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História Codinome 027 - Codinome: Soldado


Escrita por: Welcome_truelie

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 4 - Codinome: Soldado


Fanfic / Fanfiction Codinome 027 - Codinome: Soldado

Stark

 

Acordei de mal humor, sentia cada membro do meu corpo reclamar de cansaço. Um dia inteiro de treinamento havia me deixado zonzo e depois de poucas horas de sono tudo o que eu queria era tomar uma ducha.

Me sentei sentindo uma leve vibração, corro os olhos pelo cômodo e vejo meu celular jogado no fim da cama. A chamada continua persistente, o visor mostra seu nome, ou, pelo menos, o modo como eu o chamo: General.

Tentando acabar de uma vez com o chiado irritante jogo o aparelho eletrônico no chão. Os estalos e chiados param, mas não me viro para ver o estrago. No fim das contas basta comprar um outro por aí.

A janela reflete a Cúpula, a luz, o som, tudo é encantador e ao mesmo tempo triste. Observo meu reflexo no vidro, tento entender porque estou vivo.

Percorro o quarto, ando em círculos, lembro dos olhos dela. O mesmo sonho de anos atrás vem se repetindo há alguns dias. Levo os pensamentos para longe, desde muito tempo tenho dito para mim mesmo que “ela não é real”.

— Com licença senhor— a empregada entra como um robô com uma bandeja na mão.

Apenas a ignoro como sempre, meu objetivo sempre foi me manter neutro, afastado de tudo e de todos.

Não que isso me ajude, o fato é que ameniza a dor. Ter um pai mas ao mesmo tempo não tê-lo me deixa confuso, eu sempre esperei por ele durante um longo tempo. Mas ele nunca veio.

O que me deram no lugar foi um monstro inumano, alguém capaz de matar para sobreviver.

Eu não tenho um pai, eu tenho um general.

A empregada sai fazendo barulho ao fechar a porta. Apenas volto para a cama tentando recordar mais uma vez das mesmas lembranças, do dia em que meu pai me levou para a Cidade Fantasma.

Ele estava fazendo seu trabalho, instruindo os menores a como lutar, dizendo como os Fantasmas vivem. Passávamos pelas vitrines quebradas, os cacos e estilhaços jogados por todos os lados, como se tivessem sido colocados de propósito, faziam luz refletir em seus pequenos pedacinhos.

A rua era esburacada, os prédios não possuíam vidros muito menos portas, poeira solar invadia todo o lugar, a maioria vinha do deserto, detritos do dia em que o sol queimou com as bombas, a outra grande parte ainda caia do céu.

Virávamos esquinas e mais esquinas e meu protótipo de pai dizia:

— É por isso que eles devem morrer! Não passam de pó como essa poeira— ele apontava para as ruas da Cidade Fantasma— um vírus devastador está no sangue deles! E mesmo assim ainda se permitem viver! Isso é um absurdo, deviam morrer para eliminarem de vez o vírus! Morram seus desgraçados!

Ele gritava pelas ruas e eu sabia o porquê. Ele queria que os outros ouvissem o que ele estava dizendo, queria que os Fantasmas ouvissem. Queria lembrá-los de como eles não precisavam viver.

Enquanto ele falava eu a vi pela primeira vez.

Ela entrou sorrateiramente no ônibus, estávamos do lado de fora coletando dados, mas eu a vi.

Segundos depois saiu com a sacola cheia, o conteúdo eu sabia o que era.

Água.

Era tudo o que deveríamos levar, o General havia nos alertado sobre isso.

Sem barulho algum ela deu meia volta e se pôs a andar.

— E aqui temos mais um exemplo de como eles deveriam morrer! — o General apontou para uma criança encolhida debaixo de uma caixa de papelão— não passam de ratos!

Ela parou.

Seus cabelos negros se movimentaram para trás enquanto ela se virava. Pude ver seus olhos arderem conforme olhava para o militar, seus olhos eram azuis, nunca me esqueceria daquilo, eu sabia disso e sei até hoje.

Uma faca zuniu ao meu lado, eu podia jurar ouvi-la passar a centímetros do meu ouvido. Ela aterrissou na parede enterrando junto consigo o quepe do General.

Olhei espantado para a garota a minha frente assim como todos. Não se ouvia nada além do silêncio, nem mesmo o General se mexeu. Apenas observou seu quepe.

Como uma criança travessa ela sorriu, antes de sumir pelas sombras, eu jurava que o sorriso era para mim.

Naquela época eu me lembro bem, nunca mais fomos levados para missões escolares fora da Cúpula.

Sorrio comigo mesmo e me deixo cair na cama.

Observo de lado a bandeja que a moça trouxe. A comida parece artificial.

Mastigo algumas coisas mas tudo entala quando vejo o pão.

Resolvo deixá-lo de lado.

É só um pedaço de pão.

Batidas soam na porta me dirijo em sua direção, paro por um instante sabendo que não deve ser algo bom que virá detrás dela.

Então a abro.

— Stark— diz o General— tenho uma missão para você.

 


Notas Finais


E aí? Qual será a missão do Stark, ein? Curiosos?
Obrigada por ler! Até o próximo capítulo :)


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