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História Colecionadora de Almas - A transformação do lírio


Escrita por: Yuro_

Notas do Autor


Yoo, esse é o último cap sobre o passado da Lucy, vei eu to com tanta vontade de postar logo o próximo cap, pq to louca para ver a reação de vcs, vai ser um monte de ameaça de morte u.u bem, chega de falar do próximo cap, vou deixar vcs aproveitarem esse ^^

Capítulo 12 - A transformação do lírio


Lucy on:

Olhei de relance para Natsu, ele parecia estar em choque... eu realmente não gostaria que ele visse isso... Ele vai me temer a partir de agora, é inevitável...

Voltei minha atenção para aquela "eu" que estava perdendo sua pureza.

-Você...- Ela aponta para a criatura assassina, o movimento fora tão vazio que mais parecerá uma marionete.- Como ousa...? Como ousa matar meu irmão?!- Ela dá um passo em direção a ele. Um sorriso insano tinha brotado de seus lábios.- Por isso, irei quebrar todos os seus ossos.- Ela ergue uma mão na direção dele, ele começa a gritar de dor enquanto um barulho de quebra é ouvido várias vezes.- Sim, sim! Que som maravilhoso!- Seus olhos brilhavam em êxtase. A criatura ofegava de dor no chão. Aquela Lucy se aproximou lentamente.- Por matar minha mãe, irei te mutilar.- Minhas mãos se erguem para o alto e a criatura flutua acima de mim. -Que chova sangue negro!- Fecho as mãos em punho e os braços e pernas da criatura são arrancados com brutalidade. Um grito de dor inumano corta a noite.

E uma chuva de sangue negro caí sobre a garotinha que havia perdido sua inocência.

-Por matar todos aqueles eu amava, queime no fogo do inferno!- Ela aperta ainda mais as mãos em punho. Eu sabia que aquilo era o golpe final. Eu estava esmagando o coração corrupto daquela criatura imunda.- MORRA!

Um último grito de angustia corta a noite, depois o tronco sem vida da criatura caí na frente daquela Lucy. O sorriso insano dela murcha e ela olha em volta. Nem percebera que estava num campo de lírios, que haviam se manchado com o sangue negro da criatura. Ela encara o corpo da criatura e se abaixa, pegando um lírio manchado de sangue negro, citando uma frase que virá num livro da avó:

-"Mas estou tão imerso em sangue, que este pecado causará um novo pecado." (Ricardo III, ato 4, cena 2)

Ela respira fundo e aperta a flor, a destruindo, encarando as pétalas que caíam suavemente no chão ela fala:

-Desculpe, avó. Eu não pude cumprir nossa promessa. Fui despida de minha pureza.- Ela se levanta e carrega o corpo da mãe nas costas, não ligando para o sangue que manchou suas roupas.

Enquanto a noite continuava a garota continuou a recolher os corpos, e num monte que tinha uma bela vista do nascer e pôr do sol, ela enterrou todos. Depois de colocar um lírio em cada lápide, ela desce o monte indo em direção ao penhasco.

Olhando o rio agora calmo, ela se ajoelhou na margem do penhasco, depois repousou uma pedra, onde escreveu com a foice.

"Aqui descansa Adam Herthifila, irmão amado e amigo fiel até o fim."

Lágrimas silenciosas rasgaram a face da menina enquanto ela observava a lápide. Depois de alguns minutos ela se levanta e murmura:

-Adeus, Adam, mãe, pai, avó... Eu estou indo.

Eu nunca havia saído das proximidades da vila, nunca havia visto além daquele meu mundo limitado. E o que eu vi de nenhuma forma foi agradável. Nos primeiros dois anos eu vivia me escondendo, então me mantive longe da civilização, e do mal que ela carregava. Nos outros, eu já arisquei a ir nas vilas e vi que o mal não existia somente em demônios. Existia em humanos também. Vi o mal nas suas mais diversas formas, nas mais diversas pessoas.

Aquilo se acumulou até o dia que eu decidi que aquele mundo, onde eu havia perdido tudo e estava envolto de trevas que nasciam do coração das pessoas e do meu próprio, era um verdadeiro inferno na terra. Alías, acho que sempre foi assim, não existe inferno ou céu depois da morte, ou talvez exista, quem sou eu para falar? Mas o fato é que dependendo do caminho que uma pessoa escolha trilhar sua própria vida pode ser seu inferno ou céu.

Eu estou imersa nas mais profundas trevas e presa pelas correntes da minha própria loucura. Não há salvação para mim além de um misericordioso desaparecer. Presa a essa esperança suicida eu venho vivendo, caçando e matando pecadores.

Repentinamente, quando eu achava que havia acabado as lembranças, da névoa uma figura surge, cerro os olhos, forçando a visão. Perco o fôlego quando vejo aquilo.

A minha frente olhos selvagens castanhos me encaravam como se eu fosse sua presa. A névoa revelou completamente a figura. Era eu.

Não podia suportar aquele olhar. Não fazia idéia de como eu ficava quando a loucura e selvageria me dominavam. E pela vez desde daquela noite, eu senti medo. Senti uma respiração no meu pescoço e senti um senti meu sangue gelar. Aquela presença, aquele cheiro... Handarou! Senti sua mão fria acariciar meu rosto.

-Você se tornou exatamente o que eu desejava que sua avó se tornasse... Embora ela quisesse que você seguisse os passos dela, você não fez isso... Estou muito orgulhoso pelo o que você se tornou, Lucy. Muito orgulhoso...- Ouvi a risada cheio de escárnio dele e senti uma lágrima de puro ódio escorrer por meu rosto.

-Por sua culpa... Por sua culpa vidas inocentes foram perdidas, por sua culpa... eu perdi tudo. Eu... eu... EU NUNCA VOU PERDO-LO!- Me livro dos braços dele e aponto a foice para ele.- Lembre-se disso, Handarou, essa foice que você amaldiçoou, um dia ira será a arma de sua morte, eu juro!

Ele apenas sorri e some junto com a névoa. Estávamos de novo no presente. Depois de ter relembrado tudo e ter encontrado cara e cara Handarou, eu me sentia sobrecarregada e fraca. Deixei meu peso cair sobre meus joelhos enquanto lágrimas escorriam com insistência por meu rosto.

De repente sinto um calor me envolvendo, abro os olhos e vejo que Natsu me abraçava com ternura. Ia empurrá-lo, mas não tinha forças para aquilo. Deixei minha cabeça cair em seu ombro. Apenas daquele vez... eu deixaria ele ver meu lado vulnerável.

*  *  *

Havia pedido para Natsu voltar para junto dos outros e me deixar sozinha por um momento, eu voltaria logo.

Respirei o ar frio noturno enquanto abaixava minha cabeça para as lápides que tomavam quase todo o espaço daquele harmonioso monte. Encarei longamente aquela que pertencia a minha avó, lentamente me ajoelhei e deixei minhas costas eretas, falando solenemente:

-Avó, sinto muito por todos esses anos. Não posso concertar meus erros, mas espero que me perdoe quando eu te vingar matando Handarou. Gostaria de voltar ao caminho certo, mas não posso recuperar minha pureza perdida. Espero que consiga descansar em paz, mesmo sabendo que eu não consegui manter minha promessa.- Me curvo respeitosamente e faço uma oração antes de ir para aquele penhasco.

Me ajoelho e sorrio para a lápide, podendo imaginar Adam sentado na minha frente, seus olhos infantis brilhando enquanto me encarava.

-Na última que vez que vim até aqui, eu não sabia o que dizer, e mesmo agora não sei. Você é mais que meu irmão, Adam. Você é parte de mim. Sem você eu me perdi. Por favor, eu lhe imploro, me guie para o caminho certo dessa vez.- Me curvo e faço uma oração como fiz com minha avó antes me levantar e ir embora, cada passo pesando por conta das memórias que viviam naquele lugar.


Notas Finais


Agora que todo o passado da Lucy foi revelado, eu gostaria de saber a opinião de vcs sobre ele. Sangrento demais? Trágico? Os dois? Bem, é isso, espero vcs no próximo cap ^^


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