Capítulo Trinta e Nove
O som de batidas na porta fez com que Deidara pulasse de seu sono e quase caísse da cama. Com os olhos arregalados de medo, apanhou o robe ao lado da cama e vestindo-se caminhou rapidamente para fora do quarto. O sol ainda não havia completamente saído, o que se mostrava pelo escuridão parcial que cobria o apartamento.
Seu coração batida rápido e o medo corria em suas veias enquanto caminhava até a porta de entrada de seu apartamento. Havia visto na televisão na noite anterior sobre a explosão no cais do porto da cidade e o comentário dos jornalistas sobre uma guerra de gangues que poderia assolar a cidade com crimes e mortes, novamente. E Deidara, mesmo com as poucas informações que Sakura o dava, tinha certeza de que os jornais não estavam errados.
- Estou indo, porra! – gritou para a porta.
As batida eram fortes e pareciam estarem mais do que apressados, e por um momento Deidara pensou em não abrir e ignorar. Tinha medo por Sakura e Haku, tantas coisas poderiam acontecer. Porém, pelo que via, não abrir a porta não era uma opção. Ou abria ou a derrubariam.
E foi apenas deslizar a tranca fora e girar a maçaneta que homens, claramente soldados, entraram em seu apartamento rapidamente e logo estavam tomando a frente em direção ao corredor que levava aos quartos.
- O que está acontecendo?! – exclamou olhando aturdido a invasão – O que querem?! Onde está Sakura?!
- Senhorita Haruno está bem.
- Quem é você?! – perguntou raivoso Deidara, virando-se para encarar o homem ao seu lado.
- Sou Naruto – sorriu brevemente.
- Você não pode simplesmente... – começou a repreender o loiro ao seu lado, porém um grito angustiado o fez olhar novamente para o corredor – O que está fazendo?! A solte!
- Não!
Deidara avançou pronto para brigar com os soldados que carregavam Temari pelos braços sem nenhuma delicadeza, contudo Naruto o segurou firmemente e por mais que lutasse não conseguia se desvencilhar.
- Me solte! – gritava Temari desesperada – Por favor! Me solte!
- Solte ela! O que estão fazendo, porra?! – debatia-se Deidara – Ela está machucada!
- Temos ordens para leva-la – Naruto falou com esforço por segurá-lo.
Deidara então assistiu impotente enquanto levavam Temari, que chorava compulsivamente, para fora do seu apartamento, e sendo apenas as primeiras horas da manhã, não havia risco de algum vizinho presenciar toda a situação brutal. E apenas quando Temari foi enfiada bruscamente num carro escuro, que logo partiu pela rua vazia, Naruto soltou Deidara.
- Por que estão fazendo isso? – virou-se ofegante para encarar o loiro – Ela está ferida!
- São ordens – respondeu seriamente – Lamentamos por acordá-lo, mas pode voltar a dormir.
Deidara abriu a boca pego de surpresa pela indiferença do loiro, mas não houve tempo para se recuperar e argumentar, porquê o soldado loiro logo estava saindo de seu apartamento e fechando a porta atrás de si.
****
- Parte da carga foi roubada, mas não acho que era realmente o foco deles.
- Penso o mesmo. A explosão foi muito perto dos contêineres, eles sabiam que podiam arruinar todas as armas.
- O fodido está nos chamando para a guerra. Ele tem algo que não sabemos.
Sasuke assentiu com as palavras de Shikamaru. A explosão havia sido bem planejada, com antecedência, e não tinha o propósito de roubar as armas, ter acesso a elas era apenas um efeito colateral. Uma boa consequência para eles e uma fodida para a Akatsuki.
Sentindo sua pele repuxar e arder, desviou o olhar para seu braço esquerdo, onde um médico trabalhava na carne inchada e chamuscada. A explosão o mandou para longe com seu braço em chamas. Lembrava-se de rolar para apagar as chamas, mas com a queda bateu a cabeça com força no concreto e não pôde ver muito mais do que o céu coberto por uma grande nuvem de fumaça.
Seus soldados o retiraram de lá antes que a polícia aparecesse ou a mídia, e o levaram diretamente para o complexo da Akatsuki, onde havia uma unidade hospitalar bem equipada. E apesar de ainda ter seus ouvidos zinindo com o barulho da explosão, não havia danos em sua cabeça, porém seu braço havia sofrido sérias queimaduras. Cicatrizes que levaria para sempre, juntamente com o ódio pelos russos.
- Não acharam nada na boate, apenas restos do que ficou para trás. Eles levaram ou apagaram tudo o que ficou para trás, inclusive as câmeras de segurança – Shikamaru voltou a falar.
Sentado na maca e deixando o médico trabalhar, tudo em que Sasuke pensava era em dormir por algumas horas, no entanto tendo batido a cabeça não poderia dormir, além de que não havia tempo. Um contra-ataque deveria ser feito.
- O que os Dom’s disseram? – perguntou olhando para o moreno sentado alguns metros à frente – Temos autorização?
- Sim, Capo – concordou o Nara – Dom Haruno está ocupado fazendo a segurança das filhas, sob minha recomendação.
- Acha que Orochimaru vem por elas? – questionou Sasuke sentindo seu sangue ferver com o pensamento de Sakura sendo levada.
- Eles já o fizeram uma vez, senhor. Podem tentar novamente, e por isso devemos estar preparados. Fiz minha pesquisa sobre a família de Orochimaru, porém depois da morte de seu pai e se tornar líder, ele não tem ninguém além de seus soldados. Não há família.
- Ele tem alguém – Sasuke discordou veemente – Os homens da família de Orochimaru não costumam casar, não é da cultura deles. Mas ele deve te um bicho de estimação em algum lugar.
- Bicho de estimação? – indagou franzindo o cenho o Nara.
- Uma puta, Shikamaru – grunhiu impaciente por ter seus pensamentos interrompidos – Orochimaru é conhecido por manter putas, apenas descubra quem é a dessa vez. E coloque o lugar a baixo e descubra para onde foram. Eles não devem ter ido para longe, pois precisam ficar perto do centro por causa dos clientes.
- Sim, Capo – concordou prontamente – Mais alguma coisa?
- Aquela menina Temari, a traga para o complexo, ela deve ser interrogada – Sasuke encarou o Nara – Coloque Kakashi nisso.
- Capo, Dom Fugaku já ordenou, ela já está sendo trazida.
- Ótimo – rangendo os dentes ao sentir o médio puxar com uma pinça um pedaço de pele morta – Chame Itachi para mim. E ache a porra daqueles russos, Nara.
- Sim, Capo! – concordou prontamente Shikamaru retirando-se do cômodo.
Fechando os olhos Sasuke tentou concentrar-se para além da dor que sentia com o cuidado médico. Precisava organizar seus pensamentos e planejar cuidadosamente os passos que fariam a seguir.
Havia um traidor e Sasuke sabiam que o achariam e o queimariam vivo.
Suspirando esticando o pescoço, suspirou cansado, e por um momento desejou ter os dedos delicados de Sakura passando por seus cabelos.
****
Sentada na grande poltrona de couro, no antigo escritório de seu pai, Hinata avaliava alguns papeis das empresas que agora seriam de Hanabi, afinal, Hiashi não deixou nada em seu nome. Precisava estudar os documentos e garantir que tudo fosse de fato de sua irmã.
Não importava em ficar sem nada, a Akatsuki pagava muito bem por seus serviços, e como médica pessoal de Sakura, Kizashi lhe deu uma grande bonificação. Mas sua irmã demoraria em ter uma idade legal para assumir qualquer coisa e precisava ficar de olho. Afinal, homens respeitavam homens, e sua irmã era apenas uma garotinha.
Seu tio havia dito que cuidaria de Hanabi integralmente, mas com ela sendo menor de idade, toda a herança ia para o responsável legal, que seria Hizashi. Hinata sabia que seu tio era bom e tranquilo, na medida que todo homem da Akatsuki o era, mas preferia garantir um futuro certo para Hanabi. Sempre cuidaria de sua irmã.
E era esse sentimento que a ligava a Sakura, pois compartilhavam essa devoção por alguém que amavam. Fariam de tudo por eles.
Uma batida na porta a tirou de seus pensamentos e logo uma pequena brecha abriu-se.
- Senhorita Hyuuga, desculpe incomodar. Mas o senhor Inuzuka está aqui.
Hinata sorriu para empregada e segurou a vontade de gritar. Assentindo permitiu que ela o trouxesse até o escritório.
- Poderia me trazer um pouco de água, por favor?
- Claro senhorita, trarei uma jarra do seu agrado – sorriu corando a jovem.
Hinata assentiu e não conseguiu evitar o sorriso ao ver as bochechas coradas da mulher. Era uma jovem empregada contratada pouco antes de seu pai morrer, e todas às vezes que estava ao seu redor a jovem corava adoravelmente. Achava fofo, mas evitava alimentar qualquer sentimento, apesar de que talvez facilitasse sua vida sentir atração apenas por mulheres ou apenas a afundaria mais.
Recolhendo os documentos, os guardou numa das gavetas da mesa. O som dos passos pesados anunciaram Kiba, e logo ele estava batendo suavemente na porta.
- Entre e feche a porta, por favor – pediu sentando-se mais ereta na poltrona.
Kiba apareceu e fez o que lhe foi dito.
- Oi – disse ele aproximando-se – Pensei que podíamos conversar. Posso me sentar?
Hinata balançou a cabeça concordando e mantendo-se em silêncio. Encararam-se por um longo momento, a tensão crepitando, sendo quase palpável.
- Eu sinto muito – começou ele – Logo após o enterro de seu pai, ouvi seu tio já fazendo planos de lançar sua mão a quem quisesse cortejá-la. E eu apenas...
- Foi um idiota ciumento? – terminou ela por ele.
- Sim – assentiu ele veemente – Eu não devia e sei disso. Mas apenas vê-lo oferecer sua mão, permitindo que qualquer imbecil das famílias se aproximasse de você, sem nem ao menos conhece-la... Eu apenas não aguentei.
- Meu tio não tem o direito e nem você – repreendeu amarga.
- Não, não o tenho. Mas você sabe que ele tem e que ele vai forçar a mão – Kiba a corrigiu suavemente – Hizashi a quer casada, pois não pode permitir que o status da família caia, não quando uma guerra está para estourar ou estourou, porque os Deuses sabem que os eventos da noite passada deram o ponta pé inicial.
- Sempre soube do meu papel nessa família, evitei o quanto pude, mas sempre soube. Com Hiashi morrendo, eu sei o que vinha pela frente, mas não pensei que vinha tão rápido e não de você.
- Estou errado, mas fiz o que acho certo.
Uma batida suave na porta anunciou a volta da empregada com a água que havia pedido. Hinata esperou que a jovem os servisse e saísse novamente. Ao que a porta fechou, Kiba continuou.
- Estou aqui para fazer uma proposta decente, como devia ter feito antes.
Hinata sentiu seu coração apertar angustiada. Hizashi iria lançar sua mão para todas as famílias e teria que aguentar homens a cobiçando abertamente, apenas esperando para prendê-la num casamento pensando que teriam acesso completo ao dinheiro e sobrenome Hyuuga, pois mesmo sendo bastarda para aqueles que conheciam sua história, o dinheiro e sobrenome falariam mais alto. Afinal, o dinheiro girava as rodas do mundo.
- E qual seria a proposta decente? – perguntou engolindo sua água com dificuldade.
- Conversei com seu tio e entrei num acordo. Casando comigo, você receberá a guarda completa de Hanabi e poderá tomar conta dela assim como sempre o fez, também ficará responsável por toda a herança que está no nome dela.
- Hizashi concordou com tudo isso?
- Sim.
- O que ele quer em troca?
- Seu tio a quer feliz e estável, Hinata. Todos sabem de nossos encontros, porque esses homens fofocam mais que velhas. Seu status como bastarda em outras famílias a farão sofrer, principalmente ao descobrirem que não tem uma herança. Levará apenas seu sobrenome para o casamento.
- E que levarei para o casamento com você? Pelos visto não é uma vantagem um casamento comigo.
Não devia doer aquelas palavras, mas doíam. Kiba estava certo. Sofreria com olhares e comentários se fosse para famílias que soubessem seu status como bastarda, além de que não teria uma fortuna a resguardando.
- O mais importante – Kiba ergueu-se e dando a volta na mesa que os separava, ficou frente a ela – Você. Sempre fomos bons juntos Hinata e apesar das brincadeiras quero me casar com você. Podemos fazer funcionar, somos amigos e na cama existe uma química maravilhosa. O amor vem com o tempo para você.
- Para mim?
Kiba sorriu tristemente e erguendo sua mão acariciou o queixo de Hinata delicadamente.
- Eu já a amo – murmurou – Já tem um tempo agora. Mas a amo com todo meu coração e a quero ardentemente.
Hinata sentiu lagrimas encherem seus olhos, não sabia porque chorava, mas aquelas palavras atingiram fundo em peito e a aqueceu profundamente. Kiba secou suas lágrimas com os dedos e ficaram em silêncio por longos segundos.
- Kiba... – ciciou – Eu... – fungou tentando controlar as lágrimas.
- Está tudo bem, não precisa falar nada – disse sereno – Pense no que te disse e apenas... Eu não sei. Mas vou esperar por você. Você ficará bem?
Hinata assentiu trêmula e observou ele afastar-se em direção a porta. Quando estava sozinha, secou as lágrimas tentando recompor-se. Não entendia o sentimento que a invadia e apertava seu coração tão cruelmente, e antes que pudesse de fato analisar o que sentia, seu celular tocou na mesa.
O encarou até que parasse de tocar, não estava com cabeça para falar com alguém, porém o celular voltou a tocar, e sabendo que não pararia, Hinata respirou fundo e atendeu finalmente.
- Oi...
- Hinata, aqui é Kakashi. Preciso que venha para o complexo.
- Tudo bem, estou indo – concordou imediatamente.
Com cenho franzido levantou-se da poltrona. Era estranho Kakashi ligar, mas precisando ter um tempo para si, não pensou um segundo a mais antes de sair do escritório.
****
- Não posso mesmo falar com Temari? – perguntou Ino sendo rabugenta – Estou preocupada com ela! A senhora disse que ela estava em perigo!
- Mas ela está bem – Mebuki retrucou rigidamente – Está sendo cuidada. Por que não se concentra na ida para a faculdade? Seu pai comprou um apartamento bonito e está tudo pronto para você conhecer o campus.
- Sim! Estou muito empolgada! – exclamou extasiada a loira – Não vejo a hora de conhecer o campus. Porque não vem comigo conhecer o campus, Sakura?
- Não quero ficar longe de Haku – respondeu dando de ombros.
Sentada na cama, vendo Ino separar as roupas que levaria para a faculdade, Sakura tentava manter seus pensamentos na conversa que acontecia, mas tudo em que podia pensar era no Uchiha ferido. Estava preocupada. Kizashi não a escondeu que ele estava ferido da explosão no cais, que ficou sabendo através de Deidara, mas ele não deu nenhuma outra informação o que apenas a fazia mais angustiada.
Sakura conhecia o sentimento de preocupar-se, mas havia algo diferente preocupar-se com Haku ou Ino e ter esse sentimento direcionado ao Uchiha. Sobre Haku era como uma explosão feroz de proteção em seu corpo e tudo o que podia fazer era correr em sua direção, mas o que sentia em relação ao Uchiha, desde que soube que estava ferido, era um frio na barriga e sua mente sempre perguntando-se se estava bem.
Sasuke havia prometido que voltaria, e voltou, mas não intacto.
Seu pai não aprofundou muito, mas a rosada sabia que a dinâmica havia mudado e a Akatsuki estava abertamente entrando em guerra contra os russos, novamente. As famílias aumentaram a segurança de todos, e Sakura agora contava com dois soldados estranhos. Preferia ter Dan de volta, mas Kizashi negou veemente.
Haku e seus pais também estariam saindo da cidade, por pedido seu, mas não comentaria isso com Ino. Kizashi havia tomado parte e a guerra contra os russos estava correndo, então por segurança estava mandando Ino para a faculdade mais cedo. Ele esperava esconde-la numa cidade cheia de jovens universitários.
- Aqui está seus sapatos, Ino! – Emy invadiu o quarto com saltos vermelhos nas mãos – Não se esqueça desses. Você pode precisar.
- Ela não vai – Mebuki falou veemente – Tudo o que precisará são tênis para conhecer o campus. Nada de festas!
- Não seja rabugenta como meu irmão, Mebuki – repreendeu Emy revirando os olhos – Ino deve viver a vida dela. Ir para uma faculdade é uma grande novidade para nossa família.
- Mulheres Harunos não vão para faculdade? – perguntou Sakura franzindo o cenho.
- Não antes de estarem casadas e seus maridos permitirem – respondeu Emy – Eles querem sempre amarrar-nos de todas as formas possíveis, os idiotas.
- Emy! Não chame Kizashi de idiota!
- Ele é – voltou a revirar os olhos Emy.
Sakura desviou os olhos para Ino, apenas para vê-la murchar um pouco em sua felicidade. Sentia em Ino o desejo de desbravar o mundo, algo que não carregava ou pelo menos nunca parou para pensar realmente. Talvez por já ter visto tantas coisas, não tinha o desejo de se depara com muito mais.
Ino e Emy pareciam se entender bem, parecendo falar a mesma língua e até mesmo com simples trocas de olhares. Sakura, presa em sua rotina, não conversou muito com Emy, mas sabia que era uma mulher de grande coração e sempre carregada de um alto astral, pois tanto Ino quanto Mebuki sempre a procuravam quando estavam mais tristes.
- Ah! – Emy exclamou olhando animada para Ino – Comprei lindo sapatos na minha última viajem e que vão combinar super com você. Venha! Está no meu quarto!
Sakura observou as duas deixarem o quarto animadas e sussurrando felizes. Achava tão estranho estarem tranquilas e nem mesmo ligarem para o que acontecia na cidade, mas sabia que não era exatamente culpa delas, Kizashi era rígido sobre manter as mulheres longe da Akatsuki. Nem mesmo Sakura entendia porque tinha tanta curiosidade.
- Você está bem, querida? – perguntou Mebuki caminhando para sentar-se perto da rosada – Está mais calada que o normal.
Sakura deu de ombros não sabendo expressar-se muito bem.
- Preocupada com o Uchiha? – perguntou a mais velha e ao ver a rosada arregalar levemente os olhos, riu – Você é minha filha, sei ler suas expressões muito bem.
- Ele se machucou – murmurou.
- Sasuke está bem. Não é o primeiro ferimento dele. Mikoto sempre tem um ataque de preocupação – Mebuki deu um pequeno aperto em suas mãos – É nessas horas que agradeço não ter um menino.
- Não quer filhos homens? – Sakura a encarou curiosa.
- Sinceramente? Não – suspirou – Dentro de uma organização, todos tem seus destinos traçados, seja homem ou mulher. Mulheres estão destinadas a manter as famílias, e querida, não subestime isso jamais. Não é o que toda mulher pode querer, mas a importância de uma família bem construída ou não, pode destruir pessoas de dentro para fora. Além de que somos mantidas em segurança. Agora os homens, estes estão destinados à violência. Deus, tanta violência! Por isso fiquei feliz que você tenha afastado Haku.
- Não quero isso para ele – Sakura afirmou.
- Eu também não queria isso para nenhuma de vocês, e tento ainda proporcionar o que posso. Kizashi deu uma boa liberdade para Ino, coisa que moças das outras famílias não tem. Hinata mesmo, coitada, sofreu tanto com o pai e sem a mãe...
- O que aconteceu com a mãe dela?
- Não sei, querida. – Mebuki negou com a cabeça – São assuntos apenas dos Hyuugas.
- Você não quer que Ino vá para a faculdade?
- O que?! Não, claro que quero que vá e aproveite tudo – Mebuki retrucou parecendo sincera – O que quero dizer é que não adianta ficar lamentando-se e rebatendo tudo dentro desse mundo, Sakura. Neste mundo temos que ser espertas. Mulheres que apenas rebatem, mesmo estando certas, são vistas apenas como mimadas e histéricas. Se tem que saber onde e como pisar dentro da Akatsuki.
Sakura assentiu pensativa. Mebuki sempre mantinha o papel de mãe e socialite exemplar, tão acostumada com a vida na organização, mas tinha uma visão completamente diferente do que pensou que ela teria.
- Eu não era de dentro da organização. Era apenas uma garçonete lutando para viver nessa cidade. E então quando Kizashi veio e me varreu sobre meus próprios pés por amor, eu apenas me permitir ir. Não foi fácil. Muitas conservadores ainda me olham atravessado. Que Kizashi nunca sabia disso!
- Você é feliz, mãe? – indagou Sakura espontaneamente.
Mebuki virou-se completamente para a rosada e sorrio amorosa, sentindo seu peito expandir-se em calor.
- Mais feliz do que nunca agora. Passei por muitos momentos tristes e tensos, mas sim, sou megamente feliz.
Sakura sorriu e retribuiu o aperto carinhoso na mão de Mebuki. Depois de se permitir chama-la de mãe a palavra carinhosa e com tantos significados saltava de seus lábios todas as vezes que olhava para a Haruno mais velha. Sakura não sentia mais sua mente travar ao pensar em Mebuki como sua mãe, mas alívio. Ela tinha uma mãe e uma que a amava, pois sentia o amor de Mebuki a cada olhar e toque.
- Depois que Ino se aprontar, podemos passar para ver o Uchiha, que acha? – perguntou Mebuki sorrindo gentilmente – Acho que ele vai gostar de ver você.
- Ele vai?
Sakura assistiu Mebuki virar-se completamente para encará-la e seus olhos verdes brilharem curiosos.
- Sakura, sei que falar com a mãe sobre garotos, no seu caso homens, e especificamente Uchiha, pode ser constrangedor...
- Por que? – franziu o cenho a rosada.
- Ah, bem, algumas filhas sentem vergonha de falar sobre certas coisas com a mãe. O que estou querendo dizer é que se você tiver alguma dúvida ou precisar conversar, eu estou aqui para você.
Sakura mordeu o lábio insegura sobre o que responder, mas sabendo que tinha de fato algumas questões que Mebuki podia esclarecer.
- Eu sei o que é sexo e sei que Sasuke está interessado em mim.
- Sabe? – Mebuki inclinou-se mais para perto, parecendo ainda mais curiosa.
- Sim. Ele tem aquele olhar de fome nos olhos, mas sei que não é fome de comida – disse Sakura pensativa – E ele gosta de me tocar.
- E como você se sente sobre isso? Tem medo? – indagou a mãe temorosa.
Sakura negou com cabeça veemente.
- Eu sinto... – hesitou suspirando sem saber o que dizer exatamente – Arrepios. Mas arrepios bons e estranhos. Arrepios como os de frio, mas esses esquentam e... Me sinto ofegante.
Sakura, que não percebeu encarar as próprias mãos, desviou os olhos novamente para Mebuki, que a encarava sorrindo feliz.
- São bons sentimentos para se ter, Sakura. Talvez você goste de Sasuke?
- Eu gosto, sei que gosto. Gosto de conversar com ele sobre livros e sobre os países que ele visita. Gosto quando ele me toca também – sussurrou por fim sentindo suas bochechas esquentarem – Mas também sinto que ele é perigoso.
- Perigoso?! Como perigoso?
- Às vezes quando olho em seus olhos, ele parece... – Sakura expôs da maneira como sentia-se – Ele parece querer tudo de mim, mas eu não tenho muito – terminou e engoliu em seco. Não tinha a intenção de se colocar tão vulnerável.
- Querida, não fale assim – Mebuki apertou a mão da rosada – Você é tão... Querida, você é a mulher mais sensível e amorosa que conheço. Tem um coração tão grande que é capaz de sacrificar-se por outros.
- Não me vejo assim – Sakura negou – Tenho medo a maior parte do tempo ainda.
- Você viveu e presenciou muita coisa, Sakura. Ter medo é natural. Mas estamos juntos agora, sua família, e está segura. Nada mais vai poder tocá-la. Eu e seu pai morreremos antes que isso aconteça.
Sakura sorriu tímida, sentindo a garganta apertar em emoção. Acostumar-se em receber palavras tão carinhosas era difícil e fazia seu peito apertar em emoção todas as vezes.
- Olha esse sapatos, mamãe! – exclamou Ino entrando no quarto de repente.
- Isso não são saltos para uma menina da sua idade! – Mebuki repreendeu virando-se para encarar a loira sem pestanejar – Você vai ficar para parecendo uma prostituta.
- Dona Mebuki! – Ino arregalou os olhos – Não seja preconceituosa!
Sakura riu da interação das duas e quando Emy entrou no quarto com mais saltos, riu ainda mais quando Mebuki começou a retirar os sapatos da mala da filha loira. Sakura gostava de estar junto delas e havia gostado de ter espaço para conversar com sua mãe.
Expor sentimentos não fácil, mas sentia-se bem por se colocar na experiência de falar sobre as emoção que não conseguia entender bem. E talvez Mebuki tivesse razão, era corajosa e podia ir além do medo.
****
Em pé no corredor vazio e frio, Hinata tentava conter a angustia que lhe fazia ansiosa. As juntas de seus dedos estavam brancos pela força com que segurava sua maleta de trabalho. Seus olhos estavam colados a porta mais à frente, assim como seus ouvidos atentos a qualquer ruído que pudesse sair de lá.
Estavam interrogando Temari por horas pelo que sabia, Kakashi não foi específico. Interrogatórios eram difíceis e sempre havia muito sangue e contusões. Hinata não sabia como Temari estaria depois de tantas horas presa com apenas homens enormes e assustadores.
Hinata sabia que a Akatsuki protegia as mulheres ligadas a organização, e apesar da ligação de Temari com Ino, não tinha ideia de como estaria a jovem loira.
Estava naquela posição muito tempo, suas pernas já doíam, mas era sua mente que borbulhava com pensamentos errantes, pois havia sido acordado, ou pelo menos havia chegado aos seus ouvidos, que Temari ficaria com Deidara sob vigilância até curar-se. Nada de interrogatório.
Algo tinha mudado.
Sabia da explosão no cais e que Sasuke e outros dois soldados ficaram feridos, afinal era médica da organização, e que a guerra com os russos estava acirrada, porém, Temari era apenas uma menina e estava claramente abalada enquanto a checava.
O som de metal e trancas sendo abertas a fez aproximar-se da grande porta de metal do outro lado do corredor. Com o deslizar da porta, Naruto apareceu com sua face séria, porém ao vê-la seus olhos azuis brilharam intensamente. Hinata rapidamente vasculhou com o olhar as roupas dele, mas não havia sangue, nem mesmo nas mãos.
Hinata sentiu seu coração retumbar dentro de seu peito, mas negou imediatamente qualquer coisa em relação ao loiro. Não estava ali para isso.
- Acalme o coração, morena – disse ele – Dom Fugaku não a quis machucada, então apenas inserimos a injeção.
Hinata suspirou aliviada. A injeção era uma conhecida entre a organização por induzir que a pessoa diga a verdade, o que apenas gerava enjoo e tontura logo depois. E sabendo que apenas soldados e pessoas bem instruídas na arte do interrogatório podiam lidar com a injeção, tinha certeza que nada mais foi preciso para tirar a verdade de Temari.
- Ela está desmaiada no momento – o Uzumaki continuou – Um soldado irá leva-la para enfermaria e lá você cuidará dela.
Hinata engoliu em seco e assentiu. Logo um soldado deixou a sala com uma Temari desacordada nos braços e seguiu em silêncio para a enfermaria não longe dali. Hinata com um leve inclinar de cabeça, despediu-se de Naruto e se virou para seguir o soldado, porém a mão firme do loiro lhe prendeu pelo pulso.
- Não estou aqui para isso – murmurou se desvencilhando.
- Temos que conversar – Naruto a virou para si – Você leu minha mensagem.
- Não é o momento...
- E quando vai ser? – cortou ele insistente.
- O que você quer Naruto?! – irritou-se rapidamente Hinata o encarando.
- Eu quero conversar com você, porra! Eu quero...
- Não me importo com o que você quer! – exclamou ela – Minha vida está um caos e você me com cobranças inexistente?! Vai se foder! – terminou ela e o ignorando completamente, retomou rápida a caminhada que a levaria para a enfermaria do prédio.
- Hinata! – chamou ele, sua voz ecoando no corredor.
Hinata suprimiu todas suas emoções enquanto seus passos rápido a levavam para longe dele. Não podia lidar com Naruto e nem a mensagem que ele mandou. Uma mensagem tão egoísta e sem propósito algum.
Ela iria fugir com ele.
Não era mulher de fugir de qualquer coisa e jamais abandonaria Hanabi.
****
- Nenhuma palavra, filho – a voz de Fugaku soava em seu ouvido parecendo irritado – Disse alguns nomes, mas não mostrou saber nada sobre nós. Kizashi conversou com Ino também e a menina afirmou que nunca comentou nada sobre a Akatsuki.
- Mas eles sabem que Temari é melhor amiga de Ino – retrucou – Não é preciso ser um gênio para perguntar para um daqueles adolescentes do colégio delas.
- De fato – concordou seu pai – Mas a menina não respondeu muito sob a influência da injeção, e Kizashi não a quer ferida por causa de sua filha. Não podemos fazer muito então.
- Sim. Mas Orochimaru quer ser visto, as ações dele dizem isso. Vamos continuar investigando e cercando ele por todos os lados. Shikamaru junto da equipe dele está rastreando o dinheiro e possível traidor, e Itachi e Kakashi estão atrás das crianças.
- O que acha que ele quer?
- O que todo homem em nosso mundo quer, pai? Poder. Orochimaru e sua família roubam e matam por poder. Nos derrubar o daria todo o poder e respeito que precisam e então sair da sarjeta em que os colocamos.
- Acreditou quando disse que não sabia sobre Akemi?
- Nem por um segundo – bufou – Mas tinha algo mais lá, em seus olhos, apenas não consegui entender. E então ele começa os ataques. Ele está confiante e tudo nos leva a um traidor.
- Vamos encontrar o rato e esmaga-lo até seus olhos saltarem da cabeça.
Sasuke riu da imagem que Fugaku desenhou. Fugaku tinha uma veia forte para a violência e por isso sempre ficou com o trabalho braçal de comandar os soldados com seus punhos e comandos de aço. Seu irmão, Itachi seguiu pelo mesmo caminho depois de voltar da guerra, sendo capaz de cultivar respeito e camaradagem entre os soldados da organização.
E apesar de seu treinamento, Sasuke tinha consciência de não ser um homem de camaradagem. Seus soldados o respeitava por quem era e por ser justo, mas não por ser amigo, o que também não gostaria. Sua cabeça era boa para negócios e lidar com números e papelada, então por isso guiou-se para os negócios tanto de família, como a empresa de armamento Uchiha, quanto da organização.
E gostava de absolutamente tudo em seu trabalho.
Uma batida na porta fez com que afasta-se o celular de seu ouvido.
- Entre – murmurou ajeitando-se no travesseiros às suas costas.
- Senhor Uchiha – cumprimentou respeitosamente um de seus empregados – Senhorita Haruno está aqui.
- Sakura? – indagou lambendo os lábios.
- Sim, senhor.
- A faça subir e não deixe com que ninguém nos interrompa – comandou.
- Perfeitamente, senhor – concordou o empregado fechando a porta suavemente.
Movendo-se devagar tentou colocar-se numa postura mais altiva sentado onde estava na cama, não queria que a rosada pensasse que não poderia lidar com alguns ferimentos, mesmo que esses doessem como um inferno. Queimaduras sempre pareciam doer mais do que outros ferimentos.
Suspirando observou ansioso a porta de seu quarto. Podia negar a ansiedade e satisfação por Sakura o visita-lo. Podia manter uma pose indiferente e tentar enganar a si mesmo de que não sentia nada ou que não devia estar tão ansioso, afinal a rosada nunca lhe deu espaço para algo mais do que alguns toques sutis.
Porém, não era um homem que fugia, nem mesmo dos seus sentimentos que lhe batiam no peito quase o deixando sem fôlego todas as vezes em que pensava em Sakura. Então, mesmo que estivesse frustrado por estar de repouso e longe das atividades que precisavam de sua atenção, um sorriso crescia em seus lábios ao pensar na rosada preocupada com ele, cuidando dele, assim como antes fez quando estava cansado e ela lhe afagou seus cabelos.
Havia sido o cochilo mais gratificante em sua vida.
A batida na porta veio suavemente e logo Sakura abriu a porta e o encarou. Sasuke não conteve seus olhos escuros de dançar sobre a figura cada vez mais curvilínea da rosada. Era um deleite contemplar o crescimento dela de todas as formas, seja física, que não podia desviar os olhos, ou mental e sentimental, onde era possível ver que Sakura se desenvolvia plenamente e tornava-se a mulher que todos sabiam que tinha potencial para se tornar. Forte, inteligente e complementa linda.
Tentando conter a necessidade que corria furiosamente pelo seu copo, e disciplinando seu corpo para não ter ereção completa e se fazer de pervertido e colocar medo na rosada, sorriu minimamente. Não era dado a sorrisos, não achava muitas coisas engraçadas em sua vida e sorrir para Sakura significava que estava confortável o suficiente.
- Entre – pediu por fim.
O caminhar dela era hesitante, mas seus olhos mostravam tudo o que ele precisava. Sakura não tinha medo dele, havia receio, um que ele não entendia bem, mas não era medo, e com isso ele podia trabalhar. Sasuke tinha certeza de que podia apagar qualquer receio que houvesse.
- Você disse que voltaria – murmurou ela em pé no meio do quarto.
- E eu voltei – respondeu simples.
- Mas está machucado – repreendeu ela suavemente, o que apenas o fez sorrir.
- Está preocupada comigo?
- Sim.
A reposta rápida o fez mole e a porra de seu corpo respondeu com força, a veia primitiva em seu corpo exigindo que a puxasse para seus braços e mostrasse o quanto gostava da atenção dela.
- Não fique em pé ai. Venha aqui – comandou facilmente batendo na cama.
Sakura o encarou por mais alguns segundos antes de caminhar até estar ao seu lado da cama. Sasuke afastou um pouco as pernas e apontou para a cama. A queria perto. Onde pudesse deslizar seus dedos, mesmo que por poucos segundos, na pele suave dela.
Os olhos verdes pareciam cansados e tristes e então sentiu-se culpado por gostar de tê-la preocupada consigo.
- Estou bem, são queimaduras apenas – murmurou mirando-a e tentando tranquilizar.
A cama mexeu-se ao tê-la sentando ao lado de suas coxas cobertas pelo lençol. O perfume suave dela, que sabia ser apenas dos produtos de banho, pois ela o segredou uma vez que não gostava muito de perfumes. Eram fortes demais para ela. Mas tanto faz, ele gostaria mesmo que ela tentasse se afogar em Chanel nº5.
- Não doem? – perguntou ela – Queimaduras doem. Eu sei.
- Como você sabe? Já se queimou? – perguntou de repente temoroso.
- Karin gostava de cigarros – deu de ombros ela desviando o olhar.
Sasuke sentiu raiva explodir em seu peito, mas segurou o rosnado de raiva e a chuva de palavrões. Com dedos ansiosos alcançou o delicado pulso dela e apertou na tentativa de conforto, mas sinceramente não sabia se dela ou dele.
- Fico feliz que esteja bem – disse ela voltando seus olhos para o contato em seu pulso.
Mirando o rosto atento dela, Sasuke soube que ela não entraria mais no assunto de Karin, então prendendo a respiração, apertou ainda mais seu toque sobre a pele pálida. Seus dedos acariciando a pele macia. Sakura entreabriu os lábios, mas não reclamou do contato.
- Gosta quando toco você? – não resistiu em perguntar.
- Sim – Sakura levantou o olhar para ele corando, mas tinha a voz firme – Me faz quente.
Sasuke fechou os olhos e gemeu audivelmente.
- Não pode me dizer coisas assim – ciciou parecendo torturado.
- Por que não?
- Porque me faz quente – retrucou voltando a olhar para ela – Você está pronta para conversar sobre isso? Sobre nós?
- Existe um nós? – Sakura ergueu a sobrancelha.
- Pequena selvagem – disse ele intenso, completamente focado nela – Existe um nós. Você não consegue perceber?
- Sim, eu percebo – suspirou erguendo-se da cama e virando de costas para ele.
Sasuke franziu o cenho com a atitude da rosada. Num segundo tímida e corada, e então está se afastando tão pensativa.
- O que houve? – indagou confuso.
- Eu sinto isso entre nós e sempre percebi seus olhares. Mas o que significa de verdade? – Sakura se virou para o encarar.
- Eu não entendo....
- Não vou me casar com você – foi direta Sakura cruzando os braços – Não serei forçada. Não por você, não por Kizashi ou qualquer outro.
Silêncio caiu entre eles pesado. Sasuke rangeu os dentes contrariado. Ele prometeu a si mesmo que daria espaço, mas ele também prometeu a si mesmo que a teria. Esse confronto não esperava tão cedo.
- Por que apenas não exploramos as coisas por enquanto? – disse por fim.
- Explorar? – Sakura mordeu o lábio indecisa.
- Sim. Como fizemos ao dançar – sorriu ele levemente, recostando-se tranquilo na cabeceira da cama – Um passo de cada vez.
- E o que vamos explorar?
- Você decide – deu de ombros ele – Vamos explorar isso que a entre nós. Essa tensão.
- Vamos fazer sexo? – engoliu em seco Sakura – Não sei...
- Como eu disse vamos explorar. Um passo de cada vez, não temos pressa. O que me diz?
Sakura o encarou por longos segundos e então desviou o olhar para a porta, e por um momento Sasuke pensou que ela fugiria com medo, dominada pelo receio. Arriscou-se em oferecer para explorar as coisas entres eles, podia dar errado e apenas jogar todo o trabalho de aproximação que fez nos últimos meses no lixo.
- Você pode me ensinar coisas? – aproximou-se ela novamente da cama, seus olhos verdes brilhantes em curiosidade.
- Como o que?
- Lutar e atirar – apressou-se Sakura voltando a se sentar ao lado dele – O momento está difícil. E Mebuki e Kizashi estão quase enlouquecendo sobre a minha segurança, acho que acham que os russos podem voltar para mim.
- E o que você acha? – buscou surpreso tanto pelo pedido quanto por ela estar tão informada sobre o que estava acontecendo – E como soube de tudo isso?
- Tudo isso o que? Não falei nada demais. Não precisa um gênio para ver que eles tem medo – Sakura bufou ficando na defensiva e logo se desfez do questionamento dele – O que me diz? Pode me ensinar?
Sasuke a observou atentamente e percebeu o quanto a rosada estava falando sério. E Sakura estava falando completamente sério.
- Quando disse explorar, não era exatamente isso...
- Eu sei o que quis dizer, mas é isso o que quero primeiro – Sakura o cortou se impondo.
Sasuke então sorriu divertido.
- Está negociando comigo? – perguntou achando engraçado e impressionante – Você veio já com isso em mente, não é?
Sakura corou o que apenas confirmou seu pensamento.
- Eu estou preocupada – ela respondeu sincera – Mas também sei que você é o único que pode me ajudar. Kizashi não vai permitir um soldado me ajudar e Dan está longe. Eu apenas...
- Viu a oportunidade e pegou. Sabe que eu quero você e aqui está – finalizou o Uchiha ainda sorrindo.
Devia estar ofendido, mas apenas estava admirado. E então correndo com as consequência de ajudar a rosada no pedido dela e avaliando a proposta, que sabia que iria aceitar, porque novamente, ele a teria da forma que podia, Sasuke assentiu por fim, fazendo com que Sakura sorrisse feliz.
- Porém, enquanto te ajudo vamos explorar da minha forma também – começou e vendo estremecer, rapidamente continuou – Não precisa ter medo, Sakura. Não vou machucar ou pressionar demais. Mas quero também que você tente de verdade e quando for de mais me diga.
Sakura respirou fundo e em seus olhos verdes ele viu a hesitação, por um momento quase desistindo e a mandando para casa, porém ela assentiu por fim.
- Vou tentar e te dizer quando for demais – concordou soando certa do que fazia – Mas tem que me ensinar a sério e não apenas me enrolar.
- Ah, pequena selvagem – riu divertido Sasuke a olhando intensamente – Você verá do que sou feito afinal. Mas não fuja correndo, eu vou te pegar no final.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.