História Clichês 2 - Amores Não Correspondidos - Realidade

Samantha

  O Dani chegou atrasado hoje na sala, e apesar de ganhar um sermão do professor por ter faltado tantas aulas ele estava muito bem, não sei se fico feliz por isso ou triste por saber que talvez tenha sido por causa da Marina que ele voltou ao normal.
  Mesmo durante o intervalo os dois estavam separados, ela estava saindo da sala com a tal da Elise e um garoto que creio que seja o Guilherme, enquanto o Daniel estava sentado conversando com o Felipe, era um alívio saber que não havia acontecido nada entre os dois, agora só preciso saber porque ele não abriu a porta quando eu fui.
  Quando as aulas acabaram fui falar com ele mas o Felipe foi o primeiro a perceber a minha aproximação, o que estragou o meu abraço surpresa já que o Daniel olhou na mesma direção, é incrível como algumas pessoas são irritantes só por existir.
  - Oi Dani, estava com saudades.
  Ele pareceu hesitar, provavelmente arrependido por me deixar gritando na porta da casa dele.
  - Me desculpe por ontem, eu não estava me sentindo muito bem.
  Toda vez que ficava nervoso ele mexia no cabelo e evitava olhar nos olhos, era um gesto fofo e sincero que eu adoro nele.
  - Te perdoo se você me der um abraço agora.
  - Então podemos conviver com a culpa. - Eu não tinha visto a Marina se aproximando, ela me encarou enquanto sentava no colo do Daniel, fazendo ele corar - É melhor você se controlar com o meu namorado.
  Então realmente aconteceu alguma coisa ontem, ela roubou mesmo ele de mim... Eu não sabia o que dizer, eu perdi o Daniel, pra ela...?
  - Lembrei que me esqueci de algo, me ajude a procurar por favor! - Só percebi que o Felipe estava falando comigo quando ele se levantou e segurou meu braço, parando só para pegar minha bolsa enquanto  me puxava para fora da sala - Você é maluca?
  Minha visão começou a embaçar, eu não consegui conter as lágrimas, ele continuou a me guiar para fora da escola, na direção em que ficava a minha casa.
  - Eu sabia... Obrigada...
  Ele virou o rosto para me olhar, estava tão difícil de enxergar que eu não sabia se ele estava bravo ou preocupado comigo.
  - Sua idiota.

Felipe

  Era a segunda vez em dois dias, que eu era visto na rua com a Samantha chorando, e nas duas vezes a culpa foi do Daniel.
  Apesar dos seguranças do prédio me olharem torto eu acompanhei ela até a porta do apartamento. Os olhos claros tinham perdido o brilho de tanto chorar, algo muito errado estava acontecendo na cabeça dela.
  - Viu como ele está bem com a Marina, se quer o melhor para ele então pare com isso, voltar a ser amiga dele não é o suficiente?
  Ela ficou evitando o meu olhar feito uma criança mimada, eu tenho sérias dúvidas sobre a maturidade mental dela.
  - Me desculpe.
  O pedido de desculpas me pegou de surpresa, ela destrancou a porta e entrou rapidamente para em seguida fechar na minha cara, nada como um maravilhoso gesto de gratidão.
...
  No dia seguinte a Samantha não veio para a aula, talvez eu tenha sido muito duro com ela ontem, a culpa pesou na minha conciência a manhã toda.
  Eu deveria visitá-la para ver como ela está?