquanto ela analisava o livro.
— Ele voltou para a prefeitura?
— Não, ficou dormindo e o Henry?
— Foi para a escola junto a sua mãe — Emma afirmou suspirando — Deveria ter ficado em casa descansando também, a cidade anda parada nos últimos meses e você me parece muito cansada.
— Eu estou, mas preciso pegar o ritmo novamente — Disse bocejando em seguida.
— Você poderia fazer isso amanhã.
— Ficar sozinha com a Regina é uma tarefa um pouco difícil agora, nem sei como conseguimos passar a noite sem que nada de... Chocante, atrapalhasse e ela parece não querer isso, ao mesmo tempo que parece querer muito, dá pra entender?
— Dá — Disse um pouco confuso sentando-se em frente da mesa dela — Talvez ela só queira resolver as coisas antes, esperar que vocês tenham uma relação de verdade, sabe? Tornar a relação real, acredite ou não, mas uma profecia ou a certeza de amor verdadeira não é um pedido de namoro oficial — Brincou, Emma sorriu de canto.
— É, parece que não, mas acho que ainda não estou pronta pra pedi-la em namoro, a Regina é meu amor verdadeiro, a minha outra metade, mas eu e o Killian acabamos de terminar, sei que já parecemos um casal, mas é errado querer que as coisas se ajeitem por completo antes de pedi-la oficialmente pra namorar comigo?
— Não, não é e eu acho isso muito sensato de sua parte — A acariciou na mão — Isso significa que você quer levar essa relação a sério.
— Ela é o meu amor verdadeiro, não é?
— Sim, mais muitas pessoas preferem viver sem o amor e você quer ir com calma, quer respeitar a Regina, as vontades dela, até porquê as coisas nunca foram tão simples na vida dela e vocês precisam ter confiança suficiente uma na outro, sua mãe também não confiou tão fácil em mim, mas vocês irão dar certo se quiserem dar.
[...]
Regina jogou o cabelo pra trás quando o vento os bagunçou, seus passos seguiram lentos em direção ao carro, o abriu saindo em seguida em direção ao Grannys, quando estacionou o carro em frente ao restaurante, desceu e caminhou em direção a porta.
Assim que o som do sino ecoou por todo local chamando a atenção de algumas pessoas que estavam ali, a morena seguiu para uma mesa ao fundo tentando ignorar o desconcerto de tantas pessoas lhe encarando.
Sentou-se olhando para o lado de fora do restaurante ficando distraída por alguns minutos, até lembrar-se do livro dentro da bolsa, o pegou abrindo-o na página marcada e concentrando-se na leitura enquanto apoiava o rosto na mão.
— Quer pedir algo agora? — Os olhos castanhos ergueram-se para a Ashley.
— Uma água com limão, por favor.
— Tudo bem — Disse sorrindo e saiu, voltando minutos depois com a água, mas Regina estava concentrada demais para notar.
Os olhos castanhos deslizavam por cada palavra escrita naquela página, já havia decifrado todas elas, sabia como amenizar a profecia, precisava de seu coração novamente, além daquela de outras coisas.
Um suspiro escapou de seus lábios e seus olhos saíram do livro pegando o copo e tomando um grande gole de água, logo sua atenção voltou para as letras bem postas, novamente seu rosto foi apoiado na mão, mais um suspiro atravessou seu corpo e sua atenção foi roubada por uma frase em si.
[...]
Emma fez o caminho a pé em direção ao restaurante, cumprimentou algumas pessoas durante e trajeto e em poucos minutos estava escutando o sino da porta do Grannys ecoando por seus ouvidos.
Seus olhos vagaram pelo local encontrando a morena sentada distraidamente na mesa ao fundo e caminhou até ela cumprimentando alguns poucas pessoas que estavam ali.
O beijo na bochecha fez com que Regina desviasse os olhos do livro para a loira sentada ao seu lado, Emma analisou sua feição onde um pouco de preocupação estava ali instalada e lhe acariciou a bochecha lentamente.
— O que está te preocupando?
— Nunca conseguiremos esconder nada uma da outra? — Ignorou a pergunta, Emma sorriu ficando de frente pra ela.
— Eu espero que não.
— Vai ter alguma coisa que você não vai querer que eu saiba.
— Não tentarei esconder nada que não seja pra te proteger, agora diz? O que te preocupa?
— Podemos falar disso depois do almoço? E em outro lugar?
— Tudo bem — Disse beijando-a nos lábios levemente e apoiou suas testas — Como consegue controlar todo esse desejo que cresce dentro da gente?
— Tento lembrar de onde estamos, focar no que precisamos fazer, se pensar no que queremos fazer não...
— Restaria roupas no corpo — Completou a frase e Regina afirmou suspirando antes de voltar a atenção ao livro e fecha-lo.
— Alguma notícia do Henry?
— Foi pra escola com minha mãe agora pela manhã, quer falar sobre a profecia com eles?
— Sim, é melhor.
— Podemos falar a noite — Regina voltou a afirmar, deixando Emma preocupada com suas palavras contidas, mas preferiu deixar para depois, quando todos estivessem juntos.
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