História Closer - Frustrations

Meu último dia em Paris se resumiu em dormir, comer e tomar banho. Não fui visitar a Torre Eiffel, achei que seria ruim ir sozinho. Para falar a verdade, somente agora que eu estou lembrando dessa torre. Meus pensamentos enquanto estava em Paris, era somente e unicamente focados em Leah. Eu queria ter aproveitado o último dia com ela e não sozinho. 
Droga, por que fui me apaixonar por ela? Eu nem ao menos sei se ela sente o mesmo por mim e isso é frustrante. 

— Ah! — Peguei um travesseiro e joguei ele para longe. 

Eu queria tocar-lhe o rosto e beijar seus lábios novamente. Abraça-la e afagar seus fios sedosos. Mas isso era possível agora? Definitivamente não.

— O que foi que você fez comigo Kim...?

Eu preciso vê-la novamente e depois de muito pensar, já sabia como fazer isso. 

**Leah**

Acordei com a campainha barulhenta do meu apartamento. Me levantei pigarreando mil e uma coisas nas quais não é bom mencionar. Calcei minha pantufa vermelha e coloquei um roupão de cetim preto por causa do meu pijama extremamente curto. Caminhei lentamente pelo apartamento até chegar na porta. Pousei minha mão na maçaneta e a girei devagar, abrindo a porta da mesma forma.

— Para me acordar esse horário em pleno domingo, eu espero que seja uma coisa muito importante. 

— Eu preciso te perguntar uma coisa? 

— Que seria? 

— Posso entrar?

— Jin, fale logo. 

— Eu quero que você não se faça de desentendida e me fale o que você sabe.

— Como assim o que eu sei? — O olhei confusa.

— Aquela vez que você quebrou seu apartamento e eu te liguei, lembra? Você me disse que continuava a beber e a tomar um monte de remédios porque sabia de algo. E eu quero saber o que é.

— Quer mesmo saber?

— Sim Leah, eu quero.

— Entre..

**Jin**

Depois de muito chorar, ela adormeceu. A peguei no colo e a levei para seu quarto, colocando ela na cama e a cobrindo com o lençol. Sentei na beirada do colchão e abaixei a cabeça, entrelacei minhas mãos umas nas outras e permaneci assim.

Eu não entendia o motivo dela fazer algo tão horrível consigo mesma. Queria ajuda-la, mas ela não quer ajuda de ninguém e eu me sinto um merda por causa disso. E pensar que tudo isso tinha um motivo, um no qual não pode ser revertido. 

Algumas lágrimas deslizaram pelo meu rosto. É tudo muito frustrante. Primeiro minha mulher me traindo e acabando em separação, agora Leah... Eu não quero mais perder ninguém importante para mim, me recuso a aceitar tudo isso... Mas a realidade vem tão de repente, dando um tapa nas minhas ilusões, que é difícil tentar negar que algo não irá acontecer e que tudo ficará cem por cento bem.

Talvez a única coisa que eu tenha que fazer é aceitar, porque isso não irá mudar, não mais...

**Leah**

Acordei e pude sentir uma leve ardência nos meus olhos, esfreguei eles com a costa da mão e olhei o cômodo em que estava. Jin deveria ter me trazido para cá quando adormeci e deve ter ido embora logo depois. Ele deve estar chorando, eu o conheço há bastante tempo, sei como é sensível. 

Ouvi a campainha tocar novamente e dessa vez, eu não me preocupei em como estava minha aparência, andei com os pés descalços até a porta e ao abrir me senti incomodada por não ter me arrumado melhor para abrir a porta.

— Min? O que faz aqui? — Ele não olhava nos meus olhos, ia para lá e para cá com eles, mas nunca os direcionava a minha pessoa. 

— Eu quero te pedir um favor. 

— Olha Min, eu- 

— Me ajude a tingir o cabelo! — Ele esticou seus dois braços e ficou na posição de reverência. Olhei para suas mãos e pude ver uma sacola transparente e uma caixa retangular média. 

— Não consegue fazer isso sozinho?

— Não.

— Acho melhor esperar até amanhã, os salões vão estar abertos sabe?

— Qual é Leah, você sempre reclama do tom do meu cabelo, me ajude a tingi-lo agora! — Pela primeira vez ele olhou nos meus olhos, apenas pude suspirar.

— Entre. — Ele deu um pequeno e curto sorriso e entrou. Fechei a porta e o deixei no quarto. Peguei a caixinha que continha a tinta e pude ver que era uma cor escura, um preto talvez. Li atentamente as instruções e comecei a preparar o produto para tingir o cabelo de Min. Após prepara-la, comecei a passar em Yoongi e assim que terminei, joguei fora as luvas que tive que usar para passar a tinta e o recipiente em que veio, junto com a caixinha. Lavei minhas mãos e as sequei na toalha branca que estava pendurada. — Fique aí por quarenta minutos, ou até a tinta pegar bem. Aliás, como vai tira-la? 

— Você não se importa de eu usar o chuveiro, não é mesmo? 

— Não tem nem como eu te negar isso. 

— Sim. — Sorriu divertido por ter conseguido o que queria. Fui para a sala e fiquei lá, enquanto Yoongi não saiu do quarto e eu estava rezando para que quando visse o cômodo, ele estivesse intacto.

[...]

Já fazia quinze minutos desde que ele entrou naquele banheiro e ligou o chuveiro. Já estava ficando aflita com isso e com medo de ter feito alguma coisa errada na hora de passar a tinta. Me levantei do sofá e fui até a porta, dei três leves batidas nela e o chamei.

— Min? Esta tudo bem? 

— Esta sim.

— Por que está demorando tanto? 

— Me desculpe, acabei pensando em algumas coisas e me esqueci que o chuveiro estava ligado — Ouvi a água cessar e me afastei da porta. 

Fiquei parada na parede olhando para os lados. Esperei mais cinco minutos e Min abriu a porta, usava suas roupas que já estava vestindo quando veio, passava minha toalha nos cabelo me impedindo de ver como havia ficado.

— Ok, eu quero que você me diga como estou.

— Sem problemas. — Devagar, tirou a toalha e eu pude sentir meu rosto arder, então abaixei a cabeça rapidamente — Ela ficou boa em você. — Yoongi estava realmente lindo com aquela cor. 

— Obrigada, eu não queria me desfazer da outra cor mas foi preciso. 

— Min...? 

— O que foi?

— Seja sincero, por que veio até aqui? Sei que precisava de ajuda com o cabelo, mas tem muitas pessoas que poderiam te ajudar. — Ele deu alguns passos e parou na minha frente.

— Porque eu gosto de você e precisava te ver. — Levantei minha cabeça e olhei nos olhos dele. Levou sua mão até meu rosto e começou a fazer carícias com o polegar — Eu disse para você que não seria fácil. E agora eu quero que você responda minha pergunta. Você sente algo por mim? — Seus olhos brilhavam e meu coração acelerava cada vez mais, estava sentindo que ele poderia saltar pela minha boca a qualquer momento. Ah Min, o que foi que você fez comigo? 

— Sim... — Saiu mais como um sussurro, mas ele ouviu claramente esse palavra. 

Aproximou nosso rosto e selou meus lábios com o seu. O beijo era calmo mas intenso. Eu estava fazendo algo tão horrível com ele e comigo mesma, no final ambos iremos sofrer. Mas é tão difícil negar algo que meu coração está aceitando, eu não vou conseguir fazer isso. Posso estar agindo com egoísmo, mas eu quero, ou melhor dizendo, necessito de tudo isso que Yoongi está me dando.

— Leah... — Paramos o beijo — Por que estava chorando? 

— Do que está falando? 

— Acha que eu não percebi seu estado quando foi abrir a porta? Eu sei como fica quando chora..

— Um filme romântico com um final infeliz, foi isso que aconteceu. — Menti, ele não precisa saber disso agora.

— Assiste filmes desse gênero?! 

— Não deveria? 

— Você e essa sua mania de me responder com uma pergunta. — Ele revirou os olhos me fazendo soltar uma risada baixa e curta — Leah? 

—...?

— Agora nós podemos ficar juntos, não é mesmo? — Olhei em seus olhos e abri um sorriso.

— Sim. — Pude notar seus olhos brilharem e um sorriso se formar em seus lábios, isso me partiu o coração. Abracei ele e fui retribuída da mesma forma.

Eu estou me sentindo péssima com isso. Eu gosto dele, mas eu sei que vou machuca-lo no final, se é que vai ter um. Isso tudo é muito confuso, mas eu quero tanto isso.. Talvez me sentir amada novamente seja algo que vá mudar alguma coisa, mas eu duvido muito que isso irá afetar na minha realidade.