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História Chromatica - Black


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura rsrs

Capítulo 9 - Black


9 — Black

Draco Pov

A segunda feira foi incrível.

Eu não tinha aula naquele dia em especial, e Harry também estava com a tarde livre, já que a clínica de seu estágio estaria fechada.

Então isso nos proporcionou uma tarde muito divertida, enquanto eu limpava a cozinha e ele fazia uma receita de bolo que achou na internet, entre conversas aleatórias sobre nossa tarde de domingo.

Havíamos tirado muitas fotos dele, e passado grande parte do dia editando e escolhendo.

Entre elas, haviam várias fotos de Harry, e não de Blue, e nós adoramos isso.

Porque eu realmente descobri que tinha uma grande vocação em tirar fotos dele, e percebi que eu realmente amava admirar meu melhor amigo.

Simples assim.

Havia ficado tão contente em termos aquele segredo nosso, e isso me ocupou tanto a cabeça que mal tive grandes problemas com o fato de sentir uma leve atração por ele.

Eu, é claro, sabia como as coisas funcionavam para mim.

Simplesmente não era o tipo de pessoa que olhava para alguém, e conseguia ver apelo sexual na pessoa.

Costumava dizer que o mundo ao meu redor era todo cinza.

E que para que as pessoas deixassem de ser cinza para mim, eu precisava conhecê-las. Ter intimidade, um laço, amizade ou qualquer envolvimento emocional ou afetivo. 

Eu não conseguia gostar de cinza, essa era a verdade.

E para mim isso sempre pareceu tão simples, que eu jamais havia parado para pensar que algum dia poderia se tornar um problema.

Porque no meu mundo cinza existia uma cor que brilhava mais do que as outras.

E, agora, essa cor estava me queimando por dentro.

Sentir atração por Harry fazia sentido. Isso eu conseguia admitir.

Mas ao mesmo tempo, eu não estava verdadeiramente curioso sobre o que diabos havia acontecido para que, de uma hora para a outra, eu demonstrasse desejo por outro homem.

Só que é claro que isso nunca poderia ter acontecido, porque todos os outros caras ao meu redor eram cinza.

Aquilo era interessante, mas ainda assim...

Blue era mais.

Blue era... fantástico.

— Sabe, não sei se posso opinar sobre, mas tive uma ideia aleatória para seus ensaios — Comentei distraidamente.

— Você deve opinar. Achei que havíamos concordado que agora você é o fiscal oficial da minha bunda.

Rimos do termo adotado por nós ontem, enquanto eu terminava de lavar a louça e ele colocava o bolo no forno.

— Eu estive pensando em fazermos um jogo de luzes.

— Jogo de luzes?

— Sim, eu lembrei aleatoriamente de quando cismamos em ter lâmpadas coloridas no nosso quarto, quando éramos adolescentes. Lembra disso? Eu tinha uma verde, e você uma azul. Pensei em usarmos algo do tipo para tirar algumas fotos. Mexer no ambiente também, ao invés de focar sempre em você. Pode ser um aliado forte.

— Eu adorei! — Bradou animado, e eu ri quando senti os braços dele se fechando ao redor da minha cintura, e ele pousou o queixo no meu ombro — Fale mais!

Diante da voz empolgada dele, eu sorri.

— E bem... já que você é ‘goldenboy’, pensei em trabalharmos um pouco o ouro. Acessórios, e a própria cor. Você reclamou daquele outro cara...

— Alejandro — Falou, e eu assenti.

— Você tem que reforçar sua marca. Você é o garoto de ouro, e quer que todo mundo lembre de você sempre que pensarem em ouro. Entende? Era o que estive pensando. Você precisa parar de competir com ele, porque esse cara não chega nem aos seus pés. Você está acima, e precisa agir como tal.

— Você é fantástico, sabia? — Sussurrou, apertando os braços ao meu redor, e eu fechei a tornei, apoiando as mãos nos braços dele, aproveitando aquele carinho comum entre nós.

— Estou me divertindo com essa coisa toda — Admiti e ele riu baixinho.

— É divertido. O namorado dele, Judas, vive me provocando para me irritar. Mas agora eu tenho alguém para me ajudar.

— Então o Judas deve ser meu inimigo — Conclui — Se Aj é seu inimigo, Judas é o meu. Modelo contra modelo, editor contra editor.

— Gosto de como pensa — Brincou com um sorriso enorme, beijando minha bochecha — Vai criar uma conta então?

— Eu... meio que já criei — Expliquei dando de ombros, e Harry me soltou quando entendeu que eu me viraria.

— Você criou uma conta no twitter?

— Eu fiquei curioso sobre o twitter. Não fui mexer na sua, só...quis criar uma para dizer bobagens aleatórias e rir das desgraças do dia a dia.

— É divertido — Ele falou com um sorriso — Posso te seguir? Ou quer privacidade?

— Acho que já temos um novo nível de privacidade, Harry. Dediquei meu domingo inteiro para seu traseiro — O lembrei, e ele riu, se movendo para pegar o celular sobre a bancada, extremamente sorridente.

— Como você está lá? Que nome colocou?

— Você não consegue deduzir isso? — Questionei arqueando o cenho, vendo ele me encarar por um instante, parecendo entender sem que nada precisasse ser dito, e riu ao voltar a atenção para o celular.

Sequei as mãos, e me aproximei dele, puxando meu celular que estava sobre a bancada, seguindo ele em direção a sala.

Nos jogamos no sofá, bem próximos, e eu me inclinei para ver se ele tinha encontrado, e ele realmente estava na pagina certa.

— Se Ron visse isso, iria vir com aquela conversa sobre sermos um casal — Ele comentou, e eu sabia ser verdade.

Mas quando decidi criar a conta, eu simplesmente fui impulsivo a ser o Green.

Ri ao ver ele demonstrar alegria ao ver as poucas porcarias que eu havia colocado ali, porque é claro que tudo ao meu redor era sobre Harry.

Não Blue.

Harry.

— Você é o melhor amigo mais adorável que existe! — Disse ao ver que no auge da falta do que fazer, eu havia dito naquele lugar, para ninguém em específico, que 'ele' era o modelo mais bonito do mundo. Logo em seguida, satisfeito, ele me seguiu — Está feito. Agora você é meu parceiro oficial!

Observei ele escrever uma mensagem genérica apenas para entrelaçar a existência dos nossos perfis, o que me fez sorrir.

' Esse é o cara que eu mais amo no mundo inteiro, e a partir de agora é oficialmente meu fotógrafo. Tenham muita inveja dele!'

— Eu faço faculdade de direito, mas não quero que me chamem de advogado, quero que me chamem de fiscal de traseiro — Concordei, vendo Harry cair na gargalhada, se contorcendo e o som de sua risada me fez cair no riso junto.

— Draco Malfoy, advogado... e fiscal de traseiro nas horas vagas.

— Draco Malfoy, Fiscal de traseiro... e advogado nas horas vagas — Rebati em correção, e nós voltamos a rir.

— Você teve mais alguma ideia para as fotos?

— Algumas coisas aleatórias — Comentei, dando de ombros e ele se esticou no sofá, me levando a deitar junto de si.

Nos apertamos no móvel, abraçados, e eu pousei o queixo sobre a cabeça dele para começar a falar.

— Gosto bastante de mexer com a ideia das cores. Pensei em criarmos um projeto colorido. Cada ensaio usarmos uma cor tema. Você poderia ter... hã, roupas acessórios, focados em uma cor por vez. Acho que seria interessante.

— Eu tive essa ideia uma vez, mas nunca fui adiante. É meio complicado conseguir coisas coloridas. Sempre acho coisas que parecem legais, mas comprar pela internet nunca é seguro que a qualidade de produto realmente é igual das fotos — Explicou e eu sorri.

— Sabe, você me fez lembrar... Tem uma garota que faz dupla comigo na aula direitos humanos. Ela tem aqueles catálogos dessas coisas. Eu poderia pegar, se você quiser. Ela vai pensar que é para uma namorada. Vai ficar tudo no meu nome, então você pode escolher e eu trago para você. Ela meio que... faz de tudo, sabe? Aqueles docinhos que eu costumo trazer para você, ela que vende.

— Isso seria genial! — Comemorou com empolgação, e eu sorri, me sentindo bem de poder proporcionar alegria para ele.

— Posso te perguntar uma coisa? — Questionei, me deixando levar pela curiosidade, deslizando os dedos distraidamente na cintura dele, em um pedaço de pele visível pela camisa levantada.

— O que?

— Onde surgiu essa vontade de usar lingerie? — Perguntei, sentindo ele soltar um risinho nasalado.

— Eu não sei explicar direito. Só... sempre me senti... não sei. Com um lado mais... eu não gosto muito de usar esse termo, porque faz as coisas parecerem muito... oito ou oitenta. Mas... bem, sempre me senti com um lado “afeminado” — Fez aspas ao usar o termo — Algo mais delicado, entende? E... uma vez, vi na internet. Uma foto de um garoto usando coisas assim, e nunca consegui parar de pensar. Sempre fui tímido, mas sempre quis ter essas coisas. Para mim. Algo meu.

— Quando comprou a primeira?

— Em um aniversário. Eu criei coragem, e comprei... Quase morri de vergonha ao entrar naquela loja, mas consegui. Eu fiquei muito feliz. Foi um presente de mim, para mim.

— Então... você gosta disso. Além das fotos, e tudo mais.

— Sim, eu gosto — Concordou, aconchegando a cabeça no meu ombro.

— Mas me disse que quase nunca usa — Comentei.

— Eu me sinto estranho fazendo isso. Um pouco... culpado? Como se estivesse fazendo algo errado. E... a qualquer instante fossem começar a rir de mim e apontar como sou bizarro.

— Isso é absurdo, Harry — Murmurei, deslizando a mão para dentro da camisa dele, arrastando os dedos por suas costas.

Ele sempre se arrepiava quando eu fazia isso, mas era uma mania nossa ficar se provocando daquela maneira idiota.

Coisa de melhores amigos.

Era quase a mesma coisa que o pai e padrinho dele faziam, se beliscando e empurrando o tempo inteiro.

Mas... ao contrário.

— Eu sei, é claro, que existem pessoas cruéis por ai. Mas você precisa ter a chance de fazer coisas que gosta, e que se sente a vontade. Deixe de se importar com os outros um pouco. São todos idiotas.

— Ainda assim, mesmo que por baixo da roupa, eu me sinto estranho.

— Tente pensar que existem milhares de caras por ai que dariam a vida para ver algo como isso. Foque nisso. Nas pessoas que te acham delicioso. Não nos imbecis que existem por ai.

— Eu vou tentar — Ele contou e eu senti que sorria — É bom ter você fazendo parte disso. Sempre me da bons conselhos e me faz sentir bem em ser... eu.

— Porque você é incrível — Reforcei, rindo quando ele se arrepiou e se contorceu, soltando um resmungo manhoso.

Movi a mão para a cintura dele, ficando quieto enquanto o abraçava, sentindo nossas respirações sintonizadas.

Eu simplesmente amava a sensação de ter ele entre os braços.

— Promete tentar fazer isso? Use mais vezes. Se sinta a vontade. Quando estiver em casa, quando estiver no seu quarto. Aqui dentro ninguém vai te julgar. Não existe ninguém que te ame tanto quanto eu, Harry. É nossa casa, quero que se sinta confortável aqui. Que seja você mesmo. Tudo bem?

— Estou tentando não ser muito bizarro perto de você.

— Eu já falei que odeio quando usa esse termo. E, se não se lembra, eu vejo você correndo de cueca pela casa com uma frequência enorme. Não faria diferença alguma — O lembrei e ele riu.

E, por incrível que pareça, eu estava sendo sincero.

Eu realmente o amava com todo meu coração, e queria que ele se sentisse bem ali dentro.

Não era mais sobre Blue, Green, fotos ou tesão.

Era sobre Harry e Draco.

Aqueles dois melhores amigos que se apoiavam acima de tudo.

Porque por mais estranho que fosse ter Blue dentro de casa, nada estava acima de Harry, e de como eu sempre seria seu melhor amigo, e estaria ali para lhe dar conforto.

— Mesmo?

— Mesmo — Concordei sorrindo, beijando os cabelos negros, sentindo ele se aconchegar em mim, e me pegou de surpresa ao arrastar os dentes no meu pescoço, em uma mordida.

Me contraí, arrepiando diante da sensação, ouvindo ele rir.

Era a vingança pelos arrepios nas costas.

Eu simplesmente amava a maneira como éramos íntimos, e as coisas nunca eram estranhas.

Ter alguém com quem você pode confiar ser você mesmo sem ser julgado era uma das melhores coisas que existia, eu tinha certeza.

— Ei, Draco?

— Sim? — Questionei, me sentindo leve de ter aquele momento abraçados no sofá de casa, e ele ergueu o rosto para me olhar nos olhos.

— Qual a minha cor favorita?

Sorri, com a implicação da pergunta, e levei uma mão até o rosto dele fazendo carinho em sua bochecha.

— O azul dos meus olhos — Respondi, vendo-o expandir o sorriso em concordância.

Em momentos como aquele, eu só conseguia pensar que jamais poderia deixar algo estragar aquilo que nós dois tínhamos.

Não importava o quão confuso eu estivesse, ou como as coisas ficassem complicadas.

Eu jamais poderia perder Harry.

Jamais poderia perder o verde em minha vida, porque sem essa cor, tudo se tornava automaticamente cinza.

Verde sempre seria a minha cor.


Notas Finais


Teve uma surpresa no capítulo hahaha Corram para ver!
Espero que estejam gostando desse projetinho soft boiola, e dos TT softs Boiolas hahahahaha
Iremos entrar em uma fase bem gostosinha da fic!
Agora tudo o que deveria ser introduzido já foi, então... Finalmente saímos do período de introdução!
Não se esqueçam de dizer suas opiniões sobre tudo isso, okay?
Eu vi que todo mundo sacou muito facilmente, entao sim, posso afirmar que o Draco é demissexual. Ele não liga para rótulos, ou perde muito tempo pensando sobre o assunto, e essa é uma das razões para ele não estar pirando sobre sentir desejo pelo Harry. Ele sabe que existe uma razão para isso, embora ignore todas as outras hahaha
Ele prefere levar o assunto como uma piada de mal gosto do universo, e algo temporário. Vamos ver até onde ele consegue ignorar isso, né? Hahahaha
Espero que estejam gostando da maneira como tudo está sendo construído!
Nos vemos no próximo!


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