1. Spirit Fanfics >
  2. CHB e Deuses lendo Percy Jackson- Livro 1 >
  3. Um mergulho para a morte-parte 1

História CHB e Deuses lendo Percy Jackson- Livro 1 - Um mergulho para a morte-parte 1


Escrita por: igobyR

Notas do Autor


Prazer,sou Cati Herondale,mintirinha
Adoro shadowhunters
Casa-te comigo will

Capítulo 30 - Um mergulho para a morte-parte 1


Passamos dois dias no trem, rumo a oeste pelas colinas, por cima de rios, atravessando ondas de
trigo cor de âmbar.

Hermes fez soar a sua poderosa voz pelo recinto aberto.

Não fomos atacados nem uma vez, mas não relaxei. Sentia que estávamos viajando em uma
vitrine, sendo observados de cima e, talvez de baixo, que alguma coisa estava aguardando o
momento certo.

- E muito provavelmente estavam.- disse Grover do futuro rindo-se com as duas raparigas.

- Luke- Annabeth sussurrou e o rapaz encarou-a - O que se passa, estás tão calado!

Luke encolheu os ombros e virou-se para o pai de novo para ouvir deixando Annabeth mais confusa ainda.

Tentei ser discreto, pois meu nome e fotografia estavam estampados nas primeiras páginas de
vários jornais da Costa Leste. O Trenton Register-News publicou uma foto tirada por um turista
quando desci do ônibus da Greyhound. Estava com uma expressão ensandecida nos olhos. Minha espada era um borrão metálico em minhas mãos. Poderia ser um taco de beisebol ou de lacrose.
A legenda da foto dizia:
Percy Jackson, 12 anos, procurando para interrogatório sobre o desaparecimento em Long
Island de sua mãe há duas semanas, aparece aqui fugindo do ônibus onde abordou diversas
passageiras idosas. O
ônibus explodiu no acostamento de uma rodovia a leste de New Jersey logo depois que Jackson
fugiu da cena do crime. Com base em relatos de testemunhas, a polícia acredita que o menino
possa estar viajando com dois cúmplices adolescentes.

- Bom,somos todos criminosos procurador-geral Grover ao pé do amigo.

O padrasto, Gabe Ugliano, ofereceu uma
recompensa em dinheiro para qualquer informação que leve à sua captura.
- Não se preocupe - disseme Annabeth. - A polícia dos mortais nunca nos encontraria.
Mas não pareceu muito segura.
Passei o resto do dia alternando entre andar de uma ponta a outra do trem (pois para mim era
difícil ficar sentado) e olhar pelas janelas.
Numa oportunidade avistei uma família de centauros galopando por um campo de trigo, arcos
de prontidão, como se estivessem caçando o almoço. O menininho centauro, que era do tamanho
de um pônei, percebeu que eu estava olhando e acenou. Olhei em volta no vagão de passageiros,
porém mais ninguém reparou. Os passageiros adultos estavam todos com a cara enterrada em
laptops ou revistas.

Quíron sorriu ternamente.

Em outra, mais ao anoitecer, vi algo muito grande se movendo pelo bosque. Poderia jurar que
era um leão, só que não há leões vivendo soltos nos Estados Unidos, e aquilo era do tamanho de
um tanque de guerra. O pêlo tinha reflexos dourados à luz do entardecer. Ele então saltou por entre
as arvores e desapareceu.

O dinheiro de recompensa por devolver o poodle Gladiola só foi bastante para comprar
passagens até Denver. Não pudemos comprar leitos no vagão-dormitório, então cochilamos nos
assentos. Meu pescoço ficou duro. Tentei não babar enquanto dormia, já que Annabeth estava
sentada bem a meu lado.

A rapariga riu-se abanando a cabeça.

Grover ficou roncando e balindo, e me acordava. Num momento ele se agitou demais e um de
seus pés falsos caiu. Annabeth e eu tivemos de enfiá-lo de volta antes que algum dos outros
passageiros notasse.
- E então - Annabeth me perguntou depois que recolocamos o tênis de Grover -, quem quer a
sua ajuda?
- O que quer dizer?
Quando estava dormindo agora mesmo, você murmurou ―Não quero ajudar vocêǁ. Com quem
estava sonhando?
Estava em dúvida sobre dizer alguma coisa. Era a segunda vez que sonhava com a voz maligna
do abismo. Aquilo me incomodava tanto que, por fim, contei a ela.
Annabeth ficou em silêncio por um bom tempo.
- Não parece ser Hades. Ele sempre aparece sentado em um trono negro, e nunca ri.
- Ele ofereceu minha mãe em troca. Quem mais poderia fazer isso?
- Eu acho... se ele queria dizer ―Ajude-me a subir do Mundo Inferiorǁ... Se ele quer guerra com
os olimpianos... Mas por que pedir a você o raio-mestre, se ele já o tem?

- Essa é exatamente a minha questão.

Luke encarou os três amigos do futuro e fez uma expressão fria ao vê-los os três a encará-lo.
Hermes viu a cena,mas não percebeu, então continuou apenas a ler,apesar de ter ficado a pensar nisso lá no fundo da sua mente.

Sacudi a cabeça, desejando saber a resposta. Pensei no que Grover havia contado, que as Fúrias
no ônibus pareciam estar procurando alguma coisa.
Onde está? Onde?
Talvez Grover tivesse sentido as minhas emoções. Ele bufou dormindo, resmungou algo sobre
vegetais, e virou a cabeça.
Annabeth ajeitou o boné dele para cobrir os chifres.
- Percy, você não pode negociar com Hades. Sabe disso, certo? Ele é enganador, cruel e
ganancioso. Não me importo se suas Benevolentes não foram tão agressivas dessa vez...
- Dessa vez? - perguntei. - Você quer dizer que já cruzou com elas antes?
A mão dela deslizou até o colar. Ela manuseou uma conta branca vitrificada, na qual estava
pintada a imagem de um pinheiro, um dos seus marcos de fim de verão, em argila.

Zeus baixou a cabeça novamente,incomodado pela história que todos teimavam em mencionar,mas respirou fundo e manteve a expressão neutra.

- Digamos apenas que não morro de amores pelo Senhor dos Mortos. Você não pode ficar
tentado a negociar sua mãe.
- O que faria se fosse seu pai?
- Essa é fácil - disse ela. - Eu o deixaria apodrecer.
- Sério?
Os olhos cinzentos de Annabeth se fixaram em mim. Estavam com a mesma expressão que vi
no bosque, no acampamento, no momento em que ela puxou a espada contra o cão infernal.
- Meu pai me detestou desde o dia em que nasci, Percy - disse ela. - Ele nunca quis um bebê.
Quando me ganhou, pediu a Atena que me levasse de volta e me criasse no Olimpo, porque estava
muito ocupado com seu trabalho. Ela não ficou contente com isso. Disse a ele que os heróis têm
de ser criados por seu parente mortal.
- Mas como... quer dizer, você não nasceu em um hospital...
- Apareci na porta do meu pai, em um berço de ouro, trazido do Olimpo por Zéfiro, o Vento
Ocidental. Daí você imaginaria que meu pai se lembrasse disso como um milagre, não é? Como
se, quem sabe, tivesse feito algumas fotos digitais ou algo do tipo. Mas ele sempre falou sobre a
minha chegada como se fosse a coisa mais inconveniente que já lhe acontecera. Quando eu tinha
cinco anos, ele se casou e esqueceu totalmente Atena. Arranjou uma esposa mortal ―normalǁ e
teve dois filhos mortais ―normaisǁ, e tentou fazer de conta que eu não existia.

Annabeth deixou uma lágrima cair é limpou-a rapidamente,evitando olhar para a cara da mãe.

Olhei pela janela do trem. As luzes de uma cidade adormecida estavam passando. Quis fazer
Annabeth se sentir melhor, mas não sabia como.
- Minha mãe se casou com um cara horroroso demais - contei a ela. - Grover disse que ela fez
isso para me proteger, para me esconder no cheiro de uma família humana. Quem sabe seu pai não
estava pensando nisso?
Annabeth continuou focada em seu colar. Apertava o anel de formatura de ouro que estava
pendurado entre as contas. Ocorreu-me que o anel devia ser do pai dela. Fiquei imaginando por
que ela o usava se o odiava tanto.
- Ele não liga para mim - disse ela. - A mulher dele... minha madrasta... me tratava como uma
aberração.
Ela ia me deixar brincar com os filhos dela. Meu pai concordava. Sempre que acontecia alguma
coisa perigosa... sabe, algo a ver com monstros... os dois me olhavam com raiva, do tipo ―Como
você ousa pôr nossa família em perigoǁ. No fim, entendi a indireta. Eu não era querida. Eu fugi.
- Que idade você tinha?
- A mesma idade que comecei o acampamento. Sete.
- Mas... você não ia conseguir chegar até a Colina Meio-Sangue sozinha.
- Não, sozinha não. Atena me protegeu, me guiou em direção à ajuda. Fiz amigos inesperados
que cuidaram de mim, bem, por pouco tempo.

Annabeth encarou Luke,que não lhe ligou.Parecia ansioso,preocupado com alguma coisa.

Quis perguntar o que havia acontecido, mas Annabeth parecia perdida em lembranças tristes.
Então ouvi o som dos roncos de Grover e fiquei olhando para fora, pelas janelas do trem, enquanto
os campos escuros de Ohio iam passando.
*****
Perto do fim do nosso segundo dia no trem, em 13 de junho, oito dias antes do solstício de
verão, passamos por algumas colinas douradas e sobre o rio Mississipi, e entramos em St. Louis.
Annabeth esticou o pescoço para ver o Portal em Arco, que me pareceu uma enorme alça de
sacola de compras fincada na cidade.
- Eu quero fazer aquilo - suspirou ela.
- O quê? - perguntei.
- Construir algo como aquilo. Você já viu o Partenon, Percy?
- Só em fotos.
- Algum dia eu vou vê-lo em pessoa. Vou construir o maior monumento aos deuses que já foi
feito. Algo que vai durar mil anos.
Eu ri.
- Você? Uma arquiteta?
Não sei por quê, mas achei aquilo engraçado: a idéia de Annabeth tentando ficar sentada em
silêncio desenhando o dia inteiro.
As bochechas dela coraram.

- Não faz outra coisa se não corar.- Clarisse resmungou e olhando para o seu eu do futuro entendeu,que no futuro seria amiga daquela rapariga desdenhosa.

- Sim, uma arquiteta. Atena espera que seus filhos criem coisas, não apenas as derrubem, como
um certo deus dos terremotos.
Observei as águas marrons e turbulentas do Mississipi embaixo.
- Desculpe - disse Annabeth. - Isso foi maldoso.

- Pois foi-me concordou Ares- E eu sou maldoso,mas não assim- riu-se sozinho.

- Não dá para trabalharmos juntos? - implorei. - Quer dizer, Atena e Poseidon não poderiam
colaborar um com o outro?
Annabeth teve de pensar a respeito.
- Eu acho... a carruagem - disse ela, hesitante. - Minha mãe a inventou, mas Poseidon criou os
cavalos saídos das cristas das ondas. Então eles tiveram de trabalhar juntos para torná-la
completa.
- Então nós também podemos colaborar um com o outro. Certo?
Entramos na cidade. Annabeth olhava enquanto o Arco desaparecia atrás de um hotel.
Acho que sim - disse, afinal.

Athena bufou.

Não.

A resposta era não.

Entramos na estação da rede ferroviária no centro da cidade. O alto falante nos avisou que
teríamos uma parada de três horas antes de partir para Denver.
Grover se espreguiçou. Ainda despertando, disse: - Comida.
- Vamos, menino-bode - disse Annabeth. - Fazer um passeio.
- Passeio?
- Até o Portal em Arco - disse ela. - Pode ser a minha única oportunidade de subir até o topo.
Você vem ou não?
Grover e eu nos entreolhamos.
Eu queria dizer não, mas concluí que, se Annabeth ia, não poderíamos deixá-la sozinha.
- Desde que haja uma lanchonete sem monstros.

- É, não me parece-me brincou Clarisse do futuro.

O Arco ficava a cerca de um quilometro e meio da estação. No fim do dia, as filas para entrar
não eram tão longas. Seguimos cautelosamente pelo museu subterrâneo, olhando para vagões
cobertos e outras sucatas do século XIX. Não era assim tão empolgante, mas Annabeth ia
contando fatos interessantes sobre como o Arco fora construído e Grover me passava jujubas,
portanto, para mim estava bom.
Mas fiquei olhando em volta, para as outras pessoas na fila.
- Está sentindo algum cheiro? - murmurei para Grover.
Ele tirou o nariz do saco de jujubas por tempo suficiente para farejar.
- Subterrâneo - disse ele enojado. - O ar embaixo da terra sempre tem cheiro de monstros.
Provavelmente não quer dizer nada.

- Provavelmente,odeio provaveismentes.- disse Apolo e Percy interrogou-se se a última palavra sequer existia.

Mas eu tinha a sensação de que algo estava errado. Tinha a sensação de que não devíamos estar
ali.
- Gente - disse eu -, vocês conhecem os símbolos de poder dos deuses?
Annabeth estava no meio da leitura sobre o equipamento de construção usado para erigir o
Arco, mas deu uma olhada.
- Sim?
- Bem, Hades...
Grover pigarreou.
- Estamos em local público... Você quer dizer, o nosso amigo do andar de baixo?
- Ahn, certo - falei. - Nosso amigo do andar muito de baixo. Ele não tem um chapéu como o de
Annabeth?
- Você quer dizer o Elmo das Trevas - disse Annabeth. - Sim, é seu símbolo de poder. Eu o vi
junto ao assento dele durante a assembléia do solstício de inverno.
- Ele estava lá? - perguntei.
Ela assentiu.
- É a única ocasião em que ele tem permissão de visitar o Olimpo - o dia mais escuro do ano.
Mas, se o que ouvi é verdade, o elmo é muito mais poderoso que meu boné da invisibilidade...
- Permite que ele se transforme em trevas - confirmou Grover. - Ele pode se fundir com as
sombras ou passar através de paredes. Não pode ser tocado nem visto nem ouvido. E pode irradiar
um medo tão intenso que é capaz de enlouquecer você, ou fazer seu coração parar de bater. Por
que acha que todas as criaturas racionais têm medo do escuro?

- O que é que está a pensar?-Perguntou Héstia desconfiada e preocupada.

- Mas então... como sabemos se ele não está aqui agora mesmo, nos observando? - perguntei.

- Bem visto- Disse Zeus

Annabeth e Grover entreolharam-se.

- Não sabemos.


Notas Finais


Heuehueheuehrueheu


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...