1. Spirit Fanfics >
  2. Chegue antes da tempestade - Catradora FelinaxAdora - She-ra >
  3. Tudo por nós - Parte 01

História Chegue antes da tempestade - Catradora FelinaxAdora - She-ra - Tudo por nós - Parte 01


Escrita por: Kimfy

Notas do Autor


Estou devendo capítulos?
Sim.
Vou entregá-los em breve!
Prometo.
Antes de começar a ler este cap, peço que ouça All For Us - Labrinht & Zendaya.
Esta será a música tema deste último arco.
Boa leitura!

Capítulo 23 - Tudo por nós - Parte 01


Fanfic / Fanfiction Chegue antes da tempestade - Catradora FelinaxAdora - She-ra - Tudo por nós - Parte 01

02.11.2019 - Início da Noite, perto do cemitério da Horda.

**Felina.

Para a minha sorte a noite estava clara.

Mesmo entre as árvores eu ainda conseguia enxergar o caminho facilmente, o que eu não tinha pensado antes, já que durante a confusão havia perdido meu celular, ou seja nada de lanterna.

O efeito da maconha estava passando aos poucos e logo a dor ia voltando... Fazendo minhas costelas arderem como se estivessem pegando fogo.

Cada passo que eu dava era um pouco mais difícil que o anterior.

Seria a dor minha penitência?

Eu ri apenas de lembrar o quanto me sentia invencível até pouco tempo atrás.

Em como "estava no controle" de tudo.

E agora… Eu mal tinha controle sobre o meu próprio corpo.

(…) Fui andando pela trilha até chegar perto do cemitério.

Ali enxerguei uma luz vindo de entre os túmulos.

Me aproximei tentando não fazer barulho mas foi em vão.

Acabei assustando Daniel que deu um pulo de onde estava;

- Felina?! - Ele disse, escondendo as mãos nos bolsos e encarando o chão.

- Sim, o que esperava? - Eu ri irônica - Uma assombração?

Ele não respondeu. Tão pouco desviou os olhos do chão.

Para um cara tão alto e grande como ele, aquela atitude defensiva ficava muito estranha. Não encaixava. Estava tão acostumada com o Daniel sorridente e tagarela que aquele idiota mudo na minha frente estava começando a me irritar.

Me aproximei para ver o túmulo que ele estava olhando;

- "Sue"? - Perguntei, sentindo um aperto estranho na garganta - Sua ex namorada?

- É… - Ele disse ainda sem se virar.

- Ela parecia legal - Eu disse me lembrando das várias vezes que ele me contara sobre ela na minha infância. - Pelo menos em suas histórias ela era incrível.

- Mais que incrível - Ele disse, agora encarando o céu estrelado - Ela tinha uma coragem… Que eu nunca tive... Além de ser muito bonita…

Ele deu uma risada rouca e continuou;

-… Além de ser provocadora, atrevida e sempre bater de frente com gente maior que ela - Ele finalmente se virou para mim - Esquentada… Igual a você.

Eu encarei aquele cara gigante e sua expressão de saudade e dor.

- Durona - Eu ri, agarrando minhas costelas por causa da dor - Ia curtir andar com ela.

E pela primeira vez na vida vi Daniel chorar.

O que me deixou confusa e sem reação.

Ele então tirou do bolso o que estava escondendo e me entregou.

Era uma foto. Antiga, já amarelada e meio amassada, como se passasse muito tempo na mão de alguém.

Ali sorrindo uma linda família fazia pose.

Daniel, jovem e sorrindo como sempre. Sentado ao lado de uma cama de hospital onde uma mulher muito bonita estava deitada segurando um bebê recém nascido.…

O sorriso dela naquela foto era radiante. Como uma criança no dia do natal recebendo presentes.

Olhei espantada para Daniel tentando entender aquela foto.

- Atrás… Olhe o verso… - Ele disse suspirando.

Em uma letra suave e bonita três nomes estavam escritos;

Daniel, Sue e Agatha, 28/10/2002.

Senti meu peito arder. E por alguns segundos senti como se todo o ar do mundo tivesse escapado do planeta.

Não conseguia assimilar o que exatamente era aquela foto. Ao mesmo tempo entendia perfeitamente.

Foi então que a tremedeira e o choro vieram.

E depois de muito tempo me permiti chorar. Extravasar….

Gritar de raiva.

Tudo isso sem consegui me mexer ou tirar os olhos daquela foto.

- Eu deveria ter te contado a muito tempo - Daniel disse baixo enquanto se aproximava - Deveria ter sido forte e responsável o suficiente para criar você. Mas eu fui um covarde.

Ouvir aquilo foi como um soco em meu estômago.

Que me fez contorcer de dor e me ajoelhar na terra úmida.

Daniel apenas fez o mesmo e me abraçou dizendo baixinho;

- Perdão… Perdão….

Meu corpo todo doía. Minha cabeça parecia querer explodir.

Meu peito parecia rasgado novamente.

Todo o ódio que um dia tinha sentido de Sombria…

O fato de me sentir sempre deslocada…

De não ter sido amada…

A dor que eu havia carregado por todos aqueles anos em que minha "mãe" nem ao menos tinha se esforçado para fingir me amar.

Tudo isso havia sido explicado com apenas uma foto.

Uma foto e minha vida toda havia se resumido a uma grande mentira.

E naquele momento eu me sentia indefesa. Incapaz de entender meus próprios sentimentos.

Eu deveria sentir raiva. Eu queria estar gritando, revidando, dando uns tapas na cara de Daniel.

Mas naquele momento eu não tinha forças…

Não havia raiva.

Só a dor de perder alguém que eu nem conhecia mas amava de alguma maneira...

E a dor foi tanta que aos poucos minha visão foi ficando turva…

Mas antes de cair na escuridão total… poderia jurar que… Tinha visto cabelos loiros voarem entre as árvores….

════════ ✥.❖.✥ ════════

02.11.2019 - Entrada Norte da Montanha Yosemit, de noite, esconderijo dos Excavators.

** Adora.

Tentei entrar sem fazer ruídos.

Mas não iria adiantar de qualquer maneira.

Mara estava atrás da porta de contenção, de braços cruzados e com a expressão fechada.

- O que pensa que está fazendo? - Ela disse irritada.

Fiquei quieta. Normalmente eu iria tentar inventar uma desculpa mas agora isso parecia ilógico.

Assim como responder a pergunta.

Então ficar calada seria a melhor coisa a se fazer.

- Responda! - Ela exigiu.

- Ela estava totalmente dopada, provavelmente não percebeu que era eu mesma que estava lá - Disse, a encarando.

- O que eu falei sobre ficar perto do acampamento?!

- Só me lembro da parte " Mantenha seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda" - Falei, lembrando da tal conversa.

- Quando disse isso me referia a estarmos tão perto do acampamento da Horda, não sobre você ir conversar com a Felina - Ela disse, claramente atordoada.

- Ela não está bem… Estava totalmente fora de si e com dor… - Falei, sentindo que deveria estar triste com isso. Mas não sentia nada.

- Infelizmente ela é mais durona que a mãe pelo jeito - Ela disse olhando para o nada como se pensasse - Vai nos dar mais trabalho do que imaginei...

Ela então balançou a cabeça como se tentasse recobrar o foco;

- Vamos dar um jeito nela de uma vez por todas breve - Ela sorriu.

E então fez que ia se virar mas eu a impedi;

- Quando vai me explicar sobre o Adam? - Disse, sem rodeios.

- Eu tenho um tempo antes da próxima reunião - Ela se virou e começou a andar - Venha, falarei enquanto andamos.

Em passos leves começamos a andar pelo complexo de cavernas montanha a dentro…

As paredes de pedra produziam um calor que derreteria qualquer um, não fosse o ótimo sitema de ar que deixava aquele lugar habitável.

Ainda assim, após anos e anos de ocupação, aquela era uma base completa;

Havia dormitórios, banheiros, salas de treinamento e reunião, além de espaços amplos para fazer corrida ou praticar algum esporte. E claro, da sala de controle, um local com a mais alta tecnologia que os Excavators usavam para vigiar toda a cidade, desde o lado Sul até o Norte.

Nada escapava daquele sistema.

Por um tempo andamos lado a lado caladas, enquanto Mara parecia pensar bem no que ia falar.

Agora era fácil reconhecer as pequenas dicas em sua expressão;

Ela estava nostálgica, quase como se pudesse ver suas lembranças nitidamente.

Depois do silêncio ela me encarou sorrindo e disse apenas;

- Bom, quando toda aquela tragédia aconteceu eu me mudei de Etéria City. Quase no mesmo mês. Eu não tinha mais nada por aqui e naquela altura seu avô que era meu único parente vivo já havia morrido… Nada mais me prendia a esse lugar - Ela ajeitou o terno preto - Enfim, passei mal durante a viagem e percebi que seu pai havia me deixado um último presente. Eu estava grávida novamente.

- Entendo - Pensei no que ela havia me contado aquele dia. O caos que deveria ter sido. Eu deveria me sentir triste. Mas novamente, nada.

- Criei Adam longe daqui, ensinando a ele tudo sobre nossa família - Ela disse, apontando para os retratos pintados á mão que estavam pendurados nas paredes - Nossa família fundou os Excavators para livrar esta terra de todo o mal. E é isso que eu e seu irmão iremos fazer…

- Então, matar crianças da Horda uma a uma com a droga vermelha é o plano? - Falei ainda observando os quadros de homens velhos e muito parecidos.

- Não, aquilo era sobre achar descendentes de Excavators que poderiam ter sujado nossa linhagem se envolvendo com pessoas da Horda e tendo filhos com elas. Não podia deixar essas crianças andando por aí - Ela disse, com uma expressão sombria.

- Então isso não deveria incluir eu e Adam? - Falei ainda olhando para frente - Já que nosso pai era da Horda?

Mara se manteve firme e não me respondeu.

Quando vi que ela não falaria nada a respeito continuei;

- Mas e Steph? - Eu disse confusa - Ela não era daqui, veio de outra cidade.

- Aquela menina na verdade foi um erro - Ela disse calmamente - Na verdade a droga era para a Felina, mas a garota de intrometeu e um dos nossos teve que acabar com ela… Ele disse que a garota lutou muito, foi difícil fazê-la engolir o comprimido...

Eu deveria me sentir irritada não é?

Aquilo era errado?

Algo estava errado. Eu não conseguia sentir nada.

Não sentia… Mas tinha noção de que algo estava errado.

Comigo… Com aquela situação…

Continuei a andar a seu lado enquanto passávamos pelas portas.

O refeitório estava cheio á aquela hora.

Mal sabia a Horda que éramos muitos…

Mais do que eles jamais poderiam sonhar.

- Adam foi criado para liderar nosso exército e resgatar a ordem em Etéria. Nosso objetivo é simples não acha? - Ela parou e me encarou.

- Uma morte de cada vez? - Perguntei, sustentando seu olhar que me analisava.

- Vamos acabar com a raiz de todo o mal, então sim,nem que seja arrancando cada uma das ervas daninhas do solo desta cidade - Ela disse séria.

- Vai aniquilar a Horda assim como tentaram fazer com os Excavators?

Ela se virou e colocou a mão na maçaneta da porta que estava a nossa frente;

- Não - Ela segurou firme o metal - Ao contrário deles, não deixarei sobrar nenhum.

- Hum…

- Tudo que eu faço é por amor a vocês - Ela abriu a porta e pude ver pela fresta que já a estavam esperando - Nunca se esqueça disso.

Ela então entrou e bateu a porta fazendo o barulho ecoar pelos enormes corredores.


Notas Finais


Link para a música/tradução;
https://youtu.be/YrhhZ0e8K6o
-------------//-------------
E aí?
Me contem o que acharam!
Vejo vocês em breve!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...