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História Closer - Capítulo XVII


Escrita por: evilynebrochu

Notas do Autor


recados finais <3

Capítulo 18 - Capítulo XVII


As indagações ficaram presas na minha mente, o que MK havia falado, no tom que havia usado, era o que me fazia questionar como era a vida de Delphine antes de me conhecer. Ela não parecia ter vivido muitas coisas, mas eu poderia estar redondamente enganada. Algo dentro de mim queria que eu estivesse certa, que antes de me conhecer, ela tivesse vivido poucas coisas, nunca tivesse sentido uma dor maçante. E apareceu Rachel Duncan, que mudou totalmente a personalidade de Delphine.

 

A conversa com Felix também fluía na minha cabeça, Delphine tinha motivos para ser paranóica? Então havia acontecido algo horrível para ela agir daquela maneira e eu estava disposta a fazê-la falar sobre. Dentro do metrô eu só conseguia pensar em seu sorriso, nos momentos juntas… Tudo com Delphine parecia passar rápido demais, era incrível. Estávamos a pouco tempo juntas, mas parecia uma eternidade. Arrisco-me dizer que eu a amei desde a nossa primeira conversa, desde o nosso primeiro encontro ao acaso.

 

Desci na estação do centro, onde eu a vi me esperando. Cada vez mais linda, eu acho que ficar longe de Delphine me fazia esquecer um pouco da sua beleza exterior. Definitivamente precisávamos de fotos juntas. Ela não me abraçou, não moveu um músculo, apenas perguntou se eu havia conseguido a erva e se a MK estava bem, coisa que eu confirmei com a cabeça.

 

Fomos andando até o estacionamento onde pegamos o carro e foi só dentro dele que ela começou a conversar, explicando que havia comprado alguns presentes de natal, mas não me deu nenhuma dica de qual era o meu. Entramos no apartamento e eu tratei logo de enrolar a maconha para eu fumar. Alguns tragos depois eu já estava melhor do que antes. Ofereci um pouco para Delphine que prontamente negou, aquilo ainda estava tão estranho. Ela me acompanhou bebendo um vinho que tinha em sua adega. Estávamos um pouco alteradas e fizemos amor de uma maneira incrível naquela noite. Eu realmente odiava só ter que ter dois dias livres com ela.

 

[...]

 

- Delph, eu quero conversar com você… - comecei o meu discurso depois do efeito da maconha ter ido embora, era por volta das 2h.

- O que foi, mon amour? - olhou fixamente nos meus olhos, estava tão radiante depois de termos feito amor.

- É algo sério e talvez você não queira falar, mas eu realmente preciso perguntar. - ela fez um gesto confirmando com a cabeça. - O que aconteceu entre você e a Rachel? - perguntei e ela sorriu sem graça.

- Eu acho que te devo essa história mesmo, eu devia ter te contado antes, não sei o que me prende ainda.

- Se você não quiser contar, tudo bem, acho que todo mundo tem seu tempo.

- Nós já brigamos por causa dessa história, acho que o melhor jeito de você me entender e as minhas “paranóias” - falou fazendo aspas no ar. Eu me sentei na cara encarando o seu rosto, estava disposta a ouvir tudo sobre aquilo.

- Tudo bem, Delph.

- Bem, antes de tudo você precisa saber que eu não era essa pessoa sóbria que eu tanto finjo ser, eu nem deveria estar bebendo pra começo de conversa, mas enfim… Sabe a MK? - confirmei com a cabeça. - Nos conhecemos numa festa da faculdade, ela fazia tecnologia da informação e eu biologia. Viramos melhores amigas e começamos a experimentar drogas juntas, eu não era uma viciada, mas usava todo fim de semana pra aguentar as festas e na semana de prova também.

- Sério? - perguntei olhando em seus olhos que não fugiram do meu contato por um segundo.

- Uhum… Bem, quando eu fui contratada no instituto parei de usar por motivos óbvios, precisava manter meu corpo limpo, e consegui por um bom tempo…

- Até que?

- Até que Rachel tentou me matar. - minha boca se abriu em um perfeito “o”, eu realmente estava chocada com aquilo.

- Como assim ela tentou te matar? - perguntei rapidamente assustada com aquela informação.

- Ei, calma! Vamos por partes… Os problemas da Rachel com a senhora Duncan começaram quando ela estava no ensino médio e ela começou a se drogar quase que diariamente. Susan não aguentou e mandou ela para os Estados Unidos, eu acho que ela errou nessa parte, mas não podia questionar nada…

- Rachel é mais nova que a gente?

- Rachel tem uns 26 anos, Cos. Ela é bem mais nova que a gente…

- Wow, e o que aconteceu?

- Quando Susan morreu, ela deixou um testamento, entregando praticamente toda a fortuna que ela havia acumulado para Rachel, porém pra mim ela deixou um colar de pérolas e isso acabou destruindo Rachel… Quando completou um mês da morte de Susan, ela voltou e me chamou pra conversar em um bairro pobre daqui, eu não queria causar mais brigas, inclusive até levei o colar para ela. - Delphine fez um silêncio arrebatador, como se as palavras seguintes começassem a cortar sua garganta. - Rachel me manteve presa por dois dias, não me deu nem um gole d’água. Ela tava sob efeito de drogas, e quando bateu a crise de abstinência…Ela ficou agitada e tinha uma faca por perto. - algumas lágrimas correram involuntariamente no rosto de Delphine. - Desculpa, Cos… É um assunto muito difícil pra mim.

- Ei, tudo bem. - abracei seu corpo trêmulo, com uma voz suave. - Eu não devia ter perguntado sobre isso, me desculpa?

- Você não tem que pedir desculpas, eu precisava contar essa história pra você, mas nunca tive coragem…

- Como você conseguiu escapar? - perguntei ainda abraçando seu corpo.

- Rachel teve crise de abstinência e depois quase passar a faca no meu pescoço ligou pra MK levar coca pra ela… MK sempre foi muito esperta e atenta nos mínimos detalhes e seguiu Rachel até onde ela estava me mantendo e me viu lá presa na cadeira.

- Ela não ligou pra polícia?

- Como ela ia ligar pra polícia sendo traficante, Cos? Ela voltou depois de 10min com uns amigos barra pesada dela que me salvaram… Eu literalmente devo minha vida a MK.

- O que fizeram com a Rachel? - perguntei curiosa.

- Aldous sempre defendeu Rachel e a mandou para uma clínica de reabilitação. Fee também achou melhor eu ir para uma porque eu tive estresse pós traumático. Eu tive tanto medo de morrer, morrer por um colar de pérolas… Morrer porque ela nunca foi uma boa filha… Eu lembro dela gritando comigo dizendo que eu havia roubado o amor da mãe dela. Eu nunca quis isso, Cos. - o choro partindo de Delphine quebrava meu coração em vários pedaços. Eu me senti culpada por trazer aquele assunto tão delicado à tona para ela.

- Eu estou aqui do seu lado agora, ela não vai aprontar com você. Se ela o fizer, eu acabo com ela. - falei com uma voz autoritária, fazendo minha loirinha rir. - Eu tenho que contar algo pra você também…

- O que? - soltou-se do abraço, me encarando com seus olhos âmbar.

- Se lembra de quando eu te contei dos meus relacionamentos? Eu meio que esqueci um…

- Vai me dizer que você namorou o Scott… - falou me causando uma gargalhada enorme. Scott? Que?

- Eu? Scott? Como assim? - ainda gargalhava e ela começou a rir também. Era tão bom poder ver o sorriso de volta no seu rosto.

- Vai me dizer que vocês nunca se beijaram…

- Nós nunca nos beijamos. Eu acho que sei da minha orientação sexual desde que nasci, só beijei um homem na minha vida e foi uma experiência péssima… Sério, deixa eu contar…

- OK, pardon…

- A minha primeira vez aconteceu na escola, quando eu ainda era uma pequena jovem sonhadora… - a minha história não era tão delicada quanto a de Delphine, tive sorte por nunca acharem o vídeo, se apenas uma pessoa tivesse visto, minha vida teria virado um completo inferno. - Eu estava ficando com uma garota e as coisas esquentaram bastante e transamos. Até aí tudo bem, mas depois Scott me mandou um link de um site pornô e lá estava eu, sendo a estrela principal.

- Wow, isso é sério, Cos? O que aconteceu depois?

- Eu contei pro meu pai, ele sempre soube minha orientação sexual porque meu velho é foda demais. - ri um pouco, mostrando o orgulho que eu tinha dele. - Fomos na delegacia e conseguiram retirar o vídeo do ar, meu pai acabou processando os pais dela e nunca mais nos vimos. E você é a terceira pessoa que sabe disso.

- Sério? Quem sabe?

- Você, o meu pai e o Scott, obviamente. Eu só ainda tô chocada com a ideia de Scott e eu nos beijando. - terminei o assunto fazendo uma cara de desentendida. - Scott Smith? Meu melhor amigo?

- O Fee que começou com essa fofoca logo quando vocês chegaram… Acho que ele entendeu logo meu interesse por você e quis me proteger.

- Esse tipo de proteção é estranha… - falei com uma voz desconfiada. - Eu odeio fofocas em relação a mim, sem falar do absurdo que é esse tipo de coisa.

 

Eu realmente não ligava pras fofocas relacionadas a minha sexualidade, não era mentira, eu sou e sempre fui lésbica, mas boatos sobre meu relacionamento com Scott? Ele era meu melhor amigo, eu costumo chamá-lo de verdadeiro irmão, já que Clark e eu nunca fomos tão próximos…

 

- Vamos mudar de assunto, huh? - Delphine depositou um beijo calmo em meus lábios, fazendo-me perder totalmente a linha de pensamento.

- Sobre o que você quer conversar? - perguntei olhando seus olhos.

- Conversar? - ela deu um sorriso gostoso e voltou a me beijar. Eu já havia entendido tudo…
 

 

[...]


 

Voltamos para o instituto mais felizes do que nunca. Nosso relacionamento estava se construindo aos poucos com bastante confiança, algo que é bastante importante. Parecia que tudo estava se encaixando nos mais perfeitos detalhes, mas eu precisava conversar com Felix. Eu podia aceitar muita coisa do mundo, mas que espalhassem fofocas mentirosas sobre era algo que eu detestava desde o meu período da escola.

 

Estava caminhando por um dos inúmeros corredores da instituição quando passei pela sala de artes, estava vazia, graças aos céus. Dentro dela estava um iPod conectado a uma caixa de som, ótimo! Felix estava por perto.

 

- Cosima? - falou quase em um grito, estava surpreso em me ver dentro de sua sala.

- Hey, Fee. Eu queria bater um papo com você, nada demais, é só umas coisas que a Delph falou e eu acho bom esclarecermos as coisas…

- Ela me contou que você ficou, hum, como posso dizer? Um pouco surpresa quando ela contou sobre meus comentários…

- Não é pra menos, Fee. Por Deus, eu sou lésbica e o Scott é o meu melhor amigo! - falei em um tom relativamente alto. - E eu estou apaixonada por sua melhor amiga. - diminui o tom de voz, não podia correr o risco de alguém ouvir.

- Eu sei, Cosima! Ela também está apaixonada por você desde o primeiro momento e eu queria protegê-la, mas agora eu só realmente espero que uma das duas peça logo a outra em namoro porque eu não aguento mais Delphine me perguntando se ela deveria te pedir em namoro. - falou rapidamente visivelmente estressado.

- Delphine me pedindo em namoro? Era uma visão que eu pagaria pra ver. Droga, quem eu queria enganar? Eu amava Delphine, acho que amei desde o primeiro segundo. Delphine Cormier era o amor da minha vida.

- Porra eu não podia ter falado isso! - Felix tampou a boca tentando se calar… Tarde demais.

 

Ouvi dois toques de mensagens no meu celular era ela…
 

“Tem como você me encontrar no jardim depois do toque de recolher? No jardim perto do coreto, preciso falar com você”

“É importante”

 

Sorri involuntariamente com aquela mensagem. O que Felix me contou ia se concretizar. Eu não podia ficar mais feliz. Segui até o meu laboratório e dei as melhores aulas da minha vida, o amor pode realmente mudar as atitudes das pessoas.

 

[...]

 

Durante o jantar Delphine trocava olhares ternos comigo. Estávamos apaixonadas, mas, por sorte, a mesa estava ocupada demais discutindo o feriado que se aproximava cada vez mais. Eu estava ansiosa para o natal porque eu poderia passar um tempo com Delphine, como minha namorada.

 

Nos despedimos e corri para meu quarto ansiando tanto que os ponteiros do relógio corressem mais rápido possível, mas eles pareciam estar se arrastando. Porra! Eu peguei um dread e comecei a desfazê-lo. Sentia falta do meu cabelo, mas para mim, dread é resistência e eu não conseguia mais me ver sem eles. Eu só estava ansiosa e nervosa. Minhas mãos estavam suadas.

 

Escutei o primeiro toque e me arrepiei, mas e se Delphine não quisesse me pedir em namoro? Eu estava decidida, só iria dormir se ela aceitasse namorar comigo e eu não fazia questão de pedir. No segundo toque eu esperei cinco minutos para poder descer. Precisava do corredor vazio para evitar perguntas da monitoria, e apesar de saber que a instituição era cheia de câmera nenhum segurança se dava ao trabalho de fiscalizar um professor.

 

Meus passos apressados denunciavam minha vontade de me encontrar com Delphine e finalmente poder fazê-la minha namorada. O jardim durante a noite recebia uma iluminação até que romântica, lembro-me de Delphine me contando que foi lá onde Aldous e sua falecida esposa deram o primeiro beijo, isso justificava as luzes em um tom calmo de azul, diferente de todos os outros ambientes abertos.

 

Lá estava ela, com o mesmo vestido do jantar e com os cabelos cacheados. Ela parecia nervosa, estava fumando e seus cabelos dançavam com o vento gelado da noite. Aquela iluminação a deixava ainda mais bela.

 

- Mon amour. - seu sotaque estava ainda mais carregado, causando-me arrepios. Ela apagou o cigarro com a bota, pegando-o logo em seguida e guardando no sobretudo que vestia.

- Delph… - abracei seu corpo e mesmo querendo muito beijá-la, ali era arriscado demais.

- Eu sei que Felix já falou com você, ele não consegue ficar calado por momento nenhum. É incrível… Bem, acho que você já sabe o que eu quero te propor, e eu não sei como fazer isso. Porra, eu tô muito nervosa. - sua voz estava carregada de sotaque e falava muito rápido. - Cosima Niehaus, eu gostaria de saber se você aceita namorar comigo. Eu sei que nosso namoro vai parecer de adolescente, mas eu te amo demais para não te chamar de namorada.

- Eu te amo, Delphine Cormier e óbvio que aceito seu pedido. - minha respiração estava desregulada.

 

Corremos até o coreto do jardim dos fundos e lá nos enlaçamos para todo o sempre. Maldita seja a mulher que roubou minha sanidade mental. Nos seus cabelos loiros eu pude me afagar e no seu abraço eu pude me proteger do mundo que desabava ao meu redor e o mais estranho foi ter descoberto o amor quando eu menos queria e no local onde eu menos esperava


 


Notas Finais


eu sei que estou muito desatualizada com Closer e vocês não merecem isso, mas eu quero muito entregar algo de conteúdo pra vocês porque vocês merecem


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