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História City of Dead Legends - Boy on Fire


Escrita por: TheBlueShooter

Capítulo 2 - Boy on Fire


[Duas semanas atrás]


Point of View - Hayden

E pra começar bem o dia, temos mais um barraco em "família", como toda família "saudável". Mais uma vez, Nathan chegou bêbado em casa e se trancou no meu quarto com umas três vadias, só pra "marcar território". Ele age como um animal idiota, insistindo em provar que é o macho alfa só por ser mais velho:

-Por que tá puto comigo? Até que é bom, quem sabe você não segue o exemplo e vira macho?-ele fala com aquele maldito sorriso irônico, segurando o volume na calça

-VAI SE FODER!

-Nathan, cala a boca! Hayden, você precisa ser mais compreensivo!-diz Peter, tentando me acalmar

-Sabe o que eu preciso? ME VER LIVRE DE VOCÊS! 

Pego a minha mochila, bato a porta do apartamento e saio daquele inferno. Não suporto olhar pra aquele esnobe convencido, não consigo nem acreditar que é meu irmão de verdade. Assim que tiver chance, vou embora dessa maldita casa e nunca mais vou precisar dar satisfação da minha vida pra esse idiota... Peter é o único que vai me fazer falta. Acho que ele foi a única coisa boa que meu "pai" fez a vida inteira. Mais tarde vou me desculpar por ter sido grosso com ele...

ALGUNS MINUTOS DEPOIS (Escola Secundária Ignis)

Irônico... saí de um inferno pra entrar em outro, com malditas nove aulas por dia. O colegial pode ser um verdadeiro inferno quando você não é sociável. Pudera, é uma sala cheia de líderes de torcida de garotos pseudo-héteros, falando sobre como Trump vai "restaurar os ideais de família e bons costumes em nosso país". Que lixo. Parece que os únicos mentalmente e politicamente esclarecidos são os professores de Filosofia, História, Sociologia e Literatura. Talvez seja porque a matéria deles ajuda a desenvolver algo chamado "senso crítico", ao invés de repitirem tudo o que escutam de fanáticos religiosos. Com o tempo eu aprendi que não adianta debater com conservadores, apenas escuto os absurdos e dou risada:

-Bom dia, queridos!

Finalmente uma aula útil! 

-Bom dia, professora Marrie-sorrio

Ela é nossa professora de história.  Geralmente sou o único a responder as perguntas dela. Ela é seguidora da Bruxaria Wicca e isso incomoda um pouco boa parte dos alunos preconceituosos. Ela sabe disso, mas não se abala com isso, muito pelo contrário. Apesar de ter quase cinquenta anos, é uma ótima pessoa pra tirar dúvidas e está sempre de bom humor

(Flashback - Aula da Semana passada)

-O episódio da Caça às Bruxas foi uma das maneiras que a igreja encontrou de unir o útil ao agradável, eliminando qualquer um que tentasse se opor. Uma das supostas "bruxas" mais famosas foi Tituba, covardemente executada sem quaisquer provas...

-Parece que não queimaram todas as bruxas, não é mesmo?-diz um dos alunos, no fundo da sala

-Concordo plenamente-a professora se apoia na mesa-Eu sou a prova viva disso, prova de que a magia e a força de uma mulher não podem ser carbonizados. Menos dois pontos pela gracinha, querido

(Agora)

Só de lembrar desse fora maravilhoso, volto a sorrir outra vez. Invejo a coragem dela pra lidar com essas situações. Enfim, adoro as aulas dela, principalmente quando ela fala sobre esses tipos de assunto. Simplesmente adoro encontrá-la na biblioteca e estudar sobre ocultismo com ela:

-Vocês são uns porcos, hein?

O único problema com ela é esse TOC insuportável de varrer toda a sala antes de dar aula, até mesmo quando o chão tá totalmente limpo:

-Ufa... Ok, agora vamos ao que interessa-ela diz, colocando a vassoura ao lado da porta. Não é a toa que perguntam se ela vai voltar pra casa voando-Hayden, poderia vir aqui por favor?

Vou até a mesa dela, que me entrega alguns papéis:

-Preciso sair, tenho uma reunião seríssima com meu Coven agora. Você poderia fazer as anotações no quadro pra mim, querido

-Ah, claro

-Obrigado, você é um doce

Ela se levanta, pega a mochila e a vassoura:

-Escutem, vou precisar me ausentar hoje por razões pessoais. Hayden vai fazer as anotações. Anotem tudo, é assunto de prova

-Ok....-resmungam os idiotas

Ela vai embora e leva a vassoura com ela. Pego o giz e começo a escrever. Começo a ouvir os preguiçosos conversando e sussurrando

-Quem é esse menino?

-É o irmão de Nathan e Peter

-O quê? Esse ai?

-Sim... 

-Não dá pra acreditar. Ele não se parece nada com os dois

-Verdade, Nathan e Peter são gatos demais, esse aí parece um graveto

-Olha isso, A pele dele é quase a mesma cor do giz

Escuto as risadas idiotas de sempre:

-A professora pediu pra escreverem sobre a Revolução Industrial, não sobre mim-digo

Volto a escrever e alguém joga uma bolinha de papel na minha cabeça:

-Me obrigue!-um dos meninos gritam

As malditas risadas ficam mil vezes mais altas, piorando minha dor de cabeça e o meu mal humor:

-SE CONTINUAREM COM ESSAS MALDITAS RISADAS, SEUS CONSERVADORES DE MERDA, EU JURO QUE VOU ABRIR A CABEÇA DE TODOS VOCÊS NA MARRETADA E ENFIAR UM LIVRO DE HISTÓRIA PRA VER SE VOCÊS APRENDEM ALGO ÚTIL E PARAM DE DESPERDIÇAR TEMPO COM ESSAS PIADAS DE VIRGEM!


No exato momento em que gritei isso, O vidro da janela trincou e a porta da sala abriu. Todos eles calaram a boca:

-Assim está melhor-jogo os papéis de anotação na cara do idiota que jogou a bolinha em mim-boa sorte com a prova

 Saio da sala. Vou até o banheiro e me tranco em uma das cabines pra me acalmar. A dor de cabeça aumenta cada vez mais, chegando em um ponto agonizante e quanto mais eu choro, pior fica. Gritei de dor, alto o bastante pra todo o colégio ouvir. Parei assim que ouvi os vidros do banheiro quebrando em milhares de pedaços. Saí da cabine, assustado. O pior é que minha dor de cabeça simplesmente sumiu depois disso. Fui correndo até a diretoria e pedi uma permissão pra sair mais cedo

"Isso é muito estranho... É muita coincidência. Primeiro o vidro da sala de aula e depois os espelhos, sendo que nos dois momentos eu tava com dor... O que tá acontecendo....?"

Começa a chover pra foder com o resto. Não trouxe um guarda-chuva. Parei em uma lanchonete e entrei:

-Bom dia ou apenas dia?-pergunta a garçonete

-Apenas dia, Lana.... Apenas dia...

Lana era uma boa colega de sala. Infelizmente ela mudou de horário pra poder trabalhar na lanchonete Pug Hipster. Sim, é um nome muito escroto:

-Vou querer...

-Café com leite e oito colheres de açúcar-ela completa

-Você me conhece...

-Vai ficar diabético se continuar assim...

Me sento em uma das mesas próximas à janela. A chuva parecia mais fraca. Por sorte, não tem ninguém na lanchonete. Fico divagando um pouco até chegar meu pedido, ou melhor, o pedido que Lana já esperava que eu fosse pedir. Ela entrega meu café e se senta de frente pra mim:

-Vai me contar o que aconteceu?

-Problemas em casa e uma dor de cabeça que ta me deixando literalmente doido

-Não é seu dia, não é? 

Tomo um gole do café e sinto um alívio ao sentir o sabor doce tomando conta da minha língua e descendo pela minha garganta:

-Agora é...

-Sabia que isso ia te acalmar

-LANA! PARE DE CONVERSAR E VENHA LAVAR ESSES PRATOS!-grita alguém na cozinha

-Queria estar morta-ela diz com uma cara dramática

Dou um sorriso de lado enquanto ela volta pra cozinha. Bebo tudo e deixo o dinheiro no porta guardanapos. Saio de lá e sinto as finas gotas de chuva que já ia cessar caindo na minha pele. Vou andando até um beco onde fica um velho amigo de infância. Apesar de morar nas ruas, não desiste dos estudos. É uma pena que não estude comigo. Talvez encontrasse alguém pra ajudá-lo...

Quando chego lá, o encontro sendo espancado por um bando de idiotas que humilhavam ele durante o colégio:

-BLAKE!

O cachorro dele avança em um dos idiotas:

-Seu bixo nojento!

O idiota jogou o bichinho na parede e o chutou várias vezes. Peguei uma tábua rachada que achei no meio da rua e quebrei mais ainda na cabeça dele:

-Hayden... Foje....-blake diz, abraçando o cachorro

-NÃO! 

Chuto um dos dois pra longe, mas o que chutou o cachorro veio pra cima de mim:

-Fica longe dele!

-Vem me impedir, pirralho!-ele diz

Ele me chuta e me joga contra uma parede, me fazendo bater com a cabeça. Minha vista escurece totalmente por alguns segundos. Ouço uma voz distante:

"Quem é você...?"

"Como assim? De quem é essa voz, que porra é essa?"

"Primeiro me diga quem é você"

"Bem, eu sou Hayden!"

Ainda sem enxergar, sinto um sussurro gelado em meu ouvido:

"Sua identidade mundana não vai lhe salvar... Descubra quem é você"

Minha visão volta meio turva e vejo os desgraçados em minha direção. Eles me arrastam e me jogam em direção a Blake, que está desacordado. Um deles tira uma faca da mochila:

"Meu Deus, não..."

Me agarro ao corpo de Blake

"O que eu vou fazer?"

"Encontre a si mesmo"

"MAS QUEM EU SOU!?"

O homem ergue a faca em minha direção

"Você é a essência do que sente e do que deseja que seja feito a eles... O que você quer?"

"Eu..."

Me agarro com mais força a Blake e respondo à voz

"Eu quero que morram"

Meus olhos são tomados por uma luz azul ao ver aquele que erguia a faca, rasgar a própria garganta e cair de joelhos

"Eu quero que sofram"

Olho edireção aos outros dois, cujas pernas se quebram, deixando os três de joelhos diante de mim

-Eu quero... Que queimem...!

Diante dos meus olhos, os três explodem em chamas. Em questão de segundos, tudo o que resta naquele beco são três corpos carbonizados, meu amigo em meus braços, um cachorro ferido em um sussuro

"E então... Diga-me... Quem é você?"

As chamas, os acontecimentos estranhos... Tudo me leva a uma resposta inacreditável. Um sorriso surge em meus lábios quando a resposta vem

-Hades, o dono da morte...



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