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História Cidade Clareana - S05: Cranks à Vista


Escrita por: Parkeson

Notas do Autor


*[não favoritou e tá lendo e gosta? Favorita pf, ajuda aí vai!]*

Galera, eu estou super cansada, mortinha da silva, maas eu não podia deixar de postar!
Boa leitura, leiam as notas finais por favor!

Capítulo 2 - S05: Cranks à Vista


Elizabeth on

Inquietude batia em meu peito. Já estávamos voando à um bom tempo, mas quase chegando em Denver. Não consegui dormir e olha que um voo, mesmo que de berg, vindo lá do outro lado do mundo pra cá, demora cerca de dois dias, mesmo com talvez um pouco de olheiras cobertas de maquiagem, eu não consigo dormir, não depois do que o Logan me mostrou ontem.

—Está inquieta.—disse Jorge, soltando seu cinto e vindo até mim, eu estava ao lado do piloto, vendo o céu à minha frente.—Nervosa em voltar?

—Mais pra o que eu vou encontrar lá.—respondo, em um suspiro.—Tenho medo de não ser o que eu acho que será.

Sinto que deixei-o tão confuso quanto eu me sentia, mas sua confusão era diferente da minha, era mais pra o que disse que o deixaria mais sem clareza. Já eu? Eu não tinha certeza do que faria quando chegasse em Denver.

—E se os cranks evoluíram? E se não conseguirmos um acordo?—meus questionamentos só aumentavam, pois haviam muitos contras que substituiam os prós nessa situação.—Tanta coisa pode dar errado.

—É, mas tanta coisa pode dar certo.—disse ele, tocando meu ombro.—Espera e deixa essa ansiedade, antes que perceba vamos estar em casa.

Jorge sorriu, com sua confiança matinal, antes de ver qualquer encrenca que o faça reclamar. Retribuindo o sorriso, logo voltei à encarar o céu à nossa frente, desfazendo aquele sorriso aos poucos, a verdade é que eu tinha medo de voltar lá, muito muito medo de voltar à cidade onde o amor da minha vida morreu.

Foram cerca de mais duas horas, Jorge e eu nos assentamos, apertamos os cintos e num piscar de olhos, estávamos pousando em um pátio logo à frente da cidade. Jorge retirou seu cinto com agilidade e abriu a escotilha, só então, eu vi a luz do dia novamente em minha face.

—Devia carregar sua arma.—disse ele, jogando uma arma engatada, que logo eu destravei.—E você, fique pronto caso precisemos fugir.

Assim que Jorge instruiu o piloto, nós saímos do berg, pisando na areia seca, que nos guiava até uma placa que marcava bem o centro da entrada daquela cidade miserável. A placa dizia "Cidade dos Cranks" o que me fez ficar muito preocupada.

—Acho que agora não dá pra voltar.—comento, começando a caminhar.

Nós passamos pela porta da frente, notando que conforme mais à dentro íamos, mais miséria e coisas queimadas, destruídas, pessoas sussurrando se encontravam em esquinas, pequenos grupos. Quando consegui a face de uma mulher, ela me lembrou muito Lawrence, metade cranks, metade humano. A maioria deles era assim, como se pudessem pensar, mas tivessem ataques e o vírus ainda os consumia.

—Eles evoluíram.—digo, olhando em volta.—Como eu previ.

—Pois é, e é assustador, devíamos achar o líder rápido.—retrucou ele, com a mão provavelmente pronta para pegar a arma de se necessário.—E voltar rápido também.

Nós andamos cerca de um quarteirão até eles nos notarem, e assim, alguns homens, com o mesmo aspecto de todas as outras pessoas, fecharam a passagem da rua à frente, como os chefões da área. Eles usavam de máscaras pretas que cobriam a cabeça, mostrando-nos apenas os olhos.

—Intrusos novatos pagam dívida para morarem aqui.—disse um dos brutamontes, dando um passo à frente.—Quem são vocês?

Antes de respondê-los, troquei olhares com Jorge. É óbvio que não eram líderes, eram capangas, peões no meio do tabuleiro que eram usados como vanguarda.

—Vocês me conhecem como Parkeson.—falo, notando que ao ouvir meu nome, ele deu um passo para trás.—Quero falar com seu chefe.

Apesar de relutante, nós os seguimos com as armas engatas e prontas para movimentos bruscos. Mas de qualquer forma, fomos levados até um prédio grande, este não estava totalmente detonado, e era um dos maiores, tenebroso. Quando ficamos próximos à porta, aquele que falou comigo mais cedo colocou a mão para a frente, pedindo para que parássemos.

—Aguarde.—disse.—Nosso chefe não gosta de surpresas inesperadas.

E foi como prosseguiu. Nós aguardamos até ele voltar, e com a cabeça, fez um sinal, dizendo que podíamos entrar. Uma vez que Jorge e eu colocamos os pés para dentro, a porta foi fechada com três deles nos acompanhando, e dois à fora guardando a entrada.

Naquela sala onde nos encontrávamos, havia duas cadeiras e uma mesa separando uma cadeira maior, vazia, como uma área de negócios.

—Onde ele está?—perguntei, impaciente.—Não viemos aqui perder tempo.

—É claro que não, Parkeson...—ouço uma voz, a voz de um homem mais velho, com uma leve barba, veias negras até o pescoço e fases de crank na face, olhos dilatados e em seus braços, um gato preto estranho, magro.—Ambos não gostamos de perder tempo.

Com os braços, ele pediu para que Jorge e eu nos assentássemos, como ele o fez depois de adentrar por uma porta quebrada à esquerda. Me sentei lentamente, atenta à qualquer movimento estranho.

—Sou Julian, e meus homens disseram que você me procurava.

—Se você coordena essa cidade, então sim, é você quem eu procuro.

—Dito as regras, e todos trabalham pra mim.—comenta, vanglorioso.—Acho que isso pode ser chamado de líder.

—Se assim você diz.—reviro levemente os olhos.—Indo direto ao ponto, quero fazer negócios, você provavelmente deve saber sobre a cidade no oriente.

—Todos sabem...—fala, acariciando o gato.—E todos a desejam.

—Estou aqui para oferecer uma troca.—falo sem enrolações, mas eu sentia que Jorge não estava nada contente.—Quero ajudar as pessoas, em troca eu os ofereço a cura.

Lentamente, e convicto do que diria a seguir, ele inclinou sua cabeça para frente, tentando ao menos me intimidar.

—Não existe cura.—diz, sombrio.—E certamente não haverá negócios aqui, não dessa forma.

—O que mais você quer?—questiono.—Estou prometendo a sua sobrevivência.

—Eu estou vivo, com o vírus e estou muito bem.

—Por quanto tempo?—volto a dizer.—Por quanto tempo vão conseguir viver assim?

O homem pareceu pensar, e pensar muito, muito bem antes de poder insinuar, ou propor qualquer besteira. Eu me senti vulnerável por não poder dizer qual seria seu próximo passo. 

—Se não for haver negócios com você farei negócio direto com as pessoas.—desafio levantando-me, mas sinto uma arma ser pressionada contra minha cabeça. Droga.

—Você não entendeu.—fala Julian, sorrindo sacana.—Essa cidade é minha, eu digo quem entra e quem sai, e você não sai sem haver negócio aqui.

Aquele que apontou a arma contra minha cabeça, nada gentil pressionou meu ombro para que eu me sentasse, como fiz, antes que qualquer coisa desagradável voltasse a acontecer por aqui.

—Será da seguinte forma, você me trará de sobra, a cura previsória.—disse ele.—E eu penso em quantas pessoas você pode levar.

Dessa vez, Jorge é quem se levanta, e como aconteceu comigo, uma arma é apontada contra sua cabeça. Mas esperto, Jorge ergueu os braços em sinal de rendição, demonstrando que não faria nada contra ele.

—Você ditou o seu negócio.—falou Jorge.—Então podemos conversar em particular? Só ela e eu?

Apesar de desconfiar, o homem não viu um porquê não, então simplesmente os guarda costas de Julian se afastaram, enquanto Jorge e eu fomos até o outro lado da sala, tendo mais privacidade do que antes.  

—O que você acha?—pergunto, preocupada.

—Loucura, e quer saber o que vamos fazer?—retruca, esbaforido.—Vamos derrubar esses quatro, subir a escadaria do corredor, pular aquela janela e dar o fora antes que seja tarde.

—O quê!? Você ficou doido?—exclamo, mas não alto.—Não podemos deixar essas pessoas sofrendo aqui.

—E quer fazer o que, Liza?—replicou ele, tão sério quanto antes durante a conversa.—Não existe papo com esse tipo de gente, são números fechados, não tem meio termo, é o que ele disse e pronto.

—Jorge, por favor estou implorando.—digo, com a voz barganhada.—Eu preciso me redimir, minha conta tá no vermelho com essa gente, eu tenho que quitar isso.

Jorge suspirou, um suspiro pesado, pensativo. Ele sabia que eu não desistiria e não iria embora até conseguir o que eu quero.

—Então tá, mas presta atenção.—fala ele, convicto.—Eu dito as ordens com ele agora, e você só escuta, fechado?

—O que você quiser, desde que consiga alguma coisa.

Jorge assentiu, e com um leve sorriso, e um tão sombrio quanto o que Julian apresentou, em pé mesmo, voltou a dirigir-se à ele. Jorge de um lado da sala, e o homem com seus guarda-costas do outro. Se eu estava com medo? Apavorada.

—Que tal assim, hermano...—falou Jorge, com as mãos no bolso.—Vamos fazer um teste drive. Trago um litro da cura, isso deve durar três meses, em troca, você libera alguns dos seus durante esses três meses, e se der certo voltamos a negociar.

—Como vou confiar os meus com a Parkeson?

—Ou confia na Parkeson, em uma cidade limpa, ou então morra aqui, sem cura nenhuma.—desafiou Jorge.—Três meses, temos um acordo?

Jorge esticou sua mão. Julian, com um certo sorriso sacana na cara, ele mesmo também esticou sua própria mão, apertando a de Logan. Aquele momento simbolizou um grande alívio para mim.

—Três meses, te garantem três homens meus.—cita Julian.

—Passamos aqui na semana que vem.—digo, desta vez me intrometendo na conversa.—Nós vamos sair daqui e voltar, mas se você atacar eu ataco também, então você tem uma escolha, você quer guerra ou quer guiar o caminho até a saída?

E gargalhando como uma hiena, como se estivesse se divertindo com a situação, da mesma forma que Janson costumava se divertir com a dor que eu sentia, quando era torturada em treinamentos, Julian tomou sua decisão.

—Josh, por favor, guie a senhorita e o senhor até a saída da cidade.—falou ele, vendo a porta ser aberta por um de seus homens.—Mas lembre-se, se não voltar com a minha cura garota, eu vou atrás de você, e daquela cidade eu mesmo.

E com aquele aviso no ar, Jorge e eu seguimos o tal Josh para fora, sendo guiados até a saída da cidade. Aliviada, eu caminhava olhando em volta, com as memórias de quando essa cidade ainda apresentava a tecnologia do CRUEL, que agora, estava aqui na Capital. Estava quase passando pela entrada, quando no automático olho para o céu, e quando assim que olhei para o céu, reparei em alguém no alto dos prédios despedaçados. Era um homem que trajava preto, usava de uma bandana na face encobrindo parte de sua identidade, porém, no topo de sua cabeça, eu reparei em fios loiros que me atraíram. Parei no mesmo instante. 

Não! Não poderia ser o que eu estava pensando. Como poderia ser possível? 

O susto que levei foi tão grande, que até me fez parar de caminhar ao lado de Jorge.

—Liza!?—gritou ele, chamando minha atenção para encará-lo mais à frente.—Você não vem?

Não respondi aquilo, na hora voltei meu olhar para o alto onde olhava segundos atrás, mas a pessoa que me encarava não estava mais lá. Ah, estou ficando louca, essa cidade me deixa louca, e tudo o que está acontecendo favorece com certeza. Então tentando afastar aqueles pensamentos e o que eu vi agora pouco, volto a caminhar com Jorge, pronta para voltar pra casa.


Notas Finais


•"Minha conta está no vermelho, tenho que quitar isso." frase da Natasha Romanoff, eu não possuo essa frase, foi apenas uma referência!
•Temos referência a Jhon Wick nesse capítulo também!

Alguém vigiando a Liza? Quem será?
Interação da Liza e Jorge? Ah, eu gostei, dá uma dupla bem bad@ss! O que vcs acham?
Quero palpites! Até a próxima!


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