P.O.V's Yoongi
Acordei por volta das onze horas, o sol forte batendo na minha cara fez com que eu me lembrasse que precisava comprar cortinas, andei até a cozinha ainda sonolento, preparei meu café, sem leite e sem açúcar, eu odeio coisas doces demais, no armário, achei um pacote de torradas e passei-as na manteiga, isso tinha que me sustentar até as sete da noite.
Fui até meu quarto, a luz do sol ainda estava forte o bastante para me incomodar, não fiquei muito tempo ali, apenas peguei o papel, uma caneta e voltei à sala.
Li e reli aquilo mais algumas vezes, ainda era difícil de acreditar no que estava fazendo, ainda tomando meu café puro, coloquei o papel sobre o móvel que ficava ao lado do sofá, peguei a caneta e assinei, era como entregar minha alma ao inferno, com direito a uma suíte presidencial e a um diabo de sorriso matador e emanando um perfume forte.
[...]
Olhei no relógio, marcava exatamente 17:47, decidi tomar um banho, a água quente percorrendo meu corpo fazia com que eu pensasse mais profundamente sobre aquele contrato, o banho não demorou muito, peguei minha roupa social, a mesma que usei na noite anterior, e vesti-a, passei um perfume qualquer que tinha ali e saí do apartamento, com o papel em mãos. A noite já estava caindo, então, um jovem bem vestido andando a pé não chamaria muita atenção, as noites por ali eram sempre meio estranhas mesmo.
Cheguei no local depois de um tempo, já se passava das sete e meia, entrei, estava escuro, como na noite passada, já se podia ver alguns milionários sentados às mesas e prestes a ganhar mais dinheiro.
Avistei Kim Namjoon de longe, sentado a uma daquelas mesas e com uma garota no colo, tomei coragem, desamarrotei o terno, fechei o último botão que faltava e quando fiz menção de seguir até ele um senhor, com paletó de pinguim e sotaque engraçado me barrou.
-Monsieur Yoongi? (*senhor)
Apesar de não ter entendido a primeira palavra, sim eu era Yoongi, talvez ele só tivesse confundido o sobrenome.
-Eu mesmo.
-Me acompanhe, s'il vous plaît. (*por favor)
Ele foi em direção a mesma sala a qual Kim Namjoon havia me levado antes, apenas o acompanhei e entrei na sala seguido dele.
-Monsieur Kim logo estará aqui.
Falou, e deixou a sala.
Antes eu não havia reparado, ela é extremamente bem decorada e podia-se ver claramente que tudo ali era muito caro, me assustei um pouco quando Namjoon abriu a porta, eu estava distraído olhando as coisas nas prateleiras.
-Boa noite, Min Yoongi.
Disse, logo depois de fechar a porta atrás de si.
-Boa noite, Kim Namjoon -Me virei para ele, mesmo com a luz baixa pude ver as marcas de batom e leves chupões em seu pescoço- Pode dizer ao seu pinguim de sotaque estranho que meu sobrenome é Min e não Monsieur?
-Monsieur é uma forma de tratamento, significa senhor.
Ele riu, o olhar que ele tinha sobre mim me impedia de olhar diretamente para ele.
-Ah sim -Sorri, sem graça- Você já sabe o que eu estou fazendo aqui, certo?
-Vendo que você está segurando o papel, sei sim -Ele pegou duas chaves numa gaveta de uma das prateleiras e se sentou no sofá a minha frente- Pode colocar isso ali na minha mesa, disse, se referindo ao papel
-O que eu faço agora?
Perguntei, olhando-o.
-Precisamos te dar um outro nome... que tal Monsieur?
Ele riu, debochando da minha falta de conhecimento anterior.
-Por que eu preciso de outro nome?
-Quer mesmo ficar conhecido como 'Min Yoongi, a ex prostituta de Kim Namjoon' quando ficar milionário?
Ele me olhou, arqueando uma das sobrancelhas.
-Certo, mas eu não quero me chamar Monsieur.
-Eu estava brincando -Ele riu e olhou para mim dos pés a cabeça com uma expressão séria- Que tal... Suga? A sua pele branca e seu jeito ingênuo me sugerem esse nome
Aquilo só podia ser brincadeira.
-É um bom nome.
Sorri, meio forçado.
-Certo, Monsieur Suga, venha comigo.
Falou, e girando as chaves no dedo se levantou e saiu da sala, eu certamente o acompanhei.
Atravessamos todo o lugar até chegarmos num elevador e descermos para o subsolo, haviam carros extremamente caros, obviamente dos milionários lá de cima, ele andou um pouco e chegou a um Porsche, totalmente preto, apoiou-se no capô e olhou para mim.
-Por que me trouxe aqui?
Perguntei, olhando em volta.
-Vamos à minha casa, ou você realmente achou que ficaríamos naquela sala ou em algum quarto desse lugar?
A forma como ele me questionava as coisas que pareciam óbvias era intrigante.
-Você mora longe daqui?
Foi a única coisa que consegui formular naquela hora.
-Um pouco, mas prometo que chegaremos rápido -Ele sorriu, um diabo de sorriso matador, pensei- Mais alguma pergunta?
Ele já estava abrindo a porta do carro.
-Na verdade...eu tenho sim -Ele parou e me olhou, então, continuei- Quantos caras já assinaram esse contrato?
Ele parou, voltou a se apoiar no capô do carro e me puxou pela cintura me fazendo ficar entre suas pernas.
-Por que quer saber?
O olhar de seriedade era ainda mais matador que sorriso.
-Só curiosidade.
Vacilei um pouco, culpa do ato dele.
-Não foram muitos, mas os poucos tiveram sucesso... já ouviu falar do empresário Kim Seokjin?
O olhar dele sugestivo fez com que eu tirasse minhas próprias conclusões, ele me soltou, abriu a porta para que eu entrasse, o vi dar a volta e entrou também, ligou o carro, jogou a outra chave no painel e saiu dirigindo.
-Por que faz isso?
Perguntei, o olhando discretamente.
-É uma forma de ganhar dinheiro e me divertir, normalmente são homens que nunca tiveram relações com o mesmo sexo, logo, querem sair dessa rápido, acabam me dando prazer e conseguem o dinheiro, depois investem de alguma forma e para sair disso me pagam tudo que eu investi neles, com juros, óbvio...
A frieza com que ele me explicou aquilo me assustou um pouco.
-E o que acontece se algum deles se apaixonar por você?
-Não acontece nada, eles sabem que eu não me prendo a ninguém... você realmente leu aquele contrato?
Ele desviou um pouco a atenção da via em que estávamos e olhou para mim mas logo voltou a olhar para frente
-Eu li... mas tenho só mais uma pergunta... e se você se apaixonar por algum deles?
-Estamos falando de dinheiro, exatidão, Suga, não há espaço para essa margem de erro que chamam de amor.
Depois dessa, fui quieto o caminho inteiro, não demorou muito para chegarmos, era uma casa extremamente bonita e grande, com um jardim na frente, a garagem era embaixo da casa, uns 7 carros diferentes, ele estacionou e saiu, logo dando a volta e abrindo a porta para mim também.
-Vem, vamos subir, deixa eu te mostrar a casa.
Ele sorriu e guardou as chaves do carro no bolso, parecia alguém totalmente diferente da pessoa que respondeu as minhas perguntas.
Subimos por uma escada espiral que dava em uma espécie de hall.
-Por favor, prepare o quarto de hóspedes mais próximo do meu.
Ele disse a uma das sócias e virou-se para mim.
-Vamos começar pela sala.
Riu, desabotoando o terno e afrouxando o nó da gravata.
[...]
-Esse aqui é o meu quarto.
Falou, abrindo uma porta branca no final do corredor.
Era extremamente luxuoso, tinha uma cama grande, uma TV de incontáveis polegadas e uma varanda, não era rústico, ao contrário disso, era moderno demais.
-E agora o seu quarto...
Apenas virou-se para abrir a outra porta branca a esquerda.
A sócia estava terminando de ajeitar os lençóis.
-Me desculpe, Signore Kim, eu já estou saindo.
Ela falou, apressando-se
-Sem problemas, Violetta.
A forma como ele a tratava era tão amigável.
A garota saiu e ele entrou no quarto, segui-o.
-Isso aqui agora é seu, pode ficar a vontade, eu já volto -Ele foi saindo e antes de deixar o quarto, colocou as chaves do carro em cima de um móvel- E isso aqui também
Fiquei olhando tudo ali, não era muito diferente do dele, tinha uma varanda também, uma TV enorme e um banheiro, eu poderia me acostumar com aquilo.
Estava admirando a vista da varanda quando ele entrou no quarto, estava sem camisa, vestindo uma calça de moletom e secando o cabelo com uma toalha.
-Desculpe ter entrado sem bater, é que eu esqueci de perguntar... você quer ir até sua antiga casa pegar alguma coisa? Não que eu ache que seja necessário porque... -Ele colocou a toalha nos ombros e abriu uma porta que eu não tinha notado- Hoje mais cedo eu comprei algumas roupas pra você.
Era uma espécie de closet, cheios de coisas.
-Como sabia meu número?
Perguntei, entrando no espaço.
-Você não é muito grande, e eu tenho um olhar perceptor, não foi tão difícil assim... agora eu vou dormir, boa noite, Suga.
Ele tinha um sorriso sincero, mudou "do vinho para a água" no caminho até aqui, saiu do quarto e ainda do closet pude ouvir a porta sendo fechada.
Eram roupas caras, Gucci, Alexander McQueen, Givenchy, Prada, acessórios e sapatos mais caros ainda e algumas roupas casuais, mas não podia achar que era por mim, não é uma ajuda, é um empréstimo.
Tomei um banho, vesti uma daquelas roupas mais casuais e me joguei na cama, apesar de ainda não ter me acostumado eu realmente pensei que seria pior. Acabei dormindo naquela enorme cama.
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