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História Coffees n Allergies - Olha só quem virou sortudo


Escrita por: bossceo

Notas do Autor


Lembrete:

san
hongjoong, jongho, eunbin, yoohyeon (teatro)
jongho, yeeun, heejin (trabalho)
mingi, jimin, sinae (faculdade)

wooyoung

seonghwa, jisun, jongho (faculdade)
yeosang, yunho, sua, yujin (dança)
gahyeon (cover)

Capítulo 2 - Olha só quem virou sortudo


— Bem vindo ao Café da Alice, qual o seu pedido? — San disse com seu melhor sorriso no rosto.

 

Apesar do calor causado pela correria, pelo café e pelo mormaço vindo da cozinha, San estava dando seu melhor naquele dia de verão. Tudo que ele queria era ir logo pra casa para poder tomar uma limonada geladíssima e se enfiar debaixo do seu lençol fininho com o ar condicionado ligado no máximo.  Contudo… Estava ali. Yeeun já estava reclamando sobre como os clientes mais velhos lhe davam gorjetas com seus números de celular e sobre como ela ficava enojada pela sexta vez naquela tarde. Sexta!

San não a julgava, afinal, era realmente de se arrancar os cabelos. Se ele ouvisse metade do que a mais velha ouvia, provavelmente ficaria louco e pediria demissão. Yeeun chegou a ir completamente sem maquiagem e com os cabelos bagunçados um dia numa tentativa de ter um pouco de sossego, mas o chefe disse que uma boa aparência e um sorriso no rosto faziam o cliente voltar de novo, a estética do local deveria ser impecável. San sentia pena da garota, com os fios presos em um rabo de cavalo que deveria estar repuxando sua alma inteirinha. Precisava se lembrar de chamá-la para sair qualquer dia enquanto xingavam o chefe juntos.

— Huh… O que vocês tem?

Só então San se deu ao trabalho de olhar para o cliente de verdade por que provavelmente deveria ser alguém novo, e, uau. Ele deixou o queixo cair por um segundinho impressionado com o quanto ele era sortudo quando o assunto não era uma segunda feira. Deixe-me recapitular para você: San havia ficado completamente caidinho pelo dançarino da academia uma semana e meia atrás, quando entraram de férias. Tinha jurado para si mesmo que se lembraria de pedir o número de telefone do dito cujo para Jongho, ou pelo menos o usuário do instagram, mas ele era avoado e esquecido e sempre se lembrava de pedir em momentos em que estava com preguiça e não queria pegar seu celular.

E bem na sua frente havia todo um Wooyoung, com os cabelos loiros jogados pra cima com um bocado de gel, maquiagem preta nos olhos, uma camisa regata cinza e uma jaqueta de couro jogada por cima dos ombros. San era um bom ator, muito bom mesmo, porque conseguiu conter o sorriso no seu rosto por ser tão sortudo.

Precisou se recompor bem rápido para não parecer um grande bobalhão.

— Quer o cardápio? — Ofereceu.

— Hm, eu tô’ com pressa pra escolher com calma. O que você tem aí de doce?

— O que a gente não tem de doce? — San disse tentando soar divertido.

— Cara, me ajuda, minha amiga tá passando mal no carro. — Wooyoung disse com uma voz mais sofrida e algo dentro de San estalou num passe de mágica.

— Oh! Sinto muito, não percebi que era urgente. Ela tem alguma alergia?

— Não, que eu saiba não.

— Vou providenciar uma fatia de bolo de chocolate. Café pra viagem?

— Não, obrigado. — San observou de soslaio Wooyoung começar a balançar a perna, ansioso.

 

Virou-se rápido e anotou no papelzinho o pedido desejado e prendeu no pequeno varal que ficava por dentro do balcão e ia em direção à cozinha. San respirou fundo quando viu o varal girar, sinal de que os pedidos estavam andando e logo chegaria na fatia de bolo da amiga do dançarino maravilhoso. O Choi fez questão até de escrever em letras bem grandes um “URGENTE”, por que, sei lá, vai que dava certo e agilizavam as coisas? Colocou também um pedido de um bombom por conta da casa com esperança de que Wooyoung pegasse a dica.

Virou-se de frente para Wooyoung e resolveu puxar assunto por que agora ele também havia ficado nervoso. Era só uma fatia, ele podia ir lá dentro e cortar, mas as regras…

 

— Sinto muito se demorar um pouco, não posso cortar eu mesmo. O pedido tem que vir da cozinha, a gente do balcão só entrega e faz café., são as regras da casa.

— Tudo bem. Acho que se ela beber café agora vai ser pior, vou acabar explodindo.

 

San virou a cabeça, confuso.

 

— É que eu e minha amiga vamos pra um evento daqui a pouco, a gente dança de vez em quando. — Wooyoung explicou gesticulando um pouco pois notou a confusão no rosto do rapaz que o atendia. — Ela tá em um grupo diferente do meu e não tá conseguindo se comunicar bem, então começou a ficar bem ansiosa e eu não consegui ajudar direito.

— Oh, ela também é da academia? — San questionou curioso e dessa vez foi Wooyoung quem espremeu os olhos, confuso.

— Você me conhece?

 

San deu um sorriso amarelo como quem havia sido pego em flagrante, ele sequer se apresentou direito e já estava dando uma bola fora dessas? Wooyoung provavelmente não se lembrava direito dele, é claro que não, San entrou com um furacão no meio da performance e provavelmente passou despercebido pela maioria dos dançarinos, tendo recebido olhares feios somente dos seus colegas e instrutor. 

 

— Eu sou da turma de teatro do Jongho. Eu te vi dançando na outra semana.

— Oh! Que engraçado, vocês estudam juntos e trabalham juntos também? Não é aqui que ele trabalha? — Wooyoung coçou a cabeça, a expressão menos de confusão e mais de entusiasmo e entretenimento.

— Hoje é o dia de folga dele, ele folga às quartas e paga aos sábados. Quarta é o dia que a namorada dele tem disponível pra sair.

— Ah, entendo. Me desculpe, não me lembro bem de você naquele dia, eu fiquei muito nervoso.

— Custo a acreditar, você parecia estar indo muito bem.

— É… Complicado. Cheguei até a pedir pra que o Jongho me escolhesse, se você puder guardar esse segredinho do meu professor e acho que do seu também. Imaginei que ninguém fosse me escolher então me previni do fracasso, sabe? Não queria ficar por último.

— Tá brincando?! — San quase cuspiu as palavras, perplexo com o que estava ouvindo. — Eu cheguei atrasado, mas você foi quem chamou minha atenção logo de cara. Eu não entendo direito de dança, o pouco que eu aprendi foi na faculdade, mas você tava incrível.

— Sério? — Wooyoung virou a cabeça como um cachorrinho, San achou particularmente fofo. — Ah, eu me lembro de você chegando no meio da apresentação. Não prestei atenção no seu rosto, eu só queria que acabasse logo.

— Você não deveria ser tão rude consigo mesmo. Eu ia te escolher pra apresentar comigo, de verdade.

— Mesmo? Wow. — Ele parecia surpreso de verdade.

— Cheguei atrasado e por isso não sabia como seria a seleção. Fiquei chateado quando o Jongho te escolheu de primeira.

— Sinto muito.

— Tudo bem. Bora noona pareceu ser legal.

— Eu só danço pra me divertir, a maioria do pessoal da minha turma é profissional. Você ficou com a Bora então teve muita sorte, ela é uma dançarina incrível.

— É ela que tá no carro agora? — San perguntou preocupado.

— Não, não. — Wooyoung negou com a cabeça em conjunto. — É a Gahyeon, você não deve conhecer ainda. Ela não fez parte dos cortes pra apresentação daquele dia.

— Sinto muito pelo estado dela. Ela está nervosa porque vai se apresentar?

— Hm! — San notou que Wooyoung gostava de se comunicar com onomatopéias e murmúrios. — É um evento pequeno, coisa de cover e tudo mais, mas ela tá muito nervosa e eu só consigo acalmar a fera com comida doce.

— Te garanto, o bolo daqui é espetacular. Espero que faça ela se sentir melhor. — San disse, sincero. — O que você vai dançar? — Continuou a puxar assunto com sua cara mais séria possível, por dentro, estava aos gritos. Wooyoung era bonito demais e ele ainda não havia caído em si por ter sido acertado com um soco bem no meio da cara pela sorte naquele dia.

— BTS.

— Ah, claro. Hoje em dia todo mundo só escuta eles, não é?

— Eu sou um fã. Sempre faço as partes do Jimin. — Wooyoung se defendeu com orgulho em suas palavras, San não mordeu de volta o achando fofo. — Aliás, qual é seu nome mesmo?

 

San apontou para seu crachá que continha seu nome e ergueu uma sobrancelha, como se estivesse criticando a percepção do dançarino. Wooyoung abriu bem a boca e soltou um “aaah!” como se estivesse descobrindo alguma coisa muito importante. San só queria poder gritar para Yeeun mais tarde sobre como aquele homem era atraente, por Deus. Todo vestido cheio de marra, mas conversava e agia de forma adorável, o Choi sentia que seu coração iria sair pela boca a qualquer segundo.

 

— Oh, desculpe, eu estou nervoso com tudo isso e não prestei atenção!

— Tudo bem, eu só tava enchendo seu saco. — San riu soprado. — Choi San, ao seu dispor. — Se apresentou mesmo assim.

— San. — Wooyoung repetiu, como se estivesse provando o nome do barista. San adorou o jeitinho que seu nome soou pela boca bonita e voz fina do dançarino. — Sou Wooyoung, caso ainda não saiba.

— Lembro de Jongho falar seu nome.

 

Então os dois ouviram uma vozinha miúda gritar de dentro da cozinha que a fatia de bolo já estava saindo.

San se virou rapidamente para pegar o doce, já embalado em uma caixinha de isopor e por uma sacola de plástico. Wooyoung deixou as notas no balcão e agradeceu várias vezes pela atenção e pelo cuidado de San com sua amiga, mesmo que indiretamente e sem a conhecer. San disse que não foi nada demais e que esperava vê-los novamente na loja, o que não era mentira, mas também era parte do bordão do trabalho e ele era um funcionário exemplar. Wooyoung se curvou antes de se virar para entregar o mimo para a colega, e San se sentiu um pouco chateado pela pressa que as coisas aconteceram.

Resolveu passar um paninho no balcão, pois não estavam vindo fregueses novos e Yeeun estava dando conta da maioria dos pedidos.

— Ah San, antes que eu me esqueça! Eu posso pegar seu número mais tarde com o Jongho?

— Hm? — San perguntou meio abobado com a pergunta vinda de surpresa. Olhou para a frente e Wooyoung havia virado de volta em direção ao balcão, o surpreendendo.

— Por que você queria me escolher. Quem sabe se… Escuta, a Bora noona é muito boa, mas se você ainda quiser, podemos fazer uma dupla. Não sei se isso seria um peso pra você, mas eu só pensei que-

 

San era um ótimo ator, muito bom mesmo, mas naquele momento, não conseguiu segurar o sorriso largo que surgiu no seu rosto.

 

— Seria ótimo, Wooyoung.

 

Wooyoung sorriu de volta e, poxa, o coração de San não era feito pra aguentar tanta coisa assim. Podia jurar que havia tido uma parada cardíaca com o sorriso do outro loirinho.

 

— Aliás, eu pedi que colocassem uma coisinha aí dentro pra você além do bolo. Espero que goste.

 

Com uma última reverência, Wooyoung agradeceu e saiu pelas portas de vidro do café, fazendo barulho ao chacoalhar o sininho no topo da porta. San respirou fundo, foi necessário, confie em mim. Ele não era acostumado a flertar com outros rapazes, aquela era uma primeiríssima vez, e por isso ele estava com os joelhos meio molengas e com um sorriso tremido no rosto, como um robô esquisito parado no meio do balcão. Yeeun lhe deu uma cotovelada ao perceber o estado do mais novo, o olhando como se fosse maluco.

— Quem era aquele?

— O amor da minha vida? — San disse meio em tom de pergunta, meio de resposta.

— Achei que você tinha dito que o Woojin tinha sido o último cara que você ia pegar. — A morena ergueu as sobrancelhas, em uma expressão de “não querendo dizer que você mentiu, mas já dizendo…”.

— Por que ele foi um babaca?

— E você tá ai querendo se apaixonar por outro cara?

— Desculpa? Não controlo por quem eu tenho interesse. Uma garota iria me dar menos estresse, mas ele é tão bonito. E você precisa ver ele dançando! Yeeun, el- Ei, noona? Noona, pra onde você tá indo?! Não me deixa falando sozinho aqui... Noona?


Notas Finais




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