História Colored Life - Drink Love

          May on

- O QUE? 

- Seu pai me pediu ontem, não é maravilhoso?!

- Ah claro. - falei meia sem ânimo. Meu pai se levantou e andou até mim. 

- Eu sei filha, não é o que você esperava mas, eu acho que vou ser feliz com ela e a Paty como sua irmã - fiz uma careta - Bom, vamos tentar. 

- Tem certeza que está feliz com ela? 

- Tenho. 

- Então eu estou feliz por você. - sorri e ele me abraçou. 

- Obrigada. - disse perto do meu ouvido. - Bom, aonde você estava?

- Saí com uma amiga. 

- Com uma amiga? - perguntou Paty - Ou amigo?

John me olhava esperando uma resposta. Me irritava o fato de como ela queria semear discórdia entre mim e meu pai. 

- Não, foi com uma amiga.

- Bom! - Cármen interrompeu - Vamos almoçar? 

- Não estou com fome. - respondi - Vou terminar um trabalho. Bom almoço. 

Andei até meu quarto, trancando a porta e fui tomar um banho. Deixei a água cair sobre meu corpo e meu cabelo tentando entender tudo que havia acontecido em apenas uma manhã. 

Meu pai ia se casar. Com uma mulher que eu odeio. Vou ter uma irmã que eu odeio mais ainda. E ainda por cima, eu havia beijado o Luke. 

Minha vida se virava em mil. 

Saì do banheiro e coloquei uma calça de moletom cinza e uma blusa de alcinha preta. Peguei meus óculos e sentei na minha escrivania para fazer o tal trabalho. 

Depois de alguns minutos minha cabeça parava no meu beijo com o Luke. Não parava de pensar em como aquilo aconteceu e por que aconteceu. 

Será que ele queria? Ou fez pra me provocar? Mas a gente não se odiava? E o pior, eu gostei? 

- May? - batiam na porta - May, sou eu, a Amber. 

- Ah. - voltei a realidade e fui abrir a porta para ela. - Oi. 

- Oi! - passou por mim e se jogou na cama. Tornei trancar a porta. - A Paty só vive aqui agora? 

- Aparentemente. - sentei em minha cadeira e a virei para a cama - Como vai você e o Michael? 

- Ele ainda pede pra voltar. 

- E você vai voltar? 

- Sinceramente, eu quero muito mas, tenho medo que aconteça de novo. 

- Se o que eles disseram foi verdade, então o Michael não tem culpa. 

- Mas como eu vou saber a verdade? 

- Talvez não precise saber, só siga seu coração. 

- Uhum. - assentiu olhando para o teto. Voltei ao computador - Ah, você foi na festa ontem? 

- Fui. 

- Sério? Sozinha? 

- Não. Estava com uma amiga que conheci na compania. 

- Quem?

- A Zoe. 

- Sim, sim, você já falou dela. - fez uma pausa - Aconteceu alguma coisa de bom na festa?

- Ah, só coisa de festa. 

- Ta, agora me diz o que realmente aconteceu. 

- Já falei. 

- Não May, se você está falando assim é porque aconteceu alguma coisa, eu te conheço.

- Ta bom, Amber. - me virei para ela - Só tive que levar o Ashton pro quarto.

- E aconteceu alguma coisa entre vocês?!

- Não Amber. 

- Aff, pensei que ia rolar alguma coisa com ele. 

- Com ele não... 

- Com quem então? Ai meu Deus, o Calum? 

- O Luke. 

- O QUE? - Amber se sentou na cama, me olhando incrédula. - Mas... Como?

Lhe contei tudo que havia acontecido desde quando cheguei na festa. 

- E ele me beijou. 

- Você e o Luke. Nossa. Nunca imaginava. Vocês não se odiavam?

- Ainda odeio ele. Não mudou nada entre nos. Muito pelo contrário! Só o odeio mais! Ele deve ter feito aquilo só pra me provocar. 

- Calma May. Já ouviu falar que quem odeia demais, ama?

- Minha mãe me falou isso uma vez. 

- Então, vai que é o caso de vocês? 

- Não Amber, não mesmo, me recuso a isso. Não há e não vai ter nada entre mim e o Luke!

- Se você diz...

- Quer saber, cansei desse assunto. Vamos sair?

- Sair pra onde?

- Vamos num McDonald aqui perto. 

- Hum. Pode ser. 

(...)

Depois que lanchamos, andamos por aí e voltamos para casa. Meu pai havia avisado que iria dormir na casa da Cármen, então passamos na casa da Amber e buscamos suas coisa pra dormir comigo. 

Passamos em uma lojinha também e compramos salgadinhos, duas caixas de pizzas e refrigerantes. 

Já pelas 21h da noite a sala já estava uma bagunça. Ouvíamos música alta enquanto dancavamós e espalhavamos salgadinho por todos os lados. 

- MAAAYYYYY!! - gritou Amber da cozinha - Olha o que eu achei!

Ela apareceu com duas garrafas de cerveja, uma em cada mão. 

- Não sabia que você bebia. - responde sorrindo. 

- E não bebo, mas pra tudo tem uma primeira vez!

- Você vai ficar bêbada só com essas duas aí. 

- É o que vamos ver!

 

          Luke on

- Gente, - chamou o Ashton descendo as escadas - a May me ligou e ela não parece estar muito bem. 

- Como assim? - perguntei fazendo todos me olharem estranhando. 

- Ela parece um pouco bêbada. A Amber parece estar com ela. E ela falou de você Luke. 

Arregalei os olhos. Como?

- Mas se ela está com a Amber deve estar tudo bem. - falou Michael. 

- O problema é que a Amber também parece estar bêbada. 

- A Amber? 

- Vocês vem ou não? - Michael concordou fazendo com que Ashton me olhasse esperando a resposta. 

- Sim, vou sim. 

Levantei do sofá e andamos até o carro. Ashton dirigiu até a casa da May. Assim que saí do carro uma música estrondava para fora. Uma mulher, aparentemente a vizinha veio em nossa direção. 

- Como fazem barulho a essa hora? Estou tentando dormir! - falou a mulher - Deve ser a filha do John, já que vejo que seu carro não está aí. 

- Tudo bem senhora, - começou Ashton - iremos falar com elas. Pode ficar tranquila. 

- Muito obrigada. - agradeceu e andou de volta até sua casa. 

Nos entre olhamos e preparamos para o que iriamos encontrar. Andamos até a porta e Michael tocou a campanhia. Achei difícil alguém atender mas logo May a abriu. 

- Unicórnio!! - gritou ela. 

May usava apenas um casaco de moletom grande que cobria até a metade de suas coxas e meias nos pés. Seus cabelos estavam presos em um coque super bagunçado com mexas caindo em seus olhos. 

Tinha que admitir, ela era muito bonita, algo nela mexia comigo e suas pernas de fora não ajudavam muito. 

- Olá May - disse Michael sem graça. 

- Ash!! - gritou e se jogou nos braços dele. - Luke!! Luke? 

- Oi May. - respondi. 

- O que você faz aqui?

- Vamos entrar?

- Não... - ela tentava se equilibrar em minha frente mas não parecia conseguir muito. Michael já corria para socorrer Amber. 

- Vem. - a empurrei de vagar para dentro da casa, segurando em seus braços até ela desequilibrar e cair em meus braços. 

- Ops. - sorriu boba. 

- May, aonde está seu pai?

- Acho que ta dormindo com a madrasta. Ou fingindo que ta dormindo né - sorriu debochado da sua própria piada.

- A vizinha pediu para que abaixasse o som...

- Ah ela me odeia! 

- Ash, abaixa o som? - falei e ele fez o pedido. 

- Mas por que?!

- Você está bêbada.

- EEUUUU? - falou se desprendendo dos meus braços, cambaleou até a mesinha e pegou sua garrafa, virando o líquido garganta a baixo. - Sabe Luke, por que você me beijou?

- Não interessa agora. - tentei pega-la mas ela tentava se desprender sem muita força. 

- Claro que interessa! - passou seus braços pelo meu pescoço e uma de suas mãos mexia em minha bochecha - Foi pra me provocar? 

- Quando você estiver sóbria a gente conversa. 

- Beija de novo Luke! - Amber exclamou deitada no colo do Michael. 

May sorriu pra mim. Um sorriso sapeca, um sorriso que era dela mas não era porque ali não era bem ela de verdade. 

Mas sem pedir ou avisar ela me largou um selinho. Sua boca gélida por causa da bebida fez a minha ficar com aquele gostinho. Um frio rápido passou pela minha barriga. 

Meio sem saber o que fazer me virei para o Ashton. 

- O que a gente faz?

- Talvez se darmos um banho nela, ela acalme e durma. 

- Mas como eu vou dar um banho nela?

- Dar banho em quem? - perguntou ela. 

- Joga ela embaixo do chuveiro. 

- Como vou trocar ela depois?

- Ah não sei!

Bufei e resolvi pega-la no colo e a levei para seu quarto. A coloquei no chão quando já estávamos no box. Abri o chuveiro e deixei a água cair por seu corpo.

Foi aí que percebi que ela usava uma blusa por baixo. Tirei o moletom e tentei prender seu cabelo novamente. Não foi bem o que ela consegue fazer mas deu pro gasto. 

Tentava não olhar para a calcinha que ela usava, mas era quase impossível. Pra minha sorte, May não falava mais nada mas ria que nem uma criança boba, mexia em meu cabelo, meu nariz e até mesmo no meu piercing me distraindo. 

Depois de um tempo a tirei dali e a enrolei na toalha. Ao traze-la ao quarto entrei em uma dúvida cruel: como iria troca-la?

- Espera lá fora. - disse ela.

- O que?

- Vou me trocar, bobinho! 

E sorriu. Assenti e saí. 

- Quando acabar me chama! - avisei. Depois de segundos ela se pronunciou. Entrei e me deparei com ela apenas de calcinha e sutiã. - May... 

- To com sono... - disse manhosa. Respirei fundo e procurei uma blusa que ela pudesse usar. Achei uma de ausas finas e vesti nela. 

- Vem. - a puxei lentamente e a coloquei na cama, a enrolei. Andei até a porta e desliguei a luz.

- Luke? 

- Oi May. 

- Dorme aqui comigo?

- Mas... 

- Por favorzinho! - pediu. 

Não sei mais o que sentia ou o que se passou na minha cabeça naquela hora mas, andei até o lado da sua cama. Tirei os tênis e a camisa e deitei ao seu lado. 

Antes que ela pudesse puxar meu braço e o fazer abraça-la, mandei uma mensagem para o Ashton dizendo que a May havia pedido para dormir com ela. 

- Boa noite loirinho. - foi a última coisa que ela disse antes de dormir.