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História ;cigarettes - Cigarettes


Escrita por: younghos

Notas do Autor


Mais um drabble Yuwin, meio triste dessa vez.
Aliás, eu queria informar que todas as minhas oneshots se passam no mesmo universo. Ou seja, esse drabble aconteceu antes de "Hyung, I'm scared", e no mesmo universo que "Shut up, you're drunk" e "You're not funny".
Espero que gostem ❤

Capítulo 1 - Cigarettes


Com a testa franzida, a boca curvada em descontentamento e um sentimento incômodo revirando seu estômago, Winwin assistiu enquanto Nakamoto Yuta puxava do bolso de sua jaqueta de couro uma carteira amassada de cigarros, junto com um isqueiro prateado, casualmente puxando um dos longos e finos tubos brancos com uma faixa amarela desbotada na ponta, posicionando o cigarro entre os lábios avermelhados, segurando o objeto frouxamente.

Ofereceu um para o garoto mais novo com um gesto, estendendo a carteira na direção dele, mas a oferta foi veementemente negada com um menear de cabeça; Dong Sicheng não queria ter qualquer relação com aquele vício sujo e amargo.

-Você não deveria fumar, hyung. - murmurou Winwin, claramente descontente.

Em resposta, ganhou um breve olhar zombeteiro do mais velho antes que ele erguesse a mão em frente à boca para bloquear a brisa suave, o brilho alaranjado explodindo brevemente, junto com o estalo típico do isqueiro sendo aceso, juntando a ponta de um cigarro com o fogo e consolidando aquela união tão mundana, e também tão dramática, o cheiro típico se espalhando pelo ar junto com o aroma do álcool, que já intoxicava a pequena varanda do apartamento de Yuta antes.

-E você não deveria estar aqui. - retrucou o japonês, segurando o cigarro entre o indicador e o dedo médio, a fumaça tragada escapando por seus lábios enquanto ele falava.

Winwin não respondeu, porque sabia que era verdade; tinha aula no dia seguinte, de manhã bem cedo, durante toda a manhã. Trabalhava durante a tarde, também, e a noite geralmente era o tempo que ele tinha para estudar e fazer os trabalhos da universidade, mas, quando Yuta mandou a mais desinteressada e sucinta das mensagens dizendo que tinha cerveja e ele poderia aparecer no apartamento dele, se quisesse, nenhuma dessas coisas importantes pareceram relevantes.

Claro, Sicheng foi. Não precisou pensar duas vezes, apenas largou os livros descuidadamente sobre a cama, colocou um casaco e deixou seu apartamento tão rápido e eufórico, sabendo que, independentemente das consequências, valeria a pena pelas poucas horas que passaria vendo Yuta sorrir, seus olhos brilharem, noite a dentro conforme as garrafas de cerveja se esvaziaram e as línguas ficavam mais soltas e a distância - emocional e física - entre eles diminuía.

Nos planos de Sicheng, não estavam incluídos ficar naquela varanda minúscula, vendo as luzes coloridas da cidade brilhando contra a escuridão da noite sem estrelas, assistindo Yuta fumar um cigarro atrás do outro.

Ele odiava cigarros. Esse era um sentimento bem comum dentre uma boa parte da população; fosse pela fumaça, pelo cheiro ou pelas chances de desenvolvimento de câncer, não era anormal ouvir-se falar do desgosto por tal vício.

Mas os motivos do chinês eram um tanto diferentes do resto da população.

Dong Sicheng morria de ciúmes daqueles cigarros.

Era a maneira como Yuta os segurava, cuidadosamente entre dois dedos longos e finos, sacudindo-o com certo desleixo para soltar as cinzas da ponta acesa. Era o jeito como ele fechava os lábios avermelhados entorno do filtro, como tragava a fumaça e a liberava lentamente, como se apreciando a sensação causada pelos produtos tóxicos. Era o fato dele acender um seguido do outro, apaixonadamente, nunca tendo o suficiente.

Winwin queria ser aquele cigarro, nas mãos e na boca de Yuta. Queria ser seu vício, o que lhe acalmava, o que lhe deixava ansioso.

-Eu suponho que todos nós fazemos coisas que não devemos. - murmurou o mais novo, desviando o olhar para o movimento do trânsito. - E nos arrependemos profundamente depois.

A risada de Yuta preencheu o ar entre eles, uma pincelada de vida para a melancolia patética de Sicheng e o concreto frio do cenário urbano.

-Você está tão triste, Winwin-ah...- murmurou Yuta, com um sorriso de canto colado nos lábios. - O que aconteceu? Uma garota quebrou seu coração?

Winwin forçou uma risada seca.

-É. Tipo isso. - mentiu, sem energia para discordar do amigo, bebendo mais um gole longo da garrafa de cerveja em suas mãos.

Yuta deu de ombros, dando mais uma tragada em seu cigarro, alheio ao olhar de inveja do garoto mais novo. Sicheng queria parar de sentir raiva sempre que a boca do mais velho se fechasse ao redor do objeto, queria se impedir de ir até o japonês sempre que ele chamasse, de se enfiar em todas as lacunas que Yuta deixava em sua vida na tentativa de ser alguém para ele, mas ele já não tinha mais esperanças.

Yuta era viciado em cigarros, e Sicheng era viciado em Yuta.


Notas Finais


Esse drabble foi inspirado na poesia/frase da poetisa Ana Cristina César:
"Sinto ciúmes desse cigarro
Que você fuma tão distraidamente"
Deixem um favorito e um comentário bonitinho se gostaram e me tornem uma pessoa feliz.
Beijinhos💖


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