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História Colors - Inesperado


Escrita por: lycorisrose

Notas do Autor


AAH segundo capítulo! Olha, eu queria agradecer pelos favoritos e comentários, além da receptividade, maior que nas minhas outras fics (que não existem mais no site, sinto muito).
Eu posso estar me exaltando, mas eu simplesmente não consigo me controlar.
Enfim, a história vai começar aqui (de acordo com o que se sabe da Phase 4 + o que eu penso), e vai se seguir em cortes.
Narração do capítulo: terceira pessoa, foco em 2-D

Espero que curtam o capítulo!

Capítulo 2 - Inesperado


 

 

"Diga uma razão, qualquer uma!"  

"Eu não faria isso se fosse você."  

"De novo? Estamos perdidos."  

Imagine ter um trauma. Não um trauma qualquer, mas um que surgiu de modo abrupto e com o tempo apenas cresceu, tornando tudo ao seu redor uma lembrança do que há de pior em seu mundo, perto de levar a loucura tantas vezes que tudo que lhe tocasse ao redor causava tiques nervosos. 

Abusos, temores, fobias, baleias.  

"Diga mais uma razão. Qualquer uma!"  

Para alguns é fácil seguir em frente, pois tudo que ocorre no passado costuma permanecer no passado em sua massiva maioria das vezes. Ás vezes ele se perpetua, mas se resolve logo, dissolvendo-se como a areia no oceano. Um tratamento adequado ou apenas o simples "seguir em frente sem olhar para trás". Simples para qualquer um.  

Porém, para 2-D, ex-vocalista da banda virtual Gorillaz, a razão de seu maior trauma estava naquele exato momento bem na frente dele, retornando novamente, mais uma vez, como ele sempre costumava fazer depois de um período de calmaria em sua vida.  

Na frente da porta escancarada, como seus longos braços abertos e um terrível sorriso pontiagudo escancarado em seu rosto esverdeado, estava a causa de seus pesadelos durante anos seguidos: Murdoc Niccals. 

Ele não havia mudado nada em questão de aparência, pois continuava com aquelas roupas pretas e o famoso crucifixo pendurado no pescoço. Certo, talvez a pele pudesse ter se clareado um pouco, mas ainda era verde. E a heterocromia que tinha em seus olhos não era tão perceptível assim. Poderia ser outra pessoa, então, mas não. Aquela combinação, ainda mais com aquele sorriso que sempre vinha com aquela expectativa positiva que 2-D não queria sequer imaginar qual era.  

De fato, 2-D queria bater tanto naquele nariz até que ele fosse completamente arrancando do rosto daquele velho. Era muita canalhice vir novamente atrás dele depois daquele ataque de loucura. Ele entendia que o velho era perturbado desde que compreendeu as causas de seu acidente anos antes, mas sequestrar, espancar, trancafiar – traficar também, e aterrorizar? Isso era baixo demais até para o pior homem. Ele tinha tragédias na sua vida, mas nada daquilo era necessário. A companhia da baleia nem parecia ruim diante de tudo que ocorreu antes.  

Sim, haviam se passado anos desde o evento de Plastic Beach, e 2-D já tinha algo que poderia ser chamado novamente de "vida" após ter se perdido no meio do oceano e retornado para casa. Ele não voltou a ver Murdoc, não mesmo, e decidiu seguir consigo mesmo. Já tinha emprego novo de meio período em uma loja de instrumentos musicais, uma casa nova no oeste de Londres, um teclado novo aonde fazia melodias abstratas. Tinha novas manias, costumes. Gostava de pintar as unhas, ver sitcoms, cantar no karaokê e fumar de madrugada enquanto toca seu violão. Era um homem estranho aos seus trinta anos e aquilo era normal. 

Não era do dia pra noite que tudo se apagaria, mas lentamente ele construía essa nova fase dentro de si. Tratando de suas cicatrizes, meditando, seguindo sua religião e seus antigos costumes novamente, como se nunca tivesse saído da cidade praticamente.  

Ele mantinha algumas coisas - como sua amada Melódica - como sendo as provas que tudo havia mesmo acontecido e que jamais iria se repetir novamente.  

Mas, saber que tudo estava voltando daquele jeito lhe dava raiva. 

– Ho! Não vai me convidar para entrar? – o satanista disse, ainda de braços abertos.  

Murdoc cruzou os braços – ainda com o sorriso – e bateu um dos pés no pequeno piso de entrada da casa. 2-D, no entanto, não disse nada, ainda encarando fixamente o ex-baixista – pelo menos o que ele achava que Murdoc era no momento – e fechou a porta na cara dele, ainda podendo ouvir o gemido de dor que veio em seguida ao impacto.  

A situação não tinha menos de dois minutos e já estava causando pânico em si. 2-D levou as duas mãos para a cabeça, bagunçando com força os fios azuis sem parar em movimentos repetidos. Murdoc ainda estava do lado de fora, podia ver a sombra por baixo da porta devido a luz do sol do lado de fora.  

Não, ele não iria falar com ele. Não mesmo, nem pensar. Apenas um milagre poderia mudar a mentalidade insana de Niccals e 2-D tinha certeza absoluta que isso não ocorreria em um estalar de dedos.  

– Vai embora! – ele gritou ainda sob tensão, andando para todos os lados no pequeno corredor que levava a sala. Como resposta, recebeu um sonoro não mais um murmúrio irritado. – Típico...  

Então começou a pensar: ele não era o mesmo de antes, ou seja, não levaria desaforos consigo. Iria enfrentar aquele ser - deveria chamá-lo de humano? - de uma vez por todas. Então reuniu coragem e colocou a mão na maçaneta, para abrir e encarar novamente aquele monstro. Mas acabou por encostar sua orelha nela, ouvindo uma pequena discussão no lugar de apenas grunhidos.  

– Eu tentei, não viu?! – Murdoc disse alto e claro, fazendo 2-D afastar levemente o rosto. – Ele não vai querer me ver nunca mais! 

– Nisso ele acertou – 2-D sussurrou para si mesmo.  

– Eu também faria isso se estivesse no lugar dele - ouviu outra voz, mais lenta e grave. Poderia ser...?  

– Eu sei que foi muita merda, mas olha quanto tempo já passou! – e novamente estava Murdoc gritando do modo em que sempre o vira antes.  

– Bem, eu poderia falar com ele, não seria tão ruim comparando a antes. – A outra pessoa parou de falar. – É o que eu estou pensando?  

Naquele ponto 2-D não estava entendendo mais nada, então abriu a porta com força, deparando-se com quem ele imaginava ser em seu tamanho natural da última vez que o vira.  

– Ah, por deus, Russel é voc- 

Foi empurrado sem aviso, com força suficiente para destruir seus ossos internos. Graças a sua blusa, escorregou com a pessoa pelo piso do corredor até o centro da sala de estar. O potente impacto em seus peito o fez perder totalmente o ar de si, engasgando e delirando um pouco.  

Ao levantar seu olhar, viu uma figura feminina lhe pedindo desculpas sem parar. Demorou para a visão clarear e perceber os traços orientais no rosto pálido, o cabelo preto liso e espetado curto, as roupas de couro e, principalmente, a voz puxada ao sotaque japonês. A voz mais adulta e crescida, mas que continuava sendo a mesma.  

– Ah! – Ela se enrijeceu ao notar estar atrapalhando a respiração dele, observando a expressão confusa que apenas tornavam as feições de 2-D mais adoráveis. – Toochi, eu sinto muito!  

– Noo...  

– Eu queria fazer uma surpresa! Eu não acredito! – Ela parou, as írises negras levemente esverdeadas focadas nas orbes escuras de Pot. O sorriso crescendo cada vez mais em seu rosto. – Eu não acredito! Achei que nunca fosse te ver novamente!  

Ela o puxou para um abraço bastante apertado, apenas para notar que o mais velho estava mole em meio ao ato, sem reação alguma. Bem, 2-D também não estava ouvindo a garota, ele já havia desmaiado há algum tempo durante o diálogo, apenas ficando com os olhos entreabertos.  

Murdoc e Russel entraram na casa devagar, vendo a cena um pouco surpresos de tão inesperada que aconteceu. Noodle se levantou, segurando os braços de D, encarando os outros dois em confusão.  

– Eu não assustei ele assim, assustei? 


Notas Finais


Meio curtinho, porém maior com comparação ao primeiro.
Espero que tenham gostado.
Nos vemos no próximo capítulo!


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