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História Closer - A monotonia do ontem


Escrita por: Rose_Quartz

Notas do Autor


Olá, amados leitores. Como vão? É um prazer conhecê-los aqui, no primeiro capítulo de Closer!

Já escrevo há um bom tempo, mas nunca havia postado no Spirit. É uma experiência totalmente nova pra mim e espero que tenham paciência <3 Eu, sinceramente, não sei que me deu para escrever logo uma songfic. Mas espero de coração que vocês gostem dessa história que venho escrevendo com tanto amor. Nos vemos lá no final

Capítulo 1 - A monotonia do ontem


Fanfic / Fanfiction Closer - A monotonia do ontem

 

Duas e meia da tarde. Um bonito sobrado — isso só por fora — servia como cenário para a letargia daqueles quatro rapazes. Todos com a mesma expressão sem vida no rosto. Estavam largados no que possivelmente seria a sala de estar. Uns sentados no sofá vermelho, outros, esparramados pelo chão. Alguns poucos livros numa mesinha de centro cheia de bebidas alcoólicas e restos de cigarros. Papéis de seda para baseado amassados, vestígios de comida e isqueiros rodeando uma caixa de pizza com baratas dentro disputando os restos.

A cena era deplorável.

Cada piscar dos olhos era um sonho que tinham. Ninguém ousava dizer uma palavra.

De repente, o telefone tocou alto, fazendo os garotos todos olharem na direção do aparelho. Entreolharam-se e todos os olhos caíram sobre o ruivo sentado ao lado do amigo que roncava. O menos desajuizado de lá. Pelo menos, o menos desajuizado consciente. Se fosse importante, ao menos saberia resolver.

Ele bufou e revirou os olhos. Levantou-se devagar, quase que num protesto silencioso que de nada valeria.

— Alô? — uma voz pareceu responder. — Sim. É aqui mesmo. Quem fala é o Gaara e... — voz resmungou novamente. — Como? Perdão, senhor, só um minuto... — ele olhou os garotos ainda com caras de peixe estirados pelo cômodo, tapou o telefone e abaixou o tom de voz. — Já volto — tornou a falar ao telefone, logo sumindo pelas escadas.

Mais uma vez, os garotos se entreolharam, porém, com belos pontos de interrogação estampados na cara. Ainda sem coragem para dizer uma palavra, eles relaxaram novamente sem muitas preocupações. O silêncio voltou a reinar por, pelo menos, mais uns sete minutos, até um loiro hiperativo se pronunciar. Ele fungou e levantou a cabeça apoiada ao chão num movimento preguiçoso.

— Que fome... — olhou a pequena bucha de erva perto de sua mão direita. — Acho que nunca fiquei tão doidão na vida.

— Tenho que concordar com o Naruto — o amigo, antes sonolento, se manifestou. — Essa sim era maconha da boa. Nunca mais, hein, Sasuke? — o rapaz de olhos claríssimos fitou o garoto sentado ao chão com as costas apoiadas na parede e com um litro vazio de uísque nas mãos.

— Hn... — se limitou a responder, ainda preso em sua própria vibe, fazendo Naruto revirar os olhos.

— Ei, eu gravei alguns vídeos de ontem — Naruto puxou o celular do bolso da calça amarrotada que já cheirava a álcool e fumo. — Quem quer ver?

— Apaga logo isso, seu imbecil! Já pensou se alguém vê? Apaga essa porra! 

— Relaxa, Neji! Já tô apagando... — ele voltou a deitar com o celular quase enfiado na cara. — Seu tio não vai ver, não...

— Não vai voltar pra casa, Neji? — Sasuke virou o rosto para o amigo que o olhou também, a fim de aproveitar a abertura que Naruto havia deixado e zoar um pouco. — Sua prima deve estar te esperando há um bom tempo só aguardando pra te entregar pro seu papai...

— Olha só! O sujo falando do mal lavado — soou irônico e Sasuke desfez o sorrisinho sacana que começava a estampar seu rosto.

Quando Naruto ia dizer algo, surgiu Gaara com o telefone em mãos e com sua mesma expressão de tédio de sempre.

— Naruto e Sasuke, comecem a organizar seus quartos. Semana que vem teremos mais um morador para dividir as despesas — foi curto e grosso. — Naruto, você vai ter que mudar de quarto.

— O quê? Por quê?

— Porque o quarto que você ocupa é o único com banheiro e a nova companhia vai precisar muito mais dele do que você.

— Por acaso ele tem nojo de compartilhar o banheiro com você e com o Sasuke? — perguntou já irritado.

— Não. Ela só tem necessidades femininas incompreendidas por nós, homens. Agora, vê se para de ser criança e vai tirar suas coisas de lá. Os móveis dela chegam amanhã — Gaara rumou para a cozinha, mas foi impedido de entrar no cômodo pela voz grave de Sasuke.

— Por que não nos consultou antes de oferecer a porra do quarto para uma garota? A última experiência não foi o suficiente? — perguntou sem erguer o tom da voz, porém, seu rosto com uma carranca estampada mostrava o quanto queria estar gritando.

— Sasuke, o aluguel subiu mês passado e o Naruto está desempregado. Mal conseguíamos manter essa casa antes. Agora, então... — a frase morreu. — É isso ou pedir ajuda para o seu tão querido velho.

Sasuke bufou.

— Ela vai incomodar?

— Quase não a veremos em casa. Está cursando um pré-vestibular daqueles na parte da manhã e, com certeza, passa a tarde toda estudando. O pai me disse que é bem educada. Quando sairmos para nossas aulas noturnas, ela vai estar bem tranquila no quarto dela. Mal nos veremos e será uma mão na roda com as contas — Gaara disse, analisando a situação mais uma vez.

— E os ensaios? — quis saber Naruto.

— Vão continuar acontecendo lá em casa, mané — Neji disse com seu costumeiro ar de superioridade.

— As únicas coisas que vão ter que desaparecer daqui por um tempo são as drogas e bebidas, então... — Sasuke se levantou e, ainda meio tonto, se apoiou na parede.

— O pai da moça disse que não precisamos nos preocupar com nossas farras universitárias. Ele só pediu para que o quarto da garota fosse no segundo andar para que não atrapalhássemos ela com as festinhas e para que trouxéssemos menos garotas. Talvez ela nem se incomode com... isso — Gaara puxou metade de um prensado enfiado no bolso e enrolado em celofane, jogou na mesinha de centro e entrou na cozinha de vez.

— Ou talvez seja um puta estorvo... — Sasuke sussurrou e andou até às escadas que pareciam dez vezes mais difíceis de subir.

Neji acabou indo embora em silêncio e Naruto foi acompanhar Gaara na cozinha. Estava louco para comer alguma coisa.

Sasuke aproveitou que ninguém usava o banheiro e tomou um longo e demorado banho. Em seu quarto, ainda entorpecido, colocou uma calça de moletom e se jogou na poltrona que tinha ao lado da cama. Pegou seu violão e começou a arranhá-lo. Há tempos não compunha nada. Não mostrava suas composições para ninguém além dos rapazes, é verdade, mas se sentia impotente por não conseguir inspiração para escrever. Seus olhos, de um negrume intenso, observavam as cordas do violão. Mirou uma cifra jogada ao chão e a pegou, tocando de leve, acariciando as cordas. Fechou os olhos e começou a sussurrar a letra da música.

Amava música. Desde pequeno. Seu amor por ela havia surgido quando perdera seu irmão mais velho num acidente. Itachi tinha sido muito importante para si, inclusive por ter sido ele a dar o primeiro violão de Sasuke. Por ter sido o primeiro a ensinar um acorde D. Por ter sido o primeiro a ensiná-lo a ler partituras.

No andar de baixo, Naruto e Gaara conversavam. 

Ou melhor, Naruto falava e Gaara ouvia.

— Hum, Sasuke tá tocando de novo, olha — ficou quieto para que Gaara pudesse ouvir o violão soar fraquinho. — Quem sabe agora a banda não vai pra frente?

— Duvido muito. A banda é só uma diversão. Aconselho levar a faculdade mais a sério, Naruto.

— É, eu sei — rolou os olhos. — Espero que a menina nova seja animada. Você e o Sasuke são dois cuzões — disse fazendo careta e, logo depois, sorrindo de novo. — Amanhã vou sair pra procurar emprego. Meu pai ofereceu ajuda de novo, mas não quero o dinheiro dele. Disse a ele que preciso começar a fazer alguma coisa logo. Eu estava pensando em...

E Gaara parou de ouvir. Não estava mais aguentando aquela conversa. Apenas apoiou a cabeça nas mãos e começou a acenar positivamente, sem saber por quanto tempo mais aguentaria a matraca do amigo.

Ah, como fazia falta uma noite de sexo.

— Naruto, vá logo se ajeitar no seu quarto novo. Amanhã cedo as coisas da menina chegam e, a menos que você pretenda colocar os móveis dela no lugar, aconselho a deixar vazio o quarto que ela vai ocupar — Gaara se levantou.

— Tem como me ajudar, cara? — pediu.

— Tenho um teste e preciso estudar. Peça ajuda ao Sasuke que não leva os estudos a sério — e continuou seu caminho.

Naruto suspirou derrotado. Teria que pedir a ajuda de Sasuke ou teria que faltar em mais uma aula para terminar o serviço em seu antigo quarto.

Quando começou a morar lá com os garotos, Sasuke e ele não se deram muito bem. Acabavam competindo muito entre si em coisas infantis e Gaara se sentia como uma mãe pronta para explodir perto deles.

Depois de um tempo, passou a ter uma relação saudável com o colega e, no fim, tornaram-se grandes amigos. Mesmo Sasuke sendo daquele jeito chato e caladão, era bem mais falante que Gaara e isso tornou o entrosamento mais fácil.

Gaara e Sasuke julgavam Naruto como sendo um caso perdido nos estudos, na faculdade e na vida. Nunca era visto com um livro na mão e pensavam que ele nem mesmo frequentava a faculdade. Diziam que ele pegava o ônibus e ia passear pelas ruas sem nada para fazer. Tinham certeza que não conseguiria se sustentar sozinho e que acabaria voltando para o teto do pai mais cedo ou mais tarde, mesmo tendo aquela pose de orgulhoso que não aceitava dinheiro do pai. Era o que pensavam por ele botar tanta fé na banda que os meninos haviam formado. Porém, estavam enganados.

De certo que Naruto não era bem um aluno exemplar, mas se esforçava muito. Notas sempre na média e uma boa reputação em sua universidade. Era bom o suficiente para se formar.

Nunca comentava sobre sua faculdade com os colegas, mas não era de propósito. Ele apenas conversava sobre outras coisas. Era extremamente falante e animado. Os rapazes que dividiam o teto com ele nem ao menos sabiam o que cursava.

Naruto, mesmo sabendo da resposta, subiu as escadas, foi até a porta do quarto de Sasuke e bateu.

— O quê? — Sasuke disse rude.

— Sasuke, posso te pedir um favor? — Naruto pediu suplicante.

— Pode tentar — novamente, fora grosso.

— Me ajuda a tirar os móveis do meu quarto e mudá-los de cômodo?

Sasuke se calou e Naruto também. Já estava pronto para desistir, quando Sasuke abriu a porta e se apoiou em seu batente.

— Vamos logo com isso, dobe. Ainda tenho muitas páginas do livro para ler. — ele não desmanchou sua carranca.

Acabaram terminando tudo antes de ir para a faculdade. Sasuke podia ter toda aquela pose de poderoso, mas era um cara legal. Era demasiado inteligente e suas notas jamais decepcionariam ninguém. Exceto o pai, claro. Levando em conta que ele sequer se preocupava em saber se o moleque estava vivo.

No fundo, era só um menino machucado pelas marcas de um passado repleto de juízos errados.

Assim que acabaram, Naruto foi tomar um banho, pois fedia feito gambá. Sasuke e Gaara muitas vezes chegaram a pensar que o rapaz tinha algum problema com suor.

Por preguiça, Sasuke não se deu ao trabalho de tomar outro banho. Um teco de perfume era o suficiente. Quando ele e Naruto desceram, não encontraram Gaara. Provavelmente já estava a caminho de sua universidade. Era o mais ajuizado dos três e seu desempenho nos estudos era perfeito. Com suas notas excelentes poderia ir aonde quisesse.

Sasuke, segundos antes de sair, por sorte, percebeu um papelzinho grudado na TV. Nele, com a caligrafia em letra de forma um tanto quanto calma e redonda de Gaara, estava escrito “Ensaio hoje depois da aula. Os vejo na casa do Neji. Sasuke, leve seu cabo. A cadela do Hyuuga mastigou o que havia por lá”.

Naruto se despediu do amigo e foi pegar o ônibus enquanto Sasuke subia as escadas praguejando. Catou um cabo, o colocou todo enrolado em sua bolsa, desceu para a garagem e pegou seu carro. Diferente de Naruto, ele era orgulhoso demais para andar em um transporte público.

Não demorava muito pra completar o trajeto do sobrado ao campus. O estacionamento, no período da noite, sempre estava abarrotado. Circulou uns bons minutos até encontrar uma vaga. 

Saiu do veículo remexendo inquietante os cabelos. Mesmo usando a primeira muda de roupa que achara no guarda-roupa, estava bonito. Uma jeans surrada já rasgada nos joelhos, uma blusa preta e sua jaqueta.

Pegou sua mochila e foi em direção à universidade. Estava cursando o segundo ano em administração e ia muito bem. Não gostava de admitir, mas fazia aquilo mais para provar ao pai que este estava errado a seu respeito.

Sasuke gostava de pensar que terminaria seus estudos, que veria seu pai morrer sem muitos amigos, que tomaria seu lugar por direito e seria como ele. Já tinha aceitado tudo isso em sua cabeça. Mesmo tendo um fiapo de esperança na banda infantil e medíocre que havia montado com os amigos, sabia que seu destino estava traçado.

Pena que sabia errado.

 


Notas Finais


Ah, faz tanto tempo que não posto, meu Deus. O que dizer? Como me despedir? S.O.S.

Essa foi mais uma introdução ao cenário e história da fic. Nossos garotos são o próprio estereótipo da rebeldia com essa banda, eu sei. Grunge as fuck kkkkkkkkkk
Antes que eu me esqueça, essa história já está escrita tem taaaanto tempo, por isso já vou avisando: ela passou por muitas alterações e, por mais atenciosa que eu tenha sido, uma coisa ou outra sempre passa despercebida pelos meus olhos. Então, qualquer informação que não bater VOU USAR DA LICENÇA POÉTICA RS Mas não hesitem caso percebam um furo muito grande. Falem comigo e eu conserto ♥ Além disso, ela pode não ter envelhecido muito bem. Então, desde já, peço desculpas. Minha caixa de mensagens está sempre aberta e à disposição.

Espero que coração que tenham gostado.

Mil beijos ♥


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