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História Cinza das Horas - Página seguinte


Escrita por: Pri__

Notas do Autor


Oiê... Mais um...

Gente, só volto semana que vem. Terei muito trabalho pelos próximos dias... Fora as reuniões online que são um saco... Quero nem pensar.😩

Beijos... Até lá.❤😘👑🍎

Capítulo 19 - Página seguinte


Fanfic / Fanfiction Cinza das Horas - Página seguinte

Swan

 

Chegamos na escola cedo. Tinha passado para pegar Ruby na casa dela antes do horário, não dormi direito. Rolei pela cama a noite inteira. Estava preocupada com o que Ariel faria. Receosa com as consequências que cairiam sobre  Regina. Fui imprudente! Não deveria ter agido da maneira que agi. Fui irresponsável. Regina tem muito a perder, e nessa história toda, ela seria a maior afetada. Eu não tinha esse direito. Era nítido que ela estava me evitando,  ao invés de aceitar, forcei a barra.  Não conseguia me perdoar por isso.

 

— Patinho, não vai falar nada? Tô começando a ficar preocupada.  Você ficou muda o caminho todo. — Ruby quebrou o silêncio.

 

Estávamos no carro, tínhamos acabado de parar no estacionamento. Respirei fundo encarando minha amiga.

 

— Foi tudo culpa minha! Eu a coloquei nessa situação, e agora não sabemos o que a louca  da Ariel vai fazer.

 

— Sou obrigada a concordar. A culpa é sua mesmo! — Ruby foi direta — A mulher ficava no jardim durante horas, não jantava com a gente, sempre mantendo uma distância segura.   E  que falta de sorte,  ehm — bateu com a mão espalmada na própria perna —  Em uma das poucas vezes que fica sozinha com você, acontece essa merda toda. — balançou a cabeça em negação.

 

 — Eu que a provoquei, eu que levei à situação, Ruby. Não é  justo ela ser acusada por algo. — falei em um tom arrependido.

 

— Ruby? Você só me chama assim quando tá muito mal. Tá preocupada mesmo. — me olhou tentando me passar conforto.

 

— Eu tô em pânico! E se Ariel fizer a denúncia? Mesmo que não seja relacionado a assédio, porque eu sou maior de idade, ela pode fazer por agressão. Regina é  uma pessoa pública,  isso será um escândalo. Além do trabalho, tem a família dela. — bati  a mão no volante  quase em um soco — Eu sou uma pessoa péssima!

 

— Calma, Emm. Vamos esperar para ver o que Ariel vai fazer. Na pior das hipóteses, terá que falar toda a verdade. Que o tal assédio partiu de você, e que a agressão física da professora Mills foi em resposta a uma  agressão  verbal  de Ariel.

 

Respirei fundo pensando no que aquilo acarretaria para  a minha  carreira.

 

— Sim. Eu teria que falar a verdade. — concordei conformada.

 

— Sabe das consequências disso pra você, não sabe? — perguntou preocupada — O time vai te suspender para não prejudicar a imagem da marca. E  na primeira oportunidade vão vender  seu passe. Você, provavelmente, terá que mudar de cidade, e jogar em um time ainda menor.

 

Olhei para o teto do carro como se estivesse procurando algum consolo. Não poderia negar que aquilo seria um retrocesso de anos em minha carreira. Dependendo da punição do time, e da repercussão  na mídia, poderia comprometer a minha história inteira dentro do voleibol.

 

— Eu sei. — olhei para ela — Mas por que a minha carreira seria mais importante do que a de Regina?  Eu tenho que fazer o que é certo! — conclui convicta, mas triste com a situação.

 

Ela apenas meneou a cabeça em concordância.  Passou a mão pelo meu braço em um carinho.

 

— Estarei ao seu lado! — apertou minha mão me direcionando um olhar amigo. Sorri como reposta.

 

— Preciso conversar com ela. — falei resoluta — Me desculpar mais uma vez. E dizer para ficar tranquila, pois vou me afastar, independentemente da postura de Ariel.

 

— E vai conseguir fazer isso? — me olhou curiosa agora — Eu vi como  ficou preocupada com ela.

 

— E? — franziu o cenho.

 

— Só você mesma para não perceber o jeito como olha pra ela. Está muito envolvida. — revirou os olhos — Qual é Emm, sabe do que estou falando.

 

Respirei fundo, desviando o olhar. Não respondi nada.

 

— Não vou nem zoar. — disse olhando para o vidro do carro — Só  tinha graça quando ainda era brincadeira.  — deu uma respirada funda e eu espelhei o seu ato, também  encarando a janela — Pode tentar falar com ela agora cedo. A primeira aula é  dela.  — fiz um sinal de concordância com a cabeça.

 

Saímos do carro e fomos em silêncio  para a sala de aula. Ela estava vazia. E assim permaneceu até a chegada dos alunos.  Leroy apareceu, logo depois,  avisando que a professora eventual que daria aula para a gente hoje, estava a caminho.  

 

***

 

Mills

 

Acordei antes do relógio despertar . Hoje já era quinta. Seria o primeiro dia em que iria à escola depois de toda aquela confusão com Ariel. Por ter ido à  viagem, eu teria direito a três dias de folga. Claro que não tinha planejado tirar todas consecutivas, e nem tão rápidas, mas devido a toda turbulência, preferi.

 

Liguei para Zelena na mesma noite em que Robin foi embora, contei tudo o que tinha acontecido.  Minha irmã entendeu, e também achou melhor eu ficar em casa. Esperei ser notificada sobre o boletim de ocorrência, mas nada veio. E  para a minha surpresa, Zelena me  mandou mensagem na manhã de segunda, dizendo que Ariel chegou na escola como se nada tivesse acontecido. Não citou absolutamente nada sobre o acontecido no dia anterior. Não  sabia o que pensar, mas estava em alerta. Esperando de onde viria o golpe. Lembrei que cheguei a achar Ariel amável.  Balancei a cabeça em negação.  Ela era uma ótima atriz, isso sim!

 

Robin veio jantar conosco na noite de segunda,  conversamos com Henry. Meu filho já pressentia algo, ele sabia que quando o pai viajava, avisava dias antes. Ao acordar pela manhã, e não encontrá-lo  aqui,  sabia que  algo errado acontecia.

 

Foi horrível. Henry chorou. Eu chorei ao vê-lo daquela maneira. Robin também ficou abalado. Desde então, meu filho anda pelos cantos da casa. Sem fazer barulho, sem pedir para comer besteiras, sem me deixar louca com a bagunça pela casa. Suspirei procurando conforto. Seriam dias difíceis até ele se acostumar. Robin estava em um hotel. Mas até a próxima semana, se alojaria em um apartamento de luxo  que pertence a família dele. Combinamos que em três dos finais de semana, Henry ficaria com ele. Caso acontecesse  algo, mudaríamos isso. Milah continuaria na função  de babá quando preciso.

 

Levantei a custo. Escolhi um vestido e um sobretudo.  Tomei um banho rápido. Meu filho também não demorou em se arrumar.  Mal tocou em seu café da manhã, não estava comendo quase nada nos últimos dias.  O deixei na escola. E vinte minutos antes do meu horário, já estava na sala dos professores.

 

Peguei o que ia precisar, e fui para a sala. Respirei em um momento de alívio quando chequei o horário, e vi que pelo menos a primeira aula não seria na sala de Swan. Mas minha tranquilidade durou pouco, assim que pisei no corredor pude avistar seus cabelos loiros mais adiante, estava acompanhada de Ruby Lucas. O destino como sempre dando, dois tapas na minha cara. E tudo isso antes das sete da manhã. Endireitei a coluna, tentando manter a postura.

 

Swan pareceu surpresa em me ver. Desencostou rapidamente da parede.

 

— Bom dia! — disse alternando o olhar entre as duas, não esperei resposta. Entrei em minha a sala.  Estava vazia.

 

— Preciso falar com você, professora Mills. — Swan disse ao entrar logo atrás de mim. Coloquei meu material na mesa, virei para ela,  me apoiei praticamente sentada na mesa.

 

— Sim? — disse séria.

 

— Como assim, sim? Eu estava preocupada.  Você sumiu três dias depois de toda aquela confusão. Quero saber como está? — perguntou com preocupação na voz.

 

Suspirei fundo. Queria esquecer tudo aquilo.

 

— Swan, eu estou bem. Apenas tirei alguns dias de folga a que tinha direito. — expliquei não dando importância.

 

— E Ariel, prestou queixa? Ela estava aqui esses dias todos que você não veio. — perguntou meio nervosa.

 

— Não fui notificada de nada. E pelo período, se ela tivesse registrado algo, eu já estaria sabendo. Portanto, acredito que desistiu da ideia. —  Falei e coloquei os cabelos para trás da orelha. Aquele assunto me incomodava.

 

Swan respirou aliviada.

 

— Menos mal. — sorriu —  Quero pedir desculpas mais uma vez. — disse  e suas bochechas começaram a mudar de cor. Não sabia lidar com Swan envergonhada, ficava ainda mais linda  — Eu não deveria ter me aproveitado da situação. — finalizou ainda vermelha, e abaixou a cabeça olhando para o chão, totalmente  sem graça.  Aparentava  realmente estar arrependida, dava para perceber em seu tom de voz.

 

— Já disse que tenho uma grande parcela nessa culpa. — falei e ela ergueu a cabeça, fixou seu olhar no meu.

 

— Fui infantil e imprudente.  Coloquei a sua reputação e carreira em risco. Me desculpe de verdade, professora Mills. — respondeu mantendo a seriedade.

 

— Vamos esquecer isso, ok ? — levantei por completo da mesa. Alguns alunos já faziam menção de  entrar na sala.

 

— Sim! Não vai mais acontecer. — falou  e saiu rapidamente da sala.

 

Swan estava diferente. Totalmente desconcertada. Com um semblante preocupado. Sem piadas. Sem ironia em seu tom de voz, como era o habitual. Se todo o estresse com Ariel servisse pelo menos para ela entender que  nosso contato se limitaria apenas à  relação professora e aluna, estava bom. Mas dizer que gostei de vê-la da maneira como estava hoje, seria mentira. Senti falta daquele brilho em seu olhar. Conversou comigo quase sem me encarar.  Ela não era assim. E isso não me agradava. Respirei fundo tentando colocar os pensamentos no lugar, e iniciei a minha fala com a sala.

 

***

 

Chegamos à aula depois do intervalo. E essa sim, seria na sala de Swan. A recepção foi  calorosa, pois não me viam desde domingo, parecia que todos os alunos queriam falar comigo ao mesmo tempo.  Swan estava em sua carteira e de lá não se moveu.  Me olhava de soslaio, nunca fixamente.  Ruby Lucas, ao seu lado, me direcionava um sorriso simpático. Pedi para que todos fossem a seus lugares, assim que o fizeram escutamos batidas na porta. Fui abrir.  Já esperava. Zelena havia me avisado como funcionariam as aulas de hoje e  amanhã na turma que tinha ido à  Jornada Literária, faríamos alguns trabalhos para serem expostos. Como se fossem um fechamento de ideias.  Ao abrir a porta, foi automático fechar o cenho, era Ariel.

 

— Já estão prontos? — perguntou em um tom simpático, tão falso quanto, a cor de seu cabelo. Revirei os olhos.

 

Não me dei ao trabalho de responder.

 

— Bom pessoal...  — me virei para a sala, e comecei a explicar — Como vocês sabem, hoje começa os preparativos para a exposição de sábado. Parte da sala ficará sobre a coordenação da professora aqui. — apontei para Ariel, desnecessário falar o nome dela — E os outros ficarão comigo. Assim que estivermos em um grupo menor, digo a função que cada um terá.  Quem irá  com ela, pode segui-la.

 

Ariel  permaneceu na porta,  August Booth  foi o primeiro a levantar. Mais alguns alunos também o fizeram, e para minha surpresa, Emma Swan foi um deles. Não consegui disfarçar a minha  expressão de surpresa. Ela estava escolhendo ter aula com Ariel a ter comigo? Preferia Ariel a mim? Senti meu sangue ferver no mesmo instante.  Se minha cara já estava fechada, agora, eu nem saberia como descrevê-la. Ruby me olhou praticamente espelhando minha expressão de espanto. Pude ler em seus lábios a frase inaudível “tá louca!”. Lucas levantou e a seguiu. Belle fez o mesmo. Ótimo, quem me restava? Will Scarlet e companhia. Já vi que seria muito produtivo. Ariel me lançou um sorriso vitorioso,  e saiu.

 

Fiz o que precisava, dividi as tarefas e observei o que ia sair daquele trabalho. E internamente, tentava controlar a raiva que estava sentido.

 

***

 

Entrei na biblioteca, a encontrei  silenciosa. Os alunos que ficaram comigo precisavam de alguns livros para pesquisa, e eu fui buscá-los. Ao passear os olhos pelo lugar, notei que ele estava quase vazio, exceto por Swan, sentada ao fundo, com um notebook e uma pilha de livros ao lado.

 

— Pensei que estaria lá em baixo com Ariel. — disse me aproximando, não esperava encontrá-la ali. Ela deu um pulo e colocou a mão no peito. Estava entretida com o computador, não me viu entrar.

 

— Que susto! — fez uma pausa, respirando fundo, desviou o olhos novamente para o notebook — Eu estava, mas Ariel pediu para eu pegar algumas estrofes de poemas desses livros — passou a mão  pela pilha  —  e colocar em um molde de cartão, ela vai mandar imprimir. Estou procurando um site para copiar e colar . Senão terei que digitar, e daria um trabalho imenso. —  explicou tudo de cabeça baixa.

 

— Entendi.  — falei e a conversa morreu. Swan não  se deu ao trabalho de me olhar.  A encarei por alguns  segundos esperando que erguesse a cabeça, mas ela simplesmente  me ignorou. — Conheço um site.  Me aproximei, ficando ao seu lado. Virei o notebook para mim. Abri uma nova guia de pesquisa e digitei o endereço. Virei o computador para ela novamente. 

 

— Obrigada! —  agradeceu virada para a tela.  Abaixou a cabeça para olhar o título de um dos poemas, começou  a digitar na busca do site. Eu observava seus movimentos em silêncio. Swan estava me irritando ainda mais. Já não bastava ter escolhido fazer o trabalho com Ariel? Precisava mesmo disso?

 

— Não acho uma boa ideia você fazer este trabalho com Ariel. — Falei direta e com um tom nada satisfeito na voz.

 

— São  apenas dois dias. — falou dando de ombros.  E aquele tom de indiferença  em sua voz estava fazendo meu sangue ferver.

 

— Não sabemos o que ela pretende. — disse  passando as mãos pelos cabelos — E também tem a maneira como você a desafiou domingo. Com certeza ela não esqueceu.

 

— Por enquanto está tudo calmo.  — respondeu  abrindo outro livro.  E tudo naquela sua postura me incomodava  — E  sinceramente, pela maneira como ela está me tratando, acho que vai continuar até o final do trabalho.

 

— Prefere Ariel a mim? — perguntei já me alterando.

 

— Não  é  questão de preferir. — copiou a estrofe que tinha achado e colou no arquivo do tal cartão. Suspirou.   — É  questão do que não vai ser um transtorno. — pegou o próximo livro.

 

— Transtorno? —  fechei a tampa do notebook na mesma hora. Ela conseguiu me tirar do sério. Pela primeira vez  me olhou. E o fez assustada. — É  isso que eu sou? Um transtorno. — Perguntei ofendida. 

 

— Não! — levantou sobressaltada. Ficamos a centímetros uma da outra . Ela me encarou nos olhos — Eu sou um transtorno pra você, professora Mills. Por isso tenho que me manter o mais longe possível. — falou, deu um passo para trás, e começou a juntar todas as coisas que estavam na mesa. 

 

— Swan, não precisa ser assim. — comecei a falar, mas ela me interrompeu.

 

— Precisa! Precisa e vai ser! — falou e voltou a se aproximar — Eu não quero ninguém te acusando de nada. Não quero ninguém duvidando da sua capacidade profissional. Não quero sua imagem manchada. — parou de falar por um instante e passeou o olhar pelo meu rosto. Fixou os olhos em minha boca. Engoli seco. Ficou assim por um instante. Até subir o olhar e aprofundar  aquelas orbes verdes em meus olhos novamente. — E quando eu estou perto  de você, a única coisa que consigo pensar é em beijar sua boca. — senti minhas pernas ficarem moles.   — Então sim, professora Mills  — disse pegando suas coisas de maneira desajeitada da mesa. — É assim que tem que ser. —  saiu.

 

Sumiu pela porta me deixando sozinha  e totalmente confusa.

 


Notas Finais


Spoiler do próximo capítulo no Instagram cinza_das_horas (Stories).


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