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História Cigarettes and sass (frerard) - Capítulo dezessete


Escrita por: silveralleyw

Capítulo 17 - Capítulo dezessete


Gerard ergueu os olhos, os olhos esperançosos, enquanto Brian entrava em seu escritório. Ele estava esperando a manhã inteira que ele aparecesse, e foi agora depois do almoço, embora Gerard não tenha ido à cafeteria para pegar nada. Ele ainda estava se sentindo exausto e morto, sentia que nunca poderia colocar outra refeição no estômago de novo; mesmo assim estava com uma leve esperança que Frank tivesse recebido sua carta… e que talvez quisesse conversar.

“Hey…” Ele sussurrou suavemente, olhando ansioso enquanto Brian atravessava a sala para sentar na beirada da mesa como sempre. O coração de Gerard afundou levemente com o olhar no rosto do mais novo, e já sabia o que ele iria dizer. “Ele não leu, leu?” Ele suspirou, o corpo todo murchando enquanto afundava na cadeira e olhava para o colo. “Eu sabia que ele não leria…”

“Eu sinto muito, Gerard…” Brian suspirou, o rosto encolhido de tristeza. “Matt fez tudo o que podia, mas…” Brian parou, balançando a cabeça. Ele não queria entrar em detalhes… Gerard não precisava saber que Frank tinha queimado a carta antes mesmo de tirá-la do envelope.

“Tudo bem…” Gerard sussurrou, apenas encarando seu colo, o rosto sem expressão. “Tudo bem, eu… você fez tudo que pôde.” Ele soltou um profundo suspiro e afundou ainda mais, fechando os olhos por um momento e engolindo em seco. Ele desejava simplesmente ir pra casa e pra cama. Ele apenas queria dormir e nunca mais levantar até que tudo parasse de doer.

“Gee…” Brian gemeu, deslizando a mão pela madeira lisa da mesa para tocar seus dedos em Gerard. “Talvez se você der um pouco mais de tempo… em uma semana ou menos ele escute, talvez-”

“Não.” A voz de Gerard era suave, mas ele balançou a cabeça com força. “Não. Sem persegui-lo mais.” Ele suspirou, apertando os olhos para tentar dissipar a dor de cabeça que estava começando a se formar. “Ele não quer me escutar, então vou deixá-lo em paz.” Ele levantou só um pouco a cabeça para encontrar o olhar de Brian, sorrindo tristemente. “Mas brigado de novo Bri, eu agradeço.” Ele suspirou, as palavras educadas, desprovidas de todo o sentimento. Por mais que Gerard estivesse tentando esconder, Brian podia ver claramente que ele estava desmoronando.

“Gerard, eu-”

“Só vai, por favor.” Gerard suspirou, balançando a cabeça de novo e olhando de volta para seu colo. “Eu tenho um monte de trabalho para colocar em dia.” Ele suspirou, Brian o olhou tristemente por um longo momento. Ele considerou discutir, até mesmo abriu a boca para começar… mas sabia que era em vão. Gerard estava magoado e queria ficar sozinho, Brian havia falhado em fazer Frank escutar, o mínimo que poderia fazer agora era seguir os desejos de Gerard.

“Tudo bem…” Ele falou baixo, apertando gentilmente a mão de Gerard enquanto saía de cima da mesa. “Me chama se precisar de alguma coisa.” Ele falou gentilmente, hesitando perto da mesa por um momento, mas Gerard não falou nada de volta. Quando o silêncio começou a ficar estranho, Brian suspirou e assentiu, virando-se para porta sem mais nenhuma palavra. Ele olhou por cima do ombro assim que passou pelo batente, os olhos cheios de preocupação ao vê-lo sentado como uma estátua, ainda olhando para o colo. Ele não moveu-se nada enquanto Brian lentamente fechava a porta, o mais novo voltou para sua mesa sentindo-se pior do que nunca.

Assim que Brian foi embora, Gerard afundou completamente, deitando a cabeça na mesa e deixando cair algumas lágrimas. Ele ficou quieto na maior parte do tempo, já tinha chorado tanto desde que Frank o deixou que não tinha nenhuma energia para soluçar. Ele estava na merda com tudo que estava acontecendo com Bert e sabia que não podia deixar o problema com Frank tomar conta dele. Frank não queria falar com ele, não queria vê-lo… Gerard sabia que simplesmente tinha que aceitar isso e seguir em frente. Mas Deus, era mais fácil falar do que fazer.

Ele achou difícil acreditar que tudo isso aconteceu só porque Frank descobriu que ele era um fã. Ele supôs que deveria ter sido honesto desde o início… Talvez, se ele tivesse contado, as coisas não teriam ficado assim. Bert teria aparecido e Frank teria confiado em Gerard o suficiente para realmente ficar ao lado dele e ajudá-lo com essa bagunça. Doía pensar que poderia ter tido o suporte de Frank agora… a força dele seria inestimável. Até mesmo o simples fato de deitar em seus braços no final de cada dia teria ajudado tremendamente. Mas em vez disso ele foi obrigado a enfrentar sozinho, forçado a passar pelo pior término da sua vida ao mesmo tempo sendo forte o suficiente para ajudar seu ex namorado abusado a se reerguer… sem mencionar que tinha um desenho para escrever e desenhar.

De repente, Gerard sentiu o impacto total e devastador da situação que estava. Pela primeira vez nos últimos dias percebeu que não estava lidando… ele não poderia lidar. Ele estava desmoronando e as coisas só iam piorar agora que sabia que não tinha nenhuma chance em recuperar Frank. Ele não podia simplesmente esquecê-lo e seguir em frente, não podia tirá-lo da mente e forçar a si mesmo a ajudar Bert e trabalhar no The Breakfast Monkey. Ele não tinha motivação para fazer nada. Tudo que ele podia fazer era sentar lá, com a cabeça na mesa, os olhos fechados enquanto usava as últimas energias para tentar bloquear o mundo.

Por horas foi tudo o que ele fez.

Ele ficou sentado por tanto tempo que deve ter dormido um pouco, porque quando voltou a si se sentiu desorientado e confuso. Ele não tinha certeza que horas eram, nem mesmo que dia era, e levou um longo momento encarando o relógio para descobrir quantas horas haviam se passado. Sentiu que tinha acabado de dormir por décadas.

Gerard voltou a se sentar lentamente na cadeira, passando a mão devagar pelo cabelo e simplesmente sentindo-se pesado e letárgico. Ele ainda tinha um storyboard em branco na sua frente, esperando para ser preenchido e encaminhado para o cabeça da equipe de animação, mas não tinha jeito de terminar agora. Ele teria que levar pra casa e trazer pronto amanhã de manhã. Ele nunca deixou nada para a última hora como isso antes, mas percebeu com um giro de culpa no estômago que os últimos dias veio para o trabalho para simplesmente chorar na sua mesa. O máximo de trabalho que fez foram alguns rabiscos que pareciam todos com Frank e que acabaram no lixo.

“Deus…” Gerard suspirou, passando as duas mãos pelo cabelo e apertando os olhos por um segundo. “Se recomponha…” Ele sussurrou para si mesmo, apenas se sentindo ainda mais patético. Ele não podia continuar fazendo isso, não havia como permitir que isso afetasse seu trabalho. Esse era o trabalho dos seus sonhos, foi pra isso que passou anos no inferno da faculdade de Artes. Ele não podia deixar um término acabar com isso.

Gerard abaixou as mãos até os olhos e se focou em respirar. Ele tentou lembrar quando Bert o deixou todos aqueles anos atrás… Como ele se sentiu então. Pior que isso? Era difícil imaginar agora, mas deve ter sido. Ele quase voltou para as drogas por causa disso. Ele tentou se matar diversas vezes por causa disso… Se ele conseguiu sobreviver, estaria condenado se caísse nessa se novo.

Tirando a mão do rosto, Gerard rodou a cadeira para mais perto da mesa e pegou o lápis mais próximo. Ele tirou um momento para apontá-lo e arrumar as borrachas em ordem de tamanho, o apontador do lado delas. Ele estava ligeiramente parado, tentando colocar os pensamentos em ordem, mas depois de apenas alguns minutos e um aperto tão forte no lápis que podia quebrá-lo, finalmente foi capaz de se forçar a começar a desenhar.

“Concentra… Concentra…” A testa de Gerard franziu profundamente enquanto sua mão deslizava pela página. Foi um grande esforço desenhar qualquer coisa que não se parecesse com Frank, e quando desenhou o primeiro esboço cru, começou a suar na parte de trás do pescoço e nas têmporas. Ele passou a mão rapidamente pela testa, forçando-se a continuar, a não pensar em nada além do storyboard, no episódio que ele se tornaria...

Por enquanto, Frank simplesmente não poderia existir. Bert não poderia existir. O prazo tinha que ser esquecido e a dor em seu peito teria que esperar.

Por enquanto, ele simplesmente precisava trabalhar.

*

“Como ele está?” Matt perguntou calmamente, em pé com o ombro apoiado na parede enquanto segurava o celular com a outra mão. Ele estava com Frank em outra sessão de fotos, mas terminaria a qualquer momento. Ele se escondeu no canto da sala principal, atendendo a ligação de Brian e falando o mais suave que podia. “O que você falou pra ele?”

“Só que ele não leu… não contei sobre ele ter queimado nem nada. Eu…” Houve uma longa pausa enquanto Brian suspirava profundamente, a tristeza em sua voz clara. “Eu realmente acho que ele não teria aguentado se eu tivesse contado.”

“Tão ruim assim huh?” Matt suspirou, o suave “você não tem ideia” o fazendo estremecer. “Ele vai ficar bem, você acha?”

“Honestamente? Eu não sei Matt… você deveria ter visto ele quando eu saí. Ele ficou sentado lá… olhando para as mãos sem expressão. Ele parecia tão entorpecido Matt… Eu… Deus, estou preocupado com ele. Não sei mais o que fazer. Eu não acho que ele está lidando bem com isso nem um pouco.”

“Você acha que devemos manter um olho nele?” Matt perguntou suavemente, mastigando o dedão enquanto encarava o chão.

“Ah, com certeza.” Brian escarneceu, como se fosse óbvio. “Mas quando ele for pra casa, não vai ter muito o que fazer para checá-lo. Eu duvido que ele concorde em sair com a gente, e eu não vou exatamente invadir o apartamento dele para espionar.” A voz de Brian soou forte, e Matt podia imaginá-lo passando as mãos pelo cabelo de nervoso.

“Você não acha que ele faria alguma coisa estúpida, acha?” Matt perguntou suavemente, Brian deu uma risada rasa no telefone.

“Eu não sei Matt… Eu… Eu não acho que ele faria. Mas honestamente não posso ter certeza. Pelo o que sei, ele poderia estar cortando a porra do pulso agora. Brian falou descontroladamente, Matt balançou a cabeça enquanto respirava fundo.

“Meu Deus Bri, não fala isso.” Ele gemeu, sem querer a imagem mental de Gerard tentando acabar sua vida por causa da teimosia de Frank. É verdade que, quando Matt tinha ouvido pela primeira vez sobre a discussão deles, ficou do lado de Frank, mas depois de conversar com Brian sobre Gerard e sobre Frank estar sendo tão ignorante, tinha que admitir que não estava sentindo muita simpatia pelo ator pornô. Gerard, por outro lado… bom, ele estava tão preocupado quanto Brian.

“Está certo, nós… nós precisamos pensar em alguma coisa.” Ele finalmente suspirou, passando uma mão por seu moicano e a deixando lá por um momento. “Se você está mesmo preocupado com ele, nós não podemos deixá-lo ir pra casa sozinho. Pelo menos não sem antes falar com ele de novo…” Ele parou, tentando pensar em como poderia fazer isso calma e racionalmente. “Você acha que pode falar com ele de novo antes de ir embora? Ver se ele está melhor e se ele ainda estiver ruim, vamos descobrir o que fazer então.”

“Eu acho…” A resposta de Brian veio devagar, sua voz insegura. "Mas o que vamos fazemos se ele não estiver melhor? Eu... Deus Matt, eu não sei o que fazer.”

“Hey, shh…” Matt suspirou, desejando estar lá para abraçar Brian em seu peito e acalmá-lo adequadamente. “Você precisa parar de entrar em pânico primeiro, isso que você precisa fazer.” Ele falou gentilmente, mas firme, tomando facilmente o controle da situação como estava acostumado a fazer. Só… Não se preocupe até ter uma razão. Fale com ele de novo assim que puder, verifica se ele está bem. Se tiver qualquer dúvida se ele vai sobreviver à noite então… Eu não sei, oferece para levá-lo para tomar café ou alguma coisa. Só não deixe ele ir para casa, leve-o em algum lugar público de qualquer jeito que conseguir, mesmo que tenha que arrastá-lo, depois me liga e eu vou até lá e resolvemos alguma coisa. Ele pode ficar com a gente por um tempo se é isso que precisa ser feito. Não é como se a gente precisasse chamar a guarda do suicídio Brian.” A voz de Matt ficou mais calma conforme foi falando, ter um plano parecia bom. Eles provavelmente estavam exagerando de qualquer maneira. Matt sabia que Brian tinha sido atraído por Gerard, e também sabia que se importava bastante com ele, era apenas natural que ele se preocupasse quando as coisas na verdade não eram tão ruins.

“Isso parece bom?” Ele perguntou gentilmente quando Brian não respondeu imediatamente.

“Eu… yeah, okay… acho que dá certo.” Brian finalmente respondeu, a voz resignada. “Eu vou falar com ele de novo e vejo como ele está… Te aviso do que está acontecendo, okay?”

“Está certo, avisa mesmo.” Matt assentiu, suspirando e esfregando as têmporas com uma mão enquanto gentilmente se despedia e desligava. Sua cabeça doía muito e ele não queria nada mais do que um café e sentar um pouco; mas quando virou-se deu de cara com um Frank seminu.

“Jesus! Porra, desculpa Frank eu não tinha visto você ai.” Matt ofegou, apertando o peito e empurrando Frank gentilmente por assustá-lo. O ator pornô o olhou com suspeita, cruzando os braços sobre do peito nu. As fotos eram apenas de roupa íntima, mas Frank colocou de volta seu jeans, mesmo que não tivesse se incomodado com a camisa.

“Com quem você estava falando?” Ele perguntou curiosamente, olhando para o telefone enquanto Matt o guardava no bolso.

“Era só o Brian.” Matt deu de ombros, tentando passar por Frank, mas ele seguiu seus passos para continuar bloqueando seu caminho. “Frank, precisamos voltar para ter certeza que eles tiraram todas as fotos que precisavam.” Matt tentou parecer firme e profissional, mas Frank estava o olhando intensamente dentro dos olhos, ele sabia que provavelmente tinha uma expressão de culpa escrita pela cara inteira.

“Sobre o que você e Brian estavam conversando?” Ele perguntou, ou melhor, demandou. “Você mencionou alguma coisa sobre guarda do suicídio. Quem está suicida?”

“Ninguém.” Matt escarneceu, balançando a cabeça e tentando passar por Frank para mais uma vez ter seus movimentos espelhados. “Pelo amor de Deus Frank, você está sendo infantil.”

“É o Gerard, não é?” Frank falou, e por trás da dureza em seus olhos, Matt conseguiu ver um traço de medo. “Vocês estavam falando do Gerard.” Matt suspirou pesadamente e parou de tentar passar por Frank. Ele cruzou os braços sobre o peito e encarou dentro de seus olhos por um longo momento, medindo as emoções que passavam por eles antes de simplesmente balançar a cabeça e dar de ombros.

“Não importa se estávamos ou não, você não se importa.” Ele tentou passar de novo, mas não foi surpresa quando Frank não o deixou.

“Você acha que o Gerard vai se machucar?” Frank perguntou com dureza, seu tom bravo, mas Matt conseguiu ver o pânico começar a girar em seus olhos e suspirou enquanto relaxava lentamente os braços. Ele não pôde deixar de sentir pena do homem mais baixo, seu rosto se suavizou.

“Olha, a gente não sabe de nada, ok?” Ele falou o mais gentilmente que podia, o rosto de Frank agora claramente preocupado. “Brian só está um pouco preocupado com ele, só isso, não é nada para se preocupar. Tenho certeza que ele está bem.” Matt então passou por Frank, colocando as mãos em seus ombros para movê-lo quando ele tentou ficar em seu caminho e voltou para a sala que estavam tirando as fotos. Frank ficou sozinho no corredor por um momento, olhando para Matt e sentindo seu coração bater erraticamente. Ele queria acreditar que realmente não precisava se preocupar, mas ao mesmo tempo sabia que Matt não era o tipo de tirar conclusões precipitadas. Se ele estava preocupado com Gerard, então tinha motivo.

“Matt?” Ele gemeu, finalmente dando um passo para segui-lo. “Matt?” Frank voltou a entrar dentro da sala e suspirou quando viu Matt já conversando com o fotógrafo, checando se ele tinha todas as fotos que queria antes de agarrar a camisa de Frank e jogá-la para ele.

“Vamos, você não quer se atrasar para o vídeo.” Ele suspirou, saindo enquanto Frank ainda enfiava a camisa pela cabeça. Ele só tinha mais um vídeo para fazer e então teria uns dias de folga, mas no momento não sentia nenhum um pouco que conseguiria fazê-lo. Se antes ele achava que não estava no espírito de sexo, não era nada comparado com como ele se sentia agora.

“Matt…” Ele choramingou, jogando a cabeça pra trás e grunhindo como um adolescente mau humorado enquanto andava atrás do mais alto, forçando-se a esquecer de Gerard por agora quando ficou claro que Matt não falaria sobre isso, não importando o quanto ele reclamasse.

*

Quando Brian foi checar Gerard antes de ir embora do trabalho, encontrou o mais velho adormecido na sua mesa. Ele estava deitado no storyboard meio completo, o lápis ainda na mão e a boca aberta. Brian hesitou no batente da porta por um segundo antes de suspirar e mover-se pela sala para gentilmente acordá-lo.

Gerard suspirou e gemeu quando a mão de Brian tocou seu ombro, balançando gentilmente. Ele levou um momento para acordar, mas quando o fez, sentou-se com tudo, ofegando o nome de Frank antes de seus olhos estarem completamente abertos. Brian pulou para trás corando, olhando como se pedisse desculpa quando o artista encontrou seu olhar.

“Hey… Desculpa, você estava dormindo.” Ele sussurrou, deslizando o storyboard pela mesa para longe antes que Gerard o arruinasse. “Todo mundo está indo embora, eu estava pensando se você quer uma carona ou alguma coisa?”

“Hum? Oh, não obrigado.” Gerard suspirou, bocejando e esfregando uma mão sobre os olhos. “Já é mesmo cinco horas?” Ele gemeu, olhando para a hora e então para seu storyboard metade terminado. Ele não podia acreditar que tinha mesmo pegado no sono. Agora ele definitivamente teria que trabalhar durante a noite para terminar. Ele não gostava muito da ideia de pegar o metrô, mas Brian nem morava em Nova Jersey, não havia sentido em aceitar sua oferta de carona se isso significava que o pobre homem teria que sair completamente do seu caminho.

“Tem certeza?” Brian perguntou gentilmente, olhando Gerard começar a arrumar suas coisas. “Você deve estar bem cansado.” Ele observou gentilmente, inclinando-se contra a mesa e o observando atentamente para tentar julgar como ele estava se sentindo. “Não é trabalho nenhum sabe, eu estou indo para aquele lado de qualquer maneira.”

“Sério?” Gerard olhou para Brian surpreso, colocando o storyboard dentro da bolsa. “Por que?”

“Matt está lá com o Frank.” Brian falou sem pensar, um rubor começou a aparecer nas suas bochechas quando viu a dor passar pelos olhos de Gerard. “Ai eu… Desculpa Gee.”

“Não precisa.” Gerard escarneceu, franzindo a sobrancelha e balançando a cabeça como se fosse nada. “Você não precisa não mencioná-lo na minha presença sabe. Eu não sou criança.” Ele suspirou, colocando a jaqueta e forçando-se a sorrir enquanto olhava para Bri. “Eu acho que se você está indo para aquele lado de qualquer maneira, uma carona seria bom.” Ele falou gentilmente, sentindo um pouco de alívio quando viu o sorriso alegre que levantou os lábios de Brian.

“Incrível.” Ele sorriu, saindo o escritório com Gerard e ficando de olho nele enquanto andavam até o elevador para o primeiro andar. Ele estava tentando julgar como o mais velho estava se sentindo, mas era difícil de dizer. Ele estava pra baixo e tentando esconder, isso era óbvio, mas exatamente o quão chateado ele estava, Brian não tinha certeza. Ele não achava que não seria seguro deixá-lo ir pra casa sozinho, mas queria se certificar.

“Como está indo o storyboard?” Ele perguntou puxando assunto, guiando o caminho até seu carro do lado de fora. Gerard encolheu os ombros e olhou para sua pasta, suspirando quando sentiu uma pontada no peito. Ele odiava deixar trabalho para a última hora, mas era sua culpa por não ter feito nada nos últimos dias.

“Não muito bem.” Ele suspirou, colocando as coisas no banco de trás antes de entrar na frente com Brian. “Vou ter que sentar e terminar isso hoje a noite.”

“Não parece com você deixar as coisas para a última hora.” Brian notou rapidamente, colocando o cinto enquanto Gerard fazia o mesmo. Ele o olhou preocupado, as sobrancelhas de Gerard estavam franzidas e ele sabia que ele estava estressado. “Eu acho que você ficou muito ocupado com todo esse lance do hum… Frank, né?” Ele perguntou o mais gentilmente que podia, odiando até mesmo tocar no assunto, mas precisava saber como Gerard estava se sentindo.

Gerard olhou para Brian com os olhos levemente chocados, surpreso por ele realmente falar sobre isso. Mas então achou que tinha acabado de falar que ele não deveria se sentir como se não pudesse mencionar. Ele suspirou e virou o rosto para a janela de novo, acenando a cabeça silenciosamente enquanto Brian afastava o carro da calçada e se juntava ao tráfego para deixar Nova York.

“Eu realmente não fiz muito trabalho nesses últimos dias.” Gerard admitiu calmo, suspirando e inclinando a cabeça contra a janela. “Eu estava muito ansioso tentando recuperar o Frank. Agora eu não tenho nenhuma chance embora precise me focar em voltar a me levantar… Não posso arriscar perder meu emprego por causa disso.” Por mais que doesse dizer, ajudava. Gerard não queria conversar com ninguém sobre Frank, e não conversou, mas achou que de todo mundo que conhecia, Brian era o mais provável que ele se abrisse. Mikey e Elena ainda não sabiam sobre o rompimento, e Gerard apenas não se sentia pronto para contar.

“Você não vai perder seu emprego.” Brian disse gentilmente, focando na estrada embora seu coração doesse ao ouvir Gerard falando desse jeito. “Você é um artista incrível e o Breakfast Monkey já é popular. Eles não vão te demitir por estar um pouquinho atrasado.” Ele o assegurou, Gerard assentiu, mas não disse nada em resposta.

“Gee?” Brian gemeu.

“Yeah?” Gerard suspirou, acenando para mostrar que concordava, mas foi apenas isso. Agora que estava fora do prédio, tudo que podia pensar era Frank. Ele queria desesperadamente vê-lo. Era estranho pensar que depois que o deixasse, Brian o veria… Doía pensar que Brian iria vê-lo muito, enquanto ainda namorava Matt pelo menos, e agora a única esperança de Gerard ver seu lindo rosto de novo eram em seus vídeos pornôs.

“Gee…” Brian suspirou gentilmente, esperando até que Gerard lhe olhasse. “Escuta, eu sei que você está magoado agora, mas-”

“Ah Brian, não.” Gerard grunhiu, correndo uma mão pelo cabelo. “Por favor. Eu estou bem. Eu só preciso superá-lo agora, tá bom?” Ele suspirou, sem querer explodir, apenas não queria exagerar. “Estou bem.” Ele repetiu, mais baixo dessa vez.

“Estou preocupado com você.” Brian falou de repente, imaginando que ser honesto era provavelmente a melhor tática agora. “Eu não acho que você está nada bem.”

“Brian.” A voz de Gerard era mais firme agora, quase um rosnado. “Eu disse que estou bem. Deixa pra lá.”

“Não Gerard, eu não vou deixar pra lá.” Brina explodiu, seguindo a corrente de carros para fora da cidade em direção a Nova Jersey. “Você não está bem. Você está chateado, e Frank está sendo um idiota teimoso e eu sei que ele está chateado também. Porra, eu só… Eu não vejo porquê vocês não podem conversar.” Brian terminou com um suspiro, balançando a cabeça e corando, sabendo que falou demais.

“Engraçado Brian que eu adoraria conversar com ele.” Gerard falou friamente, encarando para fora da janela de novo e se arrependendo de aceitar a carona. Se ele soubesse que iam conversar sobre isso, teria recusado.

“Eu sei, eu sei, desculpa.” Brian gemeu, percebendo seu erro tarde demais. “Eu só… é frustrante pra mim também - não você, Frank. Eu queria que houvesse alguma coisa que eu pudesse fazer pra ele te escutar.” Ele suspirou, passando uma mão pelo cabelo.

“Eu sei.” Gerard suspirou lentamente, considerando as palavras de Brian enquanto encarava o lado de fora. Honestamente, ele não tinha considerado que era difícil pra ele também, e agora que pensou, achou que também não era fácil para Matt. Gerard corou, sentindo-se envergonhado de si mesmo por fazê-los passar pelo inferno também e suspirou, inclinando a cabeça. Se apenas pudesse conversar com Frank… Mas o cara nem queria ler sua carta.

“Bri...” Ele falou suavemente, olhando para o mais novo mordendo o lábio. “Sinto muito.” Ele finalmente suspirou, o tom genuíno. “Eu sei que está preocupado comigo, mas realmente não precisa ficar.” Ele observou Brian dirigindo, imaginando o que mais poderia dizer para fazê-lo acreditar. Ele sabia que ele ainda estava preocupado, mas Gerard não podia entender porquê. Ele tinha que ficar bem… ele ia ficar. Apenas precisava de tempo. Ele só....

Deus, só precisava que Frank falasse com ele.

“Você disse que está indo encontrar com o Matt, certo?”

“Hum?” Brian então olhou para Gerard confuso, assentindo. “Yeah… ele está no set com o Frank agora…” Ele falou lentamente, o olhar no rosto de Gerard fazendo seu coração disparar. Ele não estava mais derrotado, seus olhos ficaram duros e sua mandíbula tensa. “Eu… Gerard?”

“Posso ir com você?

“O que?”

“Posso ir com você?” Gerard então para Brian, uma expressão determinada no rosto. Os olhos brilhantes, como se estivesse vendo claramente pela primeira vez em dias e Brian sentiu um arrepio passar pela espinha. “Eu preciso falar com o Frank, e se esse é o único jeito, então eu vou fazer.”

“Gerard…” Brian falou baixo, olhando de volta para a estrada e tentando pensar racionalmente. Honestamente, ele não queria nada mais do que concordar e levar Gerard o mais rápido possível. Mas sabia que precisava tentar ser racional sobre isso. “Ele está no meio de uma gravação pornô Gee, eu não acho essa uma boa ideia.”

“Não me importo do que ele está no meio. Eu já tentei falar com ele e ele insiste em apenas machucar todo mundo em vez disso. Eu não suporto isso. Ele é teimoso, mas eu posso ser teimoso também. E não vou desistir até ele me escutar!” Gerard sentou direito, os punhos cerrados e olhou pela janela para ver se podia saber quanto faltava para eles chegarem. “Você me levando ou não Bri, eu vou.”

Brian encarou Gerard por um momento, os olhos movendo-se entre ele e a estrada. Ele não estava esperando isso, mas sentiu uma estranha onda de alívio passar por seu corpo ao escutar Gerard falar daquele jeito. Era renovador vê-lo se recusando a desistir, fez seu coração se aquecer escutar que ele não simplesmente deitaria e deixaria Frank destruir a única coisa que importava para os dois. Ele sabia que se Gerard queria Frank de volta, teria que lutar por ele, e parecia que ele finalmente tinha visto isso.

“Está certo.” Ele falou, sorrindo um pouco ao olhar para Gerard novamente. “Está certo, eu vou te levar lá. Mas é melhor você ter algo bom pra falar para ele.” Ele avisou, Gerard então sorriu de volta e concordou.

“Eu vou.” Ele prometeu, o coração acelerando erraticamente, permitindo pela última vez aquela frágil chama de esperança acender dentro de si.

*

“Ah isso! Porra… Hum… Me fode…” Frank gemeu, arqueando as costas e inclinando a cabeça pra trás para aliviar a pressão no seu couro cabeludo onde o outro ator tinha a mão fechada em seu cabelo. As estocadas atrás dele eram fortes e implacáveis, mandando ondas através da sua espinha que faziam seus ossos doerem. Ele grunhiu e fechou os olhos apertados, o suor pingava por seu corpo enquanto o cara atrás dele o fodia… Eles tiveram as apresentações preliminares antes, mas Frank não conseguia se lembrar seu nome. Glen ou Ben, alguma coisa assim…

“Isso… Isso caralho, gosta disso não gosta?” Seja lá qual for seu nome gemeu, Frank assentiu o máximo que podia com a cabeça puxada pelo cabelo, as câmeras ao redor deles os iluminando com luz. Matt estava parado na porta como sempre, digitando no seu Blackberry.

“Tá bom, para aí.” A voz autoritária do diretor ecoou por toda a sala e imediatamente o ator número dois parou os movimentos. Ele tirou a mão do cabelo de Frank que teve um segundo para derrubar a cabeça e tentar recuperar um pouco de fôlego.

“Está certo gente, vamos tirar algumas fotos e depois mudar de posição para o clímax ok?” O diretor estava ocupado olhando para a prancheta enquanto as primeiras fotos eram tiradas então ele não reclamou, mas então olhou para cima de novo. “Ben, você pode segurar de novo o cabelo do Frank, por favor? Isso, muito bom, Frank mexe a perna esquerda um pouco mais para baixo para dar pra ver tudo… Isso, muito bom.”

Os flashes das câmeras dispararam e Frank suspirou, fechando os olhos e deixando seus expressões em uma variedade de caras de prazer, uma coisa que estava acostumado. Ele não notou Matt virando-se para abrir a porta ou Brian entrando com Gerard logo atrás dele. Ele nem ao menos notou quando o diretor parou as fotos e instruiu os atores a mudar de posição.

“Vamos de missionário agora rapazes. Vamos direto?” Ele olhou para os fotógrafos por um momento, confirmando alguma coisa com sussurros antes de acenar com a cabeça. “Sim, direto. Frank a gente quer que você goze primeiro, por favor, e Ben quando estiver pronto goza no estômago dele.”

Da porta o rosto de Gerard ficou vermelho vivo de vergonha. Ele nunca tinha escutado alguém falar sobre sexo tão clinicamente antes, como se fosse apenas um trabalho… mas é claro que para eles era apenas um trabalho. Ele assistiu com o coração doendo enquanto Frank e o outro ator se moviam até Frank deitar de costas, o outro cara entre suas pernas e empurrando dentro sem nenhuma resistência. Gerard assistiu enjoado quando a estocadas começaram e abaixou a cabeça, incapaz de olhar. Ele achou difícil de acreditar que já havia gostado de assistir esses vídeos. Era claro que nenhum dos atores estava se divertindo, apesar dos gemidos e ofegos serem críveis o suficiente quando a câmera era ligada.

Frank suspirou e arqueou as costas, colocando a mão entre seu corpo e Ben para alcançar sua ereção. Ele teve que tomar Viagra aquele dia, e havia um tempo desde que precisou disso pela última vez. Ele apenas não estava no clima… Mais do que o normal. Ele abriu os olhos com a esperança que o rosto de Ben inspirasse algum tipo de tesão para que alcançasse o clímax, mas com o canto dos olhos viu que mais gente tinha entrado e instantaneamente olhou. Quando viu que Gerard estava parado com Brian e Matt, olhando para o chão com o rosto vermelho, seu estômago apertou fortemente.

“Frankie, pode ficar no personagem, por favor?” O diretor gritou com ele quando seus olhos arregalaram, o rosto horrorizado. Ele rapidamente desviou o olhar, o coração acelerado enquanto tentava voltar ao normal, mas era impossível. Tudo que podia pensar era que Gerard estava parado bem ali, o olhando.

“Está certo rapazes, agora.” A voz do diretor parecia vir de longe, a cabeça de Frank estava rodando. Mesmo com o Viagra ainda em seu sistema, tudo que Frank podia fazer era continuar duro, não gozar, ele gemeu enquanto tentava desesperadamente chegar ao orgasmo. Gozar sob comando era parte do trabalho quando se tratava de pornô, mas Frank não conseguia. Quanto mais ele tentava e mais lutava, mais seu coração acelerava e seus músculos tensionavam. Ele não conseguiria.

“P-porra…” Ele cerrou os dentes, Ben começou a estocar levemente mais devagar, como se estivesse impedindo-se de gozar, mas Frank sabia que poderiam dar todo o tempo do mundo para ele, não tinha jeito dele chegar ao clímax com Gerard no mesmo cômodo.

“Desculpa…” Ele finalmente ofegou, soltando as mãos dos lados do corpo e caindo parado, o peito pesado com a força da respiração. “Desculpa, eu não posso.”

“O que?” O diretor demandou, tacando a prancheta em alguém e marchando em direção a Frank. “Como assim não pode? Temos que terminar o vídeo em cinco minutos Frank e precisamos disso.”

“Eu sei, mas eu não posso cara. Eu só… não importa quantas vezes gritar comigo eu não posso.” Frank gritou de volta, o diretor estava prestes a bater em alguém, mas uma olhada na expressão de Frank sabia que não havia porquê discutir.

“Certo! Ben, você termina e vamos ter que deixar por isso mesmo.” Ele suspirou, andando bravo pelo set. Frank suspirou e passou uma mão pelo cabelo, levando um momento para recompor antes de acenar para Ben continuar. Dentro de um segundo, seu rosto era mais uma máscara de prazer, impossível dizer que ele estava odiando cada momento, apenas contando os minutos até Ben finalmente gemer e puxar pra fora, masturbando seu pênis até gozar em cima do estômago de Frank.

No momento a ereção de Frank já havia completamente desaparecido, ele suspirou e caiu no chão, mantendo o sorriso enquanto terminavam com o beijo habitual até o diretor acabar e ele estar livre para levantar-se.

Matt, que estava sussurrando para Brian e Gerard, de repente saiu correndo para entregar uma toalha para Frank e virou com uma carranca para o diretor. O homem estava furioso, mas o trabalho de Matt era neutralizar situações assim e depois de concordar tirar cinquenta dólares do pagamento de Frank por causa da sua incapacidade de gozar no final, o diretor finalmente foi embora e Frank pôde respirar aliviado.

“Desculpa Matt, eu não consegui.” Ele sussurrou com vergonha, limpando a porra e suor do corpo e pegando suas roupas para se vestir. A última coisa que ele queria era falar com Gerard, ainda mais quando tinha acabado de terminar um vídeo terrível e queria nada mais do que tomar um banho e ir pra cama.

“Hey, não se desculpa pra mim.” Matt suspirou, apertando o ombro de Frank gentilmente. “Acontece.”

“Yeah. E o que ele está fazendo aqui?” Frank demandou, dando um olhar frio para Gerard que ainda estava parado estranhamente ao lado de Brian, com muito medo para encontrar seu olhar. “Eu pensei que tinha te dito que não queria falar com ele.”

“Eu não tive nada a ver com isso.” Matt respondeu calmamente, assistindo Frank enfiar o jeans e camiseta. “Brian estava dando uma carona pra ele e o trouxe aqui. Ele quer falar com você, e falou que não vai embora até falar.” Matt tentou não soar impressionado, mas não podia deixar de admirar o fato que Gerard finalmente tinha criado um par de bolas. Frank, claro, pareceu não gostar.

“Fabuloso.” Frank explodiu, enfiando a camiseta pela cabeça e olhando incerto para Gerard. Ele parecia tão triste, quebrado quase. Frank não foi capaz de parar de pensar nele o dia todo depois que escutou o lance do suicídio, embora pensasse agora se Matt não tinha falado aquilo de propósito para fazê-lo se preocupar para ser mais fácil de falar com ele… Frank tinha que dar o crédito para uma coisa, nenhum homem havia tentado tanto voltar com ele depois de um término.

Gerard estava começando a sentir que ia vomitar antes mesmo de ter a chance de conversar com Frank. Vê-lo fazendo sexo para as câmeras daquele jeito fez ele querer se virar e ir embora; apenas a mão de Brian em seu braço o impediu. Ele odiou ver outro homem foder Frank, mas no fundo sabia que teria achado mais difícil ver Frank ser ativo com outra pessoa. Era estúpido, mas mesmo sabendo que Frank fazia isso no trabalho, pensou que ver por si próprio quando ele mesmo não conseguia fazer era quase demais para suportar. Mesmo eles não estando tecnicamente juntos, a dor ainda era muito intensa.

Gerard esperou até Frank terminar de se vestir antes de se atrever a olhar para ele, os olhos tímidos enquanto Matt guiava Frank, muito para o desdém do astro pornô. Frank estava claramente infeliz e olhou profundamente com raiva para Gerard enquanto andava, mas por trás da raiva Gerard se perguntou se podia ver uma ponta de esperança em seus olhos.

“O que você quer?” Frank soltou assim que chegou perto dele, Gerard engoliu em seco ao tentar se lembrar o que tinha pensado no carro. Ele tinha um discurso inteiro preparado, mas agora que realmente tinha que falar, deu branco. No fim, ele só conseguia pensar uma coisa.

“Eu sinto sua falta.” Sua voz saiu mais baixa do que ele esperava, tímida, quebrada e patética. Ele corou e abaixou a cabeça, Brian olhava preocupadamente para ele antes de pegar a mão de Mat e empurrá-lo para fora do lugar para dá-los alguma privacidade. A equipa de filmagem já tinha ido embora, ansiosos para chegar logo em casa.

Frank olhava pra Gerard com um olhar frio, apenas o encarando e tentando perceber o quanto ele estava sendo honesto. Evidentemente se Gerard estava mentindo o cara merecia a droga de um Oscar, Frank não podia deixar de acreditar nele.

“Continua…” Ele finalmente suspirou, imaginando que se Gerard tinha realmente vindo encontrá-lo, então deveria escutá-lo. Além do mais, ele estava exausto e chateado, e não poderia se incomodar em discutir.

Gerard o olhou surpreso, sem esperar que ele realmente lhe desse uma chance. Por um momento apenas pareceu estupefato, mas depois saiu do transe e se ocupou em falar.

“Sinto muito por te chatear.” Desculpar-se, ele decidiu, era o melhor começo. “Eu… eu não tenho certeza absoluta do que você acha que eu fiz ou… sobre o que exatamente está bravo. Mas eu sei que tenho que ser sincero com você então eu… Achei melhor contar tudo, desde o começo… talvez isso seja o suficiente.” Gerard olhou incerto para Frank, mordendo o lábio e esperando.

Levou um minuto para Frank perceber que ele estava esperando permissão para falar e o ator corou, acenando a cabeça… Esse era o Gerard por quem ele tinha se apaixonado… o homem tímido, nervoso, que praticamente tinha medo da própria sombra. Isso não era nada como o homem que ele assumiu que ele era quando descobriu que era um fã.

“Você tem cinco minutos.” Frank suspirou quando Gerard apenas continuou a olhá-lo. “Fala o que precisa falar nesse tempo, e depois eu vou embora.” Ele falou baixo, com o coração quebrando ao ver as lágrimas se formando nos olhos de Gerard, mas ele acenou e respirou fundo, forçando-se a manter a compostura para poder falar.

“Okay…” Ele gemeu, levando um momento para reunir os pensamentos antes de começar. “Está certo, bom… eu acho que deveria começar admitindo que sou seu fã há… Deus, anos.” Gerard corou profundamente com a confissão, mas forçou seu olhar a continuar trancado com o de Frank. “Tudo que eu te contei sobre mim e Bert é verdade. Ele me deixou quando eu tinha dezenove anos porque eu não conseguia ser passivo pra ele, e isso realmente me bagunçou… eu perdi toda a minha confiança. Eu estava com medo de sair e conhecer pessoas. Então, como qualquer pessoa faria, acabei assistindo muito pornô.” Gerard corou ainda mais e suspirou, tendo que olhar para seus pés por um minuto antes de conseguir encontrar os olhos de Frank de novo.

“Eu encontrei seus vídeos e simplesmente pensei que você era incrível… eu te assistia o tempo inteiro. Admito que era um pouco obcecado… Eu sinto muito, eu não queria que você soubesse. Eu tenho vergonha disso, eu sei que você deve odiar, eu sei que é estranho, mas…” Gerard engoliu em seco, os olhos assustados e cheios de lágrimas. “Mas eu estava solitário.” Ele sussurrou com a voz quebrando.

Fazia muito tempo que ele não era tão honesto.

“Eu estava solitário e… com medo de ter um namorado e… todo mundo que eu conhecia me falava que eu era muito legal, muito bonito pra ser solteiro. Sempre que eu trazia as pessoas para uma noite era o suficiente, e eu sabia que se entrasse em um relacionamento, seria esperado que eu eventualmente tivesse que fazer isso e eu não podia arriscar passar de novo o que passei com Bert… então eu assistia seus vídeos o tempo todo. Eu estava hipnotizado por você… Não só o sexo, mas só… você. Seus olhos e seu sorriso e o jeito que ri durante as entrevistas.” Gerard não conseguiu evitar sorrir, o peito de Frank doeu com o olhar de puro amor no rosto de Gerard. Até Frank não era idiota o suficiente para perder isso.

“Eu sei que você deve achar isso estranho.” Gerard suspirou, abaixando a cabeça. “Mas eu… eu não posso evitar Frank. Eu te adorava e quando vi que você iria estar naquela convenção eu tinha que ir. Eu juro que não tinha nenhuma intenção em sair com você, porra, eu nem tinha certeza que conseguiria falar uma palavra quando finalmente te conhecesse. Eu não achei que chegaria até Vegas… E quando cheguei lá e vi os tipos de pessoas por lá, me senti deslocado. Me senti mais solitário do que nunca e comecei a pensar porque simplesmente não ia pra casa… Quando eu saí pra fumar e você de repente estava lá, não consegui pensar direito. Não sei porquê menti e disse que não sabia quem você era… Acho que não queria que você pensasse que eu era apenas mais um fã louco.” Gerard riu rasamente, balançando a cabeça. “Louco, né?” Ele falou baixo, espiando Frank através dos cílios.

“Você teve várias outras chances de me contar.” Frank suspirou de volta, sua própria voz quebrada ao olhar para Gerard, querendo acreditar nele mas ainda suspeito. “Por que não contou?”

“Porque eu achei que você fosse embora.” Gerard respondeu sem hesitação, os olhos penetrando nos de Frank, abertos e honestos. Era mais como se ele tivesse tentando expor sua alma para prová-lo que era honesto. “E eu estava certo.” Ele apontou, sorrindo fracamente.

“Não.” Frank falou, corando. “Eu não fui embora por causa disso. Eu fui porque você mentiu. Eu fui embora porque você nunca me disse, e porque Bert estava no seu apartamento, eu fui embora porque tudo que você me disse foi uma mentira.”

“Não foi.” Gerard choramingou, balançando a cabeça e se abraçando. “Eu só menti sobre não saber quem você era. Todo o resto era verdade, Frank. Eu me importei com você… Porra, ainda me importo mais do que qualquer coisa. Quando começamos a namorar de verdade, eu me desinscrevi do site pornô. Eu não queria mais ver seus vídeos, eu odeio te ver com outros homens. Eu odeio te ver deitar para as câmeras… Eu odeio saber que outros homens estão se masturbando por você, mas eu nunca quis te contar isso Frank, porque é seu emprego e sua escolha. Porra, eu era um desses homens, então quem eu era pra te pedir pra parar? Eu nunca faria isso… Porque eu te amava… Amo… Tanto, não importa se está apenas comigo ou com milhões de caras, desde que seja nos meus braços que você termine a noite…” As lágrimas começaram a correr pelo rosto de Gerard agora, mas ele não as limpou.

Frank suspirou e balançou a cabeça, mas não podia desviar o olhar de Gerard. Lágrimas começaram a rolar por seu rosto e ele exalou tremendo enquanto tentava pensar direito, mas era difícil… Gerard era o único homem que confessou odiar seu trabalho e mesmo assim falar que queria ficar com ele. Todos os outros namorados demandaram que ele parasse ou então iriam embora… Isso doeu Frank… Fez ele doer por um relacionamento que poderia ter tido com Gerard. Teria sido tão perfeito. Mas…

“Mas e o Bert?” Frank fungou e limpou as lágrimas com a parte de trás da mão. “Eu vi ele no seu apartamento Gerard. Você me disse que nunca mais o viu depois que ele foi embora.”

“Não vi.” Gerard suspirou, grunhindo levemente e passando a mão pelo cabelo. “Ele apareceu aquele dia no meu escritório, cheio de cocaína com um terno emprestado. Ele estava quase morto de fome, tinha a porra de uma facada do lado e desmaiou no meu chão. O que mais eu poderia fazer além de levá-lo pra minha casa?” Ele choramingou, Frank rolou os olhos e escarneceu.

“Ah Deus Gerard, pelo menos tenta fazer a história parecer crível-”

“É a verdade!” Gerard falou, dando um passo para frente para pegar o rosto de Frank, forçando-o a olhar para ele. Frank levantou as sobrancelhas surpreso, mas viu que Gerard estava convencido a convencê-lo, o coração acelerando com a honestidade nos olhos.

“Gerard?”

“Eu nunca menti sobre ele Frank.” Gerard sussurrou fortemente, a voz tremendo apenas um pouco. “Eu o odeio por ter aparecido do nada e nos arruinado. Mas ele… Ele precisa da minha ajuda. Ele tem ficado comigo pelos últimos dias porque não tem mais nenhum lugar para ir e tudo que eu fiz foi querer que você estivesse junto para me ajudar… Eu sinto tanto sua falta Frank. Eu não posso fazer isso sozinho… Ele voltou a usar drogas e tem um ex psicopata procurando por ele, o cara matou gente Frank… O namorado dele digo, não Bert, e pelo o que sei ele pode muito bem aparecer na minha porta qualquer dia e matar Bert também. Eu estou tão atrasado com meu trabalho e só, não posso fazer nada. Eu não posso fazer nada além de pensar sobre você e me odiar por ter te perdido…”

“Para.” Frank sussurrou, balançando a cabeça e empurrando as mãos de Gerard para longe. “Para com essa merda de se autodepreciar. Você sabe que eu odeio isso.” Ele suspirou, virando-se por um segundo e apenas grunhiu passando as mãos pelo rosto. “Eu… Porra Gerard, eu não sei mais o que acreditar.” Ele gemeu, querendo com todo seu coração acreditar em Gerard, mas não tinha certeza se podia.

“Acredita em mim.” Gerard implorou baixo, respirando fundo para tentar acalmar os soluços. “Eu faço qualquer coisa que me pedir Frank… Qualquer coisa se você voltar. Eu… Eu chutaria Bert pra fora. Eu largaria meu emprego. Eu… Eu daria pra você… Qualquer coisa.” Ele sussurrou, a voz tremendo tanto na última opção que Frank não conseguiu evitar de olhá-lo por cima do ombro.

Estava claro então, apenas na voz de Gerard, que ele realmente nunca havia feito isso. Era o som de um virgem fazendo promessas que não poderia cumprir, mas queria manter. Era o som de um homem se abrindo e encarando os mais profundos medos apenas para provar seu amor por outra pessoa. Era o som de uma confiança eterna e Frank não conseguiu evitar de cobrir a boca para não soluçar.

“Tá bom.” Ele sussurrou suavemente, a voz fria e dura. “Tira a roupa.” Ele soltou, Gerard o olhou em confusão.

“O qu-”

“Tira a roupa.” Frank repetiu, mais alto dessa vez, a voz brava. “Se você realmente fala sério, então tira a roupa e fica de quatro. Eu volto se você me deixar te comer.”

Gerard encarou Frank como se ele tivesse ficado louco, seu coração perdeu uma batida antes de bater forte. Frank falou sério? Aquilo era mesmo tudo que bastava? Parecia um acordo muito fácil, mas o sangue de Gerard gelou imediatamente. Ele sabia que tinha dito que faria, mas não quis dizer naquele segundo.

“Eu… Agora?” Ele perguntou baixo, Frank franziu o cenho para ele.

“Agora. Ou eu vou embora.” Ele rosnou, os olhos de Gerard se encheram de dor, mas para o espanto de Frank, levou as mãos para a camisa e começou a desfazer os botões. Ele manteve os olhos no rosto de Frank, as mãos começando a tremer enquanto descia os três primeiros botões. Quando a camisa estava aberta e no chão, seu corpo inteiro estava tremendo tão violentamente que Frank ficou sem palavras, incapaz de de dizer qualquer coisa quando Gerard engoliu e começou a trabalhar no seu cinto.

Gerard achou que era inteiramente sua culpa por ter mencionado em primeiro lugar. Ele realmente não havia esperado que Frank fosse querer na hora, embora achasse que era o único jeito de provar que o amava então não tinha escolha. Ele preferia morrer do que ir embora sem Frank, e suspirou quando abriu o cinto e a calça. Ele hesitou apenas por um segundo antes de deixá-la cair e tirá-la, Frank o assistiu o tempo inteiro.

Gerard tentou não pensar nas vezes que tentou fazer isso com Bert. Suas bochechas coraram de vergonha ao pensar na vez que tentaram ficar bêbados na esperança que isso o ajudasse a relaxar o suficiente para Bert colocar apenas um dedo. Ele duvidou que agora estava indo muito melhor, mas tentou se convencer que não importava. Ele deixaria Frank lhe rasgar se precisasse, ele ia fazer isso. Ele não o perderia.

“Você está tremendo.” Frank sussurrou, finalmente conseguindo encontrar a fala ao ver Gerard começar a tirar a roupa íntima. “Está assustado.”

“Eu nunca fiz isso antes.” Gerard o lembrou, até sua voz estava tremendo enquanto derrubava a boxer e corava profundamente. As lágrimas começaram a correr pelas suas bochechas de novo ao se abraçar, instintivamente tentando esconder o corpo. Ele não queria que Frank lhe olhasse…

“Desculpa, eu estou tentando.” Ele choramingou, sabendo que não estava ajudando.

“Gee-”

“Eu vou ficar bem quando começarmos.” Gerard insistiu, a voz grossa com as lágrimas e lentamente afundou no chão. “Você uh… me quer assim?” Ele gaguejou, inclinando-se para frente sobre as mãos, esperando então de quatro. Ele apertou os olhos e apenas esperou, tremendo como uma folha e chorando suavemente.

Na hora, as lágrimas de Frank estavam caindo grossas e rápidas. Ele sentia-se enjoado ao encarar Gerard, nu e exposto, obedientemente esperando que ele realmente fosse estuprá-lo. Frank queria acreditar que Gerard estivesse apenas blefando, mas sabia que o mais velho realmente acreditava que ele fosse fazer aquilo e isso apenas deixava tudo pior. Ele estava realmente preparado para deixar Frank fodê-lo… Para tirar sua virgindade anal bem ali no meio da uma sala usada para uma gravação pornô, completamente contra sua vontade. Frank nunca se sentiu tanto como um monstro.

“Então é isso? Eu te fodo e nós vivemos felizes para sempre?” Ele demandou, ajoelhando-se atrás de Gerard que estremeceu com seu tom.

“Não era o que você queria?” Ele perguntou timidamente, Frank soluçou ao agarrar o ombro de Gerard, ignorando o jeito que ele se encolheu e o puxou para cima até estar de frente para ele.

“Não, seu idiota.” Ele falou, mal conseguindo enxergar por estar chorando tão forte e empurrou Gerard contra ele, abraçando-o forte e colocando o rosto contra seu cabelo. “Eu não quero te estuprar Gerard… Eu só… Deus, eu quero fazer se sentir bem. Eu quero ficar com você, você é o único homem que eu realmente amei.” Ele soluçou, a voz fraca e tremendo quando finalmente admitiu. Depois de ver que sabia que não havia como Gerard estar mentindo… O tipo de homem que Gerard era, não era o tipo de homem que fazia vídeos de sexo com estrelas pornôs por dinheiro. Frank sentiu-se um idiota admitindo isso, mas ele estava errado.

“Ah meu Deus Gee, eu sinto muito… eu sinto muito está bem. Eu entendi tudo errado e… eu não queria admitir para mim mesmo.”

“Frankie…” Gerard suspirou, o alívio o fez se sentir tonto ao abraçar Frank e se enterrar em seu peito. Ele enrolou-se, nu e chorando em seus braços e apenas se segurou nele, completamente esgotado. Frank desculpou-se de novo e de novo, mas Gerard não queria ouvir. Tudo que ele se importava era que ele finalmente acreditava e engasgou quando Frank pegou seu rosto para beijá-lo.

“Não me deixa…” Ele implorou suavemente contra seus lábios, Frank balançou a cabeça ao segurá-lo perto.

“Não vou… Deus, eu não vou Gee… Eu não posso. Eu te amo demais.” Ele falou baixo, os dois se seguraram e apenas choraram baixo até Matt e Brian finalmente entrarem para levá-los para casa.

 



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