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História Cicatrizes - Feliz Natal


Escrita por: Sidere

Notas do Autor


Oie!!
Eu sei que era pra ter saído a mais de 24h esse cap mas juro que não deu tempo.
Acabei ele agora, não ficou grande mas eu achei bonitinho.

Capítulo 13 - Feliz Natal


Remus não demorou a notar que algo estava esquisito naqueles três. Era comum sumirem juntos e não serem vistos por horas, a frequência deles estava mais feia do que nunca. Pareciam mais famintos do que nunca também, como se gastassem volumes absurdos de energia quando matavam alguma aula. Ainda assim não deixavam Remus sozinho, não deixaram de vê-lo um único dia que fosse quando estava na enfermaria, e nem deixaram de ajuda-lo quando algum ferimento reabria.

Exemplo disso foi uma tarde fresca do meio de setembro, fazia apenas alguns dias desde a primeira lua cheia do semestre. Já era comum que a maior parte dos cortes realmente grandes de Remus fosse não de suas próprias garras, mas das pontas formadas nos moveis quebrados onde o lobo se batia. Havia feito um, particularmente ruim na escapula naquela lua que abriu no meio de uma aula insuportável de História da Magia.

Sirius havia visto o sangue começar a manchar o tecido cinza da blusa de Remus enquanto olhava as costas do amigo, que naquele momento eram de longe a coisa mais interessante enquanto James babava sobre a carteira ao seu lado. Foi uma sorte que eles estivessem no fundo e todos menos o próprio Lupin estivessem a no mínimo uns 20km dali, por isso ninguém mais notou a mancha vermelha que só fazia aumentar muito lentamente.

Eles saíram sem serem notados da sala, devagar e em silencio durante uma passagem tão chata sobre a revolução dos duendes que Coleen, uma corvina da turma deles, soltou um ronco baixo e uma risadinha em meio ao sonho que estava tendo. Antes que James ou Peter acordassem os dois já haviam resolvido tudo, trocado a camiseta de Remus e voltado.

Para os outros três havia muito trabalho a ser feito e pouco tempo para dormir. Além dos deveres das aulas e do trabalho constante que era dar línguas coloridas e orelhas de coelho a quem atormentasse Remus, que já eram corriqueiros dos anos anteriores, havia agora o esforço da transformação.

Todos os dias pareciam batalhas infindáveis tentando cavar do fundo de seus seres suas formas animagas. Parecia durante as primeiras tentativas que quanto mais procuravam mais fundo elas se escondiam. Mas aos poucos começaram a aparecer sinais promissores, uma língua muito comprida, um bigode, mudar o nariz, tudo era comemorado como a final da taça de quadribol.

Os meses passavam, o Halloween chegou e passou e eles sabiam que precisavam se apressar para dar o presente de natal de Remus. Eles sabiam que cedo ou tarde a paciência de Lupin esgotaria e ele os confrontaria, fato que parecia cada vez mais ameaçadoramente perto conforme as olheiras sob os olhos deles superavam a do lobisomem pelas noites sem dormir tentando se transformar.

O primeiro sinal de que realmente daria certo a tempo apareceu no final da primeira semana de novembro. Aquela noite estava muito fria e eles estavam quase desistindo de tentar no alto da torre de astronomia e voltar para o dormitório quando após um frustrado “É minha última tentativa” Sirius ganhou orelhas. Grandes orelhas negras e triangulares de cachorro apareceram em sua cabeça, James caiu em uma gargalhada alegre e na tentativa seguinte ganhou um par impressionante de cifres, a galhada era fofa e macia e fez os outros rirem também.

Duas semanas depois James conseguiu a primeira transformação completa. Eles quase tiveram um acesso quando o cervo imenso apareceu a frente deles enquanto se escondiam em uma das passagens secretas ao invés de assistirem a aula de Estudo dos Trouxas. Sirius se transformou algumas tentativas depois e os dois animais juntos não podiam ocupar lado a lado a passagem estreita atrás do espelho.

Nunca antes haviam visto em Hogwarts uma queima de fogos mágicos tão impressionante. Eles continuaram a estourar por todos os corredores, salas, banheiros e salões pelos próximos dois dias.

  O último a conseguir uma transformação completa foi Peter, exatamente uma semana antes do natal. Ele arrancou gargalhadas de James e Sirius ao se transformar em um rato. Era grande, gordo, marrom acinzentado e escuro. Parecia Pettigrew, só que menor ainda.

O plano era encontrar Remus na Casa dos Gritos. A lua cheia seria exatamente na véspera de natal e eles sabiam que Lupin estava profundamente chateado com isso. Eles entrariam pela passagem assim que Madame Pomfrey se afastasse do Salgueiro, já transformados, passariam a noite com ele e explicariam tudo quando ele acordasse na manhã seguinte.

~x~

Na noite da lua eles fizeram o mesmo de sempre, acompanharam Remus até a ala hospitalar e se despediram dele. A diferença foi que naquela noite eles tinham a capa escondida nas vestes de James. Assim que Madame Pomfrey ia levando Lupin pelo corredor eles entraram em uma sala vazia vestiram a capa e os seguiram. Em pouco tempo estavam nos jardins próximos ao salgueiro.

Madame Pomfrey imobilizou a árvore e Remus desceu pela passagem. Os três esperaram ela se afastar quase tremendo, quando ela se foi saíram de debaixo da capa, James a guardou no bolso interno e eles se transformaram.

Peter que era muito pequeno para ser acertado pelo salgueiro foi a frente e apertou o nó imobilizando a árvore sendo seguido pelos dois tão logo os galhos pararam de se mover. Eles entraram pelo túnel e logo já podiam ouvir a árvore se agitar, estavam lá dentro. Sirius e James trocaram um olhar simples, mas cheio de perguntas: “Daria tudo certo?” “O lobo não os reconheceria?” e a mais assustadora delas que gelava os dois por dentro, mas que eles sabiam que a resposta tinha que ser positiva, “Eles aguentariam ver a transformação?”.

 O túnel parecia interminável para os três que estavam bastante ansiosos quando chegaram ao alçapão. O combinado era que Peter fosse na frente uma vez que ele podia se esconder em um buraco na parede se algo desse errado.

Remus estava sentado no chão da sala da casa naquela noite olhando para o minúsculo vão por onde podia ver o céu pela janela quando percebeu um rato a poucos metros de si. Ele não sabia por onde eles entravam, talvez pelo próprio alçapão, mas não era o primeiro a aparecer ali. Ele sorriu triste com o pensamento que sua companhia de véspera de natal seria um rato do campo gordo.

― Eu fugiria enquanto pode amiguinho. ― Disse o garoto em um tom de falsa alegria. ― Não seria agradável pra nenhum de nós dois se você virasse a ceia do lobo.

O rato olhou para ele com os olhinhos pretos deu um guincho de tom debochado, se aproximou mais e mordiscou a ponta de seu dedo. Por algum motivo aquilo fez Remus gargalhar por mais que fosse um comportamento bizarro para um rato.

Cinco minutos depois os dois ainda no túnel ouviram um grito na casa. Eles sabiam o que era, passaram pelo alçapão e o fecharam rapidamente antes de olhar ao redor. Pedro estava encolhido em um canto em meio a um amontoado de madeira que um dia havia sido uma cadeira enquanto Remus estava próximo deles encolhido em uma bolinha.

Sirius nunca na vida vira algo tão assustador e impressionante. Ele não conseguia se mexer enquanto assistia os ossos finos de Remus alongarem e mudarem de forma, ele podia ouvi-los quebrar e nada na vida o havia assustado como os gritos de dor que se misturavam aos uivos de raiva do lobo que se aproximava. Levou apenas alguns segundos, mesmo que para eles tenham parecido várias horas até que no lugar de Remus estivesse o lobo.

Black chegou a conclusão de que nem mesmo Teth com seu ar superior parecia impressionante como o lobo de Remus. A pelagem era cinza clara com pontos escuros e outros acobreados, os olhos eram muito amarelos e brilhantes os dentes eram enormes, mas perfeitamente brancos, o focinho era mais curto que o do próprio Sirius e as garras nas patas eram do tamanho de facas de canivete, negras na base claras na ponta, afiadas e brilhantes.

Quando a transformação acabou o Lobo balançou a cabeça e Sirius imaginou um filhote de cachorro saindo da água e tentando entender onde estava. Os olhos grandes e amarelos se fixaram no cão, mesmo sendo muito grande Black ainda era menor do que o lobo e percebeu isso quando o mesmo se levantou para andar na sua direção. Por um segundo ele não soube o que fazer então fez a primeira coisa que lhe veio à cabeça, se inclinou nas patas da frente balançando o rabo e latiu.

O fato de aquele cão estranho o estar chamando para brincar fez o lobo olhar para ele confuso, a cabeça tombada de um jeito que lembrava muito Remus quando não entendia o que alguém queria dizer. James se aproximou um pouco, ele sim ficava bem maior que os dois e fez o lobo recuar um passo em dúvida. Sirius latiu para Potter e a repreensão era óbvia até para o lobo “Não assusta ele imbecil”.

Lá do fundo veio um bichinho pequeno e gordo, aquele o lobo já havia visto, gostava de persegui-los e vê-los correndo desesperados de um esconderijo a outro. Não demorou muito para que ele aceitasse a companhia dos três animais, ele não sabia de onde tinham vindo, mas gostava de ter companhia, e principalmente gostava te ter a ajuda do cão para destruir as almofadas e os pés dos móveis.


Notas Finais


Espero que tenham gostado gente.
Até semana que vem ^^


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