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História Cold Hearted Man - Se Habituando


Escrita por: Viih_Slytherin

Notas do Autor


Desculpa não postar semana passada, tive uma semana difícil e não consegui escrever :/ Mas aqui estou eu hoje, espero que gostem do capítulo :)
Boa leitura ♥

Capítulo 3 - Se Habituando


Fanfic / Fanfiction Cold Hearted Man - Se Habituando

Tony dirigiu em silêncio até um grande shopping, deixando seu carro no estacionamento e indo diretamente às lojas mais caras.

Peter olhava em volta e para si mesmo, percebendo o quanto destoava do ambiente caro, suas roupas simples pareciam trapos velhos comparados às peças de preços absurdos que Stark despreocupadamente empilhava sobre seus braços.

— Pronto, experimenta essas aqui — falou guiando o menor até o provador, sendo auxiliado pela atendente da loja.

Look após look ele experimentava e saía para ser avaliado pelos dois, as bochechas rosadas em vergonha, se sentia como aqueles modelos de passarela, mas felizmente Stark não pedia que ele desfilasse cada modelito escolhido a dedo.

Não conseguia esconder o descontentamento em estar sendo o motivo de tantos gastos, mesmo Tony aparentando não se incomodar com isso, e, para falar a verdade, o bilionário parecia se divertir com a situação toda. 

Depois do que pareceram horas, eles finalmente saíram da loja carregando várias sacolas.

— Não precisava ter gasto tanto comigo, senhor Stark — reclamou, fazendo bico.

— Não, mas eu quis, e faz parte do acordo, lembra? Eu te sustento, e você me acompanha em eventos e me faz companhia, sendo assim você vai precisar de vários tipos de roupas para os mais variados tipos de lugares que eu sou obrigado a ir.

— E onde nós vamos hoje, senhor Stark? O senhor só mencionou que sairíamos, mas não disse pra onde — entraram no elevador, e Peter tentou não encarar o reflexo do mais velho ao seu lado no grande espelho em frente a eles.

— Vamos a um leilão beneficente, eu preferia não ir, mas como sou obrigado a comparecer nesses eventos de caridade, pensei em levá-lo junto, assim você já vai se acostumando com essas coisas — o garoto concordou silenciosamente, tentando criar uma imagem mental de como seria tal evento.

Tinham descido à garagem guardar as sacolas, e logo retornaram ao elevador.

— E para isso você vai precisar de um smoking — Tony sorriu, olhando Peter pelo espelho e imaginando como o garoto ficaria em black tie.

Logo retornavam às lojas caras, indo a uma de trajes formais. Enquanto Tony revirava as araras, Peter fora deixado com o alfaiate, que lhe tirava as medidas para fazer um terno. Um exagero, na sua opinião, mas como Tony insistiu, não havia muito o que protestar, sob o pretexto de que era sempre bom ter um terno feito sob medida.

Depois das medidas tiradas, foi encaminhado mais uma vez ao provador. Pela milésima vez naquele dia, experimentaria um modelito escolhido por Stark. 

Com cuidado para não amassar as peças, Peter vestiu o smoking, tendo alguma dificuldade com a gravata borboleta, mas conseguindo fazer um nó quase aceitável.

— Posso anotar o seu pedido, senhor? — Falou para Stark em tom de brincadeira quando saiu para mostrar como ficou. — Estou parecendo um garçom, senhor Stark — riu.

— Ah que isso, você está ótimo — sorriu dando uma puxadinha na gravata mal feita. — Vamos levar esse — falou para o atendente. — Se troque, ainda temos mais coisas para comprar — deu uma batidinha no ombro do garoto e o virou em direção à porta do provador.

— O que mais precisa, senhor Stark? — Perguntou de dentro do provador, enquanto retirava o smoking e vestia suas roupas normais.

— Algumas coisinhas — respondeu distraído olhando em volta, esperando Peter sair.

Após outra ida ao carro para guardar mais essas sacolas, eles foram à praça de alimentação, depois que o estômago de Peter fizera um audível protesto. Pedidos feitos e prontos, eles escolheram uma mesa num canto mais retirado e se sentaram, um de frente para o outro.

Peter comia com gosto o lanche que pediu, com a fome que estava, nem se importava com o catchup que sujava seu rosto. Stark, que comia com muito mais modos, ria do jeito estabanado do mais jovem.

— Você está todo sujo — falou quando o garoto parou pra tomar um gole do refrigerante.

Tentando limpar, Peter passou a mão pela bochecha, o que fez somente a sujar mais.

— Não adiantou nada — Tony riu enquanto pegava um guardanapo. Com uma mão segurou o rosto do mais novo, passando o papel com a outra, limpando a sujeira sem notar o rubor que causou.

Após descartar o guardanapo sujo, o mais velho terminou seu lanche normalmente, alheio ao constrangimento de Peter, que não sabia o que dizer, para onde olhar ou o que fazer, a sensação da mão firme em seu queixo ainda lhe causava certo incômodo, como se marcado a fogo.

Depois de alguns instantes estático, Parker se obrigou a terminar de comer e a esquecer da cena que protagonizara.

Depois de satisfeitos, Peter fora arrastado a mais lojas, começando pela de calçados, pois precisaria de um par de sapatos sociais que combinasse com o smoking.

Quando Tony se deu por satisfeito, já era quase cinco da tarde, Peter estava cansado e com sono, e a perspectiva de sair à noite já não lhe agradava tanto. No momento esperava sentado em um banco próximo ao elevador, tinha a sua volta diversas sacolas, e fora deixado sozinho por Stark que disse precisar comprar mais uma coisa. Ele disse que seria rápido, mas já fazia quase meia hora que o garoto aguardava.

— Desculpe a demora, mas não conseguia encontrar nada bom o bastante — disse quando chegou, entregando mais uma sacola ao garoto. — Espero que goste — sorriu.

Peter então pegou a sacola que lhe era estendida, não contendo a surpresa ao ver seu conteúdo: duas caixas, uma contendo um celular e a outra um notebook, ambos da mais alta tecnologia.

— Não precisava, senhor Stark! Isso deve ter sido muito caro — olhou para o homem que agora chamava o elevador, despreocupadamente.

— Não ligue pra isso, garoto, não foi nada — desdenhou com um gesto de mão. — E você havia dito que não tinha um celular, então achei que seria bom lhe comprar um, aí vi o computador e resolvi levar também — deu de ombros.

— Muito obrigado então, senhor Stark! — Dirigiu ao mais velho o seu mais largo sorriso, e Tony sentiu algo em seu peito aquecer.

 

 

~•~•~•~•~•~

 

 

Ao cair da noite, Peter se sentia nervoso enquanto se arrumava, não sabia o que esperar do tal leilão, provavelmente haveria só gente da mais alta classe, e ele não fazia ideia de como se comportar em um meio assim.

De banho tomado, vestido e cabelo arrumado com gel em um topete, Peter encarava seu maior desafio até ali: fazer o nó da gravata borboleta. Tentou procurar na internet um tutorial, mas simplesmente não conseguia acertar como o exemplo, era a primeira vez na vida que usava uma gravata assim.

— Garoto, já está pronto? — Tony perguntou batendo na porta.

— Quase, senhor Stark — foi até a porta e a abriu, revelando um mais que bem arrumado Tony. — Não consigo amarrar isso — disse chateado fazendo bico, o que fez Stark rir.

— Deixa que eu amarro, temos que sair logo, fiz a reserva no restaurante para às oito horas.

— Restaurante? Não íamos no leilão? — perguntou confuso.

— Sim, mas antes vamos jantar.

Tony então se aproximou de Peter e tomou a gravata de sua mão, a passando em torno do pescoço deste, fazendo um nó perfeito e ajeitando o colarinho da camisa branca, fazendo seus dedos roçarem levemente na pele alva do mais novo.

Já Parker se mantinha imóvel, estava nervoso com a proximidade do mais velho, podia sentir o calor emanando de seu corpo e o cheiro bom de perfume que ele exalava, e, para Peter, isso causava uma sensação nova e inebriante, que só se ampliou ao sentir o leve contato com sua pele sensível do pescoço. Agradeceu a todas as divindades possivelmente existentes por estar usando mangas compridas, impossibilitando Stark de ver o quão arrepiado ficara.

Tony terminou de ajeitar a gravata e deu uma alisada na lapela de seda do casaco e se afastou logo depois.

Peter soltou a respiração e seguiu o mais velho até o elevador. Olhando-se no espelho deste, Peter deu uma leve puxadinha nas extremidades do laço feito por Tony e riu divertido.

— Gravatas borboletas são legais — riu e ajeitou uma franja imaginária [1], o que fez Stark rir em reconhecimento.

— Gosta de Doctor Who?

— Eu adoro Doctor Who! — O mais jovem parecia meio espantado pelo outro ter pego a referência. — O senhor gosta?

— Sim, eu ainda sou um velho nerd, afinal — deu de ombros.

Os dois seguiram até o estacionamento no subsolo, onde Happy já os esperava no carro. Entraram e se acomodaram no banco de trás, rapidamente seguindo seu caminho até o restaurante.

Na hora de fazer os pedidos, Peter deixou que Tony escolhesse para si, já que pela breve olhada no cardápio, viu que não conseguiria sequer pronunciar o nome do prato, quem dirá saber do que se trata.

Após alguns minutos de espera foram servidos com um prato de massa, acompanhado de vinho para Tony e suco para Peter. O jantar correu rápido e silencioso, ambos não sabiam sobre o que falar, então apenas se permitiram apreciar a comida.

Era perto de 21:30 quando saíram do restaurante para irem ao leilão. Um trajeto longo de pelo menos meia hora, onde Peter ia olhando atentamente pela janela os locais onde passavam.

Ao chegarem, Peter se impressionou com o salão ricamente decorado, cheio de pessoas bem vestidas com ares de classe alta. Um dos funcionários então os guiou à mesa reservada a eles, onde aguardaram em silêncio o leilão começar, o que não demorou a acontecer.

Os itens leiloados eram de todo o tipo, desde obras de arte a até mesmo objetos pessoais de pessoas famosas para colecionadores. Parker se impressionava e se sentia levemente enjoado com os valores absurdos que as peças eram vendidas, mas saber que a grande maioria do lucro iria para a caridade o reconfortava.

— Entediado? — Tony perguntou se inclinando discretamente em sua direção. — Isso é um saco, né? — Riu levemente quando o garoto concordou timidamente.

— Eu só não estou acostumado, senhor Stark! Mas é até interessante, essas pessoas devem ser muito ricas.

— E são mesmo — concordou e teve sua atenção tomada por um quadro que estava a ser leiloado. — Acho que vou comprar esse, o que você acha?

— É bonito, senhor Stark, mas não é muito caro?

— Pra mim não faz diferença, e eu vim até aqui, tenho que comprar alguma coisa. Quer levantar a plaquinha? — Se referia ao gesto que indicava o interesse em arrematar o item.

Com as bochechas ardendo de vergonha, Peter levantou a placa quando perguntado quem daria o lance, atraindo toda a atenção para si, tanto por ser um garoto jovem demais para os padrões do evento, quanto por ser a companhia de Tony Stark.

— Dou-lhe uma! Dou-lhe duas! Dou-lhe três! Vendido para o senhor Tony Stark.

Após terminado o leilão, haveria uma pequena recepção enquanto os compradores acertavam os detalhes com o leiloeiro.

Peter estava se sentindo desconfortável, agora que o evento principal estava encerrado, as pessoas prestavam mais atenção em si, se perguntando quem era e por que estava acompanhando Stark.

— E quem é esse jovem, Stark? — Um homem disse após cumprimentar Tony, deixando seu olhar se demorar sobre o garoto.

— Esse é Peter Parker — o mais velho respondeu, se colocando ao seu lado e pondo a mão em seu ombro. — Meu acompanhante.

— Ele é uma gracinha — a mulher que acompanhava o homem que provavelmente era conhecido de Stark falou sorrindo para si. — Não sabia que gostava dos novinhos, Stark.

— Ah não, ele só está me acompanhando — riu e Peter se sentiu constrangido com a insinuação.

— Uhum, sei — a mulher disse olhando maldosamente em direção a ele, logo tomando um gole do champanhe em sua taça.

— Bem, se me dão licença, eu tenho que acertar os detalhes da compra — Tony disse ao perceber o desconforto do garoto. — Vamos, Peter.

Nessa noite Peter descobriu que burocracia era um negócio muito chato. Enquanto Tony assinava papéis, o garoto quase dormia na cadeira, havia dormido mal a noite e a tarde no shopping fora cansativa, e agora isso estava cobrando seu preço. Tentava ao máximo não demonstrar seu sono, mordendo os lábios para conter os bocejos que insistiam em querer sair. Quase deu graças a Deus quando Tony o chamou para irem embora.

Entraram no carro e Peter olhou as horas no celular: era quase três da manhã. Previa que dormiria na sala aula naquele dia.

— Então, o que achou? Chato ou muito chato? — Tony perguntou.

— Não foi chato, senhor Stark, até que foi interessante! — Respondeu e se permitiu bocejar pela primeira vez na noite.

— Tão interessante que estava quase dormindo na cadeira — falou em tom de brincadeira.

— É que eu não dormi muito bem essa noite, senhor Stark.

— Hum, compreendo… Mudanças assim são difíceis — colocou a mão no queixo e Peter concordou com um aceno de cabeça.

Peter não percebeu quando, mas em algum momento enquanto voltavam para a torre, o cansaço venceu sua luta, e em instantes estava ressonando em um sono profundo.

— O garoto dormiu — Happy falou olhando para seu chefe pelo espelho retrovisor.

Tony olhou para o lado onde o mais jovem dormia com a cabeça pendendo para o seu lado, o que provavelmente causaria uma dor no pescoço.

Ao fazerem uma curva um tanto acentuada, Peter quase caiu do banco para o lado, mas Tony fora rápido em desafivelar seu cinto e se sentar ao lado do garoto, o acomodando apoiado contra si.

— Desculpe — Happy falou ao notar o olhar reprovador de Tony para si.

Inconscientemente, Peter se acomodou melhor contra o corpo quente que lhe escorava, enquanto Tony apenas o observava, se perguntando o que havia de errado consigo, pois em qualquer outra ocasião anterior se algo assim acontecesse, o máximo que faria seria soltar alguma piada.

— O garoto mal chegou e você já está assim? — observou Happy, atento a cena que se passava no banco de trás, mas sem tirar a atenção da estrada.

— Assim como?

— Assim — deixou no ar e não falou mais nada, e Stark tampouco tornou a questionar.


Notas Finais


[1] Essa parte faz referência ao 11° Doutor, de Doctor Who, que gostava de usar uma gravata borboleta com seu inseparável paletó de tweed. O meu doutor favorito :3

Gente meu Tony tá ficando muito OOC, scrr

E aí o que acharam? Uhm? Comentem xD


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