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História City Noir - Caso Esmeralda - Capítulo Sete


Escrita por: bg_bruss

Notas do Autor


Essa história é um rascunho que futuramente será revisado e repostado

Boa leitura!

Capítulo 7 - Capítulo Sete


Fanfic / Fanfiction City Noir - Caso Esmeralda - Capítulo Sete

Alana corre como nunca correra antes. As lágrimas nos olhos são devido ao nervoso, ao susto, ela não sabe.

A garota vai parar no mesmo bar onde conheceu William, e o barista não a expulsa por perceber o nervosismo.

 

- Um telefone - diz - por favor.

 

O homem indica e ela corre, pegando o cartão com o número do detetive, que sempre carrega consigo. Ele atende no primeiro toque.

 

- Detetive Blake, o que deseja?

- Willy - a voz dela dá uma guinada, e ela ouve o homem derrubar algo da mesa.

- Alana? O que houve? Você tá bem?

- Não - ela soluça - Briggs sabe, ela sabe. Meu Deus, ferrou tudo.

- Calma, onde está?

- No bar daquela noite. Ela sabe de mim, William, o que eu faço?

- Primeiro respira, ela sabe pra onde você foi?

- Eu não sei.

- Por que está com tanto medo?

- Eu não sei. Não... não sei.

- Tá, ok, não posso ir te buscar agora, daria muito na cara. Consegue ir pra Avenida do Comércio?

 

É a rua mais movimentada da cidade inteira, já que não tem um shopping ou algo do tipo por ali. Várias lojas de produtos iguais enfileiradas pela rua, atraindo todo tipo de gente - todo mesmo.

 

- Sim, consigo.

- Certo. Tem uma loja de ternos lá, "mr. FinaChic". Eu sei, eu sei, é ridículo, mas é lá que compro minhas roupas. Entre lá e procure por... procure por Lilith Gorman, fale que eu pedi ajuda.

- Lilith Gorman, certo. Vai demorar?

- Um pouco, não se preocupe.

 

Ela desliga, respirando fundo. A Avenida do Comércio fica a 5 minutos dali, ela chega rápido, tremendo e suando frio. Tenta manter um sorriso simpático, mas seu coração está acelerado demais para que ela consiga sequer pensar.

A loja mr. FinaChic é uma daquelas que Lanny nunca visitaria se não estivesse em apuros. Era cheia de ternos, gravatas, sapatos de salto e vestidos chiques. O recepcionista a olha de cima a baixo, para a jaqueta jeans e os tênis velhos e quase resmunga quando ela abre a boca.

 

- Vá embora.

- Lilith Gorman - solta ela - Procuro Lilith Gorman.

- Oh, estou aqui - a moça é muito bonita, talvez a mulher mais bonita que Alana tenha visto na vida - Do que precisa, querida?

- Wi...Willy Blake pediu ajuda. Disse pra te procurar.

 

Por instinto, ela olha pela vitrine, o segurança de sra. Briggs caminhando pela rua, o rosto carrancudo.

 

- Por favor - a garota deixa mais lágrimas escaparem, assustada - Willy vai vir, eu só...

- Esse chapéu é dele - Lilith passa o dedo pela borda - E você não tem idade para estar com ele.

- Não, não estou com ele, é só um amigo.

- Ele não é de pedir ajuda, deve ser importante. Venha, querida, por aqui.

 

Alana e Lilith correm para os fundos da loja, entrando na salinha dos funcionários. A mais nova senta no chão, tremendo, enquanto Gorman lhe serve um copo de água.

 

- Certo, pode ficar aqui, as pessoas não podem entrar, apenas funcionários. William... é um cara legal, não é?

- Vocês tiveram um caso, não? Desculpe, é que você parece gostar muito dele.

- Oh, querida, gosto sim, mais do que deveria. É realmente uma pena que não tenhamos dado certo. Enfim, não adiantaria eu ligar, né? Se ele já está a caminho... não tem problema, não sei no que estão envolvidos mas não me diz respeito. Fique aqui, se eu sumir por muito tempo irão reclamar.

- Obrigada... por isso, você nem precisava me ajudar.

- Não é problema algum. Will ainda é um grande amigo.

 

Lilith sorri e se retira. Lanny se desfaz do chapéu e dos óculos, os olhos coçando pelas lágrimas. Por que está tão desesperada, não sabe. Só se sente totalmente fora de si.

Em meia hora, William aparece, Alana pode ouvir sua voz, abafada pela porta. Lilith entra na sala, acompanhada pelo antigo amante, que suspira aliviado.

 

- Will - sussurra a mais nova, levantando com dificuldade.

- Oi, tá tudo bem, se acalma.

 

Alana nem percebe que está chorando de novo, e se deixa abraçar pelo detetive. Lilith fecha a porta atrás de si, braços cruzados.

 

- Shhh, tudo bem. Pode me contar o que aconteceu?

- Eu saí... pra andar um pouco... e Briggs tava lá, na mesma rua. Eu nãos ei os motivos dela, não sei mesmo, mas... aconteceu, ela me reconheceu e mandou o segurança me segurar. Talvez não fizesse nada demais comigo, não fiquei pra ver.

- Entendo. Sinto muito não estar lá pra te ajudar quando precisou.

- Desculpa me intrometer, mas essa é a garota de quem Margareth Briggs comentou semana passada? Que roubou o colar dela? - pergunta Lilith, se aproximando.

- Fala mais alto, ainda não te ouviram na Lua - debocha Alana.

- Ei - diz William, em tom sério.

- Desculpa, é o estresse. Enfim, ela praticamente confessou que o colar não tá comigo.

- Jura? Ela tá confiante nesse ponto?

- Parece que sim? Ela disse mias ou menos assim: "onde tá meu colar? Ah não, não é essa a questão, você não sabe onde está". Ela tá armando pra mim, eu disse.

- Que loucura - comenta Lilith, sem perceber - Desculpe, não quero me envolver.

- Imagine - sussurra William, finalmente soltando Lanny - Então e agora?

- Entendeu o lance dos quadros? Achou algo?

- Tem um quadro enorme na biblioteca, já viu? Fica atrás de uma mesa, parece até uma barreira protetora.

- Tem biblioteca lá?

- Não sabia?

- Tinham alguns cômodos que eu não tinha permissão pra entrar, ou mesmo pra abrir a porta. Os livros que lia lá eu levava da biblioteca pública.

- Entendi. É claro, ela adoraria manter você longe do lugar mais seguro dela. Principalmente se tentasse te incriminar.

- Temos que ir tirar essa história a limpo hoje! - Lanny agarra a manga da blusa do detetive, quase como uma criança.

- Não temos provas.

- Will, sua intuição não costuma errar - diz Lilith, ainda parada na porta - E se estiver errado, é só não deixar o assunto sair de dentro da casa, pedir perdão à Briggs por desconfiar dela e talvez se mandar da cidade.

- Eu disse que sair daqui não era má ideia.

- Meu irmão mora em outra cidade e ela tem razão, tudo é melhor fora de MidSun.

 

William alterna o olhar entre a amiga e a... meu Deus, ele ainda era tão afim de Lilith!

 

- Obrigado - diz para ela - Por isso e por tudo.

- Disponha, detetive. Agora, vocês deviam ir. Pelo jeito essa mulher é maluca.

- Obrigada, srta. Gorman - sorri Alana.

- Por nada, querida. Boa sorte, Will.

 

O detetive dá um beijo rápido na mulher, algum tipo de promessa que voltaria para cumprir. Ela não reclama.

Caminham William e Lanny lado a lado, em direção ao carro do homem.

 

- A gente não pode ir a pé? - pergunta ela.

- Por que?

- Demora mais pra chegar.

- Tá com medo do quê?

- Daquele segurança enorme. Olha pra mim - ela gesticula de cima a baixo - eu tenho 16 anos e .150cm de altura. Qualquer um acabaria comigo.

- Ei, relaxa, tá bom? Sempre podemos fugir e recomeçar.

 

Entram no carro. William se encara no retrovisor, pensando na sugestão que acaba de fazer.

 

- Meu pai foi preso - solta Alana - Faz uns 3 ou 4... ou 5 dias, não sei. Minha mãe nem deve estar mais na cidade, ela era doida pra ir embora. Resumindo, tô sozinha.

- Não tá não - William coloca a mão na bochecha da garota - Você tem a mim. E eu a você.

- Promete que não vai embora?

- Prometo.

 

Ela sussurra um "obrigada" e deixa que o detetive dirija. Seu coração parece a ponto de sair pela boca, mas ela não sabe o motivo. Apenas que tudo está a ponto de se acertar.

 

꧁ ... ꧂

 

Willy estava controlado, apesar da raiva que sentia. Aquela mulher obcecada realmente estava disposta a... o que, manter Lanny em cativeiro pelo resto da vida? Roubar sua identidade mesmo tendo 3 décadas de vida a mais? Cobrar algum tipo de resgate pelas peças, mesmo a família da garota não tendo nada para oferecer? Ele nem consegue pensar, a situação toda é tão absurda...

A casa parece vazia, os seguranças que ficam no portão não estão lá. Serpa que Briggs ainda estava fora? Imagina que não, ela mandaria os homens atrás da garota e se confortaria no jardim, com uma xícara de chá e livros. Odioso, simplesmente odioso.

Quando descem do carro, Will percebe que Alana treme, com medo de... algo. Coloca uma mão firme em seu ombro, deixando claro que não a deixaria sozinha, nunca.

Sra. Briggs está na sala, sorrindo de forma pretensiosa. Parece que para ela, está tudo certo. Ela não sabe que o detetive está ajudando Alana? Pouco provável, a garota era bem discreta. Ela pelo jeito não sabia nem seu nome verdadeiro.

 

- Oh, Blake, finalmente a encontrou. Imagino que meu colar também.

- Acredito que sim, senhora. Cristina estava nos arredores da cidade, um tanto longe daqui.

- Oh, sim, a encontrei na rua, mas ela me empurrou e fugiu.

- Jura? Sinto muito, mas aqui estamos para resolver tudo.

- Acho que não detetive, ainda não encontrou minha joia. Bem, tudo bem, Charles, leve Cristina para o quarto, conversarei com ela mais tarde, e não esqueça de trancar a porta.

- Trancar a porta? - Blake tenta soar apenas curioso.

- Não queremos uma ladrazinha correndo por aí, não é? CHARLES?

- Senhora, não vai ser preciso. Cristina está aqui como minha parceira.

- Como? - o sorriso de Briggs desmorona um pouco.

- Sabe que a encontrei há uma semana e meia, correndo pelas ruas, assustada. Ouvi a história dela, e a sua. Acho que nenhuma estava mentindo, com exceção de um detalhe.

- E qual seria?

- Se o colar estava sempre em seu pescoço, senhora, como Alana o levou?

 

O sorriso se desfaz por completo, mas Margareth se recusa a esboçar qualquer reação.

 

- Ela... o arrancou de meu peito, detetive, é óbvio.

- Hm, nesse caso, seus seguranças a teriam impedido no portão, não? A senhora teria feito um escarcéu ao ser atacada. Ao menos é o que eu imagino.

 

Sra. Briggs fica sem reação, o olhar alternando entre uma Alana com tremedeira e um detetive cheio de fatos. Engole em seco, e não diz nada.

 

- E foi por isso que acabei acreditando na versão de Cristina da história, onde tudo isso seria uma armação. Eu só não sou capaz de entender o motivo. A senhora tem tudo.

- Eu não tenho a beleza dela - resmunga - eu não tenho os olhos dela, eu não tenho a pele dela, eu não tenho ELA. Era... só queria ser como ela. É tão estranho assim?

- É - respondem Willy e Alana juntos.

- Tudo bem, vocês venceram. Se encontrar meu colar, que sabe que está nessa casa, retiro as acusações e os deixo em paz.

- Com licença. Vem - Blake puxa Alana com ele, que não consegue desviar os olhos da mulher. A biblioteca está aberta, o quadro ainda esperando.

 

Um último olhar para a senhora antes de entrar confirma que estão muito perto. Sua intuição diz que o colar está ali, mas e se for só a adrenalina?

Alana segura sua mão com certa força. Tudo foi por ela. Era ela quem o estava ajudando, e não o contrário. William arrisca, e puxa a moldura do quadro para frente, que se abre como uma porta. Ali, no centro do grande quadro, pendurado em três parafusos, o colar de esmeraldas.

 

- Devo dizer que é um detetive realmente talentoso, senhor Blake - comenta Margareth, a voz macia e suave - Quando demorou pra encontrá-la, eu deveria ter desconfiado.

- Espero que a deixe a em paz de agora em diante. Obsessão e perseguição podem ser considerados crimes, sabe disso.

- Sei. Por favor, vão embora, já conseguiram o que queriam.

 

William meneia a cabeça e sai, Alana em seu encalço. Ela se permite sorrir, aliviada enfim.


Notas Finais


Obrigada por ler!


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