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História Coffee and Cream - Johnny, NCT. - Machiato


Escrita por: Murphy_

Notas do Autor


Olá, essa estória está sendo uma maravilha de tão rápido que estou postando, não é?!
Avisando aqui que nesse capítulo abordaremos um pouco sobre relacionamentos abusivos e pode haver gatilhos, caso seja sensível, não leia!

Capítulo 3 - Machiato


Hermine, que se segurava para não chorar, virou-se em direção aos armários dos funcionários, pegando sua mochila as pressas e saindo o mais rápido possível daquele lugar. Não se importou se ainda trajava o uniforme, ou se havia clientes no salão. Ela não iria se deixar ser tratada assim, mesmo que precisasse muito do emprego.

Os dois homens permaneceram na cozinha. Johnny andava nervosamente, de um lado pro outro enquanto Yuta o encara com os braços cruzados e face carregada de reprovação.

- Não me olhe assim, Nakamoto. – esbravejou.- se tem alguém errado nessa história, é ela.

- O que deu em você, Johnny?! – o funcionário bradou. – era o primeiro dia da menina e você agiu como um perfeito babaca desde que ela chegou!

- Ela se atrasou no primeiro dia! – Johnny tentou argumentar.

- Idaí?! Imprevistos acontecem e ela tentou se explicar. – contrapôs Yuta. - Dava pra ver na cara dela que não foi de propósito!

Eles se encararam em silêncio, ambos bufando de irritação. Johnny foi o primeiro a desviar o olhar, começando a reconhecer seu erro.

- Licença, alguém pode me atender? – um freguês chamava do lado de fora da cozinha, quebrando um pouco o clima de guerra-fria que se instalava entre o chefe e o funcionário.

- Torça para que ela volte amanhã, não estamos em posição de ficar escolhendo gente. – Yuta intimou, voltando ao balcão para atender os clientes que começavam a formar uma fila.

Ainda faltava três horas para o Coffee & Cream fechar, no entanto Johnny não possuía ânimo para trabalhar. Assim que Yuta terminou seu expediente e a cafeteria esvaziou, o dono virou a placa na porta do estabelecimento de “aberto” para “fechado”, certificou-se de ter trancado tudo e seguiu para sua casa. O caminho todo refletindo sobre a maneira como agiu e admitindo que o funcionário japonês tinha razão no que falou.



Hermine subiu as escadas do prédio de seu goshiwon, fechando a porta com força quando entrou no pequeno quarto, escorando seu peso contra aquele pedaço de madeira. Deixou seu corpo escorregar até o chão enquanto ouvia os grunhidos dos vizinhos reclamando do barulho que ela fizera, mas naquele momento a mulher não se importava.

Ali, encolhida no chão, ela deixou que suas lágrimas escorressem com força. Hermine soluçava, sentindo como se alguém a enforcasse. Seu peito doida e ela tinha vontade de gritar. Quem aquele homem pensava que era para falar daquele jeito com ela?! Por um breve momento, se lembrou de seu ex namorado e de como ele à fazia se sentir pequena.



Flashback on

- Consegui uma entrevista de emprego! – a mulher dizia com animação, esperando que seu parceiro a parabenizasse pela breve conquista.

- emprego, é? – comentou com desdém. – onde?

- Em uma galeria à duas quadras da universidade, se eu conseguir, isso pode contar como um estágio pra faculdade. – continuava com sua empolgação.

- Uma galeria, Hermine? Que trabalho de merda.- exprimia enojado, desfazendo o sorriso que a mulher mantinha em seu rosto. – pelo menos o salário é alto?

- Eu não sei, é só uma entrevista. – disse, murchando com a reação do rapaz.

- Tsc, é provável que você nem consiga mesmo, não tem porquê esquentar a cabeça com isso agora.

Flashback off



Após um bom tempo encolhida em frente a porta do cômodo, Hermine se levanta, seguindo para o banheiro minúsculo que tinha. Olhou-se no espelho e percebeu que ainda trajava o uniforme do Coffee & Cream, uma blusa preta com a logo da cafeteria e um avental da mesma cor, ambos duas vezes o seu tamanho. Os retirou, um pouco bruta demais, os jogou em algum lugar pelo piso e seguiu para o pequeno box, se lavar.

Saiu pouco tempo depois, relativamente revigorada. Sentou-se na cama, apenas de toalha e ali ficou, olhando tudo ao seu redor e se perguntando o que iria fazer de sua vida.

 Até aquela manhã ela se sentia nas nuvens, pensando que finalmente as coisas estavam começando a andar, mesmo quando perdeu o ônibus que a levaria até o café, ela não se deixou desanimar, teria que correr para chegar minimamente no horário e assim ela fez. Mas agora havia voltado a estaca zero. Johnny tinha a humilhado gritando com ela daquele jeito e depois da maneira como ela saiu, certamente perdeu sua chance de emprego.

Ela encarou as roupas quase se camuflando no carpete azul escuro, se levantou para pegá-las e enquanto as dobrava, se questionava se deveria voltar lá ao menos para devolvê-las e se desculpar pelos problemas causados.

- Não! – sussurrou para si.

“A culpa é daquele senhor Suh por ter sido um completo idiota”, pensou consigo. Deixou as roupas em cima da mesinha de cabeceira e voltou a se deitar, pegando no sono pouco tempo depois.



No dia seguinte, a atmosfera da cafeteria era angustiante. Johnny e Yuta estavam puro mau humor, já Haechan, que soube do ocorrido ao chegar no trabalho, também ficara sentido.

- Você gritou com ela, hyung?!!!! – falava indignado. – Por que fez isso?!!!

- Ela cometeu erros, Haechan. – Johnny respondia, já impaciente pela maneira que os rapazes agiam.

- Todos nós cometemos erros no nosso primeiro dia, Johnny. – Yuta retrucou ácido.

- Que tal vocês começarem a trabalhar?! - O mais velho bufou, revirou os olhos e se dirigiu para sua cozinha, cansado da atitude de seus funcionários.

Apesar das aparências, Johnny desejava do fundo de seu coração que a mulher voltasse, pensou muito sobre o que fizera e admitiu para si mesmo que havia sido um completo idiota, precisava ao menos se desculpar. No entanto, alguns dias se passaram e Hermine não apareceu para o expediente, destruindo completamente as expectativas do homem e fazendo o humor dos demais funcionários azedar ainda mais.

Yuta era o que mais fazia questão de demonstrar seu desapontamento com Johnny. Enquanto ajudava na cozinha, apontava qualquer coisa que o chefe fazia, e dizia com ironia:

- Isso está errado, acho que devo te humilhar e fazer você se demitir por isso.

Ato esse deixava Johnny verdadeiramente puto, a ponto de enxotar o japonês para o balcão, junto de Haechan, outro que o encarava com frieza e fazia birra quando o chefe pedia por algo. E assim seguiu o restante daquela semana.

No domingo a Coffee & Cream fechava mais cedo, e naquela semana era folga de Yuta o que foi muito conveniente para ele e Johnny, já que ambos se encontravam em pé de guerra devido a burrada que o mais velho cometeu com a mulher.

Falando em Hermine, a menina estivera evitando a região sul da cidade para não correr o risco de passar pela cafeteria. Procurou por outro lugar para estudar em suas tardes livres, aproveitando também para tentar distribuir alguns currículos, mas não era tão fácil quanto em Valência, sua terra Natal. Por lá, ela sempre conseguia por uma oportunidade de entrevista, mas várias vezes nem ao menos ia, por causa dos abusos psicológico que seu namorado, no caso ex, fazia sobre ela. Sempre dizendo que ela não iria conseguir, ou que não era um emprego digno. Deixou várias chances de estágio passar, as vezes uma vaga realmente boa lhe aparecia, mas ela nem ao menos tentava, pois mesmo que quisesse, ele sempre a fazia acreditar que não era boa o bastante.

Estava sentada em um banco de uma praça, observando o movimento dos transeuntes quando um rapaz familiar se aproximou.

- Hermine? – o homem chamou.

- Olá.- ela cumprimentou, meio sem jeito por não recordar do nome dele.

- Eu queria mesmo falar com você! – ele dizia, sorridente demais. – Posso? – perguntou, se referindo ao lugar ao seu lado no banco.

Hermine assentiu e o rapaz passou a fazê-la companhia.

- Desculpa, mas qual o seu nome mesmo? – perguntou, tímida.

- Yuta. Nakamoto Yuta.

- É um prazer novamente, Yuta... Você disse que queria falar comigo?

- Isso! Está ocupada? – ela negou com a cabeça. – Quero convidá-la a voltar pro café.

Hermine o encarou, muda, o que encorajou o rapaz à continuar a falar.

- Eu sei que Johnny lhe destratou, foi um completo babaca. – ela concordou. – mas precisamos de funcionários lá e bem, pelo que Haechan falou, você precisa de um emprego, não é?! – outro aceno. – as coisas por aqui não são fáceis quando se é estrangeiro, digo por experiência própria e apesar de Johnny não ter agido certo, ele não é uma má pessoa.

- Eu entendo o que quer dizer, Yuta. E agradeço, mesmo. – declara. – mas não sei se ainda tenho chances depois da maneira como saí da cafeteria...

- É claro que tem! – ele afirma, em tom animador. – eu te garanto, caso você queira voltar, nossa equipe te receberá de braços abertos.

- Eu vou pensar. – falou por fim, recebendo um último sorriso do rapaz.

- Bom, se agora me dá licença, preciso ir. Nos vemos na cafeteria.

Eles se despedem, Hermine seguindo pra casa também. No ponto de ônibus, ainda refletia sobre qual decisão tomar.

Era segunda e o clima continuava o mesmo. Yuta agora tinha uma pequena esperança de ter convencido a moça quando a encontrou, ficando ansioso quando o relógio atingiu às doze. No entanto, nada da figura feminina passar pela porta. Como de praxe, Haechan ia para casa sempre às duas horas e Yuta, por volta das cinco. Já passava das seis quando Johnny começou a ajeitar as coisas para fechar, frustrado e cansado.

O sino da porta tocou, anunciando a entrada de alguém no estabelecimento. O rapaz parou o que fazia para que pudesse atender quem quer que fosse, se surpreendendo com um par de olhos cor de âmbar que até então lhe eram pouco conhecidos. Pensou no que poderia falar, mas apenas ficou mudo e estático, passando as mãos nervosamente no avental escuro que trajava.

- Achei que deveria trazer o uniforme de volta. – Hermine foi a primeira a falar, quebrando o silêncio desconfortável.

Com as mãos um tanto trêmulas, depositou as peças de roupa em cima do balcão e deixou os braços caírem novamente ao lado do trinco. Johnny a encarava, processando suas palavras.

- Já vou indo embora. – ela declarou, virando de volta para a porta.

Mas antes que Hermine atingisse a maçaneta, a mão grande de Johnny envolveu seu braço, num ato um pouco desesperado.

- Me desculpa pela maneira como agi outro dia. – suplicou. – Por favor...

Hermine fitava sua pele sob o contato do rapaz, sentindo um arrepio passar por sua espinha. Ela subiu seus olhos até encontrar com os dele, impetrantes. Ela engoliu em seco.

- Eu preciso desse emprego, senhor Suh. – declarou. – mas não vou tolerar ser diminuída de novo.

Johnny concordou com suas palavras, soltando sua mão que ainda segurava o braço da mulher. Ele voltou até o balcão, e estendeu o uniforme preto de volta à ela.

- Não será. – afirmou, oferecendo um sorriso gentil para incentivá-la.

Hermine excitou por um breve momento, encarando de maneira firme o homem alto, mas logo esticou o braço para pegar de volta as peças de roupa.

- Nesse caso... Eu aceito.

- Eu preciso lhe passar um treinamento adequado. – Johnny informou, ambos não paravam de se olhar, receosos um com o outro. – você tem tempo agora?

- São quase sete da noite... – disse.

- Eu sei, mas preciso ensiná-la como usar as máquinas corretamente. – ele deu de ombros. – para que não ocorra mais acidentes.

- Acho que não me resta escolha. – Hermine deu de ombros, vestindo a camisa preta com os dizeres “Coffee & Cream” bordados na altura de um dos seus seios.

Johnny sorriu aliviado. Fez sinal para que ela o acompanhasse até a cozinha e lá, ele a explicou parte por parte dos equipamentos. Embalaram em conversas enquanto ele a ensinava a montagem de algumas das bebidas e vez por outra riam juntos.

- Por sinal, você faz cursa o que mesmo? – perguntou, curioso.

- Belas artes. – ela respondeu, orgulhosa de sua formação.

- Uau, isso é legal. – Johnny exprimiu, admirado.

- E você, senhor Suh? – foi a vez dela de perguntar. – me parece meio novo para ser dono de um comércio.

- Primeiro , senhor Suh é o meu pai. – brincou. – me chame de Johnny.

- Ok, Johnny. - repetiu, no mesmo tom de brincadeira.

- Segundo, você tem razão sobre a segunda parte. Tenho vinte e cinco anos e sou formado em administração, formação de empresas, pra ser mais claro.

- Vinte e cinco? Uau, que novo.- Hermine estava boquiaberta, ele realmente parecia jovem, fisicamente. Mas também tinha uma postura madura, que contrastava bastante com sua idade. – E como um administrador se tornou dono de uma cafeteria?

- Eu era ajudante e o antigo dono passou o negócio pra mim quando se aposentou. – disse simplista.

- Só isso? Tudo bem.

O homem riu, não gostava de se gabar sobre isso.

- Já está tarde, vamos fechar o café e ir pra casa. – decretou. – espero encontrá-la amanhã, Hermine.

- Ao meio dia, chefe! - ela sorriu.

- E não se atrase!



Notas Finais


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