História Choices of the heart 3 - A princesa perdida - Estou de volta

Já estava pronta para a coletiva de imprensa, apesar do meu pedido de não comparecer. Não esperava preparada para falar com todos. Joguei meu cabelo para trás. Era um vestido simples que Violetta tinha escolhido, ele era fechado de manga longa com a saia em cima do joelho.  

Eu iria sem nenhum acessório. Já que a minha ido ontem com aqueles anéis tinham gerados inúmeras perguntas.  

—Você o achou? — questionei me virando para a Astra que tinha acabado de entrar no quarto do hotel.  

—Não. Sem nenhum sinal do Nicolas. — ela suspirou. Fiz a mesma coisa e então tentei relaxar meus ombros.  

—Quando isso acabar eu vou procurar ele. — falei entrelaçando meus dedos.  

—Eu vou continuar procurando por ele. — sorri para ela.  

—Obrigada. Espero que ele esteja bem. — engoli a seco e balancei a cabeça, me sentia tão pesada de tantas coisas para resolver.  

—Está na hora! — Violetta falou após abrir a porta do quarto, assenti me levantando e a seguindo juntamente dos seguranças do reino.  

Andamos até o elevador e subimos para a cobertura onde seria a entrevista. Os guardas saíram na frente e logo eu segui com Violetta ao meu lado.  

—Você sabe o que fazer. — ela sussurrou e eu assenti lentamente, eram muitos jornalista, praticamente o triplo do que eu tinha visto naquela atividade da gincana. Justin já estava no seu lugar.  

Me sentei ao seu lado, com Violetta atrás de nós, assim como Chaz e Ryan.  

 —Vamos começar? — Justin perguntou segurando minha mão em baixo da mesa, assenti me voltando para a frente.  

—Obrigado a todos vocês por comparecerem a essa coletiva, apesar de ter sido de última hora. Bom, vamos direto ao assunto. Como todos podem ver, Kylie Benson foi dada como morta erroneamente. —Justin falava em pé ao meu lado, apontou para mim me olhando brevemente. — Com um time liderado por mim conseguimos descobrir a verdade e trazer Kylie de volta. —ele me olhou e sorriu de lado.  

—Nem tudo que foi divulgado estava errado. Eu realmente fui sequestrada, porém com tudo que aconteceu no palácio, eu sofri um grave acidente onde fiquei entre a vida e a morte, como consequência eu perdi a memória. Acabei indo parar em um quartel como enfermeira, dando suporte para os militares que ali viviam. A única explicação que tenho sobre o ocorrido é que quem me sequestrou tentou encobrir seus rastros com outro corpo.  

—Nos ainda não sabemos quem fez tudo isso, mas as buscas continuam. Esperamos poder atualizar vocês em breve. Agora vamos responder algumas perguntas.  

Todos levantaram as mãos para serem escolhido. Justin apontou para um.  

—Por que resolveu fazer seu retorno ontem? — um dos jornalistas perguntou após ficar de pé. — É um momento importante para os Scherbatsky. 

—Bom, já tem alguns dias que eu estou de volta e todos concordamos que seria um bom momento, não esperávamos toda essa repercussão. — Justin apontou para o próximo que se levantou.  

—E quanto a seleção? O que sua volta significa? Sobrou apenas você e a Giovanna. — olhei para o Justin que sorriu.  

—A seleção não está de volta. — Justin afirmou olhando para eles. — Ela foi encerrada, infelizmente daquela maneira. Talvez em breve façamos uma festa para realmente encerrar. Eu também não pretendo começar outra seleção. Por enquanto isso é tudo.  

—O anel que você usou ontem é uma aliança? — o próximo jornalista perguntou.  

—Não, foram apenas acessórios. — disse tentando me manter firme ali para não sorrir.  

—Por que você não desistiu? — Outra pergunta foi feita a Justin, que abaixou a cabeça envergonhado, era algo inédito em frente às câmeras. 

—Eu sabia que ela não estava desaparecida e nem acreditei que ela estava morta.  

—Então, você não a tinha achado quando o outro corpo foi encontrado? — o mesmo jornalista questionou.  

—Você é esperto, mas não, ainda não tínhamos encontrado. Imagino que todos ficaram sabendo do discursão que teve ao final do funeral e assim como eu, outras pessoas próximas a Kylie não acreditavam que aquele era seu corpo. Estávamos certos. — Justin aperta meu ombro e eu dei um leve sorriso.  

—Por que você não veio a público dizer isso? — o próximo jornalista questionou.  

—Para não atrapalhar as investigações que estávamos fazendo.  

Assim seguimos tentando não dar detalhes da nossa relação.  

A coletiva terminou e nós retiramos.  

—Então, vamos dar uma festa? — perguntei me virando para o loiro que apenas sorriu.  

—Imaginei que seria o ideal para anunciar nosso noivado. Seguiria os protocolos da seleção, do anuncio do noivado. — assenti com os olhos estreitos.  

—Sem mais surpresas, Justin. — disse seria e ele apenas riu me abraçando por trás.  

—Agora temos que viajar até Saffron. — Ele falou.  

—Claro. — disse desanimada pelo tempo de voou. — E eu nem sou sua noiva. — Alfinetei o encarando, que riu.  

—Isso não é problema, podemos subir e contar. — Neguei e segui para o carro que nos esperava.  

[...] 

Estávamos a caminho da cerimônia de inauguração de uma estátua para a princesa. Eu estava com um vestido prata que ia até a metade das minhas panturrilhas, tinha um decote em V não muito profundo. Meu cabelo estava preso na parte de cima com a mecha da franja solta.  

Justin estava com outro terno sem gravata. Ele passava perfume e eu o observava.  

—Eu estou pronta a 20 minutos, Justin Drew! — exclamei entediada e de braços cruzados, ele riu se virando.  

—Agora estou pronto. Vamos lá. — Saímos juntos daquele quarto do hotel em Saffron. 

Já estava perto do pôr do sol, entramos no carro seguindo para esse lugar. Não demorou para chegarmos no local. Descendo juntos e atraindo a atenção da mídia. Logo na entrada fomos recebidos pelo casal juntamente com o senhor que ficou estranho.  

—Justin! Kylie! — a mulher falou e sorriu nos cumprimentando.  

—Amélia. É uma semana muito intensa. — Justin falou rindo  

—Sim, muita coisa para pouco tempo. Eu vi a entrevista de vocês. Não acho que vocês estão conseguindo esconder esse namoro. — Rimos e eu concordei.  

—Só temos que resolver algumas coisas. — disse fazendo ela me olhar.  

—A festa? Você quer seguir o protocolo? — Amélia questionou o Justin que assentiu.  

—Esperamos fazer isso logo. — Justin falou sorrindo.  

—Espero ser convidada.  — ela sorria docemente.  

—Será! — afirmei sorrindo da mesma maneira que ela, que estreitou levemente os olhos, então se virou vendo seu pai vindo na nossa direção.  

—Espero que gostem do evento. Eu preciso ir. — Amélia se retirou e eu olhei para o loiro.  

—Teremos uma longa lista, não é? — perguntei rindo.  

Enquanto conversamos, passamos pelo parque, vendo os inúmeros bancos e pequenos chafariz onde pássaros bebiam água, além das enormes arvores com copas cheias e verdes.  

Não demorou para todo o evento começar eles fazerem um longo discurso sobre a importância da estátua para eles. Logo o tecido foi tirado relevando uma família abraçada, sem forma especifica, apenas duas pessoas e uma criança.  

—Apesar de ser em homenagem a nossa família quebrada, queremos que todos se sintam representados por essa escultura onde todas as famílias são bem-vindas. — Mason concluiu o discurso de sua esposa.  

Todos aplaudimos e eu me sentia tocada por tudo isso. Não era a minha família, apesar deles quererem representar a todos, eu não me via ali, pelo menos não o meu passado, mas esperava o futuro fosse assim. Entrelacei meus dedos nos de Justin e ele me olhou sorrindo.  

Senti um olhar sobe mim e procurei quem era, encontrando o olhar do pai de Amelia. Ele parecia nos analisar.  

—O que ele quer? — perguntei ao Justin quebrando o contato visual com o senhor.  

—Não sei. — ele deu de ombros sem se importar com o senhor. Olhei novamente e ele falava com sua filha. O casal saiu do palco e os seguranças começaram a retirar todos dali, me deixando confusa.  

—Precisamos sair, alteza. — um segurança falou olhando diretamente para o Justin.  

—O que está acontecendo? — o segurança, manteve o olhar sem responder.  

—Estão usando .... — parei de falar olhando para o segurança. Justin ficou confuso, vi um cara próximo a Amélia com os braços estendidos.  

—Ora! Ora! — eu surgi de uma nevoa roxa, rapidamente coloquei o segurança para dormir apenas estralando os dedos. — É bom vê-la novamente! — ela me olhou e sorriu, então seus olhos foram para o casal ali.  

O tempo tinha mudado, estava frio e extremamente escuro, o que era estranho já que o sol ainda não tinha se posto. 

—O você quer? — perguntei atraindo seu olhar para mim. Imaginei que Justin saberia o que fazer, mas o senti parado atrás de mim. Ela riu saindo da sombra da arvore, deixando claro seu novo cabelo roxo curto, uma roupa de couro colada em seu rosto com a gola alta.  

—Reinar! — ela falou abrindo um sorriso maligno.  

—Você não vai fazer isso. — afirmei me aproximando dela.  

—O que está acontecendo? — escutei a voz de Mason surpreso, virei rapidamente olhando para o Justin.  

—Saiam! — exclamei com raiva por Justin ainda está parado.  Olhei novamente para a minha versão. 

—Querida Kylie. Eu estou de volta e você não pode me deter. — suas palavras eram lentas e frias, com seu olhar verde penetrante, ela só me olhava, seus olhos brilharam. Estreitei os olhos para ela e estiquei os braços.  

—Você não vai me enganar! — disse fazendo bolas de fogo com as mãos. Ela gargalhou como se eu tivesse contado uma piada.  

—Eu vou conquistar o mundo, Kylie! O caos vai reinar e eu vou me divertir muito vendo você tentar! — ela sorriu e então fez um cedro aparecer ao seu lado, com algo na ponta brilhando em azul, o corpo era escuro parecia um galho de uma arvore.  

—Não! — a voz da Amelia soou fazendo ela olhar para a mulher, fiz o mesmo e Amelia estava desesperada.  

—Algum problema? — ela perguntou indo na direção da Amelia, estiquei a mão na direção da minha versão e a segurei com a magia, ela mexeu o cedro me jogando pro lado.  

Eu escorreguei pelo gramado parado a alguns metros atrás de onde estava em pé. Justin correu na minha direção.  

—Você está bem? — ele perguntou e eu respirei fundo com raiva desse alter ego.  

—Estou. Eu mandei você sair daqui, Justin! — disse tirando a terra da minha mão após me sentar.  

—Não vou te deixar só com ela. — ele falou sério e eu revirei os olhos. Me levantei do chão e o olhei segurando seu ombro.  

—Você pode se machucar. Não tem como me ajudar. Agora, eu preciso resolver isso. — falei furiosa.  

Ele tentou me alcançar e eu virei a cabeça para olha-lo, ele recuou e eu sorri em resposta ao seu ato. Virei novamente para meu alter ego que conversava amedrontando o casal e o senhor.  

—Ei! Eu estou aqui! Ou você não quer mais se divertir? — perguntei cruzando os braços. Ela se virou se apoiando em seu cedro.  

—Está pronta? — ela perguntou e eu ri.  

—Para você? Não é nada. Você sabe! — dei de ombros e ela riu.  

—Você vai ter uma bela surpresa.  

Ela começou a me puxando para perto dela. Preparei minha mão, ela envolveu a sua em meu pescoço e eu segurei sua cintura distribuindo choques pelo seu corpo. Ela soltou o cedro com seu corpo tremendo, sorri quando sua mão caiu ao meu lado e eu a soltei imaginando que aquela carga tinha sido suficiente.  

—Adorei o truque. —ela sorriu se recompondo e então ela segurou minha cabeça me causando uma grande dor de cabeça.  

Sua mão saiu da minha cabeça e eu voei até a arvore mais próxima, ela não achou suficiente e me jogou no chão daquela altura.  

—Você não é bem-vinda! — Amelia gritou e tocou no álter ego fazendo ela desaparecer.  

—O que você fez? — perguntei me levantando e indo ate ela.  

—A expulsei do escudo. Você tem uma gêmea? — ela perguntou confusa.  

—Não, tenho um álter ego que saiu do corpo. — seus olhos arregalaram e olharam para o seu marido.  

—Você atingiu o limite? — o pai dela perguntou me olhando atentamente.  

—Talvez. Acho melhor irmos, ela deve voltar e eu preciso me preparar. — falei sorrindo gentilmente para eles.  

—Você não vai conseguir. — o senhor falou e eu o olhei. — Aquele cedro vai deixa-la imbatível.  

—A pedra dentro é algo que foi trancado a anos. Ela contém o poder da bruxa mais poderosa que já viveu, antes de morrer ela deixou seus poderes naquela pedra para caso de necessidade.  — Amelia falou, abri a boca, Justin parou do meu lado.  

—Não! Sempre tem um jeito de deter... — eu não sabia o que falar. A ideia dela ser imbatível me atingiu.