O final da noite se aproximava quando Henry se viu sozinho em seu quarto, Emma havia saido para jantar com o Walsh, seus olhos estavam fixos no frasco com conteúdo azul em sua mão, poderia ser veneno, afinal nem mesmo conhecia o cara que batera em sua porta durante aquela manhã, mas assim como Emma, ele sabia reconhecer um mentiroso e o desconhecido não parecia mentirar, havia conhecido o desespero em seus olhos e em sua voz.
— Vamos lá, Henry, você consegue, talvez ele esteja falando a verdade — Disse a si mesmo, sabia que tinha cinquenta por cento de chances do homem estar mentirando, daquela frasco conter veneno, mas precisava correr aquele risco.
Abrindo o frasco sem mais pensar virou o conteúdo um pouco amargo na boca fazendo uma careta em seguida.
— Eca — Disse e então simplesmente estancou no lugar sentindo o corpo ser invadido por lembrança, Regina, seus avós, Emma, Storybrooke, a maldição, além de tantos outros lugares a qual fora.
Não tinha muito o que fazer aquele dia, precisaria esperar Killian encontra-lo na manhã seguinte no ponto de ônibus para que seu plano fosse posto em prática, só sabia que precisava de um jeito para levar Emma até Storybrooke.
— Pensa Henry, pensa... — Disse tenso enquanto deitava na cama — É isso! — Disse animado, já sabia bem o que fazer.
[...]
Regina limpou a mesa da lanchonete e seguiu para o balcão vendo Ruby do outro lado.
— O que acha de sairmos pra beber, Gina? Amanhã estamos de folga.
— Eu não tenho ânimo nenhum pra sair, Ruby, vamos deixar para a próxima — Disse apoiando no balcão — Além de tudo, eu quem fecho a lanchonete hoje e ir até o bar só me trará olhares desagradáveis.
— É desagradável porquê você ainda pensa nele, precisa superar isso, foi a muito tempo.
— Não sei se posso, Daniel era o homem da minha vida, estávamos a dias de nos casar quando tudo aconteceu, eu não poderia colocar alguém no lugar dele — Disse sentindo o peito apertar.
Tudo o que Regina conseguia lembrar de sua vida, era de uma infância triste com seus pais adotivos, seu pai, era um bêbado nojento que batia em sua mãe, o que lhe fazia abominar a maioria dos homens, exceto um Daniel Colter, o belo rapaz de família tão humilde quanto a sua que se tornara seu melhor amigo e confidente, para enfim tornar-se seu amor.
Daniel lhe prometou uma vida melhor, uma família feliz, mas morrera em um acidente pouco antes da data marcada para o casamento, casariam-se em duas semanas, Regina via-se sem noivo e sem família, já que após tantos abusos de seu pai, sua mãe falecera e ele morreu pouco depois em um grave coma alcoólico, Regina não tinha parentes, nem sabia sobre seus pais verdadeiros, apenas o tinha, e o havia perdido desacreditado no amor logo em seguida.
[...]
Emma encarou o homem que estava a sua frente após ver a aliança posta em sua sobremesa.
— Eu sei que posso estar sendo precipitado, mas eu não consigo mais viver longe de você, Emma.
— Eu preciso... preciso ir — Disse levantando e pegando suas coisas, parou em frente ao restaurante tentando recordar-se onde havia deixado o carro e sentiu Walsh lhe segurar o braço.
— Emma...
— Olha Walsh, por mais que eu adore nossa relação, por mais que eu goste de você, eu não estou pronta pra isso, eu estou acostumada a ser apenas eu e o Henry, estamos bem como estamos, eu não sei se quero me casar e ter mais alguém nessa família, sinto muito.
— Eu estendo, eu não queria ser apressado, mas eu amo tanto você.
— Eu preciso de um tempo antes de tomar essa decisão.
— Claro, eu entendo — Disse dando um sorriso triste e Emma rumou em direção ao carro, tudo o que queria era chegar logo em casa e respirar com calma, precisava daquilo.
Assim que estacionou e sua vaga seguiu para o elevador, dava graças aos céus por não precisar subir seis lances de escadas por mais que sua condição física lhe permitisse fazer isso sem esforço algum.
Ao abrir a porta de cada viu Henry atento ao vídeo game, aproximando-se sentou-se ao lado dele permanecendo em silêncio.
— Eu tive uma ideia — Henry disse com animação sem desviar a atenção do jogo.
— Que tipo de ideia?
— Deveríamos viajar, apenas nós dois, a muito tempo não viajamos.
— E pra onde gostaria de ir?
— Ainda não sei, mas amanhã mesmo começo a pesquisar.
— Me parece uma boa ideia — Henry sorriu ainda mais animado por ela concordar tão facilmente.
— Como foi com o Walsh? Você disse sim?
— Não, eu só sai de lá.
— Eu gosto do Walsh, mas não sei se o quero na nossa família.
— Eu também não sei — Disse pensativa.
[...]
Assim que o dia clareou, Killian já estava no ponto de ônibus, sentando encarando o nada em pura apreensão, movendo as pernas como se algo lhe mordesse por dentro da calça, respirou fundo três vezes e passou as mãos nos cabelos, a ideia de Henry desistir de ajuda-lo lhe causava pânico, um pânico tão grande que lhe sufocava, tudo o que queria era Emma de volta, para poder pedi-la em casamento, para poderem formar uma família.
— Eu descobri uma maneira — A voz do garoto ecoou lhe trazendo que volta, nem mesmo sabia quanto tempo havia se passado por estar tão perdido em pensamentos.
Henry encarou a feição mais relaxada do pirata, enquanto sentava-se.
— E o que tem mente?
— Entraremos de férias em alguns dias então eu propus uma viagem e minha mãe aceitou, assim que chegar em casa eu direi que escolhi o local e que todos estão falando sobre ele, então iremos para Storybrooke, como estão as coisas por lá?
— Não muito boas, uma nova maldição foi lançada pela bruxa má do Oeste, pelo que pude entender nos poucos dias que fiquei por lá é que seu foco principal é Regina.
— Ela está machucada? — Perguntou preocupado.
— Não, mas leva uma vida miserável, completamente diferente do que está acostumada.
— E os meus avós?
— Em pé de guerra pelo pouco que pude ver, com a maldição de Zelena eles nem mesmo se olham sem que saia faíscas, eu irei voltar para Storybrooke e ver o que eu consigo descobrir e você fica com a missão de levar a Swan de volta.
— Tudo bem, você não pode deixar minha mãe Emma ver você quando chegarmos lá, colocaria tudo a perder, principalmente depois de você chegar na nossa porta falando de uma maldição e beijando-a — Disse levantando do banco ao ver o ônibus — Cuida da minha mãe quando chegar lá e... — Abriu a bolsa — Fique com isso, irá ser mais fácil de nos conectar quando estivermos lá — Killian pegou o walk tok e afirmou positivamente enquanto Henry adentrava o ônibus.
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