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História Choisi d'Aphrodite - Virada do ano - Parte 1


Escrita por: sakyun

Notas do Autor


Olá, meus anjos!!

Obrigada por responderem o formulário, vai me ajudar muito!!

Peço perdão pela minha demora quanto a postagem deste capítulo, mas aqui está ele:

Capítulo 40 - Virada do ano - Parte 1


[Capítulo 40 - Virada do ano - Parte 1]

- Eren? - Farlan chamou antes que o adolescente saísse de vez da sala de jantar, o Jaeger notou a clara curiosidade nos olhos do pequeno e bem, não estava a ver aquilo como uma boa situação. - Por que é que estás a mancar?

- Ah, eu… Eu acabei caindo ontem a noite, um pequeno acidente.

- Como? - Eren sorriu amarelo, só queria ir direto para o quarto e afundar o rosto no travesseiro.

- Ele estava brincando com o Levi, Farlan. - Grisha sorriu e Eren cerrou os olhos. - Cavalinho, talvez?

Isabel engasgando não foi algo que ajudasse Eren pois a garota começou a rir a medida em que ainda tossia. Esperava que a ruiva ou não entendesse ou que ao menos se envergonha-se, mas ela ria bastante divertida.

- Eu também quero brincar de cavalinho.

- Farlan, acho que és novo demais para esse tipo de brincadeira.

- Pai!

- Por que?

- Por nada, Farlan. - Eren murmurou lançando um olhar feio ao pai que crispou os lábios.

- Mas eu posso brincar de cavalinho, também?

- Claro que pode. - Eren respondeu dando um olhar feio ao pai. - Quando o Levi chegar podemos brincar, tudo bem?

Farlan sorriu assentindo e Eren praticamente subiu ao quarto correndo, querendo sufocar o pai por alguns momentos.

Recolheu seus cadernos de desenho e sentou-se na sua escrivaninha, puxando da sua imaginação para pôr no papel algum desenho.

A inspiração não veio antes de batidas na porta soar e a entrada do pai não foi muito bem aceita por Eren que tratou de cruzar os braços.

- Não quero saber mais de piadinhas. - avisou ao progenitor, cerrando os olhos na direção do médico que sorriu.

- Ficas tranquilo, desta vez vim falar contigo sobre outra coisa. Acredito que tenhas te organizado para sair com o Levi hoje, para o festival de rua.

- Sim… Há algum problema?

- Temos uma festa na casa da tua tia, ela resolveu fazer uma pequena comemoração de ano novo e já que não vou levar a Carla, pela menos a tua presença seria bom, Eren.

- Ah…

- Vamos levar o Levi, Farlan e a Isabel, depois de algum tempo podem ir ao festival de rua para aproveitar a festança.

- Sendo assim, não vejo problema.

- Ótimo, então vais com os dois ao centro para provar algumas roupas, a Isabel disse que sabia o tamanho do Levi, então não há problemas se ele não provar a roupa, mas quero que avise a ele.

- Certo. - Eren assentiu vendo como o pai sorriu e ia retirar-se da sala. - Pai?

- Sim?

- Como anda… o processo de separação? - perguntou um pouco receoso, vendo como o assunto não era o melhor para o pai também.

- Está em andamento, a Carla resolveu aceitar o divórcio e agora vamos entrar na separação dos bens, mas ainda deve levar algum tempo então não precisa de preocupares, Eren.

- Não estou exatamente preocupado comigo, pai. - Eren murmurou. - Não era isso que querias, não é? Se separar… Sei que amava--

- Eren, a tua mãe não é a mesma. A igreja tomou conta de toda ela e por isso, a Carla não é a mesma a quem eu costumava estar casado ou mesmo amar. - o homem sorriu triste. - Mas não estou fazendo isso apenas para ti, isso é para o meu bem também… Mas não vamos pensar nisto agora, te arruma para sair com a Isabel e o Farlan.

- Certo. - o adolescente assentiu e acabou mesmo por deixar as coisas de desenho em cima da mesa para quem sabe mais tarde pudesse rascunhar algo que lhe viesse em mente.

Não precisou trocar de roupa, apenas seguiu para o quarto de Isabel onde os dois irmãos de Levi se encontravam na cama, a ruiva arrumando os fios loiros de Farlan que por vezes não pareciam querer se manter numa posição aceitável.

- Vamos agora? - Farlan perguntou, animado por a oportunidade de saída.

Mesmo que tivessem mais liberdade naquela casa do que no hospital, a saída livre e a qualquer hora ainda não era algo que pudessem fazer por conta dos medicamentos e por isso cada saída liberada por Grisha era uma vitória para os dois adoentados.

- Tem problema se formos andando? - Isabel perguntou, e Eren notou a clara esperança na voz dela.

- Claro que não, podemos prolongar um pouquinho o nosso passeio desse jeito.

Eren viu com gosto o sorriso animado dos dois e logo já estavam a sair pelas ruas, Farlan segurando tanto na mão de Isabel quanto na de Eren, falando divertido e perguntando se podiam passar em determinado lugares.

Não demoraram a chegar na loja que era de costume que Eren fosse para escolher roupas para ocasiões como a da festa da tia, como o de sempre, era bem atendido pelas mulheres do local que desta vez deram um pouco mais de atenção a Farlan.

- Ele parece um mini galanteador. - murmurou Eren para Isabel que acabou por concordar risonha vendo como o pequeno sorria e fazia expressões bem satisfeitas para as moças que o chamavam de fofo.

Isabel recebeu várias sugestões para o vestido, a dúvida lhe foi tanta que acabou por deixar a decisão nas mãos de Eren que acabou por escolher um vestido que parecia ter agradado a todos que estavam a fazer sugestão, principalmente a ruiva que olhou-se vestida várias vezes com um grande sorriso nos lábios.

- Agora só falta a roupa do maninho. - Isabel sorriu entregando o vestido a mulher que cuidadosamente o embalou e a devolveu.

Isabel informou as medidas necessárias para Levi e logo já estavam com todas as roupas divididas em duas sacolas.

Decidiram que iriam esperar até a hora do almoço para voltarem e assim podiam encontrar com Levi a meio do caminho.

[ … ]

- Tens certeza do que estás a falar? - perguntou num tom de voz incomodado e por momentos Traute imaginou que tinha colocado tudo a perder com aquela informação.

- Tenho. - reafirmou pela terceira vez, vendo as rugas ficarem ainda mais fincadas no rosto de Kenny que coçou os cabelos e suspirou longamente de forma cansada. - Vai desistir de seguir em frente por causa desse pormenor?

- Não, mas não era esse tipo de prazer que pretendia dar ao Lorran. Vamos ter de fazer as coisas diferentes já que vieste descobrir este fator apenas agora.

- Não sou ligada a religião, sabes o quão difícil foi ter de me envolver com uma igreja de malucos por Afrodite?

Outro suspiro, desta vez bem irritado e a loura revirou os olhos, tão cansada quanto o homem à sua frente.

- Eu ainda não entendi qual o problema do Eren Jaeger ter uma marca de Afrodite nas costas. - cruzou os braços. - Isso o deixa ainda mais valioso.

Kenny parecia cada vez mais irritado e Traute não estava diferente, teve todo o trabalho de dizer que era religiosa para aquelas pessoas tudo por uma informação valiosa que agora estava a deixar Kenny hesitante.

- Não vais seguir com a venda? Planejamos tudo para daqui a algumas horas. - reclamou alto, vendo o olhar mortífero do homem que ignorou. - Lorran quer o garoto entregue exatamente no dia dois, Kenny. Não vamos arranjar alguém que valha tanto dinheiro quanto o Jaeger em tão pouco tempo. Paras de botar a família na frente dos negócios. - ela apertou os punhos sem notar o homem se levantar. - Só porque te disse que o teu sobrinho e eles estão de namorico e o garoto tem uma merda de asa nas costas vai colocar tudo a perder? Que baboseira.

Traute sentiu os pelos arrepiarem quando a arma pousou no meio de sua testa e as mãos de Kenny lhe apertaram o pescoço. O cano de metal rastejou pela sua pele até alcançar a mandíbula, a loira sentiu o suor descer lentamente pela sua pele.

- Não sei se a polícia ou a igreja virou a tua cabeça, Traute. - sussurrou num tom perigoso, colado ao ouvido da mulher que sentia a respiração falhando mais rápido do que esperava. - Já disse a tu incontáveis vezes, podes até ser a melhor subordinada que tenho, mas se continuares a achar que és mais do que o teu cargo, vais morrer sem nem perceber. Tu mais como ninguém deveria saber que a minha família, incluindo o Levi, não é algo que mereça passar pela tua boca.

- Me desculpa, me desculpa. - pediu afoita, apertando o punho de Kenny que fechava-se cada vez mais em seu pescoço.

- Quero que abra mais uma vez a boca para falar da minha família, e vais para o inferno sem saber como morreste. - rosnou soltando a mulher que começou por tossir alto, engasgando-se com a própria saliva. - Segue com o plano e me entregas o Jaeger hoje de madrugada. Vou alterar os princípios do plano tendo em conta o relacionamento entre o meu sobrinho e o Eren.

- Certo. - Traute murmurou de cabeça baixa e escutou os passos duros de Kenny a sair da sua sala.

O homem sentia a pele arrepiar, como numa maneira de avisar que o que estava prestes a fazer era de longe uma das piores situações que poderia criar, mesmo que o fim justificasse os meios , Kenny não sentia-se bem em vender a Lorran, o namorado de Levi.

Antigamente, havia perdido as contas de quantas vezes escutou da irmã sobre o desenho negro nas costas do filho, quando pequeno Levi sempre gabava-se por aquela marca, mas com o tempo que foi crescendo parecia até mesmo pegar certo rancor.

Naquele momento podia até mesmo ouvir a voz da irmã a falar sobre como Kenny estava influenciando Levi. Kuchel sabia perfeitamente que Kenny sempre guardou ódio de Lorran e que por consequência, em pequenos atos, o assassino sempre deixava que Levi também criasse certo ódio.

Se a culpa foi sua por ter manchando uma marca dos deuses, Kenny não sentia-se tão culpado quanto as pessoas poderiam esperar dele.

Ele era vingativo sim, e gostava que Levi pudesse junto a ele, fazer Lorran pagar por todo aquele sofrimento que acabou por trazer a morte de Kuchel.

Um suspiro escapou de seus lábios e virou os olhos para a imensa escuridão sobre a sua cabeça. O subterrâneo estava começando a ser um lugar pequeno para o seus planos, imaginava que Levi odiaria estar naquele lugar.

Mesmo Kenny por vezes odiava se sentir tão preso e sufocado por aquele lugar tão baixo e decadente, porém, passou toda a sua vida ali e por isso mesmo o fedor podre que se desprendia daquele lugar não o incomodava mais.

Outro suspiro escapou de seus lábios, um suspiro longo e pesaroso que ao seu ver teria de servir como um pedido de desculpas para o sobrinho.

- Bom, vamos começar todo este plano de vingança. - anunciou para si mesmo, deixando de lado a pequena culpa e um sorriso sinistro nasceu nos seus lábios que se esticaram para se adaptar ao repuxar.

[ … ]

Adrien por vezes acreditava que nunca seria capaz de não ganhar um olhar tão mortífero de Levi.

Queria se aproximar do jornalista e sabia que seria uma tarefa bastante difícil, do pouco que conviveu com Kuchel, notava que aquela personalidade era algo de família mas Adrien nunca esperou que mesmo uma tentativa de se aproximar de Levi fosse ser tão difícil.

Gostava de verdade de o trazer para a família, afinal, querendo ou não, Levi era filho de Lorran e mesmo que não fosse um filho legítimo ou que a relação de Kuchel e Lorran não fosse uma das melhores ou mesmo aprovada pelos pais, nada mudava o fato de que Levi tinha alguma participação naquela família.

O médico já estava a falar com os pais sobre a existência de Levi, depois de Lorran atingir a maioridade saiu de casa e o contato com os pais era o mínimo possível quando estes buscavam falar com o gêmeo com a desculpa de que este vivia a mudar-se, segundo ele por conta de seu trabalho novo que pedia muitas viagens, o contato com a família era sempre complicado.

Lorran nunca especificou no que trabalhava, e Adrien nunca se sentiu curioso já imaginando que nada de bom viria do irmão que desde mais novo nunca metia-se nos bons lados, os pais por mais que tentassem saber nunca tinham sucesso em obter uma resposta concreta e com o tempo acabaram por simplesmente aceitar todo aquele segredismo.

Afinal Lorran era de maior e sabia cuidar de si, além do mais, Adrien estava lá como médico seguindo o sonho dos seus pais que acabou se tornando o seu.

- Quem é esse? Parece muito com você maninho. - Adrien viu como a ruiva resmungou próximo a Levi que tinha os olhos cerrados.

Tinha ido falar com Levi na agência, fazia tempos que queria conversar com o Ackerman mais uma vez, mas o trabalho no hospital estava a lhe tirar muito tempo e por isso tinha de passar quase o dia todo dentro do consultório.

Estavam com um novo surto da epidemia, e graças a Adrien podiam diminuir a quantidade de doentes com a nova vacina que estavam espalhando mesmo para quem não tinha condições de pagar o plano médico.

- Levi, será que podemos conversar? É importante. - perguntou um pouco ansioso, sentindo os olhares dos outros três ali queimarem sobre si.

- Claro. - com um movimento de cabeça, Levi apontou um pequeno espaço mais reservado que Adrien acabou por seguir para lá primeiro. - Vou falar com ele por um momento, se vocês quiserem podem ir na frente.

- Maninho. - Isabel chamou, segurava no seu pulso com força, apenas de olhar nos olhos verdes da garota, Levi já sabia da preocupação e das ideias que estavam a rondar a sua cabeça. - Quem é ele?

- Deixa-me falar com ele, e depois explico a situação, tudo bem?

Após uma confirmação de Isabel, seguiu para o lado de Adrien que parecia um pouco ansioso, Levi às vezes não gostava daquela postura do médico. Sabia que Adrien e Lorran eram totalmente diferentes pelo o que o médico havia falado e pela foto dos dois que havia visto, mesmo assim, dar um voto de confiança aquele médico não estava em seus planos.

- E então? - Adrien procurou nos bolsos de sua calça branca um pequeno papel bem dobrado, pareceu hesitar por alguns momentos mas acabou por o entregar a Levi. - O que é isso?

- É um endereço em Maria. Sei que queres encontrar com o Lorran, então procurei para ti. - Adrien engoliu em seco. - Foi um pouco complicado, mas esse é o último endereço que ele nos passou.

Levi cerrou os olhos, um pouco confuso pela postura do médico a sua frente, ele não aparentava muito confortável em entregar aquele endereço.

- Obrigado. - Levi agradeceu com um pequeno sorriso, vendo um olhar surpreso nos olhos azuis do homem. - Estava um pouco perdido nessa busca, agora me ajudaste bastante.

- Por nada. - Adrien respondeu no automático, um pouco surpreso pelo pequeno sorriso do sobrinho. - Bem… Se precisares de mim, sabes que estou aqui em total disposição para ti.

- Adrien, eu não quero--

- Mesmo que não queiras, és o meu sobrinho e eu me sinto na obrigação de cuidar de tudo o que não cuidei ou mesmo o teu pai não tenha cuidado. Queiras ou não, eu sou a tua família.

Levi suspirou, colocando o papel no bolso para que quando tivesse um tempo a mais, pudesse avaliar aquele endereço. Era um ponto bastante importante para a busca de Lorran.

- Em troca do endereço, quero pedir-te um favor. - Levi cerrou os olhos. - Conheça a minha família, mesmo que não querias fazer parte, gostava que conhecesse os teus avós.

- E para que querem conhecer um filho de um prostituta? - Levi murmurou baixo, começando por ficar irritado com aquele pedido que sabia que acabaria por se tornar insistente.

- Não fales assim. - usou de um tom magoado. - És filho da Kuchel Ackerman e do Lorran Fleury, não importa os status da tua mãe ou mesmo o teu ou o meu e o de meu irmão. O que quero, é que tenhas contato com a tua família de sangue.

- Não quero ter sangue da tua família, sou apenas um Ackerman. - rosnou. - Fui criado apenas com um nome toda a minha vida, e é assim que pretendo continuar.

Por alguns segundos Adrien ficou calado, uma expressão magoada em suas feições mostrava que ele estava sem ideias para convencer a cabeça dura que era a de Levi. Não queria que o jornalista se livrasse do sobrenome que o ligava à mãe, mas queria que ele também se abrisse para aceitar o nome Fleury nele.

- Tudo bem, se é assim que queres. - o médico viu Levi remexer no bolso, em busca do papel que havia recebido com o endereço. - Podes ficar com o endereço do Lorran, penso que seja bastante importante para ti ter um ponto de início.

Com um movimento de mão desanimado, Adrien acenou para Eren, Isabel e Farlan que olhavam todos curiosos em direção ao médico que não demorou a ir embora cabisbaixo e suspirando alto, de todos os três, Eren que tinha uma expressão um pouco mais chocada.

- Quem era ele? - Isabel perguntou quando o jornalista voltou a se reunir com o três, estes que esbanjavam expressões curiosas.

Levi suspirou alto e cansado, passou os dedos pelo cabelo mostrando um movimento impaciente.

- Vou resumir a situação para os três. - Levi viu o assentir do três. - Aquele é Adrien Fleury, um médico onde o Grisha trabalha, e como acredito que já notaram, eu e ele temos algumas semelhanças…

- Muitas.

- Foi recentemente que descobri que ele é o meu tio.

De todos os três, Levi não esperava que fosse Eren a parecer o mais temeroso, o adolescente engoliu em seco e desviou os olhos enquanto crispava os lábios de maneira forte.

- O meu pai… - a palavra amargou na boca de Levi, não fazia sentido chamar Lorran por uma palavra tão familiar. - É o irmão gêmeo do Adrien.

- O que foi que ele entregou-te? - Eren perguntou, os olhos verdes encararam-lhe de forma tão intensa que Levi não foi capaz de dizer a verdade, sabia o que iria acontecer se o soubesse.

- O endereço da casa dos pais dele, quer que eu os conheça.

- Para que? - Isabel murmurou. - Ele tem cara de ser tão rico quanto o Eren, o que é que querem contigo?

- Não sei e também não quero saber. Não os vou ver, vamos voltar agora?

Eren assim como os dois irmãos do Ackerman assentiram, Isabel e Farlan até podiam ter acreditado no que Levi tinha dito, mas Eren não.

O Jaeger estava a sentir-se desconfortável, não por causa de Adrien, já tinha ouvido muitas coisas boas do pai sobre o médico que tinha um conhecimento muito bom por conta de todos os seus estudos que até hoje se prolongavam, mas sim por conta daquele papel no bolso do jornalista.

Não sentiu sinceridade nas palavras do namorado quando informou que era o endereço da casa dos pais de Adrien, e muito menos no olhar de Levi, não notou nem um tipo de firmeza no olhar dele e aquilo não deixava de preocupar Eren.

Pretendia perguntar a Levi sobre o endereço, mas não agora, faria no dia seguinte quando já estivessem comemorado a virado do ano. Imaginava que quando questionasse Levi sobre o assunto, iriam acabar discutindo mais uma vez os riscos que o Ackerman poderia correr; Eren passaria a festa preocupado, mas era melhor do que brigado com Levi.

Chegaram em casa já um pouco mais tarde do que o esperado, mas o almoço já estava servido e então por isso seguiram direto para a sala de jantar onde almoçaram.

- Lee. - Farlan chamou, lembrado-se ligeiramente do café da manhã, um grande sorriso adornava seu rosto infantil e Eren não entendeu bem porque sua asa ardeu ligeiramente, deixando-lhe incomodado. - O doutor Grisha disse que você e o Eren estavam brincando de cavalinho e é por isso que o Eren está mancando, eu posso brincar também? Eu vou ter cuidado.

E mais uma vez estavam naquele assunto em que Eren queria mais do que tudo esquecer, os sorrisinhos nos rostos de Isabel e Levi causavam raiva em Eren, afinal os dois estavam rindo dele.

Mesmo que não quisesse sentia o rosto quente, só não sabia se de raiva ou vergonha pela situação que o pai havia criado mais cedo; Ver os olhinhos inocentes de Farlan era desanimador por que o garoto podia tocar no assunto o dia inteiro sem saber o real significado da brincadeira de mal gosto do pai.

- Podemos sim, sem problemas. - Levi sorriu para o irmão mais novo e depois lançou um olhar divertido ao Jaeger, que devolveu dando a língua e desviando os olhos.

A refeição se passou rápida e por insistência de Farlan em brincar de cavalinho, acabaram por se reunir no Jardim da casa com a peculiar cena de Farlan pendurado nas costas de Levi.

- Aposto que se eu pedisse isso ele ia me dar um resposta grossa. - Eren resmungou num muxoxo e Isabel ao seu lado riu.

- Bom, aposto que ele não ia levar isso numa brincadeira inocente.

- Isabel, por favor. - falou irritado. - Não era esse tipo de resposta que eu queria.

- E que tipo de resposta tu queria? O Farlan é uma criança, Eren. - riu mais uma vez. - E bem, acho que seria uma cena um pouco esquisita ver tu montado nas costas do meu irmão.

- Eu não quero montar nas costas do Levi, Isa.

- Queres montar em outra coisa, eu sei.

- Isabel, por favor. - bufou irritado. - Não é isso que quero dizer. É que se fosse eu, uma criança pedindo, eu aposto que ele não deixaria eu montar nas costas dele. - enfatizou algumas palavras, tentando não deixar pontas para que a ruiva citasse mais uma vez o fato do 'cavalinho' com Levi. - Aliás, ele é teu irmão, não é esse tipo de coisa que devias falar dele.

- Sou irmã dele e tenho de ser realista, não é? - a ruiva não perdia o tom risonho de suas palavras.

- Podes parar com isso. - resmungou.

Caso não tivessem um compromisso logo no começo da noite, teria estendido as brincadeiras com Farlan até mais tarde.

Com um aviso de Dorothea seguiram-se para se arrumar, Levi tratou de ir cuidar de Farlan para deixar que Isabel levasse um pouco mais de tempo para se arrumar junto com uma das empregadas que animou-se quando a ruiva pediu ajuda em questão de maquiagem.

Eren seguiu para o seu quarto sozinho, separando a roupa formal que teria de usar antes de ir tomar um longo banho, apesar de ter tirado da cabeça a questão de Levi na parte da tarde, agora que tomava banho não podia deixar de pensar na sensação ruim que teimava em ser transmitida pela sua marca branca.

De todos os dias possíveis, aquele parecia ser o pior pois a sensação era constante e cada vez mais forte a medida em que as horas do dia passavam.

- Eren? - ouviu a voz de Levi chamar quando já estava fora do banheiro, a calça social vestida e a blusa ainda por vestir pendurada numa parte do guarda-roupa. - Ei, estás bem?

- Huh? - Eren murmurou confuso, sentindo os dedos do Ackerman lhe acariciar o rosto devagar, o adolescente viu a testa fincada do namorado que demonstrava uma confusão e preocupação ao mesmo tempo. - Aconteceu alguma coisa?

- Não sei, tu que tens de me dizer. Estás aí a alguns minutos, a pensar em algo.

- Ah. - soltou num murmúrio baixo. - Só estava pensando um pouco, já tomaste teu banho?

- Ainda não, vim tomar aqui depois de deixar o Farlan no quarto da Isa, mas… Me deixaste preocupado com essa expressão, no que é que estavas a pensar?

- Nada demais. - Eren passou as mãos pelo pescoço do Ackerman, fazendo de tudo para segurar a repentina vontade que tinha de tremer, puxou Levi para mais perto e deixou um beijo casto nos lábios alheios.

Quando as bocas se separaram Eren deu um pequeno sorriso e indicou que Levi fosse tomar o seu banho. Assim que o Ackerman entrou no banheiro, foi só depois que Eren escutou o chuveiro que soltou um suspiro pesado e olhou para suas mãos, estas que começaram a tremer lhe passando mais uma sensação ruim junto com a marca de Afrodite.

Eren estava com medo, ele só não sabia do que.

A noite logo caiu e na sala Eren, Levi e os irmãos esperavam por Grisha que havia chegado um pouco mais tarde do hospital e por isso tiveram que esperar alguns minutos a mais antes de saírem de casa.

- Nunca fui a uma festa destas, nem imaginava que um dia chegaria a ir. - Isabel comentou se acomodando no banco de trás do carro com um grande sorriso empolgado nos lábios. - Não vamos fazer feio a família Jaeger, não é?

- Claro que não, Isa. - Eren sorriu, deixando Farlan no meio do banco enquanto Levi e o pai se acomodavam na cadeira da frente.

Seguiram caminho numa conversa meio animada e meio nervosa, mas logo o carro já estava sendo estacionado próximo a casa da tia de Eren.

A casa de Faye parecia bastante aconchegante de fora, e logo o quinteto estava caminhando para dentro da casa.

- Grisha. - logo na entrada da casa foram recepcionados por um mulher de cabelos curtos e castanhos, levava no rosto um sorriso grande.

- Faye. - o médico sorriu e aceitou o abraço que a irmã mais nova lhe deu.

- Me disseste que traria algumas pessoas, mas nunca imaginei tantos. - a mulher sorriu animada olhando de Farlan à Levi. - Ainda bem, quanto mais gente melhor… Oh Eren, estava com tanta falta tua.

- Oi tia Faye. - o adolescente sorriu amarelo quando a mulher fez um bico e apertou suas bochechas. - Também estava com saudades.

- E já arranjaste uma namorada? Já tens idade para pelo menos umas bitoquinhas - perguntou ansiosa.

- Bitoquinhas. - Isabel exclamou rindo com gosto e Eren sentiu o rosto esquentar de vergonha.

- Tia, eu namoro sim mas… -  Eren resmungou afastando as mãos da mulher. - Eu tenho um namorado, não uma namorada.

Eren puxou Levi um pouco mais para o seu lado, entrelaçou os dedos ao do Ackerman e sorriu amarelo ao ver a tia um pouco chocada, Faye passeou o olhar em Levi de cima a baixo.

- Oh que pena. - a mulher fez um biquinho mais uma vez e Eren engoliu em seco. - Já estava a pensar que era um bom partido para mim, mas tudo bem, escolheste bem apesar de que nunca achei que tinhas essas preferências.

- Faye, por favor. Vamos parar com isto. - Grisha pediu e a irmã mais nova assentiu sorrindo.

- Fiquem a vontade, por favor. - sorriu e olhou para alguém atrás deles. - Vou recepcionar o resto dos convidados.

- Não quero ofender, nem nada do tipo, mas… - Isabel comentou vendo a irmã de Grisha sair andando em direção às outras pessoas que chegavam. - Derrubaram ela do berço ou algo do tipo?

- A Faye é um pouco… Hiperativa, falando de modo doce. - Grisha comentou suspirando.

Os cinco se acomodaram em uma das muitas mesas espalhadas pela sala, a iluminação dourada do lugar dava uma diferença ao ar que ali ficava, uma música de piano tocava em algum lugar da sala, mas havia tanta gente que era impossível de ver onde estaria o músico.

- Vou falar com alguns conhecidos, Eren devias vir comigo.

- Claro, daqui a alguns minutos estamos de volta. - olhou para os três irmãos que assentiram.

Levi viu Eren acompanhar o pai, desde que o tinha encontrado no quarto preso em seus pensamentos, estava a achar estranho alguma coisa no adolescente, não sabia o que era mas sabia que alguma coisa estava a incomodar o acastanhado e assim, Levi acabava se incomodando também.

Não só o fato de Eren estar um pouco estranho, mas também tinha a cabeça no endereço de Lorran, este que não teve oportunidade de dar uma boa olhada pois teve todo o resto do dia bastante ocupado, tirando isso, ainda tinha a questão de Annie, teria que a levar até Stohess da forma mais discreta possível.

O que já estava a imaginar que não seria uma tarefa fácil, sabia que depois da prisão estendida por qual passou, ela não aceitaria fazer trabalhos sem saber todos os riscos e os motivos para tal; Levi não achava que ela estava errada se pensasse dessa forma, mas não queria se expor demais para alguém que não conhecia, estava ali só para lhe fazer um favor como forma de pagamento.

- O Eren está estranho, não está? - Levi perguntou a Isabel que bebericou um pouco do conteúdo da taça que lhe foi entregue.

- Você acha? Eu acho que ele está normal, será que o que a tia dele falou magoou ele?

- Não sei. - Levi murmurou e suspirou, poderia perguntar depois quando tivesse oportunidade de falar sozinho com Eren.

Os dois Jaeger não demoraram a retornar a mesa, buscaram um assunto qualquer para conversar e vez ou outra recebiam na mesa algumas visitas de pessoas que a medida que a hora de passava, chegava a festa de ano novo de Faye.

A tia de Eren passou várias vezes pela mesa, sempre vagando olhares por Levi e Eren, o Ackerman começava a se sentir incomodado com o olhar intenso da tia do namorado, mas poupou os comentários quando o próprio Eren reclamou sobre a tia estar secando os dois.

- Acho que ela não aceitou muito bem a ideia de que tens um rapaz no lugar de uma namorada. - Levi comentou baixinho, ao pé do ouvido de Eren quando a mulher se retirou novamente.

- Bem, eu não preciso da aprovação dela ou algo do tipo. - Eren resmungou de volta, vendo um pequeno sorriso nos lábios de Levi, este que logo colou as bocas num beijo rápido. - Estás bem carinhoso hoje… Bateste a cabeça em alguma parede?

- Eu devia sentir-me ofendido com este teu comentário. - Levi respondeu afastando-se um pouco de Eren que riu baixinho. - Não posso dar umas bitoquinhas no meu namorado?

- Podes apagar a existência dessa palavra da tua mente? Por favor. - resmungou entre dentes. - Tia Faye não tem noção alguma, às vezes a Hanji me lembra ela.

- Não, tenho certeza que a tua tia é um anjo em comparação a Hanji. Aquela lá sim deve ter caído do berço quando mais nova.

Eren riu mais uma vez e logo estavam mudando de assunto, as horas se passaram mais rápidas do que esperavam enquanto observavam Farlan a brincar com mais algumas crianças que ali estavam, Isabel acabou por se juntar a um pequeno grupo que dançava ao ritmo da música do pianista e Grisha havia ido acompanhar a irmã nas socializações típicas que sempre havia em festas como aquelas.

- Tens cuidado para não beber demais. - Levi apontou quando em um pequeno espaço de tempo, Eren já terminava mais uma taça.

- A bebida nem é assim alcoólica para esse teu tom de pai alertando filho.

- Já tomaste copos suficientes para que a quantidade alcoólica já tenha sido o suficiente para ti, ressaltando que praticamente pegas uma taça e a vira na boca imediatamente.

- Mas, a bebida é bastante doce, não acho que seja problema. - Eren olhou para a taça vazia em sua mesa e logo depois para Levi, deu um sorrisinho e o Ackerman apenas cerrou os olhos.

- Por ser doce é que nem percebes, mas enfim, se estiveres bêbado não vamos conseguir ir ao festival de rua, então maneira um pouco.

Eren revirou os olhos e Levi aceitou aquilo como uma resposta de que o mais novo iria parar um pouco com as taças.

- Maninho, Eren. - Isabel chamou, um sorriso adornando seus lábios. - Estão todos indo lá para fora, para ver a virada do ano com os fogos.

- Vamos? - Levi perguntou após se levantar e estendeu a mão a Eren.

O Jaeger segurou, e mais uma vez sentiu aquela sensação estranha de mais cedo, um medo inexplicável passeando pelo seu corpo, mesmo assim, apenas sorriu e assentiu, seguindo caminho para fora da casa onde algumas pessoas já estavam espalhadas para ver os fogos de artifício que aconteceriam em pouco tempo.

Grisha e Faye se juntaram a Eren e os outros três, a contagem ocorreu baixinha, sem a mesma animação que ocorreria nas ruas, onde Farlan, Isabel e Levi estariam normalmente. No festival de ruas as pessoas se juntavam na praça principal e com animação contavam os últimos segundos do ano esperando pelo show dos fogos, porém naquela vez, Isabel e Farlan contavam baixinho quase como se segredassem um ao outro de forma animada, contagiando Levi e os três Jaeger que ali estavam.

No final da contagem da ruiva e do pequeno, um som atravessou o céu e logo luzes prateadas explodiram dando finalmente o início de um novo ano. Levi sentiu logo os dois irmãos mais novos pularem em seu pescoço num abraço apertado murmurando um feliz ano novo; o Ackerman recebeu de Grisha e Faye apertos de mãos e sorrisos calorosos e Eren ficou por último, lhe sorrindo amarelo mas logo recebeu um abraço do mais novo.

- Feliz ano novo. - murmurou ao pé do ouvido do Ackerman ainda ao sons dos fogos que continuavam animadamente e em uma sequência rápida.

Eren se apertou um pouco mais contra Levi, sentindo o leve aroma do perfume que ele usava aquela noite, o mais novo passou o nariz vagarosamente pelo pescoço alheio, roçando levemente a ponta contra a pele quentinha que se arrepiou aos poucos antes de receber um beijo longo.

Levi sentiu a pele arrepiar ainda mais com o beijo recebido naquela área tão sensível, mas logo tratou de afastar o rosto do mais novo de seu pescoço, deixou um rápido selar na boca do outro e murmurou:

- Feliz ano novo para ti também. - viu o mais novo sorrir e juntou as bocas num beijo lento. Levi não cansava de pensar que a boca de Eren era viciante não importasse o quanto o beijasse.

- Ei. - os dois escolhidos por Afrodite escutaram o resmungo de Farlan que os encarava com uma feição emburrada e os braços cruzados. - Quando é que vamos para o festival?

- Farlan, este não é o momento certo para isso. - Isabel comentou rindo vendo o irmão mais novo gesticular com as mãos.

- Mas e se eles passarem o resto da noite se beijando, Isa? Ai não vamos para a praça central, e nem vamos comer os doces de caramelo, e também não vamos dançar com a música daquele tio do violão. - o menino contou nos dedos e bateu o pé no final, arrancando mais uma risada da ruiva que olhou para Levi.

- Não te preocupas, Farlan. - Levi comentou dando um pequeno sorriso, o menor fez um pequeno bico nos lábios em forma de manha. - Vamos agora, só me dê alguns minutinhos, tudo bem?

- Só minutinhos mesmo? - o menor perguntou recebendo uma resposta positiva. - tudo bem então.

Mais pequenas risadinhas ao redor de Farlan e ele se virou em direção a Isabel para comentar o quão ansioso estava para ir às ruas participar do festival mais animado da cidade.


Notas Finais


Peço perdão se houve algum erro, revisei bem rapidinho, posso ter deixado algo passar batido.

Até o próximo!!


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