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História Checking - Capítulo 27


Escrita por: HyeBye

Capítulo 28 - Capítulo 27


Fanfic / Fanfiction Checking - Capítulo 27

"Surpresa!"


Duas semanas depois


— Minha nossa, que músculos! — A loira sentada no meu colo proclamou, apertando o meu braço, sentindo a rigidez de tantos anos de treino.

Precisava ser robusto para se jogar hóquei e eu levava esse assunto muito a sério. A área da piscina estava repleta de mulheres, dançando com o reggaeton do momento, algumas de biquíni, outras com roupas mínimas, não me importava muito com isso, afinal, muitas delas acabariam sem nada no fim da noite.

Na outra ponta estavam Jungkook e Jin, bebendo e conversando, enquanto várias mulheres os rodeavam por atenção. Era nosso ambiente, o tipo de coisa que costumávamos fazer e estávamos bem com isso. Ou melhor, eles estavam... Porque parte de mim se recusava a acreditar que isso era sinônimo de felicidade.

— Deliciosos, não são? — Uma morena se aproximou e eu quase engasguei com a bebida.

Minha garganta pareceu se fechar e quando seu rosto se tornou claro pra mim, eu empurrei a mulher que não sabia o nome, o mais rápido que consegui, como se isso pudesse mudar alguma coisa. Jennie já tinha visto... E por que merda eu estava me importando com essa porcaria?

— Eu estava aqui antes, sinto muito — esbravejou a loira e eu fiquei olhando de uma para outra, sem saber o que fazer.

Que situação do caralho! Olhei para o Jin, que me encarava de volta, sorrindo! O filho da puta estava sorrindo! Lembrava-me muito bem de ter perguntado se Jennie viria e ele me dizer com todas as letras que não, sem chances, que ela faria outra coisa, ou sairia com alguém...

Fiquei puto o suficiente para me achar no direito de devolver na mesma moeda, porque não tínhamos nada, não estávamos juntos e agora a imagem dela ali, na minha frente, me fazia tremer na base, como um idiota apaixonado.

— Jennie — Desengasguei e me forcei a dizer.

— Oi, Taehyung, tudo bem? — Forçou um sorriso que me tirou o fôlego.

Sempre tirava. Já tinha virado algo comum na minha vida, perder o fôlego sempre que Jen sorria.

— Tudo sim, como passou estes dias?

— Maravilhosamente bem!

Uma tosse clamou por atenção próximo a nós e eu ignorei, Jennie também. Aquela atração estava novamente presente e eu não conseguia desgrudar meus olhos dos seus.

— Jin me disse que sairia com alguém e não viria... — Tentei me defender, mesmo a tentativa sendo estúpida demais.

— Que engraçado, Jin disse isso? — questionou e olhou para ele do outro lado, que disfarçou e voltou a conversar com as mulheres.

— Por que engraçado?

— Ele me convidou em Nova York e eu falei que viria. Ainda me avisou sobre as mulheres, então meio que ele já sabia há dias que eu apareceria.

Ela terminou de falar e eu senti meu sangue ferver de raiva. Amigo? Que merda de amigo eu tinha arranjado?

— Não sabia...

— Percebi. — Seu sussurro não passou despercebido e foi como se eu a machucar tivesse me machucado também.

Desloquei o peso da perna direita para a esquerda, incomodado com a situação, me sentindo impotente diante dela e de toda a sua calma ensaiada. Jen abalava minhas convicções, e por mais que eu me forçasse a estar interessado por outras na festa, sabia que algo em mim estava clamando para que ela aparecesse. Mas não quando eu estava com uma loira no colo, jogando um charme que nem parecia os flertes que eu costumava lançar.

— Quer beber alguma coisa? — questionei.

Jen me encarou, com seriedade e balançou a cabeça negando.

— Já bebi um pouco... Estava lá em cima, cheguei faz umas duas horas. Precisei arrumar minhas roupas antes de descer. — Disse e apontou para a sacada, acima de onde eu estava e porcaria!

Dava pra ver tudo o que acontecia lá embaixo dali e pela forma que ela voltou a me olhar, devia ter visto muito mais do que queria. Visto tudo. Porra! Não tinha sido só a loira que ficou no meu colo. Não contara previamente, mas no mínimo umas três eu tinha certeza.

— Viu tudo, não é? — Apenas um chute para concluir se eu acertara.

— Vi sim. Mas não se importe com isso, eu não ligo, sabemos como vocês três são, e não é de forma alguma uma decepção. Sem expectativas, sem desapontamentos.

Eu achava que coração não doía se não estivesse tendo um infarto, mas algo em mim literalmente se contorceu em dor.

— Jen, eu não sabia que viria.

— E mudaria alguma coisa? — Podia enxergar nos seus olhos as milhares de dúvidas.

Mudaria. Mudaria tudo. Se eu soubesse que ela viria, não teria nem ido para a área da piscina, teria esperado que aparecesse para aproveitar todos os momentos com ela que eu pudesse.

— Talvez sim.

Covardia. O sabor amargo da covardia me dominava pela primeira vez e não estava nem um pouco feliz em senti-lo.

— Não penso desta forma — falou amarga e se virou, andando em meio as mulheres, desaparecendo por entre os corpos.

Fiquei parado vários minutos, sem entender muito bem o que tinha acontecido. Quem de nós marcara ponto?

— Não vai atrás? — Jungkook perguntou, se aproximando de mim, sozinho, o que era um milagre.

— Por que eu iria?

— Por que está louco por ela? Me parece um bom motivo para sair gritando o nome Jennie em meio a todas essas gatas, como se sua vida dependesse disso. — Olhei para Jungkook, bebendo cerveja, e a verdade de que ele poderia estar certo caiu sobre mim.

— Não estou louco por ela.

— Claro que não, os dez mil que eu ganhei, de boa, naquela vez comprovam esse fato — Ele gargalhou e eu tremi de raiva por estar sendo motivo de chacota.

— Ganhou porque eu não consegui deixá-la na minha a tempo. 4

— Na verdade, conseguiu muito mais que isso, só você que não enxerga — Jin comentou, ao se aproximar, e Jungkook anuiu, concordando com ele.

Uma mulher passou por nós sem a parte de cima do biquíni e me senti muito mal por não me atrair por isso. Meus amigos pelo contrário, não desviaram o olhar em nenhum momento. Era isso que acontecia? Quando outras já não causavam mais efeito?

— Vou ali e já volto! — Jungkook falou baixo e foi atrás, sendo seguido por Jin.

Pelo visto, era mesmo isso que acontecia quando mulheres no plural já não parecia mais tão interessante. Decidi seguir o conselho de um dos meus amigos e abandonei a parte em que a festa estava mais acalorada. Passei pelos caras do time do Jin que estavam jogando pôquer na sala, ignorando as mulheres do lado de fora. Aqueles eram do time "casados e amarrados pelas bolas" como costumávamos brincar, e o foda era perceber que eu nem era casado, nem nada, entretanto, estava seguindo na mesma direção.

— Ei, caras, preciso ir nessa. Ji Hyo está me mandando mensagem pra lembrar que sou casado! Como se eu pudesse esquecer... — Heechul falou, se despedindo de todos.

Ele era um dos parceiros do Jin, com a diferença que deixara muito claro que se tivessem muitas mulheres na festa ele não poderia ficar até tarde. Um dos jogadores de beisebol mais famosos da atualidade. Uma verdadeira fábrica de Home Runs.

— Ei, e aí? — Cumprimentei, assim que ele chegou perto.

— Como tá, Destruidor? Nem consegui ver os jogos essa temporada..., mas na próxima estaremos lá, a família inteira!

Essa família era mesmo lendária. Com um sobrenome respeitado ao extremo no mundo do esporte.

— Espero que sim, vou conquistar sua mulher, como sempre digo.

Eu brincava com ele, porque isso o irritava mais que qualquer outra coisa. Heechul fechou o sorriso no mesmo instante e adquiriu uma expressão séria, me olhando e avisando que não estava para brincadeira. Daria até uma briga boa, ele tinha quase a mesma altura que eu e o mesmo porte.

— Só tenta pra ver se eu não te mato!

— Sabe que eu tô brincando, seu otário. E por acaso viu a Jennie passar por aqui? — Perguntei, olhando em volta, sem enxergá-la em nenhum lugar.

Minha pergunta pareceu fazer o caminho por ele e Heechul me olhou de forma estranha, como se entendesse apenas agora o que estava acontecendo.

— Quem é essa?

— Uma morena, um pouco alta, e que estava vestida, ao contrário da maioria das mulheres aqui.

— Cara, não me leve a mal, mas eu não reparei em mulher alguma, sinto muito. Porém, acho que um dos caras deve ter reparado, calma aí — Ele falou, voltando para a roda e falando baixo com os caras, balançando a cabeça positivamente enquanto ouvia o que diziam.

Ele se virou pra mim e apontou na direção da porta que levava para o deque. Acenei, agradecendo, mas percebi que ele já estava saindo, assim como eu, para encontrar uma mulher. Com a diferença que a dele só veria depois que chegasse em Boston, já eu, tinha a sorte de Jen estar ali, a poucos metros de distância. Ou não.

Caminhei apressado em direção ao mar, direto para o iate do Jin. Se ela tinha saído da casa, ou estava ali, ou dando um mergulho, que era uma ótima opção, até pra mim. Olhei para o mar que se estendia imperioso e respirei fundo, tentando manter os pensamentos positivos.

A madeira fazia um barulho suave de rangido conforme eu passava por ela e ao procurar Jennie em todas as direções na água, e não a encontrar, segui adiante até onde o suntuoso iate estava ancorado. Um verdadeiro antro de orgia. De dia funcionava como uma boate ambulante, porque se tinha uma coisa que Jin gostava era de aproveitar tudo o que comprara, à noite, quando estávamos ali, era um verdadeiro sexo em qualquer lugar, e que se fodesse o resto.

Arrepiei-me ao lembrar disso e do quanto era pouco seletivo com minha cabeça de baixo falando mais alto. Adentrei, olhando em todas as partes, na cabine, na sala de estar, na proa, e desci até onde ficavam os quartos, três deles, que não precisava nem mesmo descrever para o que eram usados.

Abri a porta do primeiro, nem sinal dela. Depois a do segundo e comecei a me desesperar, querendo saber onde estava e se tinha acontecido alguma coisa, até pessoas experientes se afogavam e eu não queria muito pensar nessa possibilidade sobre ela.

A do terceiro me tranquilizou, mas não tanto. Jennie estava sentada na cama, com uma garrafa de champanhe do lado, levando uma taça aos lábios, com a cabeça baixa, e o corpo virado para a porta. Não percebeu que eu a observava e somente depois de muitos segundos admirando-a, entrei no quarto e fechei a porta.

Aquele não era o que eu usava. Ficava com o primeiro na maioria das vezes. Mas pouco me fodi para isso. Jin não se importaria, e talvez nem se lembrasse das coisas no dia seguinte.

— Por que está sozinha? — Ela levantou a cabeça, assustada, derrubando um pouco do líquido espumante na sua camiseta.

— Só não quero ficar no meio do tumulto... — admitiu, passando a mão na roupa, nervosa.

— É uma boa escolha ficar aqui.

— Não o faria se eu não estivesse aqui. Tenho certeza de que teria entrado na mansão, aberto um dos quartos e levado no mínimo duas para usar o seu corpo por algumas horas.

— Meus deliciosos músculos? — Questionei, sorrindo ao me lembrar do que ela dissera para a loira.

— Idiota!

— Não vou negar.

— Só me irritei, apenas isso. Seus músculos não têm nada demais. — Jennie falou, me ignorando assim que me sentei ao seu lado. A pele dos nossos braços se encostou e meus pelos se arrepiaram involuntariamente.

— Prefiro manter o seu orgulho intacto minha querida e não testar a irresistibilidade deles! Tem mais uma taça pra dividir a bebida comigo?

— Vá buscar. Peguei na sala. — falou amarga e eu acabei sorrindo de novo, por causa da sua mania em tentar me manter na borda, mesmo que não conseguisse nem um pouco o feito.

Levantei-me, vagarosamente e fui para a sala pegar uma taça, aproveitando e pegando também um vinho que estava gritando para que eu o agarrasse e levasse para o quarto. Vinhos criavam um clima bacana, e eu com certeza precisava de um clima bacana naquele quarto. Entrei novamente e desta vez ela viu, olhando para a porta, me esperando.

— Pronto, agora a festa está iniciada oficialmente!

— Que festa, Taehyung?

— A nossa, Jen! Qual outra?

— Devia voltar para a mansão... — comentou, contrariada. Ignorei seu comentário.

— Se está com tanto medo de ficar comigo, por que não volta você?

— Porque foi você que se intrometeu no meu momento de paz, seu idiota! Vim aqui justamente para ficar sozinha, mas desde quando você entende alguma coisa? Só tem músculo e esse pescoço largo, que nem parece um pescoço! — Vociferou e eu acabei rindo, o que a irritou ainda mais.

Jennie com raiva era uma coisa lindinha! Dava até vontade de irritar mais.

— Você brava me faz querer irritá-la mais!

— Como é insuportável.

— Nem um pouco. Sou um homem disposto a fazer companhia para uma mulher sozinha, próxima a uma festa.

Que mentira mais absurda! E ela nem notara quão pouca verdade existia nesta frase. Tinha ido atrás dela, porque queria ficar com ela e no meu desejo não havia nem uma pequena fração de empatia. Se eu não tivesse ido até ali, outro cara poderia ter ido e bom, eu não queria arriscar. Já estava sendo difícil o suficiente sem outro homem na competição, se acrescentasse mais isso, aí que eu me foderia de vez na chance de conquistá-la.

— Quer fazer sexo...

— Até estava pensando nisso antes que você chegasse... — confessei.

— Não quero te atrapalhar, pode voltar e conseguir sua transa.

— Não estou mais a fim.

— Não vou fazer sexo de novo com você, e aquele bilhete que deixou no meu short é uma mentira, posso ficar perto sem querer me atirar em cima do seu corpo!

Claro que conseguia. Eu que não conseguia ficar perto dela sem querer prensá-la contra a parede, e meter até que ela arquejasse na minha boca.

— Pode mesmo?

— Claro que posso!

— Então nesta noite nós não faremos nada. — Proclamei, notando a dúvida surgir no seu rosto, logo que absorveu as minhas palavras.

— Duvido!

— Jennie, minha terrível garota, não pode duvidar se não quer que aconteça!

Ela engoliu em seco ao notar como eu tinha razão. Duvidar era uma coisa perigosa, e no nosso caso, ainda mais.

— Certo! Mas o que faremos, então?

— Podemos conversar, o que acha? — Questionei e ela mordeu o lábio inferior, pensando na minha ideia.

— Tudo bem por mim. Certeza que não quer voltar para a festa?

— Absoluta! Tenho champanhe e vinho aqui, o que mais poderia querer?

Ela.

Eu poderia querê-la.

— Não sei, é maluco!

De fato, sim. E não era uma boa ideia, admitir por quem.

— Tem razão! Mas vamos para a proa? Ficamos olhando o mar e conversando, o que me parece melhor do que ficar aqui, preso como uma sardinha em lata, enquanto a noite maravilhosa clama por nós.

Ela gargalhou, tirando sarro da minha fala extremamente poética e sem nexo.

— Claro! — Levantou-se rápido e caminhou na minha frente.

Fiquei olhando sua bunda porque eu não era de ferro e depois de ver, apertar e morder, eu só queria fazer tudo novamente. Muitas repetições. Assim que nos sentamos no banco almofadado em forma de U, confortável ao extremo, algo me impeliu a ser sincero com ela. Não sabia porque, mas precisava dizer o que acontecera dias depois de ela ter me deixado dormindo no quarto de hotel em Nova York.

— Eu fiquei com uma mulher — falei rápido, sentindo que minha sinceridade ainda me colocaria em enrascada.

Olhei para Jennie que me encarava com a taça na mão, parecendo incapaz de comentar alguma coisa.

— Que bom — disse por fim.

Sua voz me dizia o contrário, seu corpo tenso também.

— Foi diferente... — Não olhei para ela dessa vez, foquei em um ponto distante, no meio do mar, algum iate parado apenas aproveitando a beleza. Era uma delícia fazer isso de vez em quando.

— Diferente como? — Sua voz falhou ao perguntar e eu voltei a olhá-la, pensando em mil maneiras peculiares de dizer o que eu diria sem que ela notasse o quanto eu estava totalmente na dela.

Parecia-me impossível não notar. Mas se eu tivesse sorte, ela deixaria os sinais passarem.

— Estranho, porque ela não era você — falei rápido, sustentando seu olhar.

— Taehyung...

— Eu precisava dizer, Jen, só precisava...

— Entendo. Não fiquei com ninguém desde aquele dia, Tae. E vim apenas pra te ver — Ela desabafou e meu peito se inflou com esperança.

Era errado eu ficar feliz? Pra caralho! Mas eu fiquei, com tudo o que ela disse, que não tinha ficado com ninguém e que tinha ido na festa apenas para me ver. Loucamente feliz! Passei meu braço em torno do seu ombro e apoiei as costas na almofada. Jen fez o mesmo. Ficamos um bom tempo apenas olhando o mar, sem proferir qualquer som ou expressar qualquer ideia de pós-festa.

Nós nos cansamos de tudo e fomos para o quarto, nos deitamos olhando um para o outro, sem fazer nada como eu havia prometido. Depois que ela adormeceu eu demorei pouco tempo para fazer o mesmo, mas me lembrava com extrema perfeição de ter fechado os olhos com um sorriso enfeitando meu rosto.



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