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História Chastity - As If It's Your Last


Escrita por: BadOppa

Notas do Autor


Oie
Não quero soar repetitiva e pedir desculpas pelo atraso então hj não vou pedir kkk
Enfim, obrigada por todos os comentários e favoritos. Fico feliz que estejam gostando tanto <3
Até o próximo capítulo (que provavelmente vai ser o último).
Beijão

Capítulo 14 - As If It's Your Last


Baekhyun sente o sol ardendo em sua face, seu corpo quente e relaxado adorava aquele calor súbito, a luz iluminando suas pálpebras fechadas, o cheiro gostoso daqueles lençóis. Aquela paz o lembrava da noite anterior, de tudo que sentia nos últimos dias, de como aquele desejo era bom. Ele sorri, silenciosamente, apertando o travesseiro cheiroso de Zhang Yixing, antes de ouvir a porta se abrir, juntamente com os passos preguiçosos da pantufa do mais velho seguindo até sua cama. O mais novo não consegue disfarçar sua ansiedade, levantando a cabeça de imediato e sentando-se na cama. O chinês segura uma pequena mesinha de madeira, com duas xícaras de café e alguns mimos matinais que sempre fazia quando o Byun acordava cedo daquele jeito.

O dançarino adora ser mimado pelo chefe e não consegue reprimir um sorriso imenso quando Yixing coloca a mesinha em sua frente, beijando sua testa.

– Bom dia, Baek. – seu tom é doce e sonolento, faz com que o outro se derreta apenas com três palavras.

É um bom dia. É o melhor dia para Byun Baekhyun, depois de uma noite cheia de carícias, confissões e sexo. Para Zhang Yixing também foi uma noite extraordinária: pela primeira vez em sua vida, sentia que não era “apenas sexo” ou carência, que não precisava forçar seu quadril cada vez mais fundo, que não precisava usar a força ou puxar o cabelo de Baekhyun até que o mesmo implorasse – mesmo que ansiasse muito por isso – que poderia apenas se render àquela vontade louca de lhe fazer carinho e se dedicar apenas a beijar seu corpo, com o cuidado e o afeto que nunca imaginou que seria capaz de demonstrar. Quer abraçá-lo, niná-lo em seus braços, encher cada centímetro da sua pele com selinhos suaves, acariciar aqueles cabelos tão macios, fazer cócegas em seu corpo até que cansasse da sua risada. Sente que nunca seria capaz de cansar.

O mais velho tem um sorriso bobo quando o outro sela seus lábios. Quer que todos os momentos sejam assim a partir de agora. Que não exista mais boate, clientes, strippers; Park Chanyeol. Definitivamente quer que Chanyeol suma de sua vida e da vida de Baek, mas não vai impor isso. Não quer ser tão babaca quanto o Park. Não é momento para pensar nisso ou em qualquer coisa ruim.

Ele limpa um farelo de bolo do canto da boca do mais novo, com seu polegar, antes de roubar mais um beijo. Parece a típica cena de um casal apaixonado adolescente, que consegue rir e amar cada pequeno detalhe, de uma maneira intensa.

– Yixing; a noite de ontem foi… – Baek trava. Quer falar algo surpreendente e especial, que não soe clichê e previsível. Algo diferente de todas as palavras que usou durante a madrugada. Maravilhosa? Perfeita? Incrível? Gostosa? Todas essas palavras seriam sinceras, porém repetitivas.

– Você não precisa encontrar palavras, ok? – o chinês ri, se deliciando com seu café e com a companhia do outro.

Transcendental. Extraordinária. Sublime. Inimaginável.

As palavras que ele nunca havia dito seriam as mesmas que Byun tentaria falar se não se sentisse tão bobo as pronunciando. Yixing era, de fato, bom de cama. Ele conseguia ser doce e selvagem, na dose certa. Sabia a hora de dar ordens, de lhe dar algumas palmadas ou apertar seu pescoço, de um modo decidido e sexy, como também era gentil quando o chamava de forma carinhosa, o tocava de forma suave e deixava que ele ficasse por cima e dividisse o comando do ato.

O mais novo definitivamente não queria parecer tão idiota e apaixonado, mas era tarde demais, nenhum dos dois tinha poder algum sobre isso agora. Depois de anos, enfim haviam se rendido à algo que não parecia ter volta. Nenhum dos dois gostaria de poder voltar também.

Byun deita sua cabeça no ombro do outro e dá mais uma mordida no bolo doce que ele lhe trouxe.

– O que nós fazemos agora? – Yixing questiona, encarando a parede branca, um tanto quanto sem jeito. Não sabe bem como agir. Mal se lembra da última vez que teve algo sério com alguém. Como deve tratá-lo?

– Hm? Como assim? – Baek vira em sua direção, curioso com aquela frase. Yixing sorri satisfeito com a visão daquele rostinho pensativo e ingênuo.

– Eu não namoro desde o colegial. Não tenho ideia do que estou fazendo. – o mais velho desliza seus dedos pela bochecha macia do outro, que estremece com a proximidade. – Quero dizer; o que namorados fazem?

Os dois riem baixinho, antes que o mais novo tire a pequena mesa de cima da cama, colocando-a no chão junto com a xícara do chefe, sem nem levantar. Ele tem um sorriso safado em seu rosto quando volta, se livrando do pijama de seda do seu novo namorado.

– Posso te ajudar a descobrir, se quiser.

 

O caminho para a boate havia sido silencioso, repleto de sorrisos e carícias, típicos de novos namorados. Yixing tentava permanecer focado na estrada, com a seriedade habitual que usava enquanto dirigia, enquanto Baekhyun deslizava os dedos pelas suas coxas, numa provocação suave e contínua, que durou o caminho inteiro. Ninguém queria tocar no assunto: de como seria chegar na boate, como iria ser tenso se relacionar em meio à strippers e clientes pervertidos. Ninguém queria questionar como seria de agora em diante. Nenhum dos dois quer assumir o quanto o trabalho de Baekhyun soa inconveniente agora.

Yixing gostaria de ter a certeza de que é o único homem a tocá-lo, mas nunca seria capaz de pedir para que Byun se demitisse, que parasse de fazer algo que parecia gostar tanto. Baek seguia o mesmo lema. Não queria se mostrar ainda mais dependente do chinês, não queria que seu relacionamento causasse uma mudança total em sua vida.

Ou queria?

Sempre ouviu que ninguém deveria ter que mudar pela pessoa que ama, mas ele realmente queria continuar daquela forma? Se esfregando em outros homens por dinheiro? Principalmente depois do que havia vivenciado com Park Chanyeol na noite passada? Depois que seu respeito por si mesmo havia desaparecido?

A verdade é que queria desistir de tudo, se jogar de cabeça naquele romance, sem pensar em qualquer consequência ou hipótese ruim e viver a vidinha idealizada que todos sempre sonhamos, mas tinha medo de estar errado, de estar sendo muito precipitado e inconsequente.

O garoto é surpreendido pela mão do chefe na sua, a acariciando.

– Tá tudo bem, Baek? – o chinês questiona, com um sorriso tranquilo no rosto. – Você tá tão quietinho, o caminho todo.

– Só estou; pensando. – o dançarino dá de ombros, focando seus olhos na paisagem pobre daquele bairro cheio de bagunça e boemia.

– Pensando no que? – o chefe está, de fato, preocupado. Ver Baekhyun tão quieto e apreensivo abre um leque imenso de possibilidades para si e vê-lo dessa forma o incomoda um pouco. Ele deveria estar feliz, não deveria?

Quer fazê-lo feliz. Precisa vê-lo feliz.

Baek encara o chefe. Deveria mesmo falar sobre aquilo enquanto ainda não tivesse tomado uma decisão? Deveria contar sobre a noite anterior? Sobre como se sentia mal e sujo por isso? Sobre como temia que ele descobrisse e o deixasse? Cada pequena insegurança assumia proporções monstruosas na mente do dançarino. Não queria perder Yixing; não quer que o chinês descubra tudo e sinta nojo de si. 

Seu maior arrependimento era ter deixado que Chanyeol voltasse para a sua sala. Era ter sido comprado por ele.

O carro para no estacionamento da boate púrpura. É cedo demais para ter qualquer outro carro alí. O chefe tenta distrair seu melhor dançarino, deslizando os lábios pelo seu ombro, chupando, de leve, sua pele, arrancando suspiros do outro.

Byun precisa tomar uma decisão; não consegue parar de pensar nisso e é por essa razão que afasta o corpo do chinês do seu. Yixing permanece com aquele sorriso paciente – mesmo que esteja nervoso – enquanto Baek busca as palavras certas:

– Lay, eu; quero que hoje seja meu último dia como stripper.

A afirmação pega o chinês de surpresa. É óbvio que se sentiria melhor sabendo que o dançarino dançaria apenas para si agora, que ninguém além de si, poderia ver aquela pele branquinha descoberta, mas não queria que Baek se sentisse obrigado a fazer isso.

– Você não precisa fazer isso por mim, Baekhyun. – o Zhang acaricia o rosto macio do outro. – Sei que se sente bem dançando como a Chastity.

– Hey! – o dançarino chama sua atenção, segurando em seu queixo. – Eu quero fazer isso. Eu não preciso; eu não preciso ficar roçando em outros caras pra ser feliz! Assim como eu passo mal só de imaginar você tocando outra pessoa. Eu não quero fazer nada que eu não gostaria que você fizesse. – Baek morde o lábio, um tanto sem jeito. Não se sente bem demonstrando ciúmes. Ele tenta mudar de assunto, repentinamente. – Junmy precisa de ajuda no bar, não? Sei fazer uns drinks loucos, sério. É meu talento secreto. Você vai adorar! 

Yixing deixa um sorriso tímido dominar seu rosto. Iria perder sua dançarina mais lucrativa e isso o deixava muito feliz.


 

Chastity respira fundo no que parece ser seu último dia de trabalho. Boa parte sua nem mesmo entende porque ainda está trabalhando; porque vestiu aquela saia salmão, apertada, aquele corselet rosado, porque passou aquele batom clarinho. Deveria ter ido para o bar, começar a trabalhar lá, aprender a fazer alguns drinks. Por um momento, quer tirar toda aquela maquiagem, se livrar daquele corselet e ir embora. Embora não; quer resolver as coisas. Com Yixing, com seus clientes, consigo mesmo.

Ama Chastity, mas naquele momento precisa de si, da verdade. Depois de tanto tempo reprimindo seus sentimentos, depois de tantos anos fingindo, pela primeira vez pode se sentir livre para sentir, para ser carinhoso, para amar. Yixing dá essa liberdade. Todos os seus sonhos bobinhos, romântico e idealizados agora podem ser reais e ele não se importa que não seja com Chanyeol.

Chanyeol não importa mais. Apenas o desapontou várias e várias vezes, enquanto Yixing sempre esteve ali, cuidando de si, de cada pedacinho machucado seu. Cansou de ser feito de idiota. Não quer mais aquela vida. Não quer mais ser idolatrado ou humilhado por totais desconhecidos, por qualquer pervertido que apareça em sua sala com algumas notas de dinheiro. Quer ser feliz com aquele chinês tão carente; quer fazê-lo feliz.

Ela calça os sapatos de salto e desfila pelos corredores da boate púrpura, totalmente segura do que faz. Os dedos deslizam pela parede e ela suspira mais uma vez. Tudo aquilo tem um ar de despedida para si, por mais que seja um ar leve e agradável, a deixa um tanto melancólica.

Não precisaria mais subir aquela escada dourada sentindo o olhar voraz dos homens, encarando suas pernas pálidas. Não precisava mais sentir o olhar antipático coberto de repulsa e asco, vindo de suas colegas.

Sente um pequeno sorriso surgir em seu rosto. Continuaria como Chastity, ajudando no bar, independente dos olhares que ganhasse. Teria Yixing ao seu lado o protegendo. Seu emprego ao menos seria mais saudável para si. Sente que enfim pode ser feliz.

O sorriso tímido e o clima de despedida somem do seu rosto assim que a stripper chega no topo da escada cor de ouro e tem a visão do seu primeiro cliente. Park Chanyeol chegou muito mais cedo do que o normal. Ele está todo arrumado e engomadinho; tem um sorriso bobo e um olhar pervertido que faz Baekhyun tremer ao lembrar que está sem a máscara. O dançarino abaixa a cabeça imediatamente, andando em direção à sua porta, onde “Chastity” reluz em letras brilhantes. Ele ignora o garoto parado à sua frente, se limita apenas a entrar em sua sala e rumar até a beira do palco, onde ele apoia seu corpo, ainda pensando no que fazer. Em como poderia resolver aquilo. Toda sua paz momentânea foi embora. O amigo de infância sempre causa isso em si.

Chanyeol tem uma respiração pesada quando o toca. Ele aperta sua cintura e beija sua nuca, antes que o dançarino se afaste de imediato. O que antes era desejo e fogo, agora é apenas desprezo e nojo. Baekhyun permanece de costas. Não vai se entregar para o outro, nunca mais será o brinquedinho sexual de ninguém.

O garoto se sente confuso. Teria feito algo errado? Por que a stripper parecia tão aérea e chateada?

– Aconteceu algo? – ele questiona, tentando se aproximar novamente, os dedos deslizando pelo cetim do seu corselet, em direção à saia da dançarina, que só quer afastá-lo ainda mais de si.

– Senta. – a voz de Chastity nunca esteve tão séria, tão grave. É masculina e dura até mesmo comparada à voz de Baek. O Park obedece, surpreso com a atitude e o tom da stripper. Ele senta-se na mesa em frente ao palco, acompanhado pelo dançarino, que senta em sua frente, ainda de cabeça baixa.

O rosto de Baek está porcamente maquiado. Não queria se sentir artificial, não hoje. Não queria esconder sua felicidade por trás de uma máscara de contorno, corretivo e pó translúcido. Mesmo seu batom é claro demais. Sente que pode ser reconhecido a qualquer momento. Se sente “Baekhyun” demais para aquele ambiente.

– O que houve? Você não gostou do que fizemos ontem? – a mão de Chanyeol desliza pela mesa em busca da mão do dançarino. Seus dedos acariciam seu pulso, rumando para o seu braço, numa carícia suave coberta de segundas intenções, assim como seu tom de voz – Você parecia gostar.

Baekhyun enfim olha para o outro, sentindo a raiva e a repulsa dominando seu corpo. Não quer que ele o toque. Não quer mais ficar perto de si.

Não quer mais se sentir um lixo por causa de Park Chanyeol.

As memórias estão muito recentes em sua mente, consegue sentir o sêmen quente do Park deslizando pelas suas bochechas e pelos seus lábios, o quanto se sentiu nojento ao ver todas aquelas notas jogadas sobre sua mesa, enquanto o outro simplesmente ia embora. Como se sentiu deprimente ao notar que não passava de um brinquedinho sexual barato. Como foi trabalhoso tirar o cheiro nojento de sexo da sua linda peruca loira importada. Como foi difícil deixar aquilo para lá e fingir que não se sentia humilhado.

Por um momento, ele odeia Park Chanyeol.

– Você realmente não se toca, não é? Você nunca nota as coisas, mesmo que eu deixe tudo tão óbvio. – o tom de Baek é ácido, coberto de ódio e ironia. Chanyeol passa mais um tempo o encarando. Aquele tom deixava algo bem claro para si. Algo que ele não podia acreditar. Baekhyun o encarava com um sorriso coberto de desprezo. Os dedos tremem, os olhos relutam em expor toda a vontade de chorar que ele sente. Não queria que nada daquilo acontecesse, não queria que chegasse naquele ponto.

Queria que Park Chanyeol simplesmente desistisse de Chastity, mas era tarde demais.

Baekhyun respira fundo e se livra agilmente, da peruca loira e da touquinha cor da pele, que cobre seus cabelos. Chanyeol não consegue abrir a boca ou se mover. Na sua frente está o amor da sua vida. 

Sempre viu Baekhyun como sua alma gêmea, mas não de uma forma romântica; como o amigo que o completava e que o mantinha com os pés no chão, como a pessoa que estaria sempre ali para ajudá-lo e fazê-lo feliz. Como causador de suas maiores alegrias, como seu maior apoio; como um irmão. Não era capaz de lidar com aquilo. Baekhyun agora tinha conhecido seu pior lado, suas piores fantasias; as coisas que apenas a escuridão da noite e a tela do seu computador conheciam. O Park não consegue aceitar.

Agora alguém sabia.

Alguém sabia de um de seus desejos mais sujos.

– O que foi? Park Chanyeol não consegue lidar com a realidade? – o garoto aumenta o tom, deixando que o ódio domine a situação, mas a ironia logo volta ao controle. – Mesmo que eu esfregue a verdade na sua cara, como você esfregou outras coisas na minha.

A raiva motiva o mais alto a falar, mas ele nem mesmo sabe o que dizer. Sua boca se abre, mas só o que sai é um xingamento baixo, que se torna alto à medida que ele choca seu punho contra a mesa. Byun Baekhyun, seu maior amigo e apoio, o fez de idiota.

Byun é apenas um pervertido.

Byun apenas o usou esse tempo todo.

Byun Baekhyun é um filho da puta mentiroso que mentiu para si.

Apenas mais um traidor.

– Você; você não tá falando sério. CARALHO, CHASTITY! Você… Não… – o garoto se perde em suas próprias palavras. Baek não pode ter feito isso consigo. Baek não pode tê-lo enganado dessa forma.

Baekhyun não pode ser como ele.

– Não consegue falar meu nome? Só consegue lembrar do meu nome pra reclamar ou choramingar, Chanyeol? – cada palavra apenas deixa os dois ainda mais furiosos. O dançarino desconta isso sendo cada vez mais irônico. – Vamos lá! BAEK-HY…

– Para com isso! Caralho, Byun! Você só pode; você ta brincando comigo. – o maior levanta da mesa, interrompendo o melhor amigo de infância, cobrindo o rosto com as mãos. Ele gostava de homens e agora seu melhor amigo sabia disso. Seu melhor amigo que se vestia de garota. Seu melhor amigo que havia provado seu gosto de todas as formas possíveis. – Para, caralho! CARALHO, BAEKHYUN! – Nada surge na cabeça do Park, além de xingamentos. Quer gritar, quebrar coisas, quer que aquilo não esteja acontecendo. Quer que aquele rosto tão lindo que o fez gozar na noite anterior não pertença ao seu melhor amigo.

– Não consegue aceitar a realidade, Park Chanyeol? – Baekhyun levanta da mesa, com uma coragem incomum, que nem mesmo  sabia que tinha dentro de si. Está cansado de reprimir, de esconder o que é, de tentar apaziguar tudo para deixar todos os lados felizes. Ao mesmo tempo era completamente Baekhyun e completamente Chastity, como se fosse algo novo; algo completo. – Eu sou uma stripper, Chanyeol! Eu me visto de mulher! Eu gosto de homens! Eu sou “viado”! E adivinha só, VOCÊ TAMBÉM É! VOCÊ GOZOU NA…!

– PARA, BAEK! – o Park tenta interrompê-lo, o agarrando pelo pulso, tentando prender sua atenção, mas é ignorado pelo outro, que logo se solta e continua seu desabafo.

– Não, Chanyeol! Eu amei você por mais de uma década! – a frase chama a atenção do maior, que volta seu olhar para si, repentinamente, sentindo uma dorzinha apertando seu coração. O tom de Baekhyun é totalmente descontrolado, enquanto as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto. Ele está pronto para ser totalmente sincero sobre tudo que já sentiu pelo outro. Ele só quer ser ouvido, só quer que o Park veja toda a verdade apenas uma única vez. – Eu amei você, como amigo, como homem, como pessoa. Eu tentei te ajudar e te consertar, ignorei cada um dos seus erros, porque, para mim; você era perfeito para mim. Eu lembrava de cada uma das coisas, dos primeiros sentimentos e sensações, de como você me ajudou a me descobrir, descobrir quem eu era e como eu me sentia; como as coisas pequenas se tornaram imensas e você se tornava tudo para mim; e tudo aquilo era mágico, como num conto de fadas. Como se estivessemos destinados a ficar juntos. Você sempre me procurava, sempre queria o meu carinho no fim das contas, sempre queria que eu cuidasse de você. E eu só pensava em cuidar de você e te fazer feliz. Eu ignorava todo o caos da minha vida, para cuidar da sua. Eu ignorava todas as coisas ruins. Eu ignorava tudo. – o dançarino limpa as lágrimas, tentando se manter firme, voltando o olhar para o rosto impassível do outro – Eu fui expulso de casa, Chanyeol! Você nunca soube disso, não é mesmo? Você nunca soube sobre nenhum dos meus problemas, enquanto eu resolvi os seus sozinho. Eu te amei tanto, Park Chanyeol. E você nunca sequer olhou para mim dessa forma. Eu passei boa parte da minha vida me enganando achando que você nunca olharia para mim porque era hétero, mas a verdade é que o preconceito que meteram nessa sua cabecinha doente importava muito mais do que os seus sentimentos…

– Que sentimentos, Baekhyun?! – a pergunta que o interrompe, feita em tom alto, choca o menor. Chanyeol parece outra pessoa. Alguém tão descontrolado quanto ele, mas sem remorso algum, sem vergonha ou empatia. Alguém que ignora os próprios sentimentos e foge da realidade. Alguém com raiva por ter sido enganado por tanto tempo. Alguém que foi cegado pelo medo e pelo preconceito, que só pensa em se defender do que considera errado. Não quer estar errado. Não quer mais sentir nojo ou raiva de si mesmo. – Do que você tá falando?! Eu amei você por mais de uma década COMO AMIGO. Eu busquei seus conselhos e seu colo todas as vezes porque É ISSO QUE MELHORES AMIGOS FAZEM! Eles cuidam um dos outros, Baekhyun. Você criou uma fantasia doentia na sua cabeça! Eu não gosto de homens! EU NUNCA GOSTEI DE HOMENS! Isso foi a merda de uma fantasia doente que eu quis tentar por estar perdido e você se aproveitou disso. – as mentiras saem da sua boca com a mesma facilidade que saíram a vida toda, mas dessa vez, tem muito mais sentimento envolvido. Sabe que nada pode consertar aquilo, não vai medir palavras ou tons, precisa ganhar aquela disputa. Já perdeu tudo, não vai deixar que seu ego seja perdido também. Ele segura a vontade de chorar e permanece em seu discurso coberto de ódio. – Na verdade, pensando agora; você sempre dava alguma desculpa para se aproveitar, para me beijar, me tocar… Você age como se fosse um mártir, mas a verdade é que você tenta realizar suas fantasias há anos, sem meu consentimento, sem que eu sequer notasse. – O nojo toma conta de Baekhyun, ele não sabe nem o que falar. Nunca esperava ouvir coisas desse gênero. Está chocado demais até mesmo para se defender. Ouvir aquilo, da boca de Park Chanyeol, alguém que amou tanto, um amigo tão próximo… Acabava consigo. – Você é doente, Baekhyun.

– Não ouse falar isso de mim. – sua voz é baixa, indignada; machucada. Ainda não acredita no que acabou de ouvir. Quer estapear aquele rostinho bonito que tanto amou.

– Vai se tratar. – Chanyeol dá de ombros, juntando seu celular e suas chaves que repousavam sobre a mesa, se preparando para ir embora daquele lugar.

– Você é doente, Chanyeol! Você é a merda de um idiota alcoólatra, chorão, infantil e dependente, que suga o dinheiro dos pais e precisa de prostitutas para se sentir amado PORQUE MULHER NENHUMA AGUENTA VOCÊ POR MUITO TEMPO! PORQUE NINGUÉM CONSEGUE AMAR VOCÊ! Eu sou doente, de fato. Eu fui doente por amar você por tanto tempo, por priorizar coisas e sonhos idiotas, por tremer toda vez que você me tocava com segundas intenções PORQUE SIM, VOCÊ ME TOCAVA COM SEGUNDAS INTENÇÕES! Você queria a merda de uma rola a vida inteira! Viu em Chastity uma desculpa para poder fazer isso sem que ninguém soubesse e agora que sabe que eu sei, está me crucificando. No fundo você não queria só gozar na minha cara, VOCÊ QUERIA ERA QUE EU FIZESSE ISSO COM VOCÊ! WOW, O MÁSCULO PARK CHANYEOL QUERIA LEITINHO! Adivinha só, Chanyeol: gostar de rola não é um pecado! Agora, ser um babaca homofóbico apenas pra disfarçar o quanto tu quer uma rola na boca é ridículo! – todas aquelas coisas foram ditas muito rapidamente, sem que ele nem mesmo pudesse pensar. Baekhyun perde a pose ofensiva, ao notar que Chanyeol ainda está paralisado ouvindo tudo, com a mão na maçaneta da sua porta. Ele não pode ver seu rosto, mas sabe que aquelas palavras o afetam; e muito. – Eu amei você! Eu amei você de verdade! E agora eu amo o fato de nunca mais precisar ver você ou ouvir a porra do seu drama!

O abusado Park Chanyeol perde o chão e os argumentos. A pancada da realidade o atordoa demais. Nunca mais sentirá os abraços de Baekhyun, nunca mais ouvirá seus conselhos, nunca mais terá seu apoio e seu colo para chorar. Não poderá mais sentir seus dedos acariciando seus cabelos ou seus lábios em sua testa. Seus joelhos tremem, seus punhos se fecham lentamente com força e raiva, a solidão repentina aperta seu peito e impede que o ar chegue aos seus pulmões. Seu coração parece parar em meio à dor.

Está sozinho no mundo. Ninguém mais pode apoiá-lo.

Byun Baekhyun iria embora, como todos os outros.

E talvez ele estivesse certo em deixá-lo.


Notas Finais


Mais uma vez perdão pela briga EU NÃO SEI ESCREVER BRIGAS DESCULPA kkk


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