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História Colorida - Capítulo Único: You look great in red


Escrita por: Temperana

Notas do Autor


*_*Como Treinar o Seu Dragão não pertence a mim e sim à DreamWorks quanto aos filmes e à Cressida Cowell quanto aos livros.
*_*Plágio é crime, caso não queira ser preso, nem pense em plagiar essa ou qualquer outra fanfic.
*_*Mais uma one hiccstrid para os meus Docinhos Azuis.
*_* ONE ATUALIZADA EM 20/04/2020.
*_*Sejam Bem vindos!
Olá Docinhos Azuis!
Chegando com mais uma one e como eu expliquei na página, é minha teoria para uma foto que está circulando no instagram. Por que a camisa vermelha de Soluço em RTTE? Por que a camisa vermelha de Astrid em HTTYD2? Minha teoria é essa, sejam bem vindos e até as notas finais!

Capítulo 1 - Capítulo Único: You look great in red


 

Capítulo único: You look great in red (Você fica bem de vermelho)

 

Quando tínhamos 17 anos, os vikings da tribo Hooligan inventara mais uma competição idiota. Não que bem, todas as invenções vikings não relacionadas a guerra já não fossem geralmente idiotas, mas aquela já era demais.

Já fazia um tempo que não nos envolvíamos em conflitos e essa situação deixava os habitantes de Berk um tanto impacientes. Então Stoico e os líderes dos clãs decidiriam que seria uma ótima ideia fazer alguns jogos para que saíssemos da inércia.

A competição consistia em descobrir quem era o melhor clã de Berk, em outras palavras, qual era o mais forte de todos. Nós já tínhamos algo semelhante, o Festival do Degelo, então é certo dizer que copiaram a ideia geral dele, mas a diferença era que todos da família competiam dessa vez.

Stoico adorou a ideia e logo organizou tudo para que ela se tornasse possível. Melequento que adorava uma boa briga também amou a ideia e como os gêmeos eram fãs de uma destruição logo tomaram partido também.

Perna de Peixe não estava tão animado como o resto e não sabia de que lado ficar. Ele se manteve neutro, como Soluço e eu, até que fomos obrigados a participar dos Jogos. De qualquer forma, ele estava mais animado e era visível que a experiência se tornando Thor Esmaga Ossos havia lhe dado certa confiança.

Eu e Soluço ficamos mais afastados da euforia dos vikings. Já havíamos passado por muitas guerras em pouco tempo e aquele tempo de paz estava bom para gente. O tempo no Domínio estava nos deixando marcas e já bastava o Festival do Degelo para nos desanimar totalmente. Já bastava ter que visitar Berk nos festivais e agora teria mais aquela competição.

Aos poucos fui percebendo que ganhar aqueles jogos era muito importante para os clãs. Os vikings estão sempre tentando mostrar que são mais fortes, isso era uma tradição nossa.

No fim, a alegria de competir começou a contagiar a todos e as diretrizes foram feitas e os jogos marcados. Seriam coisas simples, corrida de dragões, escalar montanhas, achar coisas perdidas na floresta, enfim, coisas de viking. Além da luta de espadas, é claro, o ponto alto da competição.

Soluço e eu sempre competíamos juntos nas corridas, então era estranho quando estávamos um contra o outro. Desde que elas foram criadas, competíamos em times e só a partir daqueles jogos que as regras mudariam. Então estávamos bem confusos com a dinâmica.

Logo chegou a semana dos jogos e estávamos na entrada da arena, esperando para anunciarem a corrida de dragões. Como Soluço e Stoico eram os únicos do clã Haddock, eles revezavam nas competições e Soluço participaria da corrida e da luta de espadas.

Virei-me para ele, que parecia calmo com tudo aquilo. Se eu tivesse um Fúria da Noite, estaria calma também.

— Isso tudo é tão estranho — ele encarou meus olhos quando comecei a falar. — Começando com o fato que estou correndo contra você.

— Com medo de perder, senhorita Hofferson? — minha expressão deve ter sido engraçada, porque ele riu. — Brincadeira, milady, eu sei como se sente. Foram muitas corridas juntos e agora estamos um contra o outro. Sem falar que toda essa competição não faz sentido, estamos tão bem e em paz. Mas vikings são assim mesmo, eu acho.

— Bom, considerando que somos vikings, não vamos discordar.

E um dos momentos mais esperados da competição. A corrida de dragões, escutamos o locutor anunciar.

— Boa sorte, senhorita Hofferson — ele me desejou.

— Boa sorte, senhor Haddock. Vai precisar — eu disse com um sorriso desafiador.

— E essa é Astrid Hofferson — ele disse, provocando a minha risada enquanto entrávamos na arena.

Os dragões já estavam lá e logo montamos depois de sermos anunciados um a um. Cada um tinha uma cor na competição. Como não estava competindo com Soluço, não iria usar vermelho, como sempre. Usei uma combinação de azul e laranja, baseadas em Tempestade. Soluço continuou com a cor vermelha.

— Já te disse que você fica bem de vermelho? — eu lhe perguntei.

Ele encarou meus olhos, rindo.

— Eu acho que não — ele disse. — Mas que o Banguela fica bem de vermelho você já disse sim.

Eu ri e escutamos a contagem para o início da corrida. Encarei a saída da arena com os olhos cerrados. E quando começo a correr, sinto a mesma sensação de toda vez que começo a voar. A de liberdade.

E nenhuma competição poderia tirar aquela alegria do meu coração.

 

**

 

— Foi por pouco que eu não ganhei — eu tentava convencer Soluço, enquanto saímos da arena após o fim das competições do dia. — Estávamos bem perto nos pontos, você deu sorte de pegar a ovelha negra — ele riu.

— Está bem, você estava bem perto de vencer — ele disse com as mãos levantadas. — Mas não venceu.

Ele riu e eu dei um leve tapa nele, rindo também. Já estava escurecendo e fomos caminhando para o porto. Ele sabia que eu gostava de ver o pôr do sol de Berk lá, afinal, era indescritivelmente único. Ainda mais quando estava com Soluço.

— Nem tudo está perdido para os Hoffersons — ele disse. — Ainda tem a luta de espadas que rende bons pontos, quem vai competir no seu clã?

— Meu pai — eu disse. — Não me dou bem com espadas.

— Certo, você se dá bem com machados — eu assenti, sorrindo. — Seu pai ainda pode vencer e ganhar os Jogos para o clã Hofferson.

— Pode ser que sim. Mas então, você vai competir pelo seu clã, como se sente?

— Considerando que estamos quase empatados e que vencer nos daria uma grande vantagem e precisamos dela, eu me sinto bem — ele disse, fazendo uma pausa para encarar meus olhos. — Bem nervoso, isso sim.

— Bom, lembra que eu te disse que vermelho é a sua cor? — ele assentiu. — Use algo vermelho, tenho certeza que vai te dar sorte.

— Você está ajudando outro clã a vencer, Astrid Hofferson? — ele perguntou, confuso.

— Não, é claro que não. Estou ajudando os Jorgensons a perderem — ele riu alto e eu o acompanhei. — Papai não tem tanta destreza e de qualquer forma, não estamos obcecados. Já os Jorgensons, não preciso nem dizer. E no fim eu estou ajudando o meu melhor amigo a superar o medo de lutas com espadas.

Ele sorriu ternamente em minha direção. Senti seu braço abraçar minha cintura e encostei minha cabeça em seu ombro. Soluço soltou um longo suspiro enquanto assistíamos vermelho, rosa e amarelo se misturarem no céu.

Eu sorri. Deveria ter percebido ali o quanto eu o amava. Mas infelizmente eu ainda era boba demais para perceber os desígnios do amor.

 

**

 

— Eu adorei sua camisa.

Minha voz ecoou no local quando me dirigi a Soluço. Ele estava prestes a entrar na arena para a luta de espadas e me dirigiu um sorriso ao me ver. Sorri de volta.

— Cadê sua armadura? Não me diga que está com o espírito viking hoje — eu questionei.

Ele riu e negou com a cabeça. Ele estava com uma camisa vermelha, como eu havia sugerido que ele usasse. Pelo menos ele havia aceitado meu conselho e isso aqueceu meu coração.

— Vou colocá-la, não quero morrer hoje — ele disse. — Mas minha luta ainda vai demorar um pouco para começar, precisamos saber com quem vou lutar, seu pai ou o Gosmento. Está tendo uma luta para quem lutará com o vencedor da luta de seu pai e ele pelo terceiro lugar agora.

Assenti com a cabeça e escutei os sons de batalha dento da arena. Já havia assistido Soluço o dia inteiro, massacrando seus oponentes e, finalmente, chegando a final. Eu respirei fundo e encarei seus olhos.

— Eu só vim te desejar boa sorte — eu disse. — E pedir para você tomar cuidado lá dentro, sabe, Gosmento não é piedoso.

— Não sabemos se será ele e, de qualquer forma, não precisa se preocupar, Astrid. Vai dar tudo certo, o máximo que pode acontecer é eu perder outro membro e que Thor ajude e não seja a outra perna.

— Idiota — eu disse para ele, provocando a sua risada.

Clã Hofferson e clã Jorgenson.

— A luta do teu pai é agora e a minha é a próxima. Não vai querer assistir ao seu clã? — ele me perguntou.

— Claro, eu vou subir para assistir. Eu só — encarei seus olhos —não sei.

— Vai ficar tudo bem — ele disse com uma voz calma.

Assenti com a cabeça e me virei para ir embora. Eu sabia que o pai do Melequento não iria matar Soluço lá dentro se ele vencesse. Não quando ele era o filho do chefe. Mas eu estava sentindo um medo imenso. Não podia perder ele.

Escutei o barulho de Soluço colocando sua armadura. Virei-me para olhá-lo quando anunciaram que meu pai havia perdido, o que denunciava que eu havia ficado muito tempo indecisa e para ali.

Sem me dar ao luxo de desistir, corri na direção de Soluço e o abracei forte. Ele correspondeu e senti seu coração bater forte contra o seu peito. Ele estava muito nervoso.

— Boa sorte, espinha de peixe — ele riu levemente e eu beijei a sua bochecha.

— Obrigado, Astrid.

Ele segurou minha mão e iria falar alguma coisa, mas anunciaram a sua luta.

— Vai lá, você tem que vencer uma luta — eu disse.

Ele sorriu, apertando minhas mãos uma última vez antes de se virar e respirar fundo, se preparando para entrar. Eu me virei para sair dali e subi para acompanhar a sua luta. Meu coração estava acelerado quando sentei ao lado da minha mãe.

E mais do que nunca eu queria que o clã Jorgenson perdesse. Stoico iria narrar a luta, então eu previa que ele tomaria partido de Soluço. Sorri e me aproximei da grade, avistando Banguela ao longe observando tudo atentamente.

— Soluço Haddock e Gosmento Jorgenson, a última luta da manhã — escutei Stoico anunciar.

Avisei a minha mãe que iria até os dragões e corri para o outro lado da arquibancada. Fiquei ao lado de Banguela durante a luta, vendo o nervosismo de seu dragão. Eu observava Soluço desviar dos golpes profissionais do pai de Melequento e a multidão em um completo silêncio, assistindo a tudo.

— Vai, Soluço, você consegue — eu murmurei, fazendo com que Banguela me encarasse preocupado. — Vai ficar tudo bem, Banguela, não se preocupe, nosso amigo é forte — eu lhe disse.

Soluço baixou a sua guarda por um instante e vi que ele havia sido atingido no braço direito. Meu coração apertou. Como ele era canhoto, não teria grandes problemas, muitos diziam que os canhotos eram ótimos espadachins. Mesmo assim eu me preocupava.

Senti a luta ficar mais áspera naquele instante. Ao longe, a voz de Stoico falava sobre Soluço estar em desvantagem. Grudei minhas mãos na grade e impedi meu grito de sair.

Ele retomou a vantagem e defendeu todos os golpes de Gosmento. Soluço começou a atacar implacavelmente. Quando eu vi a espada do líder do clã Jorgenson voar e Soluço apontar a sua para o pescoço dele, senti minha respiração se normalizar.

A multidão enlouqueceu e eu soltei um grito de comemoração. Soluço era o melhor espadachim daquela competição. Sem dúvidas.

 

**

 

— Eu te avisei para tomar cuidado, por que você abriu a guarda?

Eu estava na casa de Soluço ajudando a limpar os seus ferimentos. No dia seguinte as medalhas seriam entregues, mas todos sabiam que o clã Haddock havia ganhado. Stoico estava comemorando no Grande Salão e eu arrastei Soluço para sua casa.

— Eu sei que você falou para eu tomar cuidado com a guarda, mas eu me distraí naquele momento — ele disse. — Eu tinha descoberto um ponto fraco nele e me distraí pensando em como usá-lo.

Suspirei e enfaixei o corte dele no braço direito. Ele segurou minha mão e eu encarei seus olhos.

— Está tudo bem, certo? — ele falou. — Não precisa ficar preocupada.

— Eu não estou preocupada — ele arqueou uma de suas sobrancelhas. — Está bem, eu talvez estivesse um pouco preocupada. Mas eu só achei que você poderia se machucar mais na Arena, eu não sei... — ele me interrompeu.

— Nada iria acontecer, sabe por quê? — eu neguei com a cabeça. — Eu estava usando uma camisa que me dava sorte.

Eu ri e ele colocou a sua camisa vermelha de volta.

— Bom, eu espero que ela realmente só te dê sorte a partir de agora — eu disse.

— Certa Hofferson me disse uma vez que eu ficava bem de vermelho. Acho que eu vou aderir à cor.

Eu ri e ele me acompanhou. Parecia que tudo o que ele falava era parte de um plano. Um plano para fazer com que eu me apaixonasse ainda mais por ele.

E estava tentada a me render a ele.

 

**

 

— O que eu disse para você? Ficar longe dos barcos. E o que você fez? A primeira coisa que você fez foi ir em direção aos barcos.

— Soluço, eu não estou bem agora? Não precisa ficar tão estressado com isso.

— Mas poderia não estar, por que você tem que ser tão teimosa?

Coloquei minhas mãos em minha cintura e encarei seus olhos. Ele cruzou os braços e eu dei um longo suspiro.

Fazia quase um ano desde as competições em Berk. Já tínhamos nossos 19 anos e estávamos no meio de uma guerra contra caçadores de dragões, liderados por Viggo que era uma pessoa extremamente arrogante, cruel e irritante. Nossos nervos estavam a flor da pele.

Na última batalha que havíamos enfrentado, eu tinha ido em direção ao barco para observar mais de perto e os caçadores jogaram uma pedra da catapulta. Eu me desiquilibrei de Tempestade quando desviamos e acabei caindo dela.

Soluço foi atrás de mim em uma velocidade absurda e me pegou antes que chegasse a água. Logo montei em Tempestade de volta e ele me encarou com uma expressão que me dizia que eu teria problemas mais tarde. E era exatamente o que eu estava tendo.

— Olha, eu pensei que olhando mais de perto iria conseguir mais informações, mas eu acabei me aproximando demais e minha manobra furtiva foi mal feita no calor do momento. Mas Tempestade teria conseguido me pegar a tempo e você não precisava ter se preocupado.

— Não precisava ter me preocupado? Não precisava? — ele soltou um riso irônico. — É claro que eu precisava ter me preocupado, não poderia deixar alguma coisa acontecer com você lá.

— Eu consigo me defender, Soluço, sabe muito bem disso. Não preciso de ninguém tentando me proteger.

— Ótimo, desculpa ter te salvado então.

Observei-o adentrando a Floresta do Domínio, e encarei incrédula enquanto ele caminhava com passos duros sem olhar para trás.

— Astrid — eu escutei a voz de Heather atrás de mim.

— Agora não, Heather. Ele vai ter que me escutar agora — eu disse.

Os cavaleiros encaram minha expressão de raiva. Eles já a conheciam o bastante e sabiam que o Soluço estava completamente perdido. Segui o mesmo caminho que ele havia tomado e ninguém foi atrás de mim.

Nenhuma pessoa gostaria de ficar entre Astrid Hofferson e o seu alvo.

Avistei Soluço ao longe com Banguela, encarando o pôr do sol. Ele estava próximo ao penhasco do outro lado da Floresta do Domínio. Diminui os passos e tentei escutar o que ele estava falando.

— Ela não entende que eu me preocupo com ela mais do que qualquer coisa no meio dessa guerra toda, Banguela — ele disse. — E que eu estaria disposto a trocar minha vida pela dela sem pensar duas vezes. Eu sei que ela é forte para se defender, mas só de pensar em ver algo acontecer com ela, meu coração, eu nem sei como ele agiria.

Senti meu coração acelerado. O que Soluço estava dizendo?

Desde que havíamos entrado na jornada do Olho do Dragão, eu sabia que os meus sentimentos por Soluço haviam se intensificado. Já havíamos passado por vários momentos que eu pensei que perderia ele para sempre e tudo aquilo me deixava receosa em determinados momentos das nossas lutas.

Eu não sabia dizer antes o quanto amava Soluço. Durante um bom tempo achei que era um amor de amigos e depois de muitas lutas e, principalmente, daquela luta dele nos Jogos de Berk, eu percebi que aquilo não era uma simples amizade.

O que eu sentia por ele era muito mais do que isso.

Guardei para mim o fato de estar apaixonada por Soluço. Talvez apenas Heather soubesse, mesmo que eu nunca tivesse dito nada para confirmar as suas suspeitas. A nossa amizade era muito sincera e muito forte. Quebrá-la seria algo destruidor para o meu coração.

Respirei fundo e comecei a agir como se não tivesse acontecido nada.

— Até que enfim te achei, Soluço — eu andei rapidamente em sua direção, como se tivesse chegado naquele instante.

— Astrid? — ele me chamou, soltando um longo suspiro. — Olha, eu quero te pedir desculpas pela discussão de mais cedo, eu só estava...

— Preocupado — eu o interrompi. — Eu sei disso, Soluço. Olha, não é só você que se preocupa comigo. Eu também me preocupo com você, quando inventa esses planos malucos e enfrenta Viggo e quem mais for sozinho. Eu fico preocupada que alguma coisa ruim aconteça com você, porque você não faz ideia do quanto é importante para mim.

Soluço entrelaçou minha mão na sua e me puxou para um abraço. Fiquei na ponta dos pés para deitar minha cabeça em seu ombro e ele acariciou meus cabelos. Dei um longo suspiro.

— Eu sei que se preocupa comigo também, porque sou seu melhor amigo e você é minha melhor amiga. Mas o que eu sinto por você vai além dessa relação de amigos. Eu amo você, mas não como amiga. Eu sou apaixonado por você desde que eu me lembre — ele disse com a voz baixa em meu ouvido.

Tentei conter meu coração acelerado e apenas fechei os meus olhos, incapaz de conter meu sorriso.

— E é difícil ter que falar isso para sua amiga, sabe. Muito difícil — ele concluiu.

— Soluço, eu sei como você se sente — eu encarei seus olhos. — Quando eu percebi que estava apaixonada, eu decidi não falar nada porque pensei que acabaria com a amizade que eu tinha que era boa e resistente a tudo. Eu fiquei com medo de destruir a relação que eu tinha para sempre

Soluço desvia o olhar para o mar e eu sorri. Sabia que sua mente estaria trabalho a toda velocidade.

— Mas eu já percebi que eu não posso ser apenas sua amiga. O meu amor por você é maior do que isso tudo. Ele sempre irá prevalecer — completei.

Soluço encarou meus olhos e deu um sorriso. Um daqueles sorrisos únicos dele, que mostravam o quão sincero era o sentimento que ele sentia. Acariciei levemente o seu rosto e sorri.

— Posso dizer uma coisa, senhorita Hofferson? — ele perguntou próximo a minha boca.

— Pode — eu sussurrei, sentindo sua respiração se misturar a minha.

— Vermelho realmente me dá sorte.

E ele me beijou. Com todo o amor que eu sentia eu correspondi. E se vocês olhassem para aquele lugar, um garoto de vermelho beijava uma menina de azul. E se pudessem detectar apenas sentimentos saberiam o quanto eles se amavam.

 

**

 

Fizemos um trato. Já que escolhemos vermelho para nossa cor, decidimos que eu usaria alguma coisa vermelha sempre, assim como ele. Eu passei a usar uma blusa vermelha e ele pintou todos os detalhes da sua armadura de vermelho. Além de manter a sua cor nas corridas como esta.

A nossa vida passou a ser mais colorida. Muitas pessoas não ligavam para o fato de tudo nosso ser dessa cor. Mas nós sim. Quando Soluço assumiu a liderança de Berk, ele passou a usar um manto vermelho para cima e para baixo. Ninguém sabia por que, mas eu sabia.

Era a prova de que ele me amava.

Ele me chamou para ir com ele a clareira naquele dia e eu estranhei o seu convite. Mas como Soluço era meio louco, aceitei prontamente. Não que eu não fosse mais louca do que ele, é claro. Chegamos à clareira rapidamente a bordo de Banguela, que logo voou para longe.

Encarei Soluço estreitando os olhos. Ele riu, segurando minhas mãos e ficando de frente para mim.

— O que você está planejando, Haddock? — eu perguntei e ele riu. — Se quisesse me sequestrar era melhor ter ficado com Banguela.

— Não quero te sequestrar, embora seja uma boa ideia. Estou apenas passando um tempo com a minha noiva — ele disse.

Arregalei os olhos e não consegui me lembrar como era respirar. O que Soluço estava dizendo? Não éramos noivos, não que eu me lembrasse.

— Soluço — eu comecei a dizer e tentei me organizar. — Que eu me lembre, não sou sua noiva.

— Bom, de fato, ainda não — ele disse com um sorriso travesso.

Eu respirei fundo, encarando seus olhos.

— Antes de toda essa confusão acontecer e eu me tornar líder, falei com meu pai que iria lhe pedir em casamento — ele disse, entrelaçando nossas mãos. — Como você deve imaginar ele quase me sufocou com seu abraço. Ele ficou bem feliz com a notícia e ainda mais quando os Hoffersons aceitaram o casamento — ele suspirou e encarou meus olhos. — Sei que ele está aguardando a sua resposta ansiosamente como eu.

Eu senti uma lágrima escorrer de meus olhos e apertei suas mãos. Sabia como a perda do pai dele era delicada. Mas Soluço apenas sorriu e enxugou minhas lágrimas carinhosamente.

— Astrid você é meu mundo, minha paz, meu amor. Você tornou minha vida mais colorida com o seu sorriso. Você fez de mim a pessoa que eu sou hoje, de certa forma. Eu te amo mais do que qualquer pessoa nesse mundo — vi ele se ajoelhar e me oferecer um anel. — Você quer se casar comigo, milady?

Senti tudo sair do eixo por um instante. Minhas lágrimas caíam descontroladamente e só pude puxar Soluço para um abraço. Ele se aconchegou em meu pescoço e eu respirei fundo, sentindo o seu perfume.

— Desde o dia em que percebi que ninguém poderia tomar o seu lugar em meu coração eu me encontrei nesse mundo. Porque o meu mundo é você — eu disse e encarei seus olhos. — Será uma honra casar com você, Soluço. Eu te amo muito.

Eu o beijei e senti suas mãos em minha cintura. Entrelacei minhas mãos em seu pescoço e logo que nos separamos encostamos nossas testas. Nossas respirações se misturavam.

— Sabe de uma coisa, Astrid — eu encarei os seus olhos.

Neles estavam refletidos os tons de vermelho do pôr do sol de Berk.

— Você também fica muito bem de vermelho.

Quando uma cor poderia significar tanto para nós? Pode ser que seja apenas uma cor para vocês. Apenas vermelho. Mas a nossa história gira em torno dela. E quando alguma coisa importante aconteceu o vermelho estava lá.

Talvez isso seja besteira minha, mas eu fiquei pensando que talvez vermelho seja um símbolo. A nossa cor.

Muito dizem que é a cor da paixão. Bom, talvez ela seja mesmo.


Notas Finais


E aí Docinhos Azuis, gostaram? Comentem o que acharam, eu adorarei ler os reviews de vocês.
Desde já agradeço quem favoritar ou comentar na fanfic. Amo vocês!
Peço que sigam a minha página no Facebook para ficarem ligados no que eu estou fazendo, o link é esse aqui: https://www.facebook.com/TemperanaNyah/?ref=settings
Até a próxima, Docinhos Azuis!
Temp!


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