O Black tragou o cigarro mais uma vez, a floresta proibida se misturava com a escuridão e sentia que nem mesmo os fantasmas de Hogwarts podiam observá-lo daquele lugar. A lareira crepitou, ele fechou os olhos e ouviu o som do salto descendo as escadas de pedra, lembrando que não estava na comunal da Grifinória e aquela não era uma noite qualquer. O cigarro servia para tentar tornar fumaça seu próprio nervosismo, tirou-o da boca e olhou para a mulher a sua frente.
Minerva se sentia ridícula, o vestido vermelho e saltos já seriam ruins o suficiente, mas usar maquiagem a fazia sentir vontade de voltar às pressas para seu quarto e fingir que não cometera aquele erro. Parte da bruxa se perguntava se não passava de uma simples pegadinha de Sirius, convidá-la para sair? Insistir naquilo? Queria acreditar que ele não seria tão cruel assim, mas também não via outros motivos para seu aluno chamá-la para um encontro.
– Sr. Black – McGonagall disse com a habitual rigidez, Sirius sorriu e descartou o cigarro antes de pegar sua mão e depositar um beijo.
– Minnie – Ela suspirou perdendo de vez a paciência.
– Senhor Black, eu realmente não sei o que estava pensando quando...
– Sirius – Ele interrompeu.
– Desculpe, o que?
– Me chame de Sirius, Minnie – As palavras se perderam na boca da professora ao encontrar os olhos azuis acinzentados do mais novo – Você está... Divina.
– Encantador, mas... – Viu o moreno rodeá-la com um sorriso malicioso brincando nos lábios – Algum problema?
– Achei que se pedisse para dar uma voltinha, provavelmente sumiria pela porta e me daria detenção – O Black disse com um ar divertido, Minerva corou – Eu fico feliz que tenha aceitado meu convite.
– Apesar de não saber porque eu e não alguém... – A bruxa tentou colocar em palavras mais agradáveis, mas ainda sentiu que aquilo ficaria rude de qualquer forma – Mais jovem.
– Não tem nenhuma outra pessoa em Hogwarts que me atraia tanto, achei que já soubesse disso – Sirius falou sincero e fez sinal para ambos se sentarem na mesa de jantar que havia preparado na sala, assim que se sentaram, ela retomou de onde pararam.
– E como poderia? Não aja como se eu fosse ingênua, Sirius – McGonagall se arrependeu no mesmo momento em que o chamou pelo primeiro nome, viu que o sorriso do garoto se abria – Você tem uma reputação, sr. Black.
– Eu tenho... Experiências – O animago falou com algumas lembranças que pareciam divertidas para ele – Achei que precisava ficar a altura antes de me aproximar de uma mulher como você.
– Sou sua professora, tenho idade para ser sua mãe – Minerva alertou e Sirius abriu o vinho.
– E belas pernas, além da personalidade mais cativante desse castelo – A professora queria se enterrar viva ao ouvir aquilo, tinha certeza que a intenção do mais novo era constrangê-la – Dê uma chance, Minnie, não vai se arrepender.
– E se eu me arrepender? – O Black bufou.
– Então o que tem a perder? Sou maior de idade e vou estar fora das paredes dessa escola em dois meses, mas eu prometo, você não vai – A bruxa inspirou, por mais que parecesse loucura, iria dar uma chance para aquilo – Vou ser um perfeito cavalheiro, se isso não acontecer... Acho que eu vou ser o maior prejudicado.
Eles se olharam por cima das chamas das velas, aquele encontro iria durar mais uma boa parte da noite.
...
– O que? Foi você quem me ensinou a dançar, é melhor não rir dos meus dois pés esquerdos – Sirius sorriu e girou Minerva mais uma vez, uma música lenta tocava em uma vitrola trouxa.
– Eu deveria ter feito um trabalho melhor – A bruxa admitiu se permitindo um pequeno sorriso, aquela noite não havia sido o fracasso que programou. Sem pegadinhas, apenas um cavalheirismo surpreendente do Black – Para um conquistador, até que está se saindo bem.
– Não fale isso de mim, Minnie! Não! Meu coração é de uma mulher só – O moreno sorriu cafajeste, a música chegava ao fim, assim como o encontro.
– Uma mulher? O que diria para as dezenas de garotas que cochicham pelos corredores? – A animaga estava curiosa, sabia da fama de Sirius tanto como mulherengo como um rebelde incontrolável, nunca o imaginou de outra forma.
– Não quero ser cruel com as ilusões delas, mas meus interesses são outros – A última nota da música soou, mas os braços do Black permaneceram ao redor da professora, assim como o olhar entre eles se mantinha, criando uma tensão no ambiente – Eu prometi ser um cavalheiro, Minnie, então preciso saber...
– Sim? – A mulher perguntou e Sirius se inclinou, roçando o nariz em seu pescoço e aspirando o perfume de rosas.
– Se tenho permissão para beijá-la – Sussurrou conseguindo arrancar um suspiro de Minerva, o silêncio foi concebido como um consentimento, então, o moreno encontrou a boca dela em um beijo lento.
Quando se afastaram, Minnie corou vendo que o batom havia manchado a boca do outro, mas o sorriso dele derreteu seu coração e dispersou suas preocupações.
...
Convidá-lo para seu quarto foi uma atitude impulsiva, a bruxa se condenou por continuar com uma característica tão típica da grifinória, mas as mãos desmanchando o penteado de seus cabelos a fizeram empurrar a questão para outro momento. Sirius beijava bem, suas experiências o tornaram habilidoso e Minerva quase se sentia intimidada com isso.
O Black contornou as curvas da mulher com as mãos e apreciou a forma como os cabelos castanhos caiam em ondas sobre os ombros e costas. Seu primeiro pensamento quando havia visto Minnie naquela noite fora que a mulher era linda, o seu olhar perdurou no vestido vermelho imaginando como seria tirá-lo, e lá estava ele, realmente concretizando aquele desejo.
O zíper do vestido fora aberto enquanto Sirius ainda distribuía beijos por seu pescoço, então ele mesmo começou a se despir, e quando viram, estavam ambos na cama de lençóis brancos.
...
Sirius acendeu mais um cigarro ao olhar pela janela de manhã, a animaga tinha um sono tranquilo na cama. Ele observou o céu e então decidiu que os lábios entreabertos da mulher eram mais atrativos. O cigarro estava no fim quando percebeu que era hora de ir embora, o Black deixou seu lugar em frente a janela e se apressou em puxar os cobertores sobre a bruxa, queria que ela tivesse uma manhã tranquila por mais um tempo, já ele, precisava voltar a sua rotina e fingir que não tinha acabado de dormir com sua professora.
Gostava de Minnie, muito, então iria ser um cavalheiro e fazer o que achava correto, poderiam manter aquele segredo até que se formasse. Depois disso, com certeza iria convidá-la para mais e mais encontros, pelo tempo em que ela aceitasse.
Minerva acordou alguns minutos após a porta do quarto se fechar, a claridade invadia o quarto, suspirou, então era assim que todas aquelas garotas bobas se sentiam sobre Sirius Black. Ela tinha que admitir, a fama não era a toa, mas até onde aquilo iria? Mordeu o lábio. Mesmo que não fosse o correto, esperava que ele a convidasse para mais encontros como aquele e, se isso acontecesse, ela poderia adiar a questão moral o quanto fosse necessário.
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