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História Cheiro - Astronomy Tower


Escrita por: Mukuro_Kyoya

Notas do Autor


Oie gente, obrigada pelo carinho <3
Mais um cap aqui

Capítulo 3 - Astronomy Tower


As coisas realmente ficaram difíceis depois daquela brincadeira estúpida de Sirius. James e Remus não falavam com o causador de tudo aquilo, fazendo com que o grupo ficasse estremecido. Moony pedira desculpas a James, mas o garoto não o culpava por nada, contudo o licantropo se sentia péssimo, afinal além de ter tentado matar uma pessoa ao qual um de seus melhores amigos amava, sentia como Sirius houvesse lhe traído da pior maneira possível. James tinha decidido não se importar mais, concentrando-se nos estudos e no quadribol como um louco. Todos que conheciam os quatro garotos pareciam estranhar a súbita separação dos mesmos, sem jamais imaginarem o que podia tê-los separados.

James nunca mais olhara para a mesa da sonserina e procurava sempre no mapa, andar longe de Severus Snape.

Somente o quadribol fazia sua cabeça esquecer tudo em volta, portanto vinha se dedicando excessivamente ao esporte. Sua rotina se dava em assistir as aulas com atenção, fazer todas as tarefas na biblioteca e então treinar o máximo possível no campo de quadribol. E quando não podia jogar, passava as horas estudando, seja feitiço, sejam táticas de jogadas. Faria o que era bom: ganhar o torneio de quadribol para sua casa. Claro que toda aquela sua mudança começou a chamar atenção para o jovem Potter. Os professores comemoravam que finalmente o garoto havia amadurecido, enquanto certa ruiva via aquela mudança com alegria, afinal aquilo queria dizer muito mais do grifinório do que ninguém imaginava.

James estava completamente suado, seu corpo inteiro parecia querer desmoronar e ele apenas queria tomar um banho e dormir profundamente. Levantou-se com esforço para seguir rumo ao vestiário, mas seu caminho foi cortado ao notar uma ruiva de sorriso enorme parada lhe encarando. Lily veio em sua direção e com as mãos na cintura falou:

— Eu sei o que você andou aprontando.

— Do que está falando?

— Sobre você e Severus — a ruiva falou confiante, fazendo James desviar o olhar da garota.

Ó — foi o que respondeu e deu de ombros.

Não importava mais, afinal tinha plena consciência que nunca seria correspondido.

— Só vai dizer isso?

— O que quer que eu diga? — James encarou os olhos verdes e sorridentes da ruiva.

— Não sei, mas achei que teria outra reação.

— Não tem importância — apertando sua vassoura, passou pela ruiva e caminhou em direção aos vestiários, mas pôde ouvir os passos da garota atrás de si.

— Como assim não tem importância? Claro que tem! — James continuou andando — Vai realmente me ignorar?

— O que você quer Lily?! — o garoto rugiu contra a ruiva, irritado — Não há nada que eu possa fazer! Ele me odeia e com razão, não é algo que eu possa mudar!

— E vai desistir assim? Sem tentar?

— Eu já tentei e não deu certo — falou encarando seus pés de maneira triste.

— Ó! Por Circe, você diz que um beijo foi sua tentativa? Você nem conversou com ele, apenas falou e falou, beijando o garoto depois. Esse não é o James Potter que eu conheço — a ruiva falou confiante.

— O que quer dizer?

— Que o James Potter que eu conheço levou inúmeros foras meus, mas nunca parou de tentar — James abriu a boca surpreso — Você não é o James Potter que eu conheço, porque ele nunca desistiria tão fácil assim. Então, o que vai fazer?

E com um sorriso nos lábios James sentiu seus ânimos voltarem.

James olhou para Remus totalmente desacreditado. Não podia crer realmente, que seu amigo estava desistindo de ser monitor. Desde o início do ano, quando o mesmo recebera a carta de Hogwarts lhe avisando sobre seu cargo, o mesmo estava incrivelmente feliz. Remus não podia desistir, não por uma idiotice causada por Sirius.

— Moony, não! — James murmurou, apertando o ombro do amigo que suspirou — Isso não é justo. Você estava tão animado com o seu cargo.

O rapaz com inúmeras cicatrizes suspirou de maneira pesarosa. James precisava entender que para ele, chegar tão perto de quase matar uma pessoa havia sido o estopim. Ele era um monstro, precisava tomar cuidado para que ninguém mais se machucasse por sua causa.

James...

— Não mesmo! — o de cabelos castanhos grunhiu — Sirius foi quem fez merda. Espere aqui Moony, não vá renunciar o seu cargo ainda!

E com isso um muito irritado James Potter saiu do seu dormitório, procurando pelo seu melhor amigo por entre os outros alunos de sua casa na sala comum. Mas Sirius não estava ali, onde ele poderia estar?

— Algum problema James? — Frank Longbottom perguntou, olhando para o apanhador da grifinória com preocupação. O rapaz era amigo dos garotos há um bom tempo, mas não era dado a aventuras como eles.

— Você viu o Sirius?

 — Ele estava indo para a torre de astronomia quando o vi da ultima vez, aconteceu algo? — o rapaz perguntou curioso e James deu de ombros.

Graças ao bom Merlin, estava em tempo vago para as aulas e por tal podia andar livremente pelo castelo. Não demorou a chegar à torre de astronomia, nem mesmo a visualizar os cabelos volumosos de Sirius Black. O rapaz estava sentado sobre uma pedra, encarando o nada com um semblante sério. Quanto tempo fazia que não olhava para o rosto do amigo? Estava chateado com o mesmo, mas nem por isso deixava de sentir por ele o amor de irmão que sempre sentiu.

— Você precisa falar com o Moony — falou sério, assustando o moreno que lhe encarou surpreso. Sirius pareceu um tanto encabulado, evitando lhe olhar.

— Por quê?

— Porque ele quer desistir do cargo de monitoria por causa da burrada que você fez — James pronunciou com irritação, vendo o amigo arregalar os olhos e se levantar.

— Ele não pode fazer isso!

— Mas ele pretende.

— Merda! — Sirius levou a mão à cabeça em um gesto de nervosismo — Onde ele está?

— No dormitório. Vá rápido antes que ele decida falar com a Macgonagall — Sirius concordou, olhando para si com duvida — Depois conversamos, concerte primeiro as coisas com o Moony.

O garoto concordou, aproximando-se de si e beijando seu rosto em sinal de afeto. Era um gesto comum entre eles, sem malicia ou segundas intenções e por isto devolveu o beijo. Sirius saiu correndo e James suspirou em alivio, esperando que o amigo conseguisse mudar a decisão equivocada de Remus. Olhou para o horizonte, enxergando as enormes montanhas cobertas pela floresta e respirou fundo. O dia logo se findaria e estava feliz por isto.

— Então você tem essa mania de sair beijando garotos Potter? Quem diria... — James se assustou, principalmente ao reconhecer o dono daquela voz. Seu coração disparou como um tolo no peito, lembrando-lhe dos sentimentos intensos que haviam guardados nele. Olhou para trás e conseguiu visualizar Snape parado na entrada da Torre de Astronomia, lhe encarando com o mesmo semblante sério de sempre. Aquilo era real? Ou mais uma de suas ilusões idiotas criadas por sua mente, onde por algum milagre conseguiria a chance de trocar ao menos um bom dia com o rapaz? Sentiu a garganta secar, o estomago embrulhado e as pernas bambas. Era incrível como o sonserino conseguia causar tudo aquilo em si com apenas palavras — O que foi? O gato comeu sua língua?

Talvez tivesse, ou melhor, a cobra tivesse.

Falar no momento parecia complicado demais para o grifinório, que apenas negou com a cabeça se sentindo o mais imbecil ser da face da terra. Snape franziu o cenho, ato que não passou despercebido ao apanhador que achou aquela expressão fofa.

— E-Eu... Como você está? — conseguiu formular uma frase, repreendendo-se no momento em que soltou a mesma. Por Merlin, gostaria muito de jogar uma azaração em si mesmo no momento — Desculpe é que não vi mais você desde aquele dia e...

Aquele dia. O dia do beijo. James parou de falar, achando que já tinha pronunciado muita merda por aqueles poucos minutos e então se calou sem conseguir encarar o outro. Seu coração retumbando no peito como louco. Gostar de Severus Snape era completamente diferente de gostar de Lily Evans, sem duvidas.

— Desde o dia em que seu amigo quase me matou? Vivo — as palavras venenosas do sonserino lhe feriram. Moony não tinha culpa de suas ações quando transformado, mas sabia que o rapaz em sua frente não se importava com isto.

— Eu sinto muito mesmo por aquele dia. Moony jamais faria algo como aquilo em seus dias normais, eu sinto muito mesmo — falou de maneira pesarosa. James conseguia ter pesadelos ainda com aquele dia, pesadelos em que ele chegava tarde demais e via algo que lhe dilacerava.

— Eu não estava falando dele — Snape falou sério, surpreendendo o grifinório que finalmente conseguiu coragem para lhe encarar nos olhos. E por deus, como antes não tinha conseguido notar o quão bonito aquele rapaz conseguia ser? Os cabelos negros emolduravam o rosto tão branco quanto à neve, os lábios rosados pelo frio e os olhos tão negros quanto à noite. James arfou — Mas você não respondeu minha pergunta.

O apanhador franziu o cenho. Que pergunta? Vasculhou em sua mente as palavras do sonserino, não se lembrando de nada e sentiu-se um idiota. Estaria ele fazendo alguma piada consigo? Seria algo merecido, sem duvidas.

— Q-Que pergunta? — falou de maneira receosa, vendo os olhos negros lhe fitarem de maneira analítica.

— Sobre esse seu costume de sair beijando garotos por aí — Snape falou, sua expressão sempre séria pareceu um tanto encabulada. Só que James não conseguiu notar aquilo, já que se sentia completamente envergonhado ao ser lembrado pelo outro sobre o beijo que dera no mesmo. Desviou o olhar do sonserino, bagunçando os cabelos em nervosismo.

— Eu não saio por aí beijando ninguém. Só beijei você naquele dia — James falou sem encarar o sonserino. Não que ele fosse BV, mas fazia muito tempo que não beijava alguém. E Snape havia sido o primeiro garoto da lista, então...

Não? Então você não estava beijando o Black ainda agora? — Snape falou de maneira venenosa, chamando a atenção do grifinório. A forma como ele havia falado realmente sugeria que ele estava incomodado com gesto, James não queria acreditar, mas a palavra ciúme rondava sua cabeça lhe dando falsas esperanças. Deixa de ser idiota! Claro que não é ciúme.

“... o James Potter que eu conheço levou inúmeros foras meus, mas nunca parou de tentar”, “... Então, o que vai fazer?”. As palavras de Lily vieram em sua cabeça rapidamente.

— Eu beijei Padfoot no rosto. É um gesto de carinho fraternal, jamais o beijei na boca ou com qualquer outra intenção — James falou rapidamente, tentado a ser aproximar do moreno em sua frente. Snape lhe encarava cético, totalmente descrente de suas palavras — Estou sendo sincero. Você é o único garoto que beijei que não envolvesse algum sentimento ligado à fraternidade.

Coragem. Sua casa era conhecida como a mais corajosa, estava na hora de mostrar um pouquinho de tal característica, não?! James conseguiu notar o olhar surpreso do outro rapaz, que pareceu desconfortável em lhe fitar. Não sabia o que dizer no momento, mas estava disposto a tentar demonstrar para Snape que sentia algo por ele.

— Que joguinho é este que está fazendo Potter? — Snape perguntou de maneira irritada, fazendo James sorrir ao notar as bochechas coradas do mesmo.

— Não estou fazendo joguinho nenhum, apenas estou sendo sincero — tomado de coragem, James resolveu se aproximar um pouco do rapaz que lhe encarou surpreso — Eu gosto de você. Na verdade gostar chega a ser ínfimo perto do que eu verdadeiramente sinto, mas acho melhor começar por aí.

James não deixou passar desta vez os olhos arregalados do sonserino, e nem como a face no mesmo parecia tomada pela surpresa. Por Circe, como queria beijar os lábios do mesmo naquele momento, mas não o forçaria a tal ato. Um vento frio bateu contra suas costas, lembrando-lhe de onde estavam e sorriu ao notar o quão clichê havia sido. Tinha se declarado na torre de astronomia, como um bom tolo apaixonado.

— Você está louco — Snape murmurou.

— Não nego.

— Como pode brincar com algo do tipo se nem há pouco tempo atrás tinha um prazer absurdo em me torturar? Acha que sou como esses idiotas que te perseguem e caem aos seus pés? — Severus falou de forma ácida, contudo suas bochechas estavam rosadas — Não tente brincar comigo Potter.

— Não estou. Eu realmente gosto de você Severus Snape — James falou encarando o rapaz incisivamente nos olhos. Rogando para todos os deuses para que conseguisse demonstrar a intensidade dos seus sentimentos por eles. Tentou dar um passo em direção ao sonserino, que recuou. James respirou fundo, precisava ir com calma — Acho melhor entrarmos, está ficando muito frio aqui fora.

O grifinório falou se afastando. James faria aquele rapaz se apaixonar por si. Ou não se chamava James Potter.



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