História Coincidência ou destino? - De volta a cidade maravilhosa

Só de pensar que hoje estou voltando para o Rio de Janeiro, meu sorriso já se abre. Estou com muitas saudades de todos, especialmente da minha mãe. Foi difícil passar um ano longe dela, mas eu gostei de ter passado esse tempo com o meu pai, apesar da saudade, tudo foi muito divertido, e pretendo voltar aqui mais vezes.

Quase ia me esquecendo do aniversário da Ali -minha melhor amiga- que é hoje. Eu nem avisei pro pessoal que voltaria, só minha mãe que sabe, pretendo fazer uma surpresa pra Ali, e pra todos também.

Deixei esses pensamentos de lado e terminei de calçar meu tênis, peguei minha mala e saí do quarto, indo para a cozinha. Tomei café com o meu pai e com a Vivian –namorada do papai- e com o Pedro, filho da Vivian, vulgo meu irmãozinho chato que eu amo –ele tem a minha idade-. Assim que terminamos o café, todos fizeram questão de ir até o Aeroporto Internacional de Florianópolis, o que eu achei fofo.

Depois de fazer o check-in e tudo mais, fomos nos despedir.

—Olha, só quero ver se não irá se esquecer de nós –Pedro fez bico mas logo o desfez, fazendo todos rirem e me abraçou

—Não irei me esquecer de vocês, e cês podem ir me visitar quando quiserem –sorri, retribuindo o abraço

—Iremos sentir sua falta, Manu

—E eu a de vocês, meu amor –Vivian me abraçou

—Pai

—Filha –me abraçou

—Voltarei logo, e é pro senhor ir me visitar também, mamãe disse que não teria problema em hospedar vocês lá em casa –desfizemos o abraço

—Diga a sua mãe que logo apareceremos lá, não é amor? –Vivian abraçou o meu pai, que estava bem, hum, emocionado

—Isso filha, nós iremos em breve –conseguiu sorrir, ele estava triste mesmo, com a minha ida

—Não fica assim pai –o abracei de novo, junto com a Vivian e com o Pedro

“Última chamada para o voo 9302, destino ao Rio de Janeiro.”

—Preciso ir –desfizemos o abraço em grupo —Sentirei saudades

—Nós também –Pedro sorriu

—Até mais, gente

—Até –responderam

Fui para a fila de embarque, dei a passagem para a funcionária e depois caminhei até o avião. Por fim, achei minha poltrona e me sentei. Pelo menos não demoraria tanto para chegar ao Rio.

[...]

Assim que peguei minha mala, fui procurar minha mãe, depois de alguns minutos procurando, finalmente a achei, ela me viu no mesmo momento.

—Filha! –me abraçou assim que nos encontramos —Que saudade, meu amor!

—Anw mãe, eu também estava com saudades –retribuí o abraço

—Mas, então, como foi a despedida?

—Te conto tudo a caminho de casa, vamos logo que acho que to atrasada pra festa da Ali –rimos

Fomos para fora do aeroporto e entramos no carro da mamãe, contei tudo o que ela queria saber até chegarmos em casa. Eu não estava preocupada em relação ao o que dar de presente pra Ali, já que eu trouxe o famoso colar da amizade, que ela tanto queria, de Floripa, já que nós não tínhamos encontrado um com o preço legal aqui no Rio. E o tipo de pingente que eu achei era diferente, o que ficaria comigo era uma chave, com ‘Friends’ escrito, e o que ficaria com ela era um coração, com espaço pra encaixar a chave, escrito ‘Best’. Bem fofinho mesmo.

A festa dela estava marcada pras 20h, e já eram 19:30, e sim, eu estava atrasada. Enquanto eu tomava um banho rápido, minha mãe linda e maravilhosa escolhia uma roupa pra mim.

 Terminei meu banho e agradeci pelo bom gosto que minha mãe tem. Me vesti e enquanto eu fazia uma make, minha mãe arrumava o meu cabelo. Calcei um tênis, que não poderia faltar, passei perfume e estava pronta. Peguei a caixinha com o presente dela, e pus um dos colares em mim, fechando a caixa em seguida.

—Cê ta linda filha –bateu palmas

—Graças a você né, mãe –rimos

—Vamos? –perguntou

—Vamos

Minha mãe já tinha ido me buscar no aeroporto com a roupa que iria para a festa, e eu agradeci por ela ter feito isso, evitou mais atrasos. O salão da festa era perto daqui de casa, então fomos andando mesmo.

Rapidinho chegamos e já estávamos dentro do salão, minha mãe foi falar com o pessoal “adulto” e eu fui procurar minha amiga e o meu pessoal. Logo os avistei, e para a minha sorte estavam todos juntos, o Cadu foi o primeiro a me ver, já que era o único que estava virado na minha direção.

Levantei o dedo indicador, parando na direção da boca e ele entendeu, e disfarçou sua reação de surpresa. Reparei que havia uma pessoa a mais ali, era um garoto, mas continuei andando e quando estava definitivamente atrás da Ali, falei:

—Não acredito que começaram sem mim

Todos que estavam de costas pra mim se assustaram, especialmente a Ali. Olhos surpresos e um meio que curioso, pairaram sobre mim, eu comecei a rir, junto com o Cadu.

—E eu não acredito que você não me avisou que viria –Ali falou me abraçando

—Eu queria te fazer uma surpresa —retribuí o abraço, e nós nos soltamos —Feliz Aniversário –estendi a mão, dando meu presente pra ela

Ela pegou a caixa e me olhou desconfiada, mas mesmo assim a abriu.

—Não acredito –disse entusiasmada, tirando o colar da caixa

—O meu é uma chave, e eu espero nunca ter que trancar seu coração

—E eu que você nunca o tranque –me abraçou de novo, e sim, ela estava chorando

—Own amiga, não chora não vai, vai borrar a maquiagem, e eu sei que você não suporta isso –a abracei forte e nós rimos

—Sei que você é a aniversariante e tal, mas agora acho que já pode soltar ela né, também queremos abraçá-la –a Nanda disse e a Ali me largou

—Chatos –Ali falou rindo

Abracei a Nanda, o Túlio e o Cadu, que quase me matou sufocada

—Temos que fazer apresentações também. Manu, esse aqui é o Felipe, e Lipe, essa é a Manuelle –Cadu nos apresentou

—Prazer, Manuelle –me lançou um sorriso e um olhar, digamos que intensos, estendendo a mão

—Prazer, Felipe –dei um sorriso meio que envergonhado e peguei em sua mão

—Que clima hein –a Nanda disse e todos riram, menos eu

—Haha, que engraçadinha –revirei os olhos e eles riram ainda mais

Ficamos conversando por um tempo, depois a Ali foi falar com os outros convidados. A festa em si só iria rolar daqui há algum tempo, quando os nossos pais fossem embora.

[...]

Finalmente a festa de verdade começou, o pessoal começou a beber e a dançar freneticamente na pista de dança, e eu também estava nesse meio. Depois de algumas músicas, o cansaço bateu forte, dancei algumas por causa da Ali mesmo, ela estava bem feliz com a minha volta e com o seu aniversário também, e eu adorava ver aquela cara de felicidade dela.

Pedi uma lata de guaraná, e me sentei em uma das mesas, observando a energia que todos ali tinham.

—Você deve estar bem cansada mesmo –olhei para o lado e era o Felipe —Mas admiro você ter aguentado mais um pouco pra poder ficar lá com a Ali –se sentou do meu lado

—Pois é, ela está muito animada com tudo, não queria deixá-la triste –falei olhando para a pista

—Verdade

Ficamos em silêncio por um momento.

—Mas vem cá, onde você conheceu o pessoal? –continuei olhando pra frente

—Ah, eu acabei brigando com umas pessoas e o Carlos me deu uma mão, o engraçado é que a gente nem se conhecia e ele resolveu me ajudar, nos encontramos mais vezes e eu conheci o resto do pessoal

—Ah sim, o Cadu é um amor de pessoa mesmo

—Você tem algo com ele?

—Não –rio —Ele é como um irmão pra mim

—Se conhecem a muito tempo?

—Nossas mães são amigas, então nos conhecemos desde sempre

—Entendo, foram criados juntos então

—Isso

—E você tem namorado?

—Não, não tenho –respondi rindo

—O que foi?

—Isso ta parecendo um interrogatório

—Verdade –riu —Mas não me importo com isso, espero que você não se importe também

—Não, não me importo

—Que bom, bem, eles não me falaram muito de você, só sabia que tinha uma Manu que era amiga deles, me mostraram uma foto também

—Hum ... E Você queria saber sobre mim?

—Pra falar a verdade, queria sim

—E por que?

—Porque te achei linda –o olhei e ele riu

—Você é sempre assim?

—Assim como?

—Direto

—Sou, não vejo motivos pra esconder o que penso

—Interessante

—O que eu disse?

—Também

—E o que mais seria interessante? –perguntou rindo

—Você –parou de rir, ficando surpreso

—E porque acha isso?

—Porque sim, você solta um ar de mistério, e isso é interessante

—Pode haver erros nesse mistério, você não iria querer decifrá-lo –riu sem humor —Eu posso ser um erro pra você –acabou chegando mais perto de mim

—Talvez, e isso não importaria

—Não? –olhou para a minha boca

—Não

—Mas eu acho que importaria sim –olhou nos meus olhos, sua respiração já estava batendo no meu rosto

—O que você acha sobre isso não me interessa –ele riu e colocou uma mão no meu rosto

—Pensando bem, você também é interessante –dito isso, me beijou

Deixou a mão que estava livre na minha cintura, dando alguns apertos meios fortes. Coloquei uma mão na sua nuca e o beijo acabou se intensificando, e ele começou a apertar mais a minha cintura, chegava a doer um pouco, mas era uma dor gostosa. Nisso os nossos ânimos se acalmaram, e terminamos o beijo com ele chupando meu lábio inferior, soltando em seguida.

—Nossa –falamos juntos

Respiramos um pouco.

—Acho que nos viram aqui –olhei pra frente e o pessoal tava rindo da gente

—Pois é –falei rindo

Ficamos em silêncio por alguns minutos, acho que a vergonha nos tomou.

—Acho que eu já vou indo –falei me levantando e ele se levantou junto

—Eu te levo

—Não, não precisa, eu moro aqui perto

—Mesmo assim, eu insisto

—Tudo bem, só vou dar tchau pra galera

Fomos até a pista, onde eles estavam, e avisamos que iríamos embora, eles concordaram e as meninas disseram que queriam conversar comigo depois, acabei rindo e balancei a cabeça negativamente.

[...]

Chegamos na porta da minha casa e um silêncio de 30 segundos reinou, rimos e ele me abraçou.

—Bem, já vou indo -desfizemos o abraço

—Até qualquer hora então -dou um paso pra trás

—Até, Manu

Dei as costas pra ele e entrei logo em casa, Felipe.... Meu Deus, mal conheço o menino já beijei ele, começo a rir. Enfim, fazer o que né. Subo pro meu quarto e troco de roupa, colocando uma blusa velha, deito na cama e apago sem perceber.