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História Cidade Estrelada - V - Saudades.


Escrita por: 7thkkum

Notas do Autor


Volteeeei anjos! Ai que saudades q'eu estava de ler uma boa história e de postar uma boa história; essa vida de estudante é um saco, é horrível, não recomendo de jeito maneira, tudo tende a piorar de acordo com os dias. Cancela, não gostei! Mas eu estou de férias, e vou fazer as férias de vocês uma das melhores com atualizações frequentes e espero que vocês estejam bem e se alimentando bem. Vou deixar de falar? vou.

boa leitura meus anjinhos

Capítulo 5 - V - Saudades.


Fanfic / Fanfiction Cidade Estrelada - V - Saudades.

Seulgi. 

     - Coloque um sorriso no rosto – pediu sua mãe de um modo gentil – hoje vai ser divertido, você vai ver.

     Do carro, olhou para a escola mais a frente e soltou um suspiro. Não aguentava mais a escola, odiava a pressão que sentia, odiava os olhares maldosos sobre si, odiava como era tratada feito uma louca por alguns professores, mas tudo bem, ela também se achava uma louca e também se olharia com um olhar maldoso sobre si caso fosse alguma daquelas pessoas. Ela nem precisava ser nenhuma daquelas pessoas para poder olhar pra si mesmo de um modo feio e enojado, estava tudo bem, sempre compreendia, mas era cansativo.

     Despediu-se da sua mãe com um beijo na bochecha, ao observa-la com atenção, percebeu como a mulher tinha envelhecido nos últimos anos: a pele enrugada, as olheiras cada vez pior, a tensão no corpo. Vez ou outra, ao sair de madrugada para alimentar seu vício, encontrava a mais velha no sofá assistindo algumas fitas antigas, umas de ocasiões especiais e outras não, gravadas no quintal da casa ou até mesmo na sala. Em alguma dessas vezes, ainda parava para assistir um pouco do portal da sala, e então saia com mais cede de conforto. Saia apenas com um casaco quentinho e sua tão carteira florida, caminhava uns bons dez minutos até chegar á primeira loja de conveniência 24hrs e saia de lá com maços de cigarros e litros de bebidas. Era assim, quase todas ás vezes, e quando chegava, sua mãe ainda estava no sofá, em um sono profundo enquanto a televisão transmitia felicidades passadas. Muitas vezes se perguntava se poderiam ter felicidades futuras, mas apenas dava de ombros e aceitava a realidade na qual vivia.

     As primeiras aulas foram tranquilas, tirando o fato de sua cabeça está doendo, ela conseguiu absorver todo o conteúdo passado a turma, mas quando finalmente tocou, foi uma das últimas a sair da sala e ao chegar ao final do corredor, sentiu a necessidade de espiar pela janelinha do terceiro D. E lá estava ela, escrevendo alguma coisa importante no seu caderno, balançou a cabeça e foi na direção da quadra, ou melhor, atrás das arquibancadas. Onde ficava era reservado, nunca tinha ninguém, por isso sentia-se segura.

     Aquela ainda era seu primeiro maço, abriu e de lá tirou o primeiro cigarro, que acendeu com desgosto, afinal, sua vida estava acabando na mesma intensidade do cigarro a cada longa tragada. Ela sabia que deveria parar de fumar, mas era um vício. Vício não é algo que você pode considerar bom ou de se orgulhar disso, independentemente do que seja o vício têm efeitos temporários e te faz querer mais e mais e quando você percebe você já está morta.

     Sabia dos riscos que o cigarro causava, conhecia as piores mortes, não apoiava o uso de cigarros, mas fumava. Seria ironia ou hipocrisia? Deu uma grande e demorada tragada, conseguindo se engasgar pela pressa, olhou ao redor vendo a movimentação dos jogadores e algumas pessoas sentadas, sabia que estava na hora de partir. Tirou o vício dos lábios e jogou no chão, pisando logo em seguida.

     Ao andar pelos corredores, sentiu uma saudade bater no peito, uma saudade já bastante conhecida, que fazia seu interior queimar e um bolo formar na garganta. Pensou que se pensasse em algo ou corresse para conversar com alguma das amigas poderia esquecer a dor, pensou em até mesmo perder um pouco da aula pra ver a Joohyun no horário de almoço, inventando qualquer desculpa que lhe desse a oportunidade de ganhar um oi ou apenas um olhar. Pensou em jogar os dois maços, que até agora ainda estava intactos, no lixo. Mas não o fez, não jogou os cigarros, pelo contrário, os guardou no bolso do moletom escuro, como se algo dentro de si falasse que deveria guardar como garantia de uma futura recaída.

     Ao passar defronte ao vestuário masculino, sentiu algo, ou melhor, alguém lhe puxar para dentro. De primeira não sabia quem era, mas sentiu um soco direcionado em seu rosto. Ouviu risadas logo em seguida. Estava cansada dos socos, dos insultos, do ódio. Perguntava-se o porquê das pessoas não a odiarem caladas, seria bem mais fácil. Mas não, as pessoas lhe odiavam e queria mostrar que odiavam. Estava tão cansada daquilo. Estava tão cansada do ódio.

     - E ai sapatão de merda! – alguém sussurrou com ar de ódio, depois riu – abra os olhos sua vadia!

     Seulgi não havia percebido que seus olhos estavam fechados e nem com seu corpo contra a parede, apenas sentia mãos em seu pescoço. Abriu os olhos, vendo que era alguns meninos de sua turma, eles a tratavam assim após descobrirem sobre um antigo relacionamento da Kang com uma das colegas de classe há cerca de uns quatro anos atrás, depois disso, além das agressões das garotas mais velhas, era humilhada e agredida por alguns idiotas da sua sala, apenas por gostar de garotas. Tentou tirar as mãos do homem a sua frente do seu pescoço, mas só sentiu o aperto ficar mais forte.

     - Ora ora, parece que andou fumando – disse com deboche, fazendo Seulgi conter a vontade de revirar os olhos. Sentia-se tão acabada que não sentia vontade de revidar naquele momento – estava tragando a culpa de um assassinado, sua chupa charque nojenta?

     E então, a linha do limite foi ultrapassada. Aquilo doeu em si, e doeu muito. A culpa lhe fazia presente a cada segundo, e não precisava de ninguém para lhe lembrar disso, sua mente já fazia o máximo. Seulgi sentiu seu sangue ferver com o comentário maldoso, alguns dos outros garotos idiotas riam e, com a distração do jogador, Seulgi o empurrou e em seguida lhe socou o rosto, fazendo um fio de sangue escorrer do canto da boa do garoto.

     - Seu idiota babaca! – ruiu a ruiva com nojo.

     Ela não era de partir para a violência, era calma em relação a isso, mas estava fora de si, não a reconhecia e passou a não se conhecer de verdade depois de um segundo soco direcionado na mesma face. Yangin, o garoto da sua turma, se recuperou limpando o sangue de seus lábios, Seulgi poderia ver o ódio nos olhos do garoto, estava pronta para receber outro soco, por isso se encolheu um pouco. Era fraca. Estava tão furiosa! Mas, para a sua surpresa, não foi socada, graças a Seungwan que tinha empurrado Yangin e puxado a Kang dali. Ao vira-se para trás, viu um silhueta na porta, soltou um grito e apontou em sua direção.

     - Você ainda me paga, Kang Seulgi! – gritou o garoto – você me paga!

     Já tinha ouvido aquilo tantas vezes. O que iria receber em troca? Humilhações? Palavras de ódio? Mais socos em sua fase e corpo franzino? Estava tão acostumada que nem ligava mais pra nenhuma das ameaças.

     E foi a última coisa que ouviu ao perceber que estava no campus dois, na sala de pintura. A direção da escola tinha sido rápida na construção de um novo campus depois do acidente há três anos. Tudo parecia bem, mas ali, sob aquele chão, tinha uma história triste. A sala por sua vez, parecia vazia, já que a maioria dos artistas estava se preparando para uma segunda etapa da exposição de arte e fotografia, a primeira depois de tantos anos tinha ocorrido há dois meses. 

     E mesmo sem perceber, Seulgi estava sentada em uma das cadeiras com a respiração ofegante, seu coração batendo mais rápido do que poderia ser considerar normal, sentia seus braços formigarem e sua cabeça ficar tonta. Estava com medo. Sentia medo. Sentia como se alguém estivesse com uma arma apontada para sua cabeça ou que algo grave fosse acontecer a qualquer momento. Seungwan percebeu isso, colocou suas mãos nos ombros da Seulgi e olhou em seus olhos brilhantes de pânico.

     - Kang, respira – a canadense pediu em tom calmo, ela até que tentava, mas estava um pouco difícil já que seu psicológico não ajudava muito – respira com calma.

     E ela pedia aquilo constantemente acompanhada de palavras de incentivo, como, por exemplo: vai ficar tudo bem. Seulgi respirava fundo e sentiu que estava mais calma, olhou nos olhos da garota de Vancouver, não se sentia confortável, mas era tranquilizador.

     - Você não deve se importar com o que aqueles garotos disseram, está bem? Eles são um bando de babacas, não sabem o que dizem.

     - Mas Wendy... – tentou falar, mas sentia sua voz cortante – eles tinham razão.

     A última frase tinha saído num sussurro. Seungwan balançou a cabeça em negativo, sabia de toda a história, sabia o que tinha acontecido. Son, diferente da Kang, não estava ali para estudar, estava ali para ensinar e observar os alunos em geral. Fazia estágio na grande escola, estava no último ano da faculdade de Psicopedagogia, mas não gostava de usar seus conhecimentos com seus amigos próximos, como Seulgi. Ela gostava de ser amiga, de está presente como uma amiga de verdade em situações como aquelas, não como uma profissional da área psicopedagogia.

     - Não Seulgi – negou com uma voz calma e acolhedora – você não tem culpa do que aconteceu. As culpadas já pagaram pelo que fizeram, mesmo sendo apenas dois anos na cadeia. Respire, vai ficar tudo bem.

     Até aquele momento Seulgi tinha os olhos fixo na da canadense, mas alguém atrás da amiga tinha a chamado a atenção. Em meio a toda confusão mental, ambas as garotas acharam que estavam a sóis, quando na verdade, alguém olhava toda a situação de longe, com uma tela pela metade e com as roupas e pele meladas de tintas.

      Sem saber ao certo, Joohyun caminhou até as duas amigas, recebendo um olhar confuso da Seungwan ao abraçar a Kang, que relaxou seus músculos com o contato. Sentia falta daquele abraço, não via a Bae há quase duas semanas, quando ela tinha aparecido na casa da arroxeada a chamando para observar as estrelas, de novo. Seulgi, que não era muito de falar, acabou falando de várias coisas, Joohyun apenas ria e conversava bastante também, a conversa sempre iria fluindo, e elas sentiam que se conheciam á tantos anos. Naquela noite, defronte ao mar, Joohyun descobriu algo em comum com a mais nova, na verdade duas coisas em comum: Seulgi amava estrelas e tinha um vício.

     “- Quando eu tinha uns dez anos eu comecei a usar óculos – começou a Kang, enquanto olhava para o céu estrelado, Joohyun observava o perfil bonito da ruiva e apenas assentia com um sorriso nos lábios – então, na primeira noite, eu corri para a praia e olhei para o céu.

     Seulgi tinha o coração acelerado e sorriu ao relembrar da sensação que tivera naquela noite fria, era gostosa a nostalgia.

    - Quando eu olhei para o céu, eu permitir que meus olhos transmitissem o que meu interior demostrava – continuou – então eu chorei. Eu tinha visto as estrelas pela primeira vez na vida, e aquilo era a melhor sensação do mundo.

     Joohyun sorriu, ela entendia a ruiva, também gostava de observar as estrelas. Era como se as estrelas tivessem a respostas para seus problemas, assim como a pintura tinha. A mais velha sentia-se compreendida com a confissão da garota, de um modo que não era há muitos anos.

     As estrelas é algo interessante de se observar. Elas são brilhosas, mas, ao mesmo tempo, elas não têm brilho. Elas são maiores e mais forte que o próprio sol, até mesmo as pequenas, mas nunca parecia ter a potência que realmente tinham. Elas morrem, quando há a combustão de todo o hidrogênio disponível, depois o hélio é consumido e em seguida elas morrem. Ambas as garotas, mesmo com toda diferencia entre elas, sentiam que as estrelas as acolhiam e afastavam os seus medos. Elas se identificavam com as estrelas, de alguma forma.

     Seulgi sentia-se um lixo ao perceber que nada iria mudar, por isso apenas tirou o maço de cigarros do bolso e acendeu, esquecendo completamente da mais velha ao seu lado. Deu uma grande tragada, mas sustentou sua vontade de chorar.

     - Você tem um belo gosto para cigarros. – Joohyun comentou sem desviar os olhos das ondas do mar – esse, sem duvidas, é um dos melhores.

     - O que? – perguntou ao finalmente notar que a mais velha estava ali, não tinha culpa, seus pensamentos a levaram para longe – Ah sim. Sabe, eu tenho que parar. Mas é difícil.

     - Entendo.

     - Você quer? – ofereceu, mas foi negada com um sorriso gentil.

     - Não, obrigada. Eu conhecia uma pessoa que vivia nessa luta. Sei que é difícil.

     Joohyun sentiu-se triste com tais pensamentos, mas abanou a cabeça e tirou um pacotinho do bolso, pegando uma.

     - Você quer balinhas? – ofereceu sorrindo – Pode pegar, eu tenho várias em casa.

     - Vejo que também tem um vício – comentou ao pegar uma das balinhas.

     - Todos nós temos. – sorriu gentil ao saborear o gosto doce da balinha de iogurte – Vai chegar uma hora que eu vou ter que parar. O vício vai me consumir ainda mais.

     Seulgi olhou para o cigarro em seus dedos e o jogou fora pela primeira vez. Depois colocou a pequena bala na boca, sentindo o gosto doce do seu pequeno desenvolvimento.”

     - Seulgi-ah ai ficar tudo bem – sussurrou em seu ouvindo em meio ao abraço – quer sair daqui?

      Seulgi assentiu. Joohyun jogou seu avental sujo de tinta para longe e pegou na mão gelada da mais nova, entrelaçado seus dedos, e saindo dali. Estavam fartas da realidade da vida, queriam um pouco de sonho, queriam um pouco de brilho. Não se importavam se iriam perder aula, ambas apenas queriam algo novo e diferente. Bae não sabia ao certo para onde estava indo ou levando á ruiva, apenas saíram da escola como se nada estivesse acontecendo, pela porta da frente e as duas caminhavam em direção ao Norte. Foi ai quando Joohyun percebeu: ela levava a mais nova para o Jardim.

     Seus dedos entrelaçados fazia com que se sentissem confiantes, como se uma sensação de segurança as dominassem. Elas gostavam do que sentiam, gostavam de como seus corações batiam freneticamente e de como sentiam seus estômagos revirarem ao sorrirem uma para outra. É apenas uma sensação estranha na quais ambas gostavam, mesmo sendo desconhecida. Mas gostavam

     Mas a frente podia ver um jardim botânico, Seulgi nunca tinha ido ali, já Joohyun, poderia considerar aquele lugar como um dos seus preferidos. A mais velha costumava passear entre o verde e as flores, como se aquele lugar a pertencesse, como se ali fosse onde ela poderia considerar o lugar seguro. Lógico que depois que sua mãe partiu sua ida ao local acabou ficando menos frequente.

     Ás vezes é estranho pensar em como as coisas são e acontecem em nossas vidas: uma hora podemos está sorrindo feliz e, quando menos imaginamos, já estamos sem chão, sem esperança. Naquela manhã, Joohyun estava disposta a mostrar a mais nova como é aproveitar os pequenos pontos positivos da vida.

 

     - Vem Seulgi-ah – o puxou para dentro do jardim botânico, sem ao menos soltarem as mãos – vou te mostrar algumas flores. 


Notas Finais


mil desculpas pelo atraso, eu juro que eu tentei vim postar, mas nunca conseguia. desculpas desculpas desculpas!!! se tiver qualquer errinho, avisem que eu arrumo. Até a próxima, espero que tenham gostado!

251117


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