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História Closer - Capítulo XXIII


Escrita por: evilynebrochu

Capítulo 24 - Capítulo XXIII


Assim que eu terminei de falar com Cosima, liguei para Aldous explicando minha ausência no instituto, sem omitir nada do que estava acontecendo e felizmente ele compreendeu toda a situação, Leekie disse que eu poderia tomar o tempo necessário com aquela situação e assim eu fiz. Era desesperador saber que minha sobrinha tão pequena estava correndo riscos, riscos porque René havia provado o quanto era desequilibrado, quanto era doente e o quanto as pessoas precisavam ter cuidado com ele. Angelique trocou de roupa e lavou seu rosto para poder ir ao encontro com René e resgatar a nossa pequena alegria. Todos estávamos tensos, afinal, ele tinha dinheiro e poder, conseguiria documentos falsos e embarcar com Cécile para qualquer lugar do planeta e só de pensar em perdê-la, nossa família entrava em estado de pânico e não era pra menos. Eu observava tudo com certa distância, eu não queria atrapalhar o andamento das investigações e da procura deles. Eu sempre defendi a frase “quem pouco atrapalha, muito ajuda” e assim estava fazendo. Vez por outra eu me levantava e colocava água para os policiais e para minha família se hidratar um pouco. Era horrível ficar de mãos atadas, mas nunca fora completamente necessário.


 

Observei a chegada de um carro sem nada chamando atenção, era um agente perfeitamente disfarçado de motorista de uber para levá-la até o palácio de Versalhes e finalmente tentar resgatar Cécile. Lá ainda teria mais alguns apenas para garantir que tudo correria bem. Quando Angelique e os policiais partiram a casa ficou completamente calma, um silêncio perturbador tomou conta do lugar, meu pai conseguiu, depois de muito esforço, convencer minha mãe a tirar um cochilo, tentar se recuperar um pouco dos últimos acontecimentos.


 

— Eu nem perguntei como você está filha… Está tudo bem no trabalho? — meu pai perguntou enquanto jogávamos fora as embalagens de comida que ele havia pedido mais cedo.

 

— Na medida do possível, sim… — suspirei pesadamente lembrando dos últimos acontecimentos com Brooke e o sumiço misterioso de Aldous. — Acho que finalmente estou completa trabalhando por lá, também estou saindo com alguém, sabe? — meu pai me olhou surpreso, desde meu término com Paul eu nunca tinha demonstrado estar gostando de alguém, sempre colocava minha carreira profissional em primeiro lugar.

 

— Sério, filha? — um sorriso brotou em seu rosto, para ele era um alívio depois de tanta dor e aflição nas últimas horas. — Qual é o nome dele? Vocês se conheceram aonde? Na escola? O que ele ensina?

 

— Aí que tá… Não é ele. — falei fazendo meu pai virar para mim com um sorriso que eu não sabia identificar muito bem, era engraçado.

 

— Qual é o nome dela? Me conta, filha… — perguntou entusiasmado, eu podia ver a curiosidade nos seus olhos verdes.

 

— O nome dela é Cosima, nos conhecemos na escola, ela ficou no meu lugar no laboratório. Ela é… diferente. Quer dizer, eu falo no sentido da personalidade dela ser diferente. Ela está sempre disposta a ajudar, está sempre falando comigo quando eu preciso e ela é tão inteligente… Eu sempre amei pessoas inteligentes e agora, acho que amo mesmo. — falei colocando tudo pra fora o que estava sentindo, eu amava Cosima, era um fato. Eu não poderia esconder isso da minha família que sempre fora completamente compreensiva. — Estamos namorando há um tempo e vamos passar o natal juntas.

 

— E vocês virão para cá, certo? — indagou me fazendo lembrar que eu já havia combinado com todos do instituto.

 

— Eu pensava que você e a mamãe iriam para outro cruzeiro, Angelique não me contou nada sobre vir para cá e passar o natal com vocês… — respondi não querendo decepcionar meu pai, mas eu já havia combinado com todos do trabalho. — Podemos passar por aqui, mas eu marquei com alguns amigos do trabalho, papai.

 

— Entendi, agora que está namorando coloca a família em segundo plano. — falou com uma voz extremamente dramática, me fazendo rir. Meu pai era muito engraçado.

 

— Jamais! — corri para abraçá-lo. — Passaremos por aqui, certo? Você vai conhecer ela, assim como a mamãe e a Angelique.

 

— As pessoas do seu trabalho sabem? — ele perguntou olhando nos meus olhos.

 

— Ainda não… Eu nem sei como contar para eles. Não é algo que me envergonhe, mas você conhece as pessoas dentro daquele colégio, Rachel voltou a trabalhar lá e pode arruinar tudo. — falei com sinceridade, meus pais não gostavam nem um pouco da ideia de Rachel trabalhando de novo no instituto, mas eles sabiam que se eu me sentia a vontade para continuar lá.

 

— Você terá seu tempo, filha. — disse me abraçando novamente, tínhamos um laço de cumplicidade tão bonito. Minha mãe sempre me apoiou também, era maravilhoso ter uma família que me dava todo o suporte necessário.

 

[...]

 

Esperamos um tempo considerável para a volta de Angelique com Cécile, os segundos pareciam horas, era possível sentir a tensão no ar. Minha mãe depois que tirou um cochilo, não parava quieta, se movia como o vento e fazia a ansiedade crescer no ar. Meu pai não queria demonstrar, mas ele estava ansioso, estava quase subindo pelas paredes e não era pra menos. Eram quase 22h e nenhum sinal deles. Os policiais disseram que quanto menos soubéssemos, melhor e mais fácil seria. Eu também supus que Cécile precisava de um acompanhamento psicológico depois de todo aquela situação, ela era tão frágil e pequena e esses traumas poderiam causar sequelas graves mais tarde. Observamos um carro preto, diferente do primeiro, encostando na frente da casa. Ficamos todos esperando cheios de expectativa olhando para enorme janela que dava uma visão perfeita para a rua e respiramos aliviados quando vimos Angelique com Cécile dormindo em seu braço. Assim que ela entrou todos corremos para abraçá-la, mas com cuidado porque minha sobrinha dormia calmamente no colo da mãe, ela parecia um anjinho e que nada havia acontecido com ela. Todos nós sentimos nossa tensão esvair dos nossos ombros.Fizemos o silêncio necessário e esperamos Angelique retornar do nosso quarto de quando éramos crianças para poder contar todos os detalhes.

 

— Como foi? Aquele filho da puta está preso? — minha mãe, Joanna, perguntou rapidamente assim que viu minha irmã saindo do quarto. Angelique respirou fundo e se sentou no sofá encarando todos nós.

 

— Está sim. Graças a Deus! — falou esfregando as mãos no rosto tentando tirar toda a carga emocional que ela estava sentindo desde o dia anterior. — Eu não acredito que me casei com um idiota desses… Agora eu só quero ficar em paz e que ele nunca mais encoste um dedo na minha filha.

 

— Tomaremos as providências para isso, filha. — meu pai respondeu abraçando ela.


 

Estavamos aliviados, mas esgotados. Foram as piores horas da nossas vidas, e da minha quase se igualava o dia que Rachel tentou me matar. Tentei convencer meus pais a me deixarem voltar para o instituto, mas eles faltaram me trancar em algum cômodo. Eu realmente estava cansada mentalmente e pegar a estrada definitivamente não era uma boa ideia. Angelique e eu fomos até o nosso antigo quarto e silenciosamente nos jogamos na cama que costumava ser minha. A casa dos nossos pais era grande, tinha espaço para mais uns três filhos, mas Angelique e eu sempre fomos muito unidas e eram raras as ocasiões em que brigávamos, então sempre dividimos o mesmo quarto.

 

[...]

 

Acordamos com o barulhinho da minha sobrinha um pouco assustada por estranhar aquele quarto que não era seu. Angelique pegou a pequena no colo que coçava os olhos tentando se adaptar a luz da manhã que invadia as frestas da persiana. Quando os olhinhos verdes finalmente despertaram ela sorriu ao me ver. Minha sobrinha estava bem.

 

— Tante? — ela falou olhando para mim e eu sorri automaticamente com aquele ser humano tão pequeno que estava bem.
 

— Cécile! — abri meus braços para confortá-la e ela se jogou para mim, me fazendo rir aliviada. Dei um cheiro nas bochechas gordinhas dela, um cheiro tão bom de criança. Ela estava feliz. — Vamos tomar café, oui?

 

— Oui! — aquela voz tão agradável parecia uma orquestra de anjos. Ela apoiou sua cabecinha no meu ombro e seguimos para a cozinha.

 

— Delphine, você vem passar o natal conosco? — minha mãe perguntando me fazendo olhar para meu pai com um olhar quase mortífero.

 

— Eu pretendo passar por aqui, sim. — respondi tentando não omitir nada, eu não precisava. — Eu combinei com os amigos do trabalho para passarmos o natal na casa de Siobhan, sabe? Eu pensava que vocês iriam embarcar num cruzeiro para fugir do frio francês, mas eu passarei aqui e não passarei sozinha. — finalmente falei fazendo com que todos olhassem para mim, menos Cécile que estava distraída com suas frutas vermelhas amassadas.

 

— E quem é? — Angelique perguntou animada, era possível olhar nos seus olhos um alívio, como se essa minha notícia confortasse um pouco seu coração. — É do trabalho? É quem eu estou pensando? — eu trocava mensagens com Angelique sobre tudo, desde a volta de Rachel até quando eu percebi dos meus sentimentos por Cosima.

 

— Como assim? — minha mãe falou antes que eu pudesse responder. — Que tipo de filha é você que não me conta nada sobre seus relacionamentos? Saudades quando minha filha falava dos namorados que tinha. — continuou com um tom cômico de dramaticidade me fazendo rir. — Você concorda com isso, Tywin? — perguntou ao meu pai que deu uma gargalhada. — O que é isso? Um complô? Até seu pai sabe e eu não?

 

— Calma, mãe. É que eu não sei como falar isso para você, parece estranho, mas eu trarei Cosima comigo para o natal.

 

— Cosima? Quem é Cosima? — ela continuou perguntando sem me deixar completar uma frase sequer.

 

— É minha namorada, nos conhecemos no trabalho. — falei finalmente explicando tudo para minha mãe. — Não estamos tanto tempo juntas, aconteceu um pouco antes do Halloween. — ela sorriu para mim.

 

— Se ela está fazendo minha filha feliz, eu já gosto dela. Como você soube que gostava dela? Como ela é? — fez perguntas por cima de perguntas para mim, fazendo todos na mesa sorrirem.

 

Quando terminamos o café, minha família insistiu para que eu ficasse com eles porque fazia tempo que não compartilhávamos esse tempo só nosso. Meus pais viviam viajando e Angelique morava na Itália com René desde que havia se casado e eu passava muito tempo no trabalho, isso tornava os momentos juntos mais especiais e únicos. Como era sexta-feira, acabei ligando para Aldous perguntando se eu podia continuar com minha família e ele autorizou. Leeki estava… estranho, mas ele autorizou porque Rachel estava no instituto.

 

[...]


 

Cosima’s POV:

 

A manhã tinha corrido da melhor maneira possível, minhas aulas haviam evoluído se compararmos com o começo das aulas e a tendência era apenas melhorar com o passar dos meses. Todas as alunas eram incríveis, algumas ficavam dispersas na aula, mas eu sempre tentava aproximá-las sem intimidá-las porque eu sabia o quão chato era ter a atenção chamada na frente de toda a sala de aula.

 

Eu estava um pouco menos preocupada com a semana dos projetos biológicos porque toda a equipe que eu estava dando o suporte estava conseguindo finalizar seus trabalhos, mas eu não estava menos preocupada com Delphine. A sua ligação no dia anterior parecia estranha, seu tom de voz estava trêmulo quando me ligou, eu sentia que havia algo de errado, mas não queria insistir em nenhum assunto porque eu poderia estar invadindo sua privacidade, então preferi que ela retornasse a mensagem.

 

[...]

 

— Cosima… — a voz rouca chegou por trás de mim, aquilo já estava se tornando um hábito peculiar entre nós duas. — Você está bem? — caminhou um pouco mais rápido para me alcançar. Eu estava caminhando pelos jardins da escola, tomando um ar pós almoço.

 

— Oi, Rachel. — respondi com um sorriso. — Estou bem sim e você? Quais sãos seus planos pro fim de semana? — perguntei em um tom amigável, Rachel estava se mostrando uma pessoa amigável e simpática.

 

— Terei que ficar aqui também. — ela respondeu num tom de voz fraco, ela parecia um pouco decepcionada. — Aldous me ligou quase agora me pedindo para ficar aqui nesse fim de semana e desde que Ferdinand resolveu terminar comigo eu não tenho muito lugar para ir, sabe? — confirmei com a cabeça. — Se quiser ajuda na semana dos projetos biológicos, estou disponível. — sorriu de maneira cúmplice. — Eu sou formada em administração, mas sei lá… Eu quero ser útil.

 

— Eu vou querer sua ajuda sim. — respondi sorrindo para ela. — Eu sei que durante a manhã você monitora as saídas, certo? — confirmou com a cabeça. — Que tal me ajudar durante a tarde? Tenho algumas equipes que ainda não finalizaram sua base teórica para auxiliar e você pode ajudar nessa parte.

 

— Claro, estarei lá, agora não vou mais interromper sua caminhada. Notei que você gosta de fazê-la sozinha.

 

— Você notou? — perguntei com minhas sobrancelhas arqueadas.

 

— Eu observo você. — respondeu fazendo minha espinha gelar, ela havia me deixado estática com apenas três palavras. — Ei, brincadeira. — deu uma gargalhada me observando naquela posição. — Você precisa pegar mais leve, Cos. — me empurrou levemente. — Eu preciso ir, tenho alguns trabalhos para fazer no meu escritório. Até mais. — saiu caminhando me deixando sozinha, mas ainda um pouco estática.


 

[...]

 

Eu estava caminhando pelos corredores para chegar no meu laboratório quando Felix me abordou, fazendo com que eu tomasse um susto.

 

— Você quase me mata de susto. — falei para ele que me observava com um olhar sarcástico.

 

— Anda escondendo alguma coisa, senhorita Niehaus?  — ele respondeu afiadamente para mim.

 

— Nada. Por que?

 

— Eu tenho bons olhos, sabe? — continuou com o mesmo tom irônico. — Eu só espero que Delphine fora da escola no fim de semana não afete nada no relacionamento de vocês.

 

— Delphine vai passar o fim de semana fora? Ela disse que voltaria hoje…

 

— Ela acabou de me ligar falando que só retornaria na segunda de manhã. — continuou. — Achei que ela tivesse contado para você antes, sei lá… Bem, fique atenta a certas pessoas se aproximando de você — eu sabia muito bem a quem ele estava se referindo. — Algumas pessoas não merecem sua confiança, Cosima… — falou e saiu caminhando pelos corredores não me dando a oportunidade de responder.

 

Delphine não havia falado comigo para nada, estava estranha desde o dia anterior… Eu só conseguia me perguntar quando minha vida havia se transformado em uma série infantojuvenil.

 


Notas Finais


perdoem a demora prolongada pra postar um capítulo novo, mas tive crise existencial e procrastinei demais essa semana.
prometo que semana que vem tem capítulo novo

online 24hrs no twitter evilynebrochu


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