História Clichê?(Hyunlix) - I'm on a Hellevator, my Hellevator

Estamos em um sábado de manhã. Não nego que passei a semana evitando Hyunjin. Não sei por quê... não quero ver ele, enquanto a lembrança sobre ter batido uma pensando nele, quer dizer, na fanfic que tinha ele, ainda estiver na minha memória. 

Mas vamos esquecer isso. Talvez eu esteja virando um pervertido como Bang Chan. Ah, inclusive, ontem Bang Chan me contou que esta apaixonado, vê se pode, logo o Bang Chan. Tá difícil continuar com essas amizades, todos os meus amigos estão apaixonados, falo "todos" como se fossem muitos. Bang Chan e Jisung estão apaixonados. Será que é contagioso? 

Chego na sala onde acontecem as reuniões do clube de teatro. 

-Bom dia, calouros! Sejam muito bem-vindos ao clube de teatro. Eu sou Suzy, estou no 4° ano de artes cênicas e sou a presidente do clube de teatro. 

-E eu sou Moon Ga-young. Estou no 2° ano de design gráfico e sou a vice-presidente do clube. - Ela faz reverência e volta a se sentar na grande roda que formamos no chão. 

-Eu sou Minho. Vocês podem notar pelas olheiras que faz 4 anos que eu não durmo. - Todo mundo rio.- 4° ano medicina e sou ajudante e monitor do clube de teatro, porque meu tempo não me deixou assumir o cargo de presidente.- Minho olha pra Suzy e eles se encaram, Suzy faz uma careta pra ele e Minho dá um sorrisinho. Ainda bem que Jisung não entrou nesse clube, ele provavelmente ficaria se sentindo mal vendo essa cena. 

Depois de várias apresentações e discursos motivacionais, eu já estou cansado, e suado. Puta que pariu! Meu remédio. Esqueci de colocar na mochila. Quer dizer, eu nem trouxe mochila. Bato a mão na minha testa. Merda! Eu tinha colocado post-it na porta da geladeira, pra lembrar de colocar na mochila, mas eu nem fui na geladeira antes de vim pra cá. O que eu faço? Talvez atrasar um pouquinho não faça diferença. Isso são só sinais que meu corpo ta dando, você nem gosta de tomar esse remédio, Felix. Aguenta um pouco, você consegue. 

Os sunbaes pediram sanduíches no ifood, para todo mundo, e comer até me acalmou um pouco. Todos estão contando suas histórias de quando eram calouros, algumas bem engraçadas, estou me divertindo. 

{•••}

O clube acabou, estou no caminho de casa e recebo uma mensagem de Jisung. 

[Esquilinho apaixonado]:Cê viu que postaram as notas das provas no app dos alunos? 

Eu:Não, acabei de sair do clube. Vou ver agora, vlw

[Esquilinho apaixonado]:Blz, me avisa se sua nota tiver sido maior que a minha, pq eu to na merda e já aceitei. 

Eu:hahahahah blz

Entro em casa, não vejo Hyunjin, talvez ainda esteja no clube, ainda bem. Vou aproveitar e comer alguma coisa (sim, ainda estou com fome, mas são os efeitos por não ter tomado o remédio) ah é verdade! O remédio. 

Vou pegar o remédio, enquanto ainda espero o aplicativo carregar, pego e volto. Uma notificação salta na tela. Era minha nota. 

Eu estudei tanto pra essa prova, passei semanas enfurnado dentro do quarto e na biblioteca estudando cálculo e mais cálculo (não faça faculdade de arquitetura se for burro que nem eu), eu até chegei a gravar um áudio falando todas as fórmulas e dormi escutando ele, pro meu cérebro absorver informações, enquanto durmo. 

{Nota final:0.}

Isso me pega de surpresa de um jeito, que eu até derrubei a faca que estava usando pra passar manteiga no pão. Zero? Como eu pude tirar zero? Por que eu sou tão fracassado? 

Eu nunca faço nada direito, pelo visto nem estudar eu sei. Se na primeira prova, que é a mais fácil, eu tirei zero, imagina nas próximas. Minha respiração começa a ficar pesada,meu peito dói. 

Como posso ser tão inútil? Eu nunca fiz nada certo na vida. Primeiro, Yura, a garota dos meus sonhos, perfeita pra mim, que dizia que nunca iria me deixar, me deixou e da pior forma possível. Eu sei que nunca fui um bom namorado, ninguém gosta de namorar uma pessoa que precisa ficar tomando remédio porque o emocional ta fudido. Eu entendo você, Yura. Eu concordo com você. Eu não presto em nada. Eu sou um zero. 

Minhas pernas ficam fracas, acabo me deixando cair no chão, enquanto choro. 

É só isso que eu sei fazer, chorar. 

Abaixo a cabeça, as lágrimas não param de descer. Algo brilha ao meu lado. A faca que eu estava usando antes. 

O único jeito de acabar com uma dor. É sentindo outra pior. 

Pego aquela faca, e corto minha mão de uma ponta a outra. 

Meu sangue salta em meu rosto e pinga em minha calça. 

Não sei quando, nem porquê, mas minha vista escureceu, eu provavelmente desmaiei, de novo. 

{•••}

Acordo em uma sala branca. Aquela que eu já estive inúmeras vezes. O hospital. Por que nunca ninguém me deixa morrer? Sempre alguém me acha e trás pra essa merda. 

Escuto barulho de choro e fungadas ao meu lado. Olho para o lado. Era minha mãe, segurando forte o meu braço, chorando de cabeça baixa. 

-Desculpa, mãe - Falo baixinho. 

-Filho! - Ele me olha, seus olhos estão inchados e vermelhos. - Tá tudo bem, filho. Você acordou. Como você tá se sentindo? 

- Desculpa, mãe. Eu não queria fazer isso de novo. Desculpa. - Falo olhando pra ela, seus olhos enchem de lágrimas novamente. Ela aperta meu braço com aqueles dedos frágeis. 

Desculpa, mãe. Desculpa ser um filho péssimo. 

- Tudo bem, filho. O que importa é que agora você está bem. - Ele sorrir - Mas como isso aconteceu? - Ele aponta pra minha mão, que só agora percebi que estava enfaixada. 

-Eu tava cortando pão, mãe. Era só isso. Era uma simples tarefa. - Falo chateado comigo mesmo. Por que eu sou assim, mãe? - Ela me abraça. 

-Não pense nisso, não agora, filho. 

- Eu esqueci de tomar o remédio de novo. 

-Tudo bem. 

-Eu tirei zero na prova, mãe. Zero. Nada. É como se eu não tivesse feito nada. 

-Acontece nos primeiros meses, Felix. Você ainda tá se acostumando com a rotina, tenho certeza que nas próximas provas, você se sairá melhor. 

-Você não ta decepcionada? 

-Não filho. Não -Ela chora de novo. E limpa as lágrimas logo em seguida. - Vou avisar ao seu amigo, que você acordou e está bem. 

- Que amigo? 

- O que te trouxe pro hospital e ligou pra mim. Hwang Hyunjin. 

Quando ela disse seu nome, meu coração pulou algumas batidas e ficou mais acelerado, por algum motivo.