História Clinical - 48. Escape?

Pov: Justin.

A ultima coisa que passaria pela minha cabeça era matar alguém que amo. Principalmente a Carly. Foi um erro meu ter aceitado aquele dinheiro do meu pai.

Agora mais do que tudo ele quer que eu a mate.

O porquê disso? Raiva.

Ele acha que a Carly pode querer tomar o lugar dele uma hora ou outra, mas sei que ela não caça confusão e nem perde tempo com coisas desnecessárias.

Aquele almoço do natal foi puro fingimento.

Quero netos. A ultima coisa que ele pensa em ter é netos. Nem eu penso em ter filhos, quem dirá netos.

Eu não queria engana-la. Ela me disse que quem ama não mente e é o que estou fazendo com ela.

...

Agora estou eu aqui, encarando sua aliança encima da minha mesa.

Logo alguém bate na porta.

- Entra. – disse sem me importar.

- Oii... – era minha mãe.

Coloquei minha mão sobre a aliança e a puxei para mais perto, para que ela não vesse e começasse a xeretar na minha vida como sempre faz.

- Oi.

- Vim te visitar.

- Aaah...

- Você não se sente mal morando nessa casa sozinho? – perguntou preocupada.

- Não...

- Até porque logo já a Carly vai estar aqui não é... – ela se sentou em minha frente sorrindo.

- É... – JÁ JÁ.

- Na verdade eu não vim falar sobre isso com você. Vim saber o que aconteceu ou esta acontecendo pra você ter chegado chorando, desnorteado aquele dia na casa do seu pai? Você esta passando por algum problema?

- Coisa de homem.

- Seu pai não me disse isso. Disse que é uma decisão que você tem que tomar e não esta querendo. O que é? Não quer mais casar filho?

- Não é nada demais. E não precisa se preocupar com nada, já esta tudo sobre controle. – sorri disfarçadamente, torcendo para que ela acreditasse.

- Tem certeza? Sei que apareci agora na sua vida, mas você pode confiar em mim. Eu sou sua mãe.

- Eu sei. – apenas respirei e continuei sorrindo disfarçadamente.

- Tudo bem, não vou insistir. Quando você quiser me contar eu serei toda ouvidos. Mudando de assunto... Onde passou o dia todo? Liguei pra você e nada.

- Nós saímos. Fomos dar uma volta.

- Aonde foram?

- Fomos conversar apenas... Pela estrada.

- Nossa filho... Tantos lugares bonitos por aqui e vocês foram para a estrada?

- Queria que eu a levasse aonde? Em algum terraço desses prédios gigantescos daqui?

- Também não né. Mas e aí? Se divertiram?

- Muito. – só terminamos... Acha, maior diversão...

- Ai Justin... – ela me olhou daquele jeito de mãe orgulhosa.

Mal ela imagina o que aconteceu.

Logo o celular dela começou a tocar.

- Oi.

- [...].

- Catharina que surpresa. Faz tempo que não nos falamos. – puts.

- [...].

- Claro... Claro que sim.

- [...].

- Sim eu soube que eles saíram. – minha mãe direcionou o olhar para mim.

- [...].

- Mesmo.

- [...].

- Ela deve estar cansada.

- [...].

- O Nolan?

O que aquele filho da puta esta fazendo por lá.

Será que a Carly já o chamou?

Ela não seria capaz.

Já não prestava mais atenção na conversa das duas.

Levantei-me e sem querer a aliança da Carly saiu rolando até parar nos pés da minha mãe.

Ela a pegou enquanto falava ao telefone e a observou. Logo seus olhos pararam em mim com uma expressão de duvida.

Apenas saí do meu escritório e fui para o meu quarto.

Precisava pensar em algo bom para dizer pra ela.

Tranquei a porta e resolvi ir tomar um banho.

Mais que raios eu estou fazendo? Fugindo?

Pov: Carly.

- Então ele quer me matar?

- Sim.

- Por quem você soube?

- Por Jeremy.

Me peguei olhando através da janela branca, e nesse espaço de tempo eu senti o meu coração se esvaziando seja lá o que o preenchia, se era amor, se era confiança, se era qualquer tipo de sentimento por ele. Havia escorrido junto com uma lagrima teimosa que acabou de sair dos meus olhos.

A enxuguei antes que Nolan a visse.

- Mas por qual motivo? – disse nervosa.

- Será que não foi porque ele te reconquistou tão rápido?

- Isso não é um motivo. Eu quero saber se ele quer se vingar. Porque se ele quer, ele vai ter que me dizer, aqui, na minha frente, na minha cara.

- Isso é perca de tempo Carly. O melhor a se fazer é se afastar dele.

- Nós terminamos. – fui direta.

- Por quê?

- Eu soube por outra pessoa que ele queria me matar.

Nolan me abraçou forte e eu só correspondi depois que respirei fundo.

- Eu sinto muito. – ele disse em meu ouvido.

- Você não tem que sentir nada Nolan. Você estava o tempo todo certo, e eu apenas soube duvidar de você. – nos soltamos.

- Desculpa Carly, mas eu vou ter que te dizer: Eu avisei. – ele olhou em meus olhos.

O que eu soube foi rir envergonhada.

- É. Você tinha razão.

- Bom eu só vim te avisar, eu soube e imediatamente vim aqui. Preciso ir.

- Obrigado. Você sabe fazer papel de amigo.

- Eu só me importo.

Ele saiu e eu encostei-me à mesa, pensado em tudo o que esta acontecendo.

- Carly? – minha mãe entrou.

- Oi.

- E aí?

- Nada... Ele só veio me dar um recado.

- Que recado?

- É algo desnecessário para se preocupar, mas é que a Sarah esta com saudades e quer me ver. – odeio mentir.

- Não mente.

Poxa vida.

- Ele quer me matar mãe.

- Ele quem? – ela disse em um grito apavorado.

- O seu ex-genro. – sorri falsamente.

- Sabia que havia acontecido alguma coisa.

- Pois é. Ele me levou até uma fazenda luxuosa, dizendo que era pra mim e pra você permanecermos ali até ele resolver seus problemas.

- Que no caso seria nos matar e sumir com a gente.

- Isso. Porém eu achei tudo muito estranho e não aceitei. Ele não quis me contar o problema dele, um relacionamento precisa de confiança não é. Até aí beleza, não respondi, mas se respondesse seria não do mesmo jeito. Na volta, no meio do caminho recebo uma ligação adivinha de quem?

- Pattie?

- Não. Tereza.

- Tereza?

- É. Quem é vivo sempre aparece. E ela me disse que ele queria me contar, sabe, mas mesmo assim ele não contou e eu soube por ela. Aí eu te pergunto, como ela soube sendo que esta em Forks? A raios de quilômetros da gente? Como ela sabia?

- Contatos.

- Quem? Jeremy? Só se ela começou a falar com ele agora, porque ca entre nós ela nunca gostou dele.

- Eis a questão.

- Então, tentei guardar, mas não sou gaveta, soltei e terminei tudo o que mal começamos com aquele imbecil.

- E o que esta pensando em fazer agora?

- Não sei? – minhas unhas já machucavam a minha mão de tanto que eu apertava meus dedos contra a própria.

- Carly, se acalma.

- Me peça tudo, menos calma mãe. Eu não vou ser otária de nenhum infeliz de novo. Estão achando o que? Que sou fantoche? Que sou manipulável? Estão enganados, pois quando eles menos esperarem eu vou estar brincando.

- Você vai se vingar, eu tenho certeza, mas não compre briga á toa.

- Só porque eu estou só? Não seja isso.

- Carly. Você sabe com quem esta se envolvendo. Eu só não quero que você saia ferida.

- Eu por um momento só queria paz. Será que é tão difícil assim? – me sentei.

- Foge daqui. Saí dessa situação.

- Fugindo? Mostrando o quanto eu sou fraca?

- Você não é fraca, você só é especial pra mim e eu não quero te perder. Você pode perder um pouco do seu orgulho e me ouvir? Vamos embora.