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História Clarke's Diary For Aden. - O Guerreiro


Escrita por: craxygemini

Notas do Autor


Olha só quem voltou?! Isso ai, eu. kkk (no.) (desculpe por não responder quem comentou no cap. anterior, estou sem tempo :,( provas finais </3 )
Preparem os lencinhos!
E boa leitura!

Capítulo 12 - O Guerreiro



Aden...


Há alguns anos saiu um livro chamado As pontes de Madison. Acho que parte do motivo do enorme sucesso dele é o fato de tanta gente sentir falta de romantismo em suas vidas. Mas um dos argumentos do livro era que as histórias de amor duram pouco tempo – para os personagens principais, Robert e Francesca, apenas alguns dias.

Aden, por favor, não acredite nisso. O amor entre duas pessoas pode durar muito tempo quando elas amam a si mesmas e estão prontas para dar amor a outra pessoa.

Eu estava pronta. E Lexa também.

Sua mama está começando a me deixar sem graça. Ela é boa demais e me faz muito feliz. Como hoje. Ela aprontou de novo.
A casa estava cheia de amigos e parentes quando desci do quarto esta manhã com minha cara de sono e um pijama largo cor-de-rosa.
Tinha esquecido que era meu aniversário, meus 36 anos, mas Lexa não. Ela havia preparado um café da manhã surpresa... e como fiquei surpresa. Inacreditavelmente surpresa.

“Lex?”, eu disse, rindo envergonhada e cruzando os braços na frente do meu pijama amassado. “Eu vou matar você.”

 

Ela passou por entre as pessoas que estavam amontoadas na cozinha. Trazia um copo de suco de laranja nas mãos e um sorriso brincalhão nos lábios

.

“Vocês são testemunhas do que minha mulher disse. Ela parece doce e inofensiva, mas na verdade é uma assassina. Feliz aniversário, Clarke.”

A vovó Becca me deu o presente dela e insistiu que eu o abrisse imediatamente. Dentro do pacote havia um lindo roupão de seda azul, que eu vesti para esconder meu pijama de flanela. Dei um abraço apertado nela por me levar o presente perfeito.

“O café está pronto e gostoso!”, gritou Lexa e todo mundo se aproximou suspirando da mesa, que estava coberta de pães, ovos mexidos, uma variedades de frios, o bolo caseiro de Becca e muito café quente.

Depois que se fartaram com o café da manhã e, sim, com o bolo de aniversário, todos foram embora e nos deixaram sozinhos em casa. Lexa e eu nos atiramos no sofá da sala, que era grande e confortável.

“E aí, como se sente, Clar, fazendo mais um aniversário?” Não pude deixar de sorrir.

 

“Sabe, a maioria das pessoas tem pavor de aniversários. Elas pensam ai, meu Deus, estou ficando velha. Pois eu sinto o oposto. Para mim, cada dia é um presente extraordinário. Só por estar aqui. Principalmente por estar aqui com você. Obrigada pela festa de aniversário, Lexa. Eu te amo.”

 

Então Lexa soube exatamente o que fazer. Primeiro, ela se aproximou e me deu um beijo na boca delicadamente. Depois me pegou no colo e me levou até nosso quarto, no andar de cima, onde passamos o resto da manhã do meu aniversário e, preciso admitir, a maior parte da tarde do meu aniversário.

 

Querido Aden,

Ainda me sinto um pouco abalada ao escrever sobre o que aconteceu há algumas semanas. Foi o dia em que mais trabalhei desde que saí de Boston. Um operário da construção civil foi levado às pressas para o pronto-socorro do hospital mais ou menos às 11 da manhã. Lexa o conhecia e conhecia sua família. O homem tinha caído de uma escada de mais de cinco metros e batido a cabeça. Na época em que dei plantão no Hospital Geral de Massachusetts, vi muitos casos de trauma assim. Coloquei o pronto-socorro para funcionar a todo vapor, dando ordens e orientações.

O homem se chamava Jonathan Murphy. Era casado, tinha 30 anos e quatro filhos. A ressonância magnética mostrou um hematoma intracraniano. Precisávamos diminuir a pressão sobre o cérebro dele imediatamente. Pensei que estivesse diante de alguém à beira da morte. Não queria deixar que isso acontecesse a um jovem pai.
       Ele teve uma parada cardíaca. Quase morreu, mas conseguimos trazê-lo de volta. Tive vontade de dar um beijo em John Murphy simplesmente por ele estar vivo. Foram necessárias quase três horas para estabilizá-lo.
 

A mulher dele veio vê-lo com as crianças. Estava fragilizada e não conseguia parar de chorar. Ela se chamava Emori e estava com um menininho no colo. A pobre moça parecia estar carregando o peso do mundo nas costas. Provavelmente, foi assim que ela se sentiu naquele dia.

Pedi um sedativo leve para a Sra. Murphy e me sentei ao seu lado até que ela se recuperasse. As crianças estavam evidentemente assustadas também. Peguei uma das meninas no colo, a de 2 anos, e acariciei de leve seus cabelos. “O papai vai ficar bem”, eu disse.

A mãe ficou olhando, absorvendo minhas palavras. O que eu estava dizendo era mais para ela do que para as crianças.

“Ele só levou um tombo, como acontece com vocês às vezes. Então a gente deu um remédio para ele e fez um curativo bem grande. Agora ele vai ficar bem. Eu sou a médica dele e prometo isso.”

A menininha e as outras crianças prestaram atenção em cada palavra que eu disse. Bem como a mãe delas.

“Obrigada, doutora”, a mulher finalmente sussurrou. “Nós amamos muito o John. Ele é uma pessoa muito boa.”

“Eu sei. Deu para perceber pela preocupação de todo mundo. Todos os colegas de trabalho dele vieram ao pronto-socorro. Ele vai ficar internado por alguns dias. Quando chegar a hora de receber alta, eu lhe explicarei o que será preciso fazer em casa. A situação dele é estável agora. Quer que eu fique com as crianças um pouco? Você pode ir vê-lo.”

 

A menininha desceu do meu colo. A Sra. Murphy passou o bebê que estava em seus braços para os meus. Ele era muito pequenininho, tinha uns 2 ou 3 meses. A mãe não devia ter mais do que 25 anos.

 

“Tem certeza, Dra. Griffin? A senhora tem tempo para isso?”, ela me perguntou.

“Tenho todo o tempo do mundo para você, John e as crianças.”

 

Fiquei ali sentada, segurando aquele bebê, e não pude deixar de pensar no menininho que crescia dentro de mim. E também na mortalidade e em como nós a enfrentamos todos os dias da nossa vida.
          Eu sabia que era uma médica muito boa. Mas foi só naquele momento, segurando o bebezinho dos Murphy, que soube que seria uma boa mãe.

Não, Aden, eu soube que seria uma ótima mãe.

 

“O que foi isso?”, eu disse. “Lexa... amor, tem alguma coisa acontecendo. Estou com um pouco de... dor. Nossa. Não, é mais do que um pouco de dor”, falei com dificuldade.

 

Deixei o garfo cair no chão da Black Dog Tavern, onde estávamos jantando. Isso não poderia estar acontecendo. Não agora. Ainda faltavam semanas para o parto. Eu não podia estar tendo uma contração.
          Lexa agiu imediatamente. Ela estava mais preparado para aquele momento do que eu. Atirou dinheiro sobre a mesa e me levou para fora do restaurante. Parte de mim sabia o que estava acontecendo. Pelo menos era no que eu acreditava.
         Contrações de Braxton Hicks. São só um treinamento do corpo, não significam que chegou a hora de o bebê nascer. As grávidas às vezes têm essas dores, inclusive no primeiro trimestre da gestação, mas quando a dor aparece no terceiro, pode ser confundida com trabalho de parto.

Mas minha dor parecia estar acima do útero, espalhando-se sob o pulmão esquerdo. Parecia uma facada e me deixava sem ar. Entramos no Jeep e seguimos direto para o hospital.

“Tenho certeza de que não é nada”, eu disse. “Aden só está dando uma amostra de como ele está bem fisicamente.”

 

“Que bom”, disse Lexa, sem tirar os olhos da estrada.

 

Eu estava sendo monitorada semanalmente, porque a gravidez era considerada de alto risco. Mas tudo ia bem, mais do que bem, até então. Se eu estivesse com algum problema, saberia. Não saberia? Eu estava sempre alerta a qualquer indício. O fato de eu ser médica me deixava ainda mais preparada.

Mas eu estava errada. Havia um problema. Do tipo sobre o qual você às vezes prefere nem saber com antecedência.

                                                Esta é a história de como nós dois quase morremos.

 

Aden,

Nós tínhamos a melhor obstetra de Martha’s Vineyard e uma das melhores de toda a Nova Inglaterra. A Dra. Callie Cartwig chegou ao hospital cerca de 10 minutos depois de eu entrar lá com Lexa.

Eu já estava me sentindo melhor, mas Callie ficou ao meu lado, monitorando-me durante as duas horas seguintes. Pela pressão que fazia no maxilar, dava para perceber que ela estava tensa. Ela estava preocupada com meu coração. Ele seria forte o suficiente? Ela também estava preocupada com você, Aden.

 

“Isso é perigoso”, disse Callie, tirando qualquer ilusão minha. “Clarke, sua pressão está tão alta que estou avaliando se não seria melhor fazer o parto agora. Sei que não está na hora, mas você me deixou preocupada. O que eu vou fazer é mantê-la aqui esta noite por garantia. E quantas noites mais forem necessárias. E não, essa decisão não é algo que você possa contestar.''

 

Olhei para Callie como quem diz você deve estar brincando. Sou médica. Moro pertinho do hospital. Posso vir para cá imediatamente se for preciso.

 

“Nem adianta. Você vai ficar”, continuou ela. “Vá assinar os papéis da internação. Vou voltar para ver você antes de ir embora. Isso não é negociável,Clarke.”

 

Era estranho me internar no hospital em que eu trabalhava. Mais ou menos uma hora depois, Lexa e eu estávamos no meu quarto esperando Callie. Eu estava explicando a ela o que sabia até então, principalmente sobre pré-eclampsia.

Ela queria saber todos os detalhes e fez muitas perguntas. Então eu expliquei e vi que ela se remexeu desconfortavelmente na cadeira.

 

“Foi você que quis saber”, eu disse.

 

Callie finalmente voltou. Aferiu minha pressão de novo.

 

“Clarke, está mais alta do que antes”, disse. “Se não baixar nas próximas horas, vou induzir o parto.”

Eu nunca tinha visto Lexa tão nervosa.

“Vou passar a noite aqui com você, Clarke”, disse ela

“Não precisa”, eu disse. “E ficar sentada numa cadeira desconfortável me vendo dormir? É besteira.”

Mas Callie olhou para mim e, em seu tom usado apenas com pacientes, disse:

“Acho uma ótima ideia. É melhor que Lexa fique com você, Clarke.”

 

Então Callie aferiu minha pressão e me examinou mais uma vez antes de ir embora.

Fiquei observando o rosto dela, procurando por qualquer sinal de problema. Que tipo de olhar era aquele?

Callie me encarou de um jeito estranho e eu não consegui entender direito o que significava aquela expressão em seu rosto. Então ela disse:

“Clarke, não estou conseguindo ouvir direito o coração do bebê. Precisamos tirá-lo agora.”

 

Querido Aden,

A vida inteira eu desejei ter um filho. Queria parto natural, igual a minha mãe e a minha avó. Callie sabia o quanto isso era importante para mim. Lexa e eu fizemos aulas de preparação juntas. Ela me ouvia falar sobre isso sem parar em seu consultório e mesmo quando almoçávamos juntas.

Pude ver a tristeza em seu rosto quando ela se aproximou de mim. Ela segurou minha mão com força.

 

“Clarke”, ela sussurrou, “eu queria trazer este bebê ao mundo do jeito que você sempre sonhou. Mas você sabe que não posso permitir que você ou o bebê corram riscos. Precisamos fazer uma cesárea.”

Meus olhos se encheram de lágrimas, mas eu assenti com a cabeça.

“Eu sei, Callie. Confio em você.”

Depois disso, foi tudo muito rápido.

Callie administrou sulfato de magnésio para tentar evitar a eclampsia. Eu me senti pior do que nunca, com uma dor de cabeça lancinante.

Lexa ficou o tempo todo ao meu lado enquanto me preparavam para a cesárea. Um médico novo lhe disse que era uma emergência e que ela não poderia ficar comigo. Graças a Deus Callie voltou naquele exato momento e autorizou que Lexa ficasse.

Callie então me contou o que estava acontecendo. Meu fígado estava inchado. A contagem de plaquetas no sangue estava assustadora e a minha pressão estava em 19 por 13.

Pior, Aden, o seu coração estava batendo mais fraco.

 

“Você vai ficar bem, Clarke”, Connie dizia. Sua voz soava como um eco de um cânion distante e as luzes da sala pareciam girar descontroladamente.

“E o Aden?”, sussurrei, com os lábios ressecados.

Tinha esperanças de que ela respondesse Aden vai ficar bem também, mas Callie não disse nada. Meus olhos se encheram de lágrimas de novo.

Fui levada para a sala de cirurgia, onde eles não estavam apenas prontos para um parto como também para me fazer uma transfusão de sangue. A contagem das minhas plaquetas havia caído. Eu sabia o que estava acontecendo. Se tivesse uma hemorragia interna, eu morreria.

Quando estava recebendo a anestesia peridural, vi o Dr. Leon, meu cardiologista, ao lado do anestesista. Por que Leon estava ali? Ah, Deus, não. Por favor, não deixe que isso aconteça. Por favor, eu imploro.

Puseram uma máscara de oxigênio no meu rosto. Eu tentei resistir. Callie levantou a voz:

“Não, Clarke. Fique com o oxigênio.”

Era como se eu estivesse pegando fogo. Só que não conseguia me lembrar que o sulfato de magnésio provocava isso. E não sabia que meus rins estavam falhando, que as plaquetas estavam perigosamente baixas e que a pressão havia subido ainda mais, para alarmantes 20 por 11,5. Não sabia que tinha recebido injeções de esteroides para acelerar a maturação dos pulmões do bebê e aumentar suas chances de sobrevivência.

Os minutos seguintes foram um borrão. Vi um afastador surgir e percebi a preocupação no rosto de Callie. Ela desviou depressa o olhar do meu.

Ouvi ordens entrecortadas, bipes frios e insensíveis das máquinas e Lexa dizendo palavras encorajadoras. Escutei um som alto de sucção quando limparam o líquido amniótico e o sangue de dentro de mim. Fiquei entorpecida, tonta, com uma sensação estranha de não estar lá, de não estar em lugar nenhum, na verdade.

O que me trouxe de volta desse outro mundo foi um choro. Um choro nítido e forte. Você estava anunciando sua chegada como um bravo guerreiro.

Lexa, Callie e eu começamos a chorar também. Você era tão pequenininho, tinha pouco mais de 2,7 quilos. Mas era muito forte. E alerta. Principalmente considerando o estresse por que havia passado.

Você olhou direto para a mama e para mim. Nunca vou me esquecer disso. A primeira vez que vi seu rosto.

Consegui pegá-lo em meus braços antes de levarem você para a UTI neonatal. Olhei para seus olhos lindos, que você lutava para manter abertos, e consegui sussurrar pela primeira vez: “Eu te amo.”


                                                                                                Aden, o Guerreiro!
 


Notas Finais


Tiro atras de Tiro, não?!
Desculpem qualquer erro e até a proxima!!


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