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História Cinza das Horas - Problemas


Escrita por: Pri__

Notas do Autor


Oieee... lindas ❤

Capítulo 52 - Problemas


Fanfic / Fanfiction Cinza das Horas - Problemas

Mills

 

— Tem até  vídeo! — Emma falou, colocou o celular sobre a mesa de centro. Sentou no sofá ainda em choque. — E agora? — não respondi. Também não sabia o que fazer.

 

Correio de Storybrooke era uma página amadora de notícias da cidade.  Mas dependendo  do número de compartilhamentos, logo isso explodiria na imprensa oficial. 

 

Era só o que faltava, um vídeo meu aos berros, quase a ponto de voar no pescoço de outra mulher. Cora iria surtar! Emma também não poderia estar envolvida em um escândalo desses. Patrocinador nenhum veria isso com bons olhos. Peguei o celular, dei play para ter noção  do tamanho do problema.

 

Era possível escutar a discussão perfeitamente.  Apertei os lábios. Olhei para Emma. Ela negou com a cabeça. Ao final, o abraço. Era nitidamente um afeto de casal, a maneira como Emma passou as mãos pelo meu corpo, denotava a nossa intimidade.  A forma como colocou o rosto na curva de meu pescoço, o carinho que eu fiz em seu rosto em seguida. Respirei fundo. Tentei manter a calma.

 

— Preciso  ir para o escritório. — falei séria  — Tenho que resolver isso.

 

— Tudo bem! — Emma levantou — Posso fazer algo para ajudar?

 

Dei um suspiro alto, me aproximei.

 

— Pode!  — coloquei alguns fios de cabelo para trás de sua orelha — Tente ficar bem.  Pare de olhar os comentários maldosos das pessoas na internet.

 

Emma sorriu sem mostrar os dentes.  Estava visivelmente abalada. Claro! Quem não estaria?  Era uma carga emocional muito negativa sobre ela.

 

— Tudo bem. — falou baixo — Me mantém informada? — fiz que sim com a cabeça. 

 

— As chaves do carro de Zelena, onde estão?  — perguntei.

 

— Aqui. — foi em direção à mesa de canto, me entregou.

 

Fomos até a porta.

 

— Eu te ligo.  — dei um beijo demorado em seu rosto. Passei o nariz delicadamente por sua bochecha.  Queria tocar seus lábios, mas  eu sabia que ela estava chateada comigo, não ia forçar nada, ainda mais em um momento desses.  Me afastei. Abri a porta.  Emma observou meus movimentos.

 

Andei rápido até o carro de Zelena. Ela me esperou dar partida parada na varanda.

 

Dirigi sem muito cuidado até o escritório.

 

***

 

Cumprimentei com um menear de cabeça os seguranças do prédio, subi para o andar de meu escritório.

 

Assim que sai do elevador, percebi tudo ainda desligado.  Franzi o cenho. Olhei o relógio, era quase meio dia. Victoria não estava ali? Estranho.

 

Agradeci mentalmente  por Cora também não estar, mas meu receio em relação a isso também aumentou. Minha mãe estava muito ausente por esses dias, vindo  dela, era preocupante.

 

Fui direto para a minha sala. Sentei. Liguei o computador. Peguei minha agenda na primeira gaveta. Sorte que Victoria era muito organizada, não foi difícil achar o  que  queria.

 

Pesquisei o site que havia publicado o vídeo. Disquei o número que havia encontrado.

 

— Bom dia! — cumprimentei educadamente — Preciso falar com Melissa  Bauer — esperei — Regina Mills.  — ao escutar meu nome a secretária não demorou para transferir a ligação.

 

— ENTÃO LEMBROU QUE EU EXISTO? NA MINHA CASA OU NA SUA? — revirei os olhos.

 

— Não tenho tempo para brincadeiras, Mal.  — usei um tom sério — Preciso de sua ajuda.

 

— Você não tem nem o meu número salvo em seus contatos, precisa ligar no meu escritório  por isso.  Passa meses sem falar comigo,  mas quer a minha ajuda? — usou um tom irônico.  Bufei.

 

— VAI ME AJUDAR OU NÃO? — respondi impaciente.  Ela gargalhou.

 

— Claro, meu amor! — ainda ria — Do que você precisa?

 

Passei a explicar o que acontecia. Contei sobre a discussão na escola e a publicação no site. 

 

A empresa de Mal era referência em desenvolvimento de servidores. Ela deveria ter algum contato no site que hospedava a tal página amadora.

 

— Tudo bem!  Vou ver o que posso fazer.  — falou de maneira calma. Dei um suspiro aliviado.

 

— Obrigada, Mal.

 

— Vai  me levar pra tomar algo! — respondeu rápido — revirei os olhos.

 

— Tudo bem! — dei um sorriso contido.

 

Nos despedimos. Ela ficou de me retornar  assim que tivesse um posicionando do site. 

 

Coloquei o telefone no gancho. Olhei para um canto qualquer da parede.   Passei as mãos pelo rosto. Estava uma pilha de nervos.

 

Levantei, andei a esmo pela sala. As pessoas não poderiam descobrir o meu envolvimento  com Emma. Não assim. Não enquanto ela ainda é minha aluna. Coloquei as mãos na cintura. Olhei para o teto. Respirei fundo.  Deus! Só falta um mês. Seria muito azar!

 

Voltei à mesa, peguei meu celular. Disquei o número de Victoria. Chamou incansavelmente.  Nada.  Outra coisa que me preocupava, Victoria não era de faltar.

 

— SIS? — me virei assustada — Zelena entrou em minha sala.

 

— Não  deveria estar na escola? — perguntei surpresa.

 

— Deveria, mas você me deixou falando sozinha no telefone. — abriu os braços — Fiquei preocupada.

 

O choque foi tão grande quando vi a publicação, que nem me atentei, não tinha falado palavra alguma com Zelena ao telefone.

 

— É, eu ... — gaguejei — Acho que as coisas saíram um pouco do controle.   — passei a mão pela testa. Zelena me olhou com um ar preocupado  — Como sabia que eu estava aqui?

 

— Fui à casa de Emma.  — se aproximou  — Já pensou no que vai fazer?

 

Soltei o ar pesadamente.

 

—  Acabei de falar com Mal, ela prometeu fazer algo. — apertei a mão em um punho, estava suando frio.

 

— Vai dar tudo certo, sis. — segurou em meus braços — Foi uma boa ideia, Mal conhece muita gente. — me lançou um sorriso de conforto.

 

— Espero que sim. — tentei ser confiante.

 

— Victoria não trabalha hoje?  — fez esforço para disfarçar o extremo interesse, mas falhou.

 

— Ela deveria estar aqui.  — balancei o celular em minha mão — Tentei ligar, mas ela não atende.

 

A expressão  de Zelena fechou.

 

— Estranho!

 

— Muito. — concordei.

 

— Mal deu alguma previsão de resposta? — mudou de assunto. Apertei o olhos analisando a postura de minha irmã. Zelena não sabia disfarçar, estava inquieta depois de saber da falta de Victoria.

 

— Não deu. Só resta esperar. 

 

 — Entendi. Então vou voltar pra escola.  Caso precise de mim, ligue. — lancei a ela um olhar agradecido. Estendeu as chaves do meu carro — Podemos  trocar?

 

Peguei.  Entreguei as dela. 

 

— Tchau, irmãzinha. — beijou meu rosto — Vai me passando as novidades.  — concordei com a cabeça. Saiu.

 

Voltei a sentar em minha cadeira. Como eu iria trabalhar assim? Não tinha condições   psicológicas para isso.

 

Meu celular vibrou sobre a mesa. Senti um frio na barriga. Ultimamente só notícias ruins vinham dali.

 

Destravei. Por um segundo pensei que já  fosse   Mal.

 

Não era.

 

Meu nervosismo só aumentou quando percebi a notificação de uma de minhas redes sociais. Abri.

 

“Podemos nos encontrar  amanhã” —  o perfil anônimo  finalmente respondeu a mensagem que eu havia mandado dias atrás.

 

Não respondi de imediato. Fechei os olhos, tentei não surtar. Mais essa agora! Debrucei sobre a mesa. Repousei a testa sobre as mãos. Repeti mentalmente que seria melhor resolver isso logo.  Negociar com essa pessoa, tiraria pelo menos um problema de minha lista. Endireitei a postura.

 

“Amanhã,  às  13:00, no restaurante do Porto”— digitei com as mãos vacilantes.

 

Li um “ok"  em seguida.  Soltei o aparelho na mesa.

 

Levantei.

 

Fui até o hall, tomei um gole de água.

 

Mais o que estava para acontecer?

 

***

 

Zelena

 

Sai do escritório de Regina mais preocupada do que estava anteriormente. Como assim Victoria não tinha vindo trabalhar?  E por que ela não atendia o celular?

 

Entrei em meu carro, não pensei duas vezes, fui em direção à sua mansão.

 

Em poucos minutos estacionei, olhei para a porta. Soltei o ar pesadamente criando coragem.  E se o corno estivesse em casa? Balancei a cabeça. Foda-se!

 

Fui até a porta. Toquei a campainha. Esperei. Nada.

 

Insisti. Passei a bater. 

 

Finalmente escutei o barulho do trinco. 

 

Victoria abriu apenas uma fresta, ela ainda estava de robe, os cabelos soltos. Não consegui ver seu rosto por completo.

 

— Você enlouqueceu? — perguntou ríspida — O que está fazendo aqui?

 

— Bom saber que está bem. — respondi irônica — Regina disse que não conseguiu falar com você.

 

— Estou bem. — continuou no mesmo tom — E por pouco você não me cria problemas, Isaac saiu há alguns minutos. — era a deixa que eu precisava. 

 

Coloquei a mão na porta, empurrei. Victoria  fez força para impedir,  não conseguiu. Entrei. 

 

Ela se afastou, virou de costas.

 

— Não é  bem-vinda  aqui, senhorita West! — fechei a porta atrás de mim.

 

— Vai me contar o que está acontecendo? — eu  sabia que não era só rispidez pelo comentário idiota que tinha feito em Monhegan.

 

Silêncio.

 

Ela  abaixou a cabeça.

 

— Victoria... — disse baixo, me aproximei. Toquei em seu braço com receio — Pode me contar o que aconteceu. — minha voz saiu quase em um sussurro. 

 

Ela virou em um impulso, tirou o cabelo do rosto.

 

— COMO EU PODERIA TRABALHAR ASSIM? — falou alto. Arregalei os olhos.  As lágrimas escorreram livremente por seu rosto.

 

Aquele desgraçado tinha agredido Victoria no rosto dessa vez. Seu olho estava completamente roxo, inchado ao ponto de  mal conseguir abrir. Senti uma dor no peito. Era muito triste vê-la assim.

 

— Vem aqui! — a puxei para mim. Victoria  não resistiu. Encostou a cabeça em meu peito.  Soluçou. Senti meus próprios olhos se encherem  de lágrimas. Fiz um carinho em seus cabelos.   — Estou com você. — sussurrei. Ela se encolheu mais.

 

Victoria estava fragilizada. As marcas não estavam apenas em seu corpo. Cada hematoma fincava  raiz em sua alma. Ela  estava diante de mim em pedaços. Podia sentir a cada soluço, a cada respirada funda. Apertei mais o seu corpo em meus braços. Beijei sua cabeça.

 

Repetir que ela deveria denunciar esse filho da puta, só a afastaria de mim. Ela sabia o que deveria fazer.

 

Não disse nada. Apenas continuei abraçada a ela. Mantive o carinho.  Aos poucos, percebi sua respiração voltar  ao normal. Ficou mais calma.

 

— Desculpe por isso. — falou baixo, ergueu  um pouco a cabeça para me olhar enxugou o rosto. Tentou se afastar, a segurei pela cintura.

 

— Não precisa se desculpar. — levei a mão direita a seu rosto.  Enxuguei as lágrimas em sua bochecha, abaixo de seu olho machucado.  Fiz um movimento suave, com medo de machucá-la — Eu quero ajudar, Victoria. — falei baixo.  Fixei meu olhar no seu — Você  merece carinho, amor ...  — fiz o contorno de seu queixo com o indicador  — Não isso. — falei o que realmente achava, minha voz saiu embargada.

 

Victoria  ficou em silêncio.  Tentei entender o  aquele olhar significava, me perdi naquela  intensidade verde.  Ela se aproximou.  Tocou meus lábios delicadamente com os seus. Um arrepio passou pelo meu corpo inteiro.

 

Foi um selinho suave. Carinhoso.

 

Afastou-se.

 

— É  melhor você ir, senhorita West. — franzi  o cenho. Fiz menção de falar algo, mas ela continuou — Isaac foi ao centro, mas logo estará de volta.

 

Desviei o olhar, meio decepcionada.  Eu não queria trazer mais problemas a ela.

 

— Tudo bem. — respondi a contragosto. Respirei fundo, tentei disfarçar o abalo que toda aquela situação causava dentro de mim.   Virei, sai sem mais olhá-la. Bati a porta.

 

Engoli seco. Enxuguei uma lágrima que escorreu pelo meu rosto.

 

Entrei em meu carro.  Precisava voltar à  escola, apesar de não ter mais cabeça nenhuma para isso.

 

 

***

 

Mills

 

Fechei abruptamente a pasta aonde estava impresso o Regimento Interno do Senado.  Desisti depois de ler pela quarta vez o mesmo parágrafo do documento e não entender absolutamente nada.   Empurrei todos os papéis para longe de mim na mesa.  Bufei. Como eu poderia  me concentrar com tudo que estava acontecendo?

 

Olhei em meu celular na esperança de ter alguma mensagem de Mal. Nada.  Respirei fundo, tentei controlar a ansiedade. Abri minha conversa com Milah, ela já estava com Henry no treino.  Pelo menos com isso, não precisaria me preocupar.

 

Mandei uma mensagem para Emma, perguntei se ela havia almoçado.

 

— Senhora Mills? — levei um susto. Travei o celular. Sorri amarelo.

 

— Boa tarde, Isaac. — tentei ser educada, apesar da aversão crescente que eu sentia por ele — Entre. — indiquei com a mão.

 

— Vim trazer isto. — me estendeu um papel. Aproximou-se de minha mesa. Peguei — É um atestado de Victoria, minha esposa não está  bem.  — ergui uma sobrancelha.

 

O atestado não especificava a suposta doença, apenas aparecia o código de identificação do tal mal estar, que eu não conhecia. O documento afastava Victoria por uma semana do trabalho, era assinado por um médico que  conhecia por ser filiado ao partido.  Sorri irônica, a armação era óbvia. Levantei a cabeça para olhá-lo. E eu tinha cara de idiota agora?

 

— Victoria iria mandar por e-mail, mas como precisei vir ao centro, aproveitei.  — continuou com naturalidade.

 

— Liguei para ela, não obtive resposta. — falei séria.

 

— Victoria está sonolenta por causa dos medicamentos, não deve ter ouvido tocar.

 

— Tudo bem. — fingi acreditar — Desejo melhoras à ela.  — forcei um sorriso.

 

Ele meneou a cabeça. Apertou minha mão. Saiu  em seguida.

 

Nojo.

 

Tentei ligar mais uma vez para Victoria, ela não atendeu novamente.  Mandei uma mensagem para Zelena.  Precisávamos descobrir o que realmente tinha acontecido. Victoria  poderia estar em perigo com este marido psicopata.

 

Meu celular  vibrou em minha mão. Número desconhecido. Fiquei ainda mais nervosa. Atendi.

 

— Você me deve um drink!   — respirei aliviada.

 

—  Conseguiu? — perguntei cheia de esperança.

 

— Nada que uma promessa de estágio para um profissional  amador não resolva.  — Mal usou um tom convencido  — A notícia  já está fora do site.    — senti um peso sair de minhas costas. Agora era rezar para não sair nada na imprensa oficial.

 

— Obrigada, Mal. — falei com gratidão na voz.

 

— Vou esperar um convite. — sorri.

 

— Tudo bem. Pode esperar! — apesar de algumas cantadas inconvenientes, eu gostava  dela.

 

— Agora me diz — mudou de tom — Quem é  a loira gostosa? — arregalei os olhos.

 

— Tchau, Mal!

 

— Regina, espe... — desliguei.  Revirei os olhos. Salvei o número dela em meus contatos.

 

Olhei novamente minha conversa com Emma, ainda nenhuma reposta. Pelo jeito que ela estava mais cedo,  tinha quase certeza que não havia se alimentado.

 

Desliguei o computador, coloquei todos os papéis na gaveta. Peguei minha bolsa.

 

Iria almoçar com Emma.

 

***

 

Swan

 

Terminei a última série de tríceps. Soltei os pesos no chão.  Tentei recuperar o fôlego.  Não havia ido ao ginásio hoje. Liguei para Kurt, depois que Regina saiu, expliquei o que tinha acontecido. Ele me dispensou do treino com bola, mas pediu para manter o de musculação.

 

Sai da academia. Subi para meu quarto, Ava me acompanhou. Precisava de um banho. Evitei olhar o celular, queria esquecer um pouco toda a bagunça dos últimos dias.

 

Fui para o chuveiro. Tentei relaxar. Não consegui. Meu braço ardeu bastante. A imagem da mãe de Neal não me saía da cabeça. Toda a culpa que ela jogou sobre mim, me deixou angustiada. Se já estava difícil na escola antes desse escândalo, agora então, estaria insuportável.   Ainda bem que o ano estava perto de acabar.

 

Fiz um novo curativo. Desci.

 

Coloquei ração para Ava. Meu estômago embrulhou só de pensar em comer algo.  Quando peguei o celular para ver se a Regina tinha novidades sobre o tal site que publicou  o vídeo, escutei a maçaneta da porta.  Ava latiu.

 

Ruby entrou logo em seguida.

 

— Eu te liguei. — falou jogando a mochila no sofá.

 

— Não vi. — coloquei meu celular na mesa de canto.

 

— Como você está? — se aproximou, me abraçou.

 

—  Me sentindo culpada. — respondi desanimada, retribui o abraço.

 

— Emm, para de besteira. — me puxou pela mão, sentamos no sofá — Você não tem culpa  de nada.

 

— Eu não sei, Ruby... — apertei os lábios — Talvez se ao invés de me afastar, tivesse tentado ser amiga dele.

 

— Emm, ele te perseguiu. Tentou forçar as coisas. Foi um escroto. — falou séria  — Você fez o que qualquer mulher faria.  A culpa não é  sua!  — segurou em minha mão, me fez um carinho — Nunca foi.

 

Dei um sorriso triste. Ruby me abraçou forte. Fechei os olhos, coloquei o rosto na curva de seu pescoço.

 

— Não deveria estar no treino?  — perguntei com a voz abafada depois de alguns segundos.

 

— Tô indo já. — se afastou, abriu a mochila — Só vim trazer as anotações  das últimas aulas. — me entregou  dois cadernos.

 

— Valeu.  — coloquei ao meu lado no sofá.

 

— Tem também as pesquisas que Belle fez sobre os conteúdos que Graham passou.  — pegou meu notebook na mesa de centro, abriu — Vou mandar para o seu e-mail. — a tela do meu computador ligou — Epa! O que é  isso, Patinho? — perguntou  com um sorriso no rosto.

 

Tentei abaixar a tampa do notebook,  mas ela se afastou.

 

— Só estava dando uma olhada. — encostei todo o corpo no sofá, tentei não dar importância.

 

— Dando uma olhada em vários sites. — passou de  uma aba para a outra nas diversas páginas que eu havia entrado — Então vai tomar vergonha na cara e colocar um anel  no dedo da Regina gostosa Mills?

 

Passei a mão pela testa.

 

—  Estou pensando em tentar. — encostei a cabeça no sofá, olhei para o teto  — Desde que aconteceu aquela situação em Monhegan, venho cogitando essa possiblidade. Não quero Regina insegura em relação ao  que temos. Mas também não sei se ela aceitaria um pedido oficial  meu.

 

— Para de ser idiota, garota! — deu um tapa forte em  minha perna, me encolhi — Regina é  louca por você!

 

— Acha que ela aceitaria ser minha namorada?  — virei a cabeça para olhá-la.

 

— Claro! — falou como se fosse óbvio — E esse anel aqui é  a cara dela. — virou a tela para mim.

 

Sorri. Realmente combinaria com ela. Delicado. Reluzente. Ouro branco com cinquenta e um pontos de diamantes cravados, era a descrição  na foto.

 

 — Compra agora! — colocou o notebook em meu colo.

 

— O QUÊ? — ajeitei minha postura no sofá.

 

— Pra que perder tempo?  — gesticulou — Anda!

 

Fechei um pouco os olhos. Fiquei alguns instantes  em silêncio, analisando a situação.

—  Tudo bem. — disse finalmente. Ruby abriu um sorriso enorme. Chegou mais perto.  Passei a digitar  meus dados na página.

 

Em alguns minutos, ainda não muito segura, finalizei a compra. Ruby assistiu tudo em uma animação que não cabia nela.

 

Depois disso, minha amiga me passou por e-mail as pesquisas.  Desligou o computador. Saiu apressada para o treino.

 

Levantei na intenção de finalmente  ligar para Regina. Escutei a porta sendo aberta de novo.

 

— O que você esqueceu, Ruby?  — me virei.

 

 Não disfarcei a surpresa.

 

— Ia ligar pra você agora. — Regina encostou a porta. Ela trazia  comida, apesar de não estar com fome, era uma atitude  muito atenciosa. 

 

Aproximou-se, segurou em meu rosto, deu um beijo demorado em minha bochecha.

 

— Você comeu?— me puxou pela mão em direção à  cozinha.

 

— Não estou com fome. — a segui.

 

— Mas vai comer! — bufei.

 

Chegamos à cozinha, Regina colocou as sacolas sobre à mesa.

 

— E  o site? — perguntei preocupada  — conseguiu fazer algo?

 

— Consegui sim. — falou séria  — Mas te conto durante o almoço. Me ajuda a pôr a mesa? — afirmei  que sim com a cabeça.

 

Ajeitamos tudo.  Regina abriu as embalagens.

 

— Tudo bem, agora eu fiquei surpresa. — observei com calma, risoto de camarão ao molho de quatro queijos — Estava esperando  salada e palmitos. — ela revirou os olhos.

 

— Precisava ser algo mais Emma Swan. — deu um sorriso e ele quase faz todos os meus problemas parecerem  pequenos. Linda!

 

— Deu até fome agora. — fui sincera, Regina fez um  ar satisfeito.

 

Nos servimos. Ela passou a contar sobre como conseguiu que a notícia fosse removida.

 

— Então ficou poucas horas na rede. — falei, tomei um gole de suco.

 

— Sim. Felizmente ficou por pouco tempo. — usou o guardanapo, continuou —  Agora vamos torcer para que nenhum veículo oficial publique algo. Um pedido formal para a remoção de algum conteúdo na imprensa profissional demora alguns dias. Fora o alcance que é muito maior.

 

Me senti um pouco aliviada, tive esperança que as pessoas esquecessem isso logo.

 

Terminamos o almoço.  Deixamos a louça por lavar. Escovamos  os dentes. Ava não saía  do pé de Regina, que tinha uma paciência enorme. Minha cachorrinha conseguia ser terrível às vezes.

 

Fomos para a sala. Ava deitou em um canto no tapete.

 

— Precisa voltar a trabalhar? — perguntei, sentei no braço do sofá.  O shorts preto que eu usava subiu levemente. Regina desviou o olhar para as minhas coxas, me observou sem pudor. Senti minha pele queimar. Sei que   não tínhamos resolvido aquela situação de Monhegan,  fiquei  realmente chateada com atitude dela, mas esse olhar safado acabava comigo.

 

— Precisar, eu preciso. — se aproximou. Seu  cheiro me invadiu por completo — Mas  estou tão estressada nos últimos dias.  — usou um tom sensual  — Uma certa loira, bem que poderia me ajudar.  — passou o dedo indicador de maneira sugestiva por minha coxa. Senti um frio na barriga.  Se encaixou no meio de minhas pernas.  Respirei com dificuldade.  Regina era irresistível. Como eu estava com saudade dela.

 

Ela não avançou o sinal.  Quem não resistiu foi eu.

 

Segurei  em sua nuca, a trouxe para mim. Tomei seus lábios com vontade. Ela retribuiu na mesma intensidade. Gemeu quando apertei  seus cabelos.

 

Nossas línguas se misturaram com desespero. Foi quente. Foi com desejo. Foi cheio de paixão.

 

Ela passou as mãos  por meus braços. Cravou as unhas ali. Gemi no meio do beijo. Ela adorava fazer isso.

 

Me empurrou, me ajeitei por completo no sofá. Sentou em meu colo com uma perna de cada lado.

 

— Senti falta da sua boca. — falou cheia de tesão, mordeu meu lábio inferior. Suspirei.

 

Sem cerimônia alguma, puxou a regata cinza que eu usava.

 

Parou, olhou meus seios nus diante dela.

 

— Você tem noção do tesão que tenho em você, Emm? — sua voz saiu ainda mais rouca.

 

Levou as mãos a meus seios. Apertou.  Fechei   os olhos com força. Colocou os polegares sobre meus mamilos. Pressionou. Tremi. Inclinei a cabeça para trás.

 

— Já está toda acesa, Swan? — provocou. Escutei um riso sacana sair de seus lábios.

 

É  claro que estava completamente excitada. Regina não precisava de muito para me deixar nesse estado.

 

Voltei a olhá-la. Abri sem paciência os botões  de sua camisa social. Ela fez uma cara safada, me ajudou com a blusa.  Joguei a peça no chão. Apertei seus seios por cima das rendas do sutiã  branco que usava.

 

Voltamos nos beijar. Regina se insinuou, rebolou forte em meu colo.  Gemi.

 

— O QUE SIGNIFICA ISSO, EMMA?  — escutei uma voz alta. Afastei meu rosto de Regina, ela deu um pulo em meu colo. Arregalei os olhos.

 

Meu pai bateu a porta atrás de si.

 


Notas Finais


Spoiler do próximo capítulo:

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