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História Cidade do Sol - Boiando sobre o mar do amor


Escrita por: newfront

Notas do Autor


Olá, por mais que não tenha demorado tanto foi mais do que eu esperava, porém coloco a culpa na faculdade e quantidade de trabalhos que precisam ser feitos kkkkkkk
Enfim, aqui está mais um capítulo!
Boa leitura~

Capítulo 7 - Boiando sobre o mar do amor


Um parque de diversão abriu recentemente, essa foi a causa de uma confusão no grupo do Whatsapp na busca do melhor dia para irmos no local, assim foi decidido que naquele fim de tarde nos encontraríamos na bilheteria localizada na entrada do estabelecimento. Era a primeira vez que todas as nove estariam em um mesmo ambiente e a única coisa que passava na minha cabeça é que seria uma grande bagunça.

Conseguia prever Yerim enchendo a paciência de Hyejoo, que em nenhum momento soltaria Chaewon, ou as duas mais novas unindo forças para aborrecerem Jinsoul que, possivelmente, iria fazer de tudo para agradar Hyunjin, Jungeun e Heejin indo nos brinquedos considerados de casais. Para ser exata não sei muito bem aonde eu e Sooyoung nos encaixávamos, mas de qualquer forma seria um bom momento de descontração.

Observando o trânsito dentro de carro da Ha me perguntava o que leva as pessoas a entrarem em um relacionamento ao pensar um pouco em sua situação com Kahei. É natural imaginar que duas pessoas que se amam ou sentem algo a mais do simples gostar pretendem passar um período incerto de suas vidas juntas, tendo a criação de vínculo tanto interno quanto externo para concretizar esse ato. Contudo, a realidade não é tão fácil assim, muitas vezes esse sentimento não é o suficiente para se ter o estabelecimento de uma relacionamento, talvez não era o momento ou ambos não estavam na mesma sintonia, quem sabe não eram maduros o suficientes para encarar algo tão sério.

Como já disse, existe a necessidade do ser humano em querer ser amado, da mesma forma que existe em amar, não necessariamente outra pessoa, pode ser um carro, o animal de estimação, um videogame e quem sabe uma peça de roupa, a questão é que todo mundo já amou algo ou alguém, entretanto uma hora se tem um desfecho.

Bom, minha visão de relacionamento era um tanto quanto pessimista, mas de certa forma até gosto disso, pois acalma quando penso em possíveis términos. O que quero dizer é que mesmo se levar ao da letra o “até que a morte nos separe” dito na cerimônia do casamento, essa relação, por mais linda que seja, irá acabar, ou seja, tudo está fadado ao fim. E sempre que comento sobre esse meu ponto de vista as reações são as mesmas, uma mistura de espanto com estranhamento, apesar disso continuo a explicar. Por mais que eu seja muito sonhadora, imaginando diversas situações e realidades paralelas, procuro ao máximo deixar meus pés no chão e sonhar com aquilo que pudesse realizar e com Sooyoung foi a mesma coisa.

Desde a princípio, quando me vi encantada com sua beleza e mais a frente quando me vi amando suas imperfeições, sabia que a Ha não seria uma princesa encantada montada em um cavalo branco que acabaria com todos os problemas da minha vida. Na verdade, eu a via como mais que isso: uma mistura bela de virtudes e fraquezas, encantos e vacilações, pois Sooyoung era cicatrizes, amadurecimento, receios, magnetismo, história, carinho, defeitos e fascínio. Isso que me deixava ainda mais atraída, esse conjunto de realidades em um faz de conta inexistente.

É que claro que imaginava uma vida com ela, recheadas de bons momentos daqueles de contar para os netos, no entanto a certeza que, nem que seja com a morte, o vínculo se afrouxará me faz querer aproveitar cada segundo ao seu lado. Essa visão pessimista proporciona um desejo de viver e desfrutar de tudo e todos ao máximo para não me arrepender depois. Talvez “arrepender” nem fosse a melhor palavra a ser usada, mas sim um sentimento de que poderia ter feito mais e não existe nada pior do que isso, ao meu ver.

‘Tá, talvez eu não saiba muito bem o leva as pessoas a entrarem em um relacionamento. Para ser sincera, nunca pensei que existiria um motivo, sei lá, como disse antes, parece ser tão natural que não é questionado, mesmo existindo explicações para que duas pessoas que se amam não estarem juntas, o iniciar se mostra ser mais complexo do que eu imaginava.

Vivemos rodeados pelo medo que nos impede de fazer o que desejamos, o que queremos. O sentimento de amar é como um mar apresentando momentos de agitação e calmaria. Estar sentindo as ondas batendo no corpo em meio ao movimento involuntário do vai e vem é relaxante, boiando e se deixando levar, contudo quando se encontra em seus momentos de revolta é sufocante vivenciar a sensação de se afogar enquanto é jogado contra as pedras sem dó ou piedade. Acredito que seja essa parte envolvida pelo medo, todos queremos os momentos de calmaria, mas nem todos estão preparados para a turbulência.

Todavia, vendo pelos cantos dos olhos Sooyoung cantar e errar boa parte da letra de uma música que não sei o nome e que era animada o suficiente para me fazer balançar a cabeça no ritmo ao mesmo tempo que a Ha batia a mão de leve sobre o volante, eu tinha a certeza que estava mais que disposta a encarar os dois lados do mar do amor.

Por mais que tentasse ser discreta imaginava que a Ha podia sentir meus olhos em si, eu apenas não conseguia fazer outra coisa quando era agraciada com seus doces sorrisos e um belo especial em suas íris escuras demonstrando o quão estava feliz com o momento, sem falar do mexer de cabeça bagunçando todo o cabelo proporcionando uma aparência mais despojada. Por Zeus, tão bonita.

Simplesmente não tinha como não me sentir encantada, cada parte daquele ser fazia com que meus pés saíssem do chão e, assim, flutuasse pelas dimensões, a energia que nos envolvia indicada o início de algo grande, sem saber explicar muito bem o que era ou os motivos, tudo aparentava estar caminhando da forma que deveria ser, provavelmente e sem querer tínhamos encontrado o nosso caminho.

Claro que era algo incerto, então procurava não pensar muito em toda essa situação. Porém não poderia abafar os momentos em que Chuu estava contra o meu peito e apertando-o, sentindo meus batimentos, essa sensação de que tudo daria certo se aflorava. Se o dia da praça foi o ápice para o surgimentos de milhares de realidades, o dia de shopping fazia com que sorrisos bobos se formassem enquanto meus olhos se fechavam querendo reviver cada momento, as risadas, os toques, as palavras trocadas, tudo foi inocente, natural.

Com isso, perguntava-me, será que ela te ama como eu faço, Sooyoung? 

“Está tudo bem

Tudo bem por enquanto,

Se eu tiver que esperar,

Serei paciente, querida

Pois você tem um jeito que não sei decifrar

 E nem esquecer”

 

Não demorou muito e estávamos procurando uma vaga no grande estacionamento do parque de diversão, pelo horário era certeza que se encontraria cheio, entretanto eu não esperava que seria tão cheio assim, principalmente pelo tempo que gastamos até achar uma vaga, a sorte foi que não era tão longe da bilheteria, então não teríamos que andar tanto.

— Eai, animada? — Sooyoung perguntou depois de tirar o cinto e virar seu corpo para me encarar.

— Com toda a certeza, ter todo mundo reunido assim vai ser incrível, apenas gostaria que Yeojin estivesse aqui, só para ficar ainda mais completo. — Estralei a língua em minha boca rapidamente também tirando o cinto.

— Ela comentou algo de vim aqui? — Questionou levantando apenas uma das sobrancelhas proporcionando a aceleração de meus batimentos. Controle-se Jiwoo.

— Sim sim, nas próximas férias do trabalho do pai, não sei quando exatamente, porém acredito que seja no próximo mês. — Agradeci aos céus por conseguir manter a postura.

— Ótimo, o parque deve continuar aqui por mais alguns meses dependendo do movimento, então quando ela chegar repetimos o passeio. Assim como eu, as meninas irão adorar conhecer sua amiga, pode confiar. — Balancei a cabeça em afirmativa e sorrindo com sua fala.

Depois disso, bati nas suas pernas rapidamente simbolizando que iria sair do carro, assim que conclui a ação e a esperava do lado de fora ajeitando minha roupa percebi que as meninas já estavam todas no lugar combinado. — Vamos, elas já chegaram. — Estendi minha mão ao vê-la ao meu lado para incentivá-la a me seguir.

Quando sua mão tocou a minha senti milhares de correntes elétricas correrem por minhas veias diante um sentimento clichê comumente retratado em livros de romance, era como se o simples encaixar de nossas mãos fosse único, segurei com força incapaz de a deixar ir, não me lembrava que seu toque era tão quente, perguntava-me se era apenas coisa da minha imaginação, no entanto nesse ponto em que me encontrava não fazia mais questão de diferenciar. Ainda de mãos dadas puxei Sooyoung pelo caminho até a bilheteria, sim eu sabia desse detalhe, apenas me dei de desentendida, no entanto quando estávamos próximas do grupo achei melhor soltar sua mão, mesmo relutantemente.

— Olha só, quem chegou. — Hyejoo trouxe atenção para nós duas.

— Olá meninas. — Disse Sooyoung acenando a mão de leve. — Jiwoo, essa é Chaewon, ela..

— Nós já nos conhecemos. — Chaewon cortou a fala de Sooyoung se aproximando e colocando a mão sobre meus ombros. — Nos encontramos um dia desses naquele restaurante que geralmente vamos, ficando um bom tempo conversando.

— Menos trabalho então... como já compramos os seus ingressos, vamos entrar! — Jinsoul levantou as mãos demonstrando sua ansiedade e agitação. — Eu e Hyunjin apostamos com Jungeun e Heejin para ver quem vai em mais brinquedos em menos tempo e sem passar mal.

— Eu ainda acho que elas vão vencer, mas Jungeun não me deixa falar isso em voz alta. Ops, falei! — Heejin colocou a mão na boca em uma típica ação de quem falou o que não devia, contudo em seguida sua postura foi trocada por uma despreocupada mesmo diante o tapa que recebeu da namorada. — O que? É verdade, você vai na roda-gigante e já sai querendo colocar as tripas para fora e a culpa é minha?

— É, talvez não foi uma boa ideia ter apostado trinta pratas nisso. — Murmurou encolhendo os ombros.

— Você apostou dinheiro em algo que existe uma chance enorme de perder? — Essa foi a vez de Jungeun levar um tapa e pelo barulho foi mais forte do que o desferido. — ‘Tá, a merda já está feita, então vamos ter que dar um jeito de ganhar isso. — Cruzou os braços. — E se você passar mal terá greve de sexo. — Com isso Heejin foi puxando a namorada para dentro no parque.

— Bom, elas já tem três vantagens: o fato de terem saído na frente, a raiva de Heejin e o medo de Jungeun de ficar sem sexo. Sendo assim teremos que correr contra o prejuízo. — Comentou Hyunjin rindo. — Vamos? — Jinsoul concordou. — Nos vemos lá dentro, na área das lanchonetes daqui, mais ou menos, uma hora. — E assim seguiram o caminho que o outro casal.

— Aqui estão suas pulseiras, compramos o acesso para todos os brinquedos, ilimitados. — Yerim piscou o olho enquanto nos entregava o acessório cor de rosa, ao ajeitar este no pulso pude notar os detalhes prateados que iluminavam ao estar em direção da luz contrastando com a cor principal. — Jiwoo, posso falar contigo rapidinho, podem ir na frente que o negócio aqui é rápido. Vão, vão. — Aparentando um pouco relutante Sooyoung acompanhou Hyejoo e Chaewon. — É o seguinte. — Voltou a falar quando estava apenas nós duas. — Estou com uma ideia maravilhosa, vamos fazer ciúmes em Sooyoung.

— Como assim, Yerim? — O que estava acontecendo com minha vida? Cada vez mais parecendo com um filme de seção da tarde, agora com o típico: fazer a pessoa que gosto ter ciúmes de mim com a ajuda de um amigo da pessoa que eu gosto.

— Fácil, é só eu começar a ficar mais “caidinha” por você, sei lá, ficar mais grudada, tentar pegar um ursinho, coisas assim. — Disse dando de ombros. — Tecnicamente, só nós dias que não estamos namorando, não tem nada de errado. — Realmente não tinha, mas essa situação não me agradava.

— Eu não acho isso certo.

— Uma pena, vou fazer mesmo assim.

E sendo levada por Yerim, passei rapidamente pelas catracas por causa da pulseira, as luzes do local fez com que meus olhos doessem de primeira, os gritos e risadas davam uma energia a mais, daquelas de querer andar por todo os quatro cantos e descobrir tudo o que poderia proporcionar. Ali existia de tudo, desde os brinquedos mais radicais aos infantis, barraquinhas de comidas características da ilha a cachorro-quente e maçã do amor, sem esquecer das voltadas a brincadeiras como tiro ao alvo e daqueles para ver sua força.

Não andamos muito e encontramos as meninas que nos esperavam, aproximando-nos rapidamente. Engoli em seco no momento em que os olhos de Sooyoung encontraram com os meus. Ao ficar ao seu lado, formando um pequeno círculo, aproximou-se do meu ouvindo sussurrando. — O que Yerim queria? — Sooyoung levantou uma sobrancelha me encarando com as íris reluzentes que pareciam me perfurar dividindo o olhar entre mim e Yerim, seu tom mais rouco que o normal ocasionou uma mistura de sentimentos faziam com que as borboletas de meu estômago ficassem ainda mais agitadas.

— Deixa para lá, ela é doida. — Minha resposta gerou um encarar com os olhos semicerrados por parte da Choi. — Não tenho medo de você, garota! Me ataca para você ver. — Respondi em tom de brincadeira em meio a uma falsa ameaça.

— Me segura ou eu vou dar na cara dela. — Yerim começou a fazer uns movimentos como se estivesse indo lutar boxe, e eu passei meu polegar no pescoço sussurrando um “you will die!”. — Olha que ousada. — Apontou para mim com um tom evidenciado seu choque. — Só porque chegou de Seul pensa que é gente, gosto assim. — Depois disso passou seus braços em minha cintura puxando para um abraço. — Não vou fazer mais nada, Sooyoung estava com um olhar matador, fiquei até com medo. — E assim se afastou novamente, ainda não conseguia entender completamente o que passava dentro daquela cabeça. — Quero ir na montanha-russa, quem vai comigo?

Com a fala da Choi acabamos por dividir em dois grupos, eu e Sooyoung preferidos dar uma volta pela redondeza enquanto aos outras três estavam ansiosas para ir nos brinquedos, julguei ser o melhor para o momento, visto que a Ha ainda parecia estar desconfiada com o que aconteceu momentos atrás, lembrando-me da vez que ficou afetada ficou com a brincadeira de Yerim no dia do ensaio na casa de Jinsoul. Pensamentos como esse fazia com que uma risada escapasse de meus lábios, por que raios ela era tão difícil de entender. Será que tudo seria mais fácil se não estivesse com Kahei ou ainda teria que procurar respostas em um amontoado de questionamentos? Eu, apenas, precisava agir.

Andando sem rumo ao lado da Ha e olhando de longe o que eram vendido nas barracas buscava no silêncio alguma coisa que possibilitava quebrar as barreiras que nela existia, não poderia ser um movimento brusco, isso com certeza a assustaria, tinha que ser um movimento certeiro que possibilitasse demonstrar que podia abaixar seus escudos e derramar as incertezas.

— Uma moeda pelo seu pensamento. — O tom divertido de Sooyoung fez com que meus devaneios se cessassem, a olhei sorrindo ao bater meu ombro contra o seu.

— Não é nada que precisa se preocupar.

— Segunda vez hoje que me esconde as coisas, nossa relação não era assim. — Argumentou colocando a mão no peito manifestando sua mágoa. Um sorriso de canto apareceu, essa era a oportunidade perfeita e ainda estaria usando sua fala ao meu favor.

— Sendo assim, senhorita Ha Sooyoung, me conte algo que nunca contou a outro alguém que eu faço o mesmo. — Levantei a sobrancelha esquerda a desafiando, molhei os lábios esperando alguma reação por parte da outra.

— Tudo bem, quer fazer isso comendo alguma coisa? — Assenti com um balançar de cabeça.

Dois cachorros-quentes e um algodão doce.

Com os lanches em mãos nos sentamos, frente a frente, em uma das mesas disponíveis pelo local no intuito de ficarmos mais confortáveis. Depois de levar o cachorro-quente até a boca, Sooyoung resolveu começar a falar. — Bom, acho que você percebeu que minha relação com meus pais não é lá das melhores. Acredito que eles pensam que podem controlar tudo, no começo da adolescência eu tinha que fugir de casa para me encontrar com as meninas. A minha sorte é que as pessoas que trabalham lá em casa sempre me encobriam, então meus pais não fazem ideia desse fato, pensavam que eu estava estudando ou sei lá o que.

— Meus pais são bem de boas, contudo tiveram esse momento de querer controlar tudo. — A feição da Ha parecia um ponto de interrogação, ri. — É sério, isso aconteceu depois que “saí do armário”. — Fiz aspas com o dedo da mão livre, pois a outra ainda segurava o lanche. — Digamos que eles não aceitaram muito bem, principalmente meu pai, então tentavam me proibir de me encontrar com meninas, ou seja, eu quase não podia sair de casa porque minhas amizades quase sempre foi com garotas, era um: de casa para a escola e da escola para casa. Eles olhavam meu celular, as mensagens, com quem conversava, até as redes sociais. Era tão sufocante.

— Sei bem como que é isso, mas como que as coisas melhoram?

— Nesse momento nossa relação esteve bem prejudicada, eles demonstravam não confiar em mim e eu não me sentia confortável ao lado deles, como se eu não pertencesse ali, fosse de outro mundo. — Suspirei desviando o olhar das íris intensas que me analisava ouvindo tudo atentamente. — Mesmo com tudo isso, a conversa era a nossa solução para tudo e dessa vez não foi diferente. Sentamos e abri meu coração, foi o momento de puxar aquela pequena recordação que ainda me machucava e jogar na mesa, conseguimos ver os diferentes pontos de vistas e até consegui entender quais que eram os seus medos. Se para mim foi difícil me entender, imagina para eles que tinham uma expectativa completamente diferente, com o tempo tudo foi se normalizando e até melhorando.

— Não sei se conseguiria fazer isso com meus pais, eles simplesmente não escutam o que quero dizer, por mais que eu tente e isso acontece desde criança, eles nunca aparentam se importar. E o mais chato é que me fechei tanto que muitas vezes não consigo me abrir para ninguém. — Sooyoung passou a mão na nuca um pouco sem jeito, recostando na cadeira em meio a um suspiro.

— E o que você está fazendo nesse momento? — Procurei sua canhota sobre a mesa, fazendo um leve carinho pela lateral de seu pulso.

Ficou um tempo calada como se procurasse a resposta certa para o minha pergunta. — Me abrindo? — Estreitou os olhos, soltei o ar em forma de risada assentindo. — Mas é que com você parece ser tudo mais fácil. Não existe medo, problemas e inseguranças quando estou ao seu lado.

Nossas dedos se entrelaçaram, o toque proporcionou pulsações elétricas na minha pele, Sooyoung, por quais motivos você fazia isso comigo? Ela me encarava como se esperasse que eu falasse alguma coisa, entretanto não existia forças suficientes para conseguir realizar esse feito, era como se todas as palavras sumissem e eu fosse tomada por um branco sem fim. De repente, todo o som em volta se cessou, como se fossemos a únicas pessoas no local. Sinto uma estranha sensação em meu estômago e o seu sorriso quente não me ajudava a clarear os pensamentos.

Embora a conversa não tivesse sido da maneira que eu esperava foi o bastante para saber que estava conseguindo e diante o mar do amor, aproveitava o seu momento de calmaria e a temperatura perfeita da água, sentindo todas as sensações que poderia me proporcionar. Sem arrependimentos ou o sentimento de que poderia ter feito mais. — Obrigada! — Essa foi a única coisa que saiu de meus lábios. 

O silêncio reinou, não sabia o tempo certo desde a minha última fala e essa a falta de conversa não era desconfortável, pelo contrário aparecia responder até mesmo o que não foi perguntando, pois em seus olhos vi o incentivo necessário para me mostrar que não deveria desistir e não iria para nenhum outro lugar, Jinsoul mais uma vez estava certa.

— Elas já lancharam antes da gente! — Um grito foi ouvido me fazendo quase deixar o resto de algodão doce cair no chão. Procurei a dona da voz e encontrei Jinsoul saltitando e Jungeun praticamente sendo carregada por Heejin e Hyunjin que riam por todo o percurso.

— Pelo visto já sabemos quem ganhou a aposta! — Sooyoung comentou rindo.

 

A lua já brilhava no céu e eu não queria ir embora, em meio tantas brincadeiras nosso tempo no parque de diversão foi mais longo do que o esperado, lamentei por não ter trago uma câmera para registrar todas as memorias, contudo me contentava em ter tudo guardado em meu coração.

Jinsoul fazendo graça por Jungeun não ter aguentado ir em todos os brinquedos estipulados ao mesmo tempo que Hyunjin imitava alguns acontecimentos gerando milhares de risadas, Heejin ainda chateada com a aposta, contudo cuidando da namorada que melhorava com o tempo, o casal Hyewon, nome que Yerim tinha acabado de inventar, aproveitaram o dinheiro apostado para comprar comidas para todos, claro que com a aprovação das ganhadores, o que deixou a Jeon um pouco mais calma, entretanto ressaltava que a greve de sexo aconteceria. Eu ouvia atentamente a história de Yerim sobre um menino que tentou conseguir um ursinho de pelúcia para ela em uma barraca de tiro, mas que não tinha acertado nenhum dos alvos necessários. 

Sooyoung estava calma ao meu lado, apenas rindo nos momentos mais engraçados, como se seus pensamentos fossem altos o bastante para impossibilitar que prestasse atenção no que acontecia em sua volta, no entanto seu semblante era tranquilo, fato que me deixava mais calma. Desviei o olhar de Yerim no intuito de encontrar nela alguma possível resposta para o comportamento da Ha, ao levantar as mãos de maneira discreta expôs que também não sabia o que estava acontecendo. — Está tudo bem? — Perguntei baixinho para não chamar atenção enquanto comia as batatas fritas deixadas sobre a mesa.

— Só estou pensando, por que? — Roubou uma batata de minha mão e levou até a boca, sorrindo com a língua entre os dentes em seguida, quase me perdi nesse sorriso, precisando respirar fundo para respondê-la.

— Você parece distante.

— Posso ter me perdido nos meios desses pensamentos. — Esticou os lábios formando uma linha reta depois de tomar um pouco do refrigerante de Hyejoo que estava ao seu lado. 

— E o que tanto pensava que te deixou dessa forma? Se quiser falar, claro. — Por favor, se abra, no entanto não poderia ser insistente caso não queira, mesmo com minha garganta quase que coçando para que as palavras saíssem de lá. Sooyoung parece contente com minha indagação, mas isso dura por poucos segundos, pois uma expressão tensa tomou conta de seu rosto.

— Preciso começar a agir, parar de deixar as coisas como estão apenas por comodismo. 

E isso se relacionava a Kahei ou seus pais? 


Notas Finais


O trecho hoje foi uma mistura das músicas "Suncity - Khalid" e "93 -Terno Rei"
Até a próxima <3


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