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História Clover - Capítulo Dezenove


Escrita por: blancchan

Notas do Autor


Eu sei que eu demorei ><
Mas foram tantas coisas que aconteceram que eu não me sentia bem para escrever nada :/
Na primeira oportunidade que eu tive o fiz, então eu só posso agradecer pela paciência e por vocês serem tão incríveis comigo!
Não brinco quando digo que vocês são parte da luz nos meus piores momentos, obrigada!

Boa leitura *-*

Capítulo 21 - Capítulo Dezenove


Noelle

Nada, exatamente nada havia me preparado para a cena que se formou a minha frente quando saímos das dependências dos prédios escolares, fogo, sangue, corpos inteiros, corpos aos pedaços, o cheiro inconfundível de uma guerra, seja ela na escala que for. Apertei as mãos do Asta, não queria passar por aquilo e muito menos, passar por aquilo longe dele, por isso, eu apenas pedia para que ele não pensasse em nada imprudente, acontece, que é do Asta que estamos falando.

– Noelle, nos proteja por um instante. – E como por reflexo, a bolha de água se fez sobre nós. – Quero que vocês fiquem na retaguarda. – Apontou para mim, Kahono, Charmy, Mimosa, Vanessa e Kahono, logo, todas as meninas. – Curem os feridos, protejam aqueles que não conseguem mais lutar, se protejam e fiquem vivas. – Suas últimas palavras foram direcionadas como a mais preciosa ordem.

– Droga Asta, podemos lutar. – Vanessa tentou argumentar, mas um líder havia se formado ali.

– E vão, dessa maneira. – A garota estalou a língua. – Os demais, comigo. – E todos acentiram.

– Não se preocupem, vou acabar com eles rapidinho. – Luck exibia seu sorriso sádico, com certeza ele causaria problemas ao inimigo.

– Noelle, pode parar. – Hesitei por um instante e ele me repreendeu com os olhos, suspirou fundo e veio até mim, segurou meu rosto e depositou um beijo em minha testa. – Eu vou voltar, mas para isso, preciso ir. – E com essas palavras, a bolha se desfez junto com um pedaço de meu coração, afinal, ele poderia não voltar.

Nesse momento nos separamos, eu e as meninas ficamos juntas, tentando fazer o que nos fora pedido, logo mais um grupo de apoio que havia se formado, se juntou a nós. Eu erguia proteção sobre nossos cavaleiros que aguardavam cuidados das outras, Vanessa tentava ajudar aqueles que estavam próximos com seus fios, Kahono e Mimosa tentavam arduamente curar a todos enquanto Charmy cozinhava, espera...cozinhava?

– Charmy, que merda está fazendo? Aprisione os inimigos. – Falei irritada com a comilança da garota.

– Ei, fique calma aí. – Meu queixo foi ao chão, ela estava me pedindo calma? – Caso não saiba, se você comer dessa comida, seu poder mágico será restaurado. – Ela pareceu irritada com minha atitude. – Isso ajudará a todos, inclusive você, coma quando precisar.

– Desculpe. – Pedi sincera e ela sorriu de lado. – E obrigada.

A luta permanecia intensa, não sei dizer quantas magias desconhecidas eu via naquele lugar, muitos tinham vantagem por possuir habilidades de longo alcance e infelizmente, eles estavam do lado inimigo. Muitos vinham até nós para serem curados ou apenas para pegar um lanchinho para restaurar sua magia. Algumas meninas nos protegiam dos ataques disparados contra nós, estávamos firmes e parecia que isso, de alguma maneira, iria funcionar.

O som incessante da voz de Kahono me tirou de meus devaneios.

– Kahono, deixe com a Mimosa um instante, coma da comida de Charmy e volte depois. – Ela assentiu e saiu de seu posto.

Asta apareceu em meu campo de visão, na forma de antes, não sei se ele teria muito tempo e só poderia esperar que fosse o suficiente.

Asta

Eu já não sabia mais quantos inimigos eu havia derrotado até agora e muitos outros ainda apareciam, aquele cara não brincou quando disse que outros viriam, eu só não pensei que seriam tantos, Clover estava toda ali, alunos, cavaleiros e professores, como Julius era o alvo, ele deveria estar em algum lugar, mas não havia o visto ainda. Toda essa merda, por causa de poder.

De vez em quando, eu passava por perto das meninas para ver como elas estavam, Yuno fazia o mesmo, assim como os demais e isso era algo que me deixava um pouco mais tranquilo, percebi que nesses momentos a gente se apega ao mínimo para manter a sanidade intacta. De canto, vi Kahono se aproximar Luck que havia sido arremessado de encontro ao chão, ela estava com comida na mão e o entregou, porra, será que todos estão se tornando a Charmy?

– Agora é hora de banquete? – Falei para mim mesmo com raiva, então, percebi que Yuno estava próximo demais.

– Isso é apara ajudar a restaurar a magia, é algo da Charmy. – Ele sussurrou em meu ouvido.

– Wow, que magia foda. – Falei já ficando empolgado.

– Sim, ela me falou sobre isso nas férias. – Ele disse sem expressão. – Olhe para frente e não morra seu idiota. – Ele foi para longe e eu voltei a minha atenção para o inimigo que apareceu, antes que eu pudesse atacar, um grito inconfundível tomou meus ouvidos, sem pensar, joguei o homem a minha frente para longe e olhei para trás.

Não, não poderia ser verdade, Noelle foi em direção a sua amiga que estava com um ferimento enorme no meio de seu tórax, Kahono estava no chão e desacordada, o sangue escorria pelo chão a sua volta e eu tive que correr para entender a situação.

Mimosa foi ainda mais rápida e a envolveu na mais forte magia de cura, Charmy lhe trouxe uma pilha de comida.

– Mimosa. – A Charmy colocou as mãos sobre os ombros. – Coma e a ajude, por favor. – Agora todas estavam com lágrimas nos olhos e Mimosa se sentia pressionada com aquilo, era notável.

Noelle chorava descontroladamente e eu fui até ela, suas mãos e roupas estavam cheias de sangue, mas ela não parecia se importar, a puxei para um abraço e ela logo se desvencilhou, me olhou com raiva e por um instante pensei que eu havia feito algo de muito errado.

– Chega. – Ela cerrou os punhos. – Toda essa algazarra por poder? Eles acham mesmo que é só tomar nossa escola que eles serão nossos donos? Não... lealdade é algo que eles nunca vão poder esperar de mim. – Eu a olhava incrédulo, nunca tinha a visto com tanta determinação. – Asta, me desculpe, mas eu não vou mais ficar sem lutar eu... – Engoli seco, eu não poderia impedi-la de nada agora. – Eu vou vingar a minha amiga.

Nesse momento, uma página de seu grimório se virou e palavras foram escritas, essa princesinha é impressionante mesmo, não tenho o que dizer.

– Magia de criação de água: Armadura emplumada do Deus do mar Valquiria. – E nesse momento, uma armadura envolveu seu corpo, ela era composta por água, mas parecia extremamente resistente, ela era composta por peitoral, perneiras, braçadeiras e em sua cabeça, uma tiara com detalhes semelhantes a asas que cobrem seus ouvidos e dois grandes ornamentos semelhantes a asas estão na parte inferior das costas. Em sua mão direita se encontra uma lança feita de água em espiral.

Uma armadura é um item para defesa, assim como a maioria das magias de Noelle, mas eu não me surpreenderia se ela conseguisse desferir ataques extremamente ofensivos. Ela não parecia mais aquela garota indefesa de antes, ela estava pronta para qualquer coisa e sem me dizer uma palavra, saiu em direção aos inimigos e eu fiquei ali, sem reação por um momento.

– Vai mesmo deixar tudo com ela? – Charmy apareceu comendo atrás de mim, falava de boca cheia e eu fiz uma careta.

– N-não, é claro que não. – Pisque diversas vezes.

– Ah, desculpe não poder oferecer a você, mas ela apenas potencializa a magia já existente e... – Vi que ela estava com vergonha e sorri.

– Está tudo bem, ao menos ela comeu? – Apontei para a deusa ali que estava atacando como se não houvesse amanhã e talvez, não houvesse mesmo.

– Sim, fiz ela se alimentar direitinho. – Ela disse animada.

– Certo, cuidem de Kahono. – Acenei e fui em direção ao campo de batalha.

Passei por um Nozel petrificado olhando a desenvoltura da irmã e sorri com deboche.

– Foda ela, né? – Ele me olhou com fúria. – Eu sempre acreditei. – Pisquei em provocação.

– Devo desculpas aos dois, mas não espere mais do que isso. – Ele tinha a mesma pose arrogante dela, são mesmo irmãos.

– Atrás de você. – Apontei para o ponto e ele se virou tendo que me deixar ir, ele é um idiota, mas preciso aceitar suas palavras, pois será o mais próximo de uma interação decente que teremos.

E assim, voltei a atacar qualquer um que se colocasse a minha frente, mas agora, tinha alguém do nosso lado que chamava a atenção por onde passava, sorria com isso, sabendo que eu tinha mesmo tido sorte grande em conhece-la.

Noelle

Ataque, ataque mais, desconte toda sua fúria. Era o que eu pensava enquanto derrubava um por um, eu não raciocinava direito, mas sentia que eu poderia estar descontrolada com a sede de vingar minha amiga. No fundo, eu esperava que ela ficasse bem. Mimosa, cuide de minha amiga.

Em meio as lágrimas, eu acertava cada ser desconhecido que se colocasse a minha frente, uns com apenas um golpe de minha lança, outros eu tinha que dar um pouco mais de atenção, mas eu me sentia invencível naquele momento.

Foi então, que me deparei com duas figuras e elas pareciam ser mais fortes do que eu, naquele momento, voltei a realidade e senti o medo tomar conta de mim, mas eles não saberiam disso.

– Veja Fana. – O homem de cabelos negros com uma mecha branca acima de seus olhos, ele tinha uma postura neutra, como se não houvesse uma guerra instalada abaixo de nós. – Eles estavam mesmo preparados para um ataque, uma pena que só nos dois éramos suficientes. – A garota de cabelos rosa deu de ombro.

– Eles eram fracos, não perdemos muita coisa. – Um risinho escapou de seus lábios e eu fiquei com raiva.

– Tratam seus aliados dessa maneira? Eles morreram para que pudessem ter a chance de cumprir seus objetivos.

– Inúteis. – Ela disse novamente.

– Malditos, vocês machucaram alguém importante para mim.

– Tão inútil quanto os que morreram, se fosse alguém forte, estaria ao seu lado agora. – A garota dizia com naturalidade e eu ia iniciar meu ataque, quando senti alguém me puxar.

– Noelle, saia daqui. Agora. – A voz de meu irmão ecoou em meus ouvidos.

– Não. – Disse sem vontade.

– Isso é uma ordem de seu superior e de seu irmão. – Olhei assustada com suas palavras. – Lhe devo desculpas, me deixe fazer isso corretamente depois, mas agora, vá. – Perdida, era assim que me sentia.

– Garota, saia já daqui, que a coisa vai ficar interessante demais. – Yami tentou me trazer para a realidade e logo vi todos os capitães e o diretor ao lado do meu irmão.

– Querida, vá e se despeça daqueles amados por você. – Entendi o que Charlote quis dizer, Kahono deveria estar cada vez pior então, assenti para eles com lágrimas nos olhos e corri em direção a minha amiga.

Pelo caminho, vi os inimigos baterem retirada, então, pelo menos aqui, nós tivemos vantagem, agora tudo estava nas mãos dos professores.

Noelle

Eu estava deitado ao lado dos meus amigos, tentava recuperar meu folego e também descansar, todos se sentiam bem pela magia de Charmy, mas eu não pude me aproveitar daquilo e por isso, sentia meu corpo todo doer.

Senti um peso em cima do meu tórax e ia reclamar quando vi que era Noelle, chorando novamente pela amiga, ela estava sem a armadura e olhava diretamente para o local onde Mimosa ainda tentava fazer algo por Kahono.

– Vai ficar tudo bem. – Afaguei os fios de cabelo da garota que se encolhia cada vez mais em mim.

– Agora será com eles. – Eu entendi, todos já sabiam da retirada dos inimigos e da batalha que seria travada entre os professores e os últimos integrantes.

– Vamos aguardar. – Vi a garota assentir, me sentei para que pudesse oferece-la um abraço e dessa vez, ela aceitou e se manteve ali.

– Se eles vencerem, teremos paz por muitos anos, até que eles consigam unir forças contra Clover novamente. – Yuno disse se colocando ao lado da garota que amava.

– Eles vão vencer. – Disse para todos, mas tentando me convencer de que isso seria mesmo possível e que dali em diante, teríamos paz.

...

 Ao longe, ouvimos o fim da batalha, após horas de muita tensão, os professores voltaram com os inimigos contidos em magias de restrição.

– Se alegrem crianças, a paz está instaurada por pelo menos 20 anos. – O diretor se dirigiu a nós com emoção, os professores e ele pareciam tão frágeis quanto nós nesse momento, foi de fato uma dura luta.

– Como? Como nos alegrar quando a morte está presente? Nos ameaçando de ter de viver longe de nossos amigos? – Noelle questionou chorando, apontando para onde estava Kahono, Mimosa estava exausta, mas tentaria até sua última gota de maná.

– Em guerras, a morte é mesmo traiçoeira e é claro que vamos sentir pelos que foram, mas precisamos entender que escolher estar aqui, é saber que terá a possibilidade de morrer, talvez morrer para que seus amigos fiquem bem, não foi o que ela fez? Tentou ajudar um amigo? – Todos assentimos juntos enquanto o diretor ainda falava. – Então mesmo que ela se vá, terá deixado um legado em seus corações.

E com essas palavras, esperamos juntos até que a equipe da enfermaria chegasse para leva-la e depois, seguimos para nossos quartos. Acompanhei Noelle, seria ainda mais difícil para ela, pois elas estavam sempre juntas.

– Sabe, ela ainda não morreu, ela tem chances. – Tentei confortá-la.

– Obrigada, mas eu já me despedi da minha amiga, sei que ela está feliz, onde quer que seja. – Ela beijou meu rosto de maneira carinhosa e entrou no quarto sem proferir mais uma única palavra.

Meu coração doía, mas eu entendi o sentido das palavras do Julius, agora teríamos paz. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, me contem o que acham que irá acontecer, será que a Kahono morreu mesmo? ><

Obrigada para quem leu até aqui e até a próxima que será o final dessa história que eu amei escrever ><

Um beijo carinhoso da tia :*

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.ʕ•ᴥ•ʔ.
Oi, créditos de betagem: @Nabers, só posso mesmo agradecer!


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