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História Civil War: Moon. - Prólogo.


Escrita por: Seola______

Notas do Autor


Espero que gostem! Não deixem de comentar me dizendo o que acharam! Beijos!

Capítulo 1 - Prólogo.


[Sete anos atrás, Brasil, Rio de Janeiro, Barra da Tijuca]

A brisa de verão balançava seu vestido florido, a garotinha se encontrava a beira mar observando as ondas da praia enquanto a água salgada molhava os dedos de seus pés regularmente, ela apenas sorria. Era a primeira vez, em dias, que o Sol realmente aparecia e se mantinha pela cidade do Rio de Janeiro, Diana sorria sentindo o calor entrar por sua pele e mesmo com o vento fraco balançando seus cabelos era como se sua energia estivesse restaurada, era muito pequena para compreender a verdadeira razão pela qual necessitava do Sol tanto quanto a Lua, mesmo sentindo-se desconfortável na presença do primeiro. Era uma lenda de eras que não havia necessidade de compreender uma criança de oito anos.

Márcia e Leona a fitavam sentadas em uma toalha quadriculada estendida na areia. A praia estava vazia, o que já de se esperar, afinal, o tempo ainda estava frio o suficiente para que a praia não estivesse muito populosa, ainda mais por estarem em uma parte mais reservada, os turistas se mantinham na parte mais movimentada, logo em seu canto direito e Márcia, Leona e Diana sempre gostaram de ficar mais em seus cantos, longe dos demais.

Diana virou-se para trás fitando a mãe a avó, ambas conversando algo sobre a casa, faxina, roupas para lavar e almoço. Diana podia escutá-las mesmo de longe, nunca precisou estar perto de alguém para ouvir o que este dizia, sempre soube que esse era apenas um de seus dons como uma “garota especial”, como sua mãe costumava dizer. Há dias escutou sua avó falar sobre algum instituto americano que havia enviado uma carta convocando-a para fazer parte de uma escola de alunos super dotados e, mesmo sem compreender o que aquilo significava, ela ficou animada por conhecer super alunos, como aqueles que via salvar o mundo nas televisões. Sua avó os chamava de aberrações, como, por exemplo, aquele homem que torcia metais apenas de olhá-los e erguer as mãos, ou o garoto incrivelmente rápido com os cabelos prateados. Luna, por sua vez, apenas os achava incríveis.

- Ainda não falamos sobre o Instituto Xavier.

- Mãe – Leona a fitou com um olhar repreensivo – Diana pode nos ouvir.

- É bom que ela saiba que não a colocaremos em um hospício.

- Lá não é um hospício – Leona pigarreou sussurrando o mais baixo que conseguia.

A avó encarou a neta quem, agora, virava-se de costas para ambas – Você realmente acha que há lugar para ela neste mundo?

- Eles podem ser a chance...

Márcia a interrompeu – Não seja boba, Leona. Ela é anormal...

- Especial.

- Especial! – a avó pigarreou no instante em que notou sua exaltação – especial... E é nossa garota. Imagina o que o mundo fará quando souber que ela brilha como uma Lua quando se sente insegura, que pode ouvir qualquer um há quilômetros de distância... Isso é loucura.

- Mãe – Leona a fitou – ela é nossa garota e é por isso que não devemos ensiná-la a temer o mundo. Ela é especial, tem algo guardado para ela em algum momento de sua vida e quando encontrá-lo, não cabe a nós escolhermos por ela.

Diana fitou a água mais uma vez, prestou atenção na espuma que a onda formava em sua borda a medida que encontrava o restante da água turva. Sentiu algo bater em seu pé e então virou seu rosto na direção do objeto macio que estava parado em seu pé, observou a bola azul marinho e abaixou-se para segurá-la enquanto se perguntava quem era sua dona.

- Oi!

Diana virou seu rosto na direção da voz em que a chamava – Oi.

O garoto loiro de olhos castanhos mantinha um sorriso nos lábios – Desculpa.

Ela olhou para bola estendendo-a para ele – Tudo bem.

- Eu sou Marcos.

- Diana.

- Você quer brincar, Diana?

Ela o fitou com seus olhos escuros que, naquele exato momento, haviam ficado prateados.

- Uau! – o garoto se espantou sem retirar o sorriso de seus lábios.

Ela piscou os olhos diversas vezes fazendo com que a cor natural de seus olhos voltassem a serem escuras: pretos como o céu da noite. Ela sentiu seu coração acelerar, pois agora ele sabia que a garota era especial e se lembrava de sua avó sempre lhe avisando para manter seus poderes em segredo ou então seria julgada e mal vista pelos demais.

- Como faz isso?

Ela o fitou abrindo os olhos novamente – O que?

- Seus olhos ficaram prateados... E brilhantes.

- Não sei o que você está falando – ela cruzou os braços olhando para frente.

- Claro que sabe! – ele segurava a bola em suas mãos magras – seus olhos mudaram de cor. Como fez isso?

- Eu não... Não fiz isso – ela tornou a olhar o mar sentindo o nó em sua garganta cada vez maior.

- Você pode me ensinar? – ele perguntou entusiasmado – eu achei incrível!

Diana o fitou assustada. Marcos era o primeiro garoto estranho o qual ela havia, acidentalmente, liberado uma pequena parcela de seu poder mostrando-o, sem intenção alguma, seus olhos prateados. Não esperava que o garoto a elogiasse, muito menos que pedisse para que ela o ensinasse, afinal, todas as vezes em que, acidentalmente, liberou seus poderes sua avó vinha com alguns sermões e dicas para que quando isso tornasse a acontecer ela se escondesse no lugar mais deserto que conseguisse encontrar.

- Vem, vamos jogar bola!

Diana o fitou correr na direção oposta a sua, Marcos corria na direção de seus dois irmãos que o esperavam impacientes. No instante em que o garoto parou em frente aos irmãos virou-se para trás a fitando, Diana mantinha um sorriso no rosto e seus olhos estavam prateados novamente, afinal, ela estava feliz. Piscou os olhos diversas vezes antes de virar-se em direção a mãe quem a fitava com um sorriso nos lábios enquanto escutava a avó falar algo sobre um método eficaz de tirar manchas de roupas brancas.

Ela viu a mãe assentir em silêncio o que fez com que a avó se calasse e fitasse a neta correr em direção aos novos amigos que a esperavam para brincar.

- Eu sei – Leona sussurrou fitando a filha correr alegre em direção aos três meninos – ela é diferente deles.

- Eles são normais.

- Diana é especial, mas nem por isso deve se isolar.

A avó pigarreou – Ainda acho que é mais seguro.

- Até quando, mãe? – Leona virou-se em direção à mãe – ela precisa viver.

- Ela precisa aprender a controlar os poderes.

- E quando ela não o fez?

Márcia ficou em silêncio.

- Deixe nossa garota viver, mãe.

- E é exatamente por isso que me preocupo.

Leona sorriu, fitou a filha de longe quem conversava com as crianças que pareciam entusiasmadas com a nova amiga. Uma roda fora formada em volta de Diana quem virava o rosto a cada segundo que uma das crianças lhe dirigia a palavra, ela não sabia o que fazer e de sua boca não saía outras palavras a não ser “não sei”, a sensação de paz de Leona durou pouco. Ficou de pé no instante em que viu a filha dar passos para trás com a cabeça abaixada, sabia que Diana estava incomodada com algo, mas não sabia, ao certo, dizer o que.

- Eu tenho certeza! – Marcos falava olhando para os irmãos – os olhos dela ficaram prateados!

- Vamos, faz de novo, garota! – o mais velho a fitava como se a garota fosse uma caixa de presentes.

- Nós queremos ver – o irmão do meio sorria enquanto erguia a mão em direção a garota.

- Gente, deixem ela em paz – Marcos soltou a bola andando em direção a garota.

- Vamos, gordinha – o mais velho riu a empurrando com as duas mãos para trás – mostre o que você fez com os olhos.

Diana caiu sentada na areia branca e fofa da praia, os irmãos mais velhos de Marcos riram se afastando da garota, Leona andava rapidamente em direção à filha temendo que algo pior pudesse acontecer, por mais que evitasse proteger a filha dos demais, em certos momentos, era mais do que necessário, afinal, a filha não sabia proteger a si mesma e sequer compreendia o potencial de seus poderes.

Marcos andou em direção a Diana sentindo-se culpado por ter contado aos irmãos sobre o que ela era capaz, sabia que não acreditariam nele e, mesmo assim, fez a burrice de contar. Apenas quis parecer bom o suficiente para os irmãos que, inconscientemente, o excluíam de tudo. Andou em direção a Diana esticando a mão para afagá-la e então ajudá-la a levantar, mas então, os olhos de Diana brilharam em uma intensidade ainda maior do que anteriormente e, parecendo duas luas cheias, a garota berrou um sonoro “Ah” enquanto, assustada, expandia seu mecanismo de defesa.

- Diana! – Leona gritou fechando os olhos de imediato. Sabia que não podia olhar, por mais que desejasse. Mesmo com os olhos fechados conseguia enxergar o brilho ofuscante e sabia que vinha de Diana. A garota sentia o vento mais forte do que antes e mesmo encolhida na areia fofa afastou Marcos de perto de si ativando seu escudo por medo, estava amedrontada, com medo do garoto obrigá-la a brilhar os olhos mais uma vez para mostrá-la aos irmãos como algo surreal, diferente, inacreditável. Não devia tê-lo mostrado o prata de seus olhos nem mesmo da primeira vez, mas sentiu-se tão feliz por, enfim, ter alguém para brincar que não conseguiu controlar a cor de seus olhos. Deveria ter escutado sua avó, devia ter se escondido no local mais escuro e deserto que encontrasse, mas não conseguiu, não na primeira vez em que seus olhos brilharam e nem naquele momento onde, com o escudo ativado, se defendia não só de Marcos, mas também dos irmãos debochados.

Uma enorme aura redonda a envolveu protegendo-a de quaisquer toques ou quedas, o escudo emanava uma luz tão forte que todos que a viam fecharam os olhos de imediato sendo impedidos de consegui-los abrir sem ardência. Diana mentalizava, enquanto as lágrimas escorriam de seus olhos, as melhores lembranças de sua vida, isso fazia com que ela se acalmasse e, mais uma vez, voltasse ao normal: aparentando ser uma criança comum omitindo seus dons.

Fechou os olhos com força lembrando de seu aniversário de cinco anos, o último que passou com seus pais ainda juntos e com a família inteira presente. Lembrou das brincadeiras, do momento do parabéns, da festa com direito a beijo duplo dos pais em suas bochechas, do pedido que havia feito ao soprar as velas, da abertura dos presentes, da dor de barriga que teve ao comer muito bolo, das risadas com seus primos, da presença de sua avó paterna já falecida e então sentiu seu coração se acalmar e seu rosto parar de queimar, a respiração fora se controlando e ela então abriu os olhos observando que, mais uma vez, se encontrava no ar flutuando não mais do que dois metros da areia fofa.

Caiu fortemente no chão e com o impacto sentiu areia por todo seu corpo, ficou de pé limpando seu braço ao observar que havia ralado o mesmo levemente com a queda, escutou sua mãe gritar seu nome mais uma vez enquanto corria em sua direção. De joelhos, Leona jogou-se ao lado da filha a abraçando, notou que as lágrimas ainda escorriam, mas ela parecia completamente tranquila e, ao mesmo tempo, fraca e mais pálida que o normal. Entregando-se ao cansaço Diana caiu nos braços da mãe dormindo em sono profundo, algo comum de ocorrer após Diana utilizar toda sua energia para proteger-se de algo em seu escudo iluminado, não era a primeira vez.

- Marcos! – uma voz feminina e esganiçada gritava o garoto caído ao chão perto de Leona e o corpo imóvel de Diana.

Leona olhou na direção da voz e viu uma mulher loira, alta e magra correr em direção ao corpo da criança que, segundos atrás, segurava uma bola azul enquanto chamava Diana para juntar-se a ele e seus irmãos para brincarem. A mulher se jogou na areia puxando o corpo do filho, ainda de bruços, para seus braços longos e no instante em que se virou um grito ecoou pela praia fazendo com que Leona, Márcia e os irmãos se assustassem. Mas nada os assustou tanto quanto a cena derivada de tal exaltação.

Leona fitava a criança que parecia regular idade com Diana. O garoto encontrava-se imóvel, com os braços caídos pelas pernas da mãe e os dedos enterrados na areia fofa da praia, seus olhos estavam abertos e onde a íris e a pupila deveriam ter suas cores ambas estavam brancas e leitosas como os olhos de um cego. Diana, acidentalmente, havia cegado o garoto que tinha sido gentil com ela. Leona sentiu seu coração palpitar e, por um instante, quis correr com a filha nos braços e nunca mais voltar, se isolar do mundo de modo que sua filha pudesse viver segura e, mais do que isso, mantê-la em segurança assegurando, assim, a segurança dos demais.

- Leona... – Márcia pousou a mão no ombro da filha se preparando para o que estava por vir – vamos...

- Vocês! – a loira gritou encarando ambas e Diana furiosa – é tudo culpa sua!

- Senhorita...

Ela interrompeu Márcia gritando possessa – Vocês... O que essa coisa fez com meu filho? Meu bebê?

Ela passou os longos braços em volta do filho desacordado.

- Ela matou meu bebê! Esse monstro matou meu bebê!

Leona sentiu as lágrimas escorrer por seu rosto enquanto abraçava Diana com força.

- Ela tem que morrer! Assim como os outros! Ela é um monstro!

O garoto tossiu nos braços da mãe, Leona o fitou cessando o choro e sentindo-se tão aliviada por ele estar vivo que, se ainda não estivesse completamente apavorada, daria pulos de felicidade. A mulher esqueceu-se de Leona e Diana por alguns segundos enquanto abraçava o filho junto a si com tanta força que demonstrava seu alívio por seu filho estar vivo.

- Mamãe – o menino fez uma breve pausa colocando as mãos no rosto da mulher loira.

- Sim meu bebê, estou aqui.

Ele então perguntou piscando os olhos diversas vezes:

- Por que está tudo escuro?


Notas Finais


E então, o que acharam?


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