História Cold - I love her...

Caitlin exclamou:
         – Olhe quem está ali! Lauren! Parece tão triste!
         De braço com o marido aproximou-se da jovem que estava sentada num tamborete do bar.
         – Lauren! – beijaram-se satisfeitas.
         – O que faz aqui, sozinha, Lauren? – Christopher franziu a testa.
         – Não estão vendo? Tomando um Martini.
         – Escute, maninha, você já não é uma garotinha e sabe como deve comportar-se. Mas uma moça nova, sozinha num bar, não é muito bonito.
         Lauren ficou boba com aquela atitude do irmão. Ele jamais havia se importado com ela e, certa ocasião, para livrar-se da responsabilidade tinha dito que não era seu confessor. Agora, empregava aquele sermão moralista.
         –Você se esquece que...
         Caitlin a interrompeu.
         – Não ligue, Lauren. Ele agora está ficando muito exigente com tudo. Diz que um homem deve ser útil em todas as ocasiões. Não é, Christopher?
         – Sem dúvida.
         – Até com ele mesmo está exigente. Com ele e com todos. Diz que um homem que só pensa em beber e divertir-se é um parasita. Ele diz...
         Lauren ia de surpresa em surpresa. Aproximou-se de Caitlin e lhe disse baixinho, para que o irmão não escutasse:
         – Querida, você conseguiu virá-lo do avesso. Meus parabéns pela habilidade.
         – Lauren, parece mentira, mas...
         A jovem desceu do tamborete.
         – Christopher, eu não paguei o Martini. Agora vu indo, porque quero dar passar na casa de Taylor.
         Ao chegar lá, a empregada que lhe abriu a porta sorriu satisfeita.
         – Boa tarde, Senhorita Lauren! A patroa está no quarto.
         – Obrigada – disse ela entrando no luxuoso apartamento.
         Garrett tinha dinheiro e sabia gastá-lo. Rodeava sua jovem esposa de todo o conforto imaginável. Sua generosidade mostrava-se em todos os sentidos.
         – Taylor! – ela parou na porta do quarto.
         – Entre, Lauren! Venha me ajudar. Eu estou colocando em ordem o enxoval do bebê.
         Faltavam meses para o bebê chegar, mas seu enxoval já estava completo.
         Lauren ajoelhou-se junto da irmã e foi ajudando a botar tudo direitinho dentro das caixas.
         – Você vive num mundo só seu, Taylor.
         – E continuo apaixonada.
         – Você gosta muito de seu marido?
         – Tanto, que até lhe daria meu coração.
         – Taylor estou vendo que...
         Taylor segurou o rosto da irmã entre as mãos e a fitou bem nos olhos.
         – Você está triste, Lauren. Conheço pelo seu olhar. Está melancólico, triste. Isso demonstra que você está sofrendo por alguma coisa.
         – Eu também estou apaixonada – confessou ela baixinho.
         – Por Camila Cabello?
         – Sim.
         – Será que ela não lhe corresponde? Não acredito, maninha. Você é capaz de virar a cabeça de qualquer criatura que escolher, e Camila não parecia insensível aos seus encantos.
         – Ela é uma miserável. Fez uma declaração de amor à Normani e outra à Dinah.
         Taylor riu.
         – Não terá sido para fazer ciúmes a você?
         – Depois pediu que me casasse com ela, mas lhe disse que não poderia amá-la nunca mais.
         – Lauren! Pela primeira vez que eu a vejo portar-se como uma criança impulsiva e nervosa. Mas, contudo, estou contentíssima! Estou vendo que não existe mais o feitiço que a tornava uma esfinge. Agora você demonstra que é uma verdadeira mulher.
         – Eu não a quero mais. É uma cínica e me fez sofrer demasiadamente.
         Taylor falou com um sorriso angelical:
         – Não a fez sofrer mais do que Garrett a mim. E, no entanto, ele agora me faz tão feliz que tenho medo que o meu coração se faça em pedaços. Querida, se ela pediu a você para aceitar o seu amor e o seu nome, não perca tempo, porque depois você se arrependerá. A pessoa que faz despertar o amor no seu coração tem o direito de exigir que você a aceite sem reservas.
         – Mas ela me fez chorar – disse Lauren fazendo birra.
         – O essencial é que você a ama.
         – Sim, eu a amo. Que coisa estranha! É terrível o que sentimos. Não sei como é que uma garota consegue ter tanto domínio sobre mim. Eu a quero tanto que tenho medo. Sei que, se me entregar totalmente a ela, fará de mim o que quiser, sem que eu tenha forças para reagir. Fico com raiva e me sinto indigna quando sinto que, no meu íntimo, tenho ânsias de ser subjugada e dominada por ela, como se tivesse necessidade disso para sentir-me completamente feliz e plenamente mulher.