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História Com Você - Lei da Gravidade


Escrita por: MannuRodrigues

Notas do Autor


Fiquem com o capítulo de hoje 😃😍

Até breve amores ❤️

Capítulo 4 - Lei da Gravidade


Fanfic / Fanfiction Com Você - Lei da Gravidade

Sempre será uma batalha difícil 
Às vezes eu vou ter que perder 
O importante não é o quão rápido eu vou chegar lá 
O importante não é o que está esperando do outro lado . Mas sim, a escalada. 

The Climb – Miley Cirys 

 

Lei da Gravidade 

Louisa 

5 semanas depois  

Passaram-se cinco semanas e com ela criou-se uma espécie de rotina. Todas as manhãs, Nathan e Will me deixavam na porta da universidade e iam para o hospital, as aulas eram exaustivas e para minha alegria terminavam as onze e meia da manhã. Eu almoçava rapidamente e ia para o hospital acompanhar Will no restante do tratamento do dia.  

Nathan e ele almoçavam por lá e enquanto eu o acompanhava no tratamento, que recomeçava por volta das duas da tarde, Nathan dava uma volta ou algo do tipo para espairecer.  

Por volta das seis saíamos do hospital e íamos direto da pra casa, Nathan ajudava Will a tomar banho e faziam alguns exercícios para a coluna, eu não entendia bem e Will não fazia a mínima questão de me explicar ou dividir algo comigo, coisa que me deixava apavorada.  

A noite, Nat normalmente saia para encontrar alguma mulher e Will e eu ficávamos sozinhos, tentando aproveitar ao máximo a companhia um do outro, assistíamos filmes, tv ou ele me questionava sobre as aulas e eu sempre lhe contava detalhes até me cansar e perceber que não conseguiria mais ficar acordada e me deixar vencer pelo sono.  

Eu queria ser mais participativa, estar mais tempo com ele para me inteirar mais de seu tratamento, mas Will era inflexível quanto a isso, a maior parte do tratamento era feita de manhã, onde quem o acompanhava era Nathan, me sentia excluída e principalmente assustada com a possibilidade de Will não estar melhorando e cumprir com o prometido de voltar para a Suíça.   

Era algo que me apavorava.  

— Então como está tudo no hospital Nat? Como vai o tratamento de Will?  

—Bem. Tudo está indo muito bem.  

Essa era a única resposta que eu recebia de todos, mas não estava bastando mais.  

— Bem? Tem certeza?  

— Ora Lou, porque iria mentir?  

— Não sei Nathan, eu realmente não sei.  

Fui para o quarto e troquei de roupa colocando um vestido azul marinho e uma sapatilha preta, deixei os cabelos soltos. Assim que peguei a bolsa, ouvi uma voz bem familiar me chamando.  

— Onde vai Clark? Esta cedo para caminhadas matinas, não acha? Além do mais, isso é uma das coisas que você odeia fazer – Will lembrou. 

— Estou revendo meus conceitos agora – coloquei a bolsa de volta na cadeira e o olhei séria - Estou analisando o que eu gosto ou não gosto e por hora decidi que quero caminhar. 

—Você não está bem – abaixei o olhar e cocei o cabelo – O que você tem, Lou?  

—Preocupações - disse simplesmente sem criar um clima chato entre nós.  

—Acho que sei quais são suas preocupações. Qual é, Clark? Até parece que é você que está preso na cama.   

Eu até poderia sorrir com seu humor incomparável, mas ao contrário disso meu maxilar se trancou e a expressão que fiz não pareceu ser muito boa pois o rosto de Will ficou sério de repente.  

—Vamos conversar Clark, mas antes ... - ele respirou fundo – Ajeite meus travesseiros, estão tortos e me dando dor no pescoço - fiz o que ele me pediu, coloquei minhas mãos em sua nuca e o ergui com cuidado arrumando os travesseiros, recostei suavemente sua cabeça de volta neles e me sentei na cama, bem próxima a ele - Está tendo pesadelos Lou, do tipo que não são bons.  

— Nenhum pesadelo é bom – ele ponderou vendo minha relutância em conversar.  

—Você disse ontem enquanto sonhava que não queria me perder, que está sendo incapaz de me fazer feliz e que tem medo que eu volte para a Suíça.  

— Isso não é exatamente uma novidade.  

— Para mim foi – eu fixei meu olhar no relógio do criado mudo do meu lado da cama, marcava seis e meia da manhã de sábado, eu deveria estar dormindo e esse pensamento fez minhas pálpebras pesarem.  

—Porque?  

—Bom, eu não sabia que se sentia assim, apenas imaginava. Mas Lou, estou progredindo acredite nisso.  

— NÃO DA !! - me levantei da cama e as lágrimas que eu não queria derramar estavam caindo por meus olhos, fiquei de costa para ele e rompi em um choro baixo e silencioso, na medida do possível.  

—Lou, não fique assim  

—Eu quero acreditar Will, mas não consigo e você vai acabar voltando para a Suíça e se matando.  

—Não diga isso.  

—Eu sinto isso, sinto que estou te perdendo a cada dia, que sou inútil.   

—Mas você não é. Lou você está me fazendo bem. O tratamento está indo bem.  

Fiquei em silêncio esperando que prosseguisse.  

—Não sinto mais tantas dores como antes e consigo mexer as mãos e as pontas dos pés, minha sensibilidade está cada vez maior Louisa, era pra você estar feliz.  

—Desculpe.  

—Eu entendo que está assustada, mas as coisas são demoradas. Não vou sair andando de uma hora para outra e nem pegar a capa vermelha do Super Man e sair voando, salvando o mundo.  

Eu ri da forma como ele falou.  

—Compreenda que é assim mesmo e além do mais, eu que deveria estar assim, não você.  

—Me desculpe Will, é só...  

—Eu sei. Vem dormir Clark, está caindo de sono.  

—Eu já tomei banho, café.  

—Dana-se. Está cansada. Volte a dormir.  

—Sempre autoritário Will Traynor. Sempre foi assim?  

—Às vezes, admito.  

—Era autoritário com o que? – ele me olhou rapidamente e voltou a olhar o teto como se estivesse se lembrando.  

—Nos negócios. Meu ramo de trabalho parece bonito, mas não é fácil, nunca foi. Meu pai tinha um sonho de que o filho dele o superasse em tudo o que ele foi e infelizmente o filho dele sou eu.  

—Você queria ser o que?  

—Queria ser como meu pai, olhava pra ele e me via nele e nada me fez mudar de ideia. Foi uma das coisas que contribuiu pra odiar a cadeira.  

—E a sua mãe no meio de tudo isso?  

—Com ela era pior – esperei que ele falasse algo mais só que ele não disse mais nada e senti  o corte no assunto.   

—Nunca me abandone.  

—Nunca Clark, nem quando estiver velha, enrugada e os peitos caídos de tanto amamentar.  

—A-ah w-Will seu, seu... - ele gargalhou preenchendo meus ouvidos e eu me deitei em seu peito fechando os olhos, seus lábios beijaram o topo da minha cabeça.  

—Eu te amo Clark.  

E com essas palavras eu me tranquilizei pelo resto do dia.  

3 Meses Depois  

Tirei a caneta da boca pela décima vez e olhei para Will que estava concentrado demais em seu notebook. 

—As provas da faculdade são difíceis Will, acho que não vou conseguir.  

—Tem que abandonar esse complexo de negação Clark, se ficar repetindo que não vai conseguir não vai mesmo.  

— Falar é fácil.  

—Nem tanto assim.  

—É domingo à tarde Will, devíamos estar passeando em algum parque, vendo peças de teatro ou sei lá, mas ao invés disso estamos na sala de estar, comigo sentada no chão rodeada de cadernos e livros e você me olhando com essa cara enigmática como se eu fosse burra.  

—Tem que estudar, tem prova de não sei o que da faculdade na terça e não é passeando que vai conseguir uma boa nota.  

—E nem me matando de estudar, porque eu realmente não lembro mais nada dessa matéria.  

— Tudo bem Lou, vamos parar por aqui.  

— Sinto falta de quando você me ensinava. – me levantei, espreguiçando.  

— Sempre disse que eu era estúpido. - relembrou e eu sorri. 

— Mas eu amo você, então eu aguentava sem reclamar e você eu podia tranquilamente mandar ir se ferrar. – ele arregalou os olhos – Mas com eles eu tenho que manter a cara amarrada quando na verdade quero mandar todos pro inferno.  

—Pensei que gostasse do curso.  

—Mas eu gosto e gosto muito. Ele só é estressante as vezes.  

— Estou com fome Clark, o que vamos jantar hoje?  

— Chá ou café.  

Will fez uma careta e eu ri.  

— O que você quer comer?  

— Algo especial, tenho muitas coisas pra te contar.  

— Fiquei curiosa.  

— O jantar primeiro, Clark.  

Terminei de revisar algumas coisas enquanto Will assistia a um jogo de futebol americano. Assim que terminei fui para a cozinha preparar o jantar.  

Coloquei tudo no fogo e Nathan chegou.  

— Tudo bem pessoal, que fome! 

—Novidade Nathan. – zombou Will - Você e a fome tem uma amizade sincera de décadas.  

—Vejo que está de bom humor, contou para a Lou que...  

—Não! - franzi o cenho e me aproximei com a colher que fiz a salada na boca, ela estava com gosto de sal.  

—Contar o que?  

—É Nathan, contar o que? - perguntou Will, o desafiando.  

Ele me olhou, olhou Will e fez isso mais umas cinco vezes, respirou fundo e finalmente falou.  

— Estou namorando. – as palavras dele ainda se assentaram no ar quando deixei a colher cair da boca e não a fechei até Will me chamar.  

—O que foi Lou? Não está acreditando está?  

—Como assim?  

—Nathan namorando, até parece.  

—Posso namorar um dia. – resmungou Nathan - Qual o problema? Eu não sou feio Will.  

—Eu não tenho como opinar, eu realmente gosto de mulheres então, sinto muito.  

—Eu também adoro uma mulher, prefiro as loiras.  

Nathan conduziu a cadeira de Will para o quarto e suas vozes iam ficando mais longe até desaparecerem. Voltei a cozinhar ainda perplexa com essa brincadeira boba, imaginando qual assunto teria sido evitado ali. Nat logo apareceu dentro de um terno preto de listras e uma gravata borboleta de Will.  

Já Will vestido com uma calça jeans preta e uma camisa branca, nada formal.  

—Aonde vai Nat?  

—Encontrar uma porto-riquenha que mora a duas quadras daqui. É enfermeira no hospital onde Will se trata, loira, olhos azuis, é a dama perfeita.   

—Pena que é chata. – disse Will  

—Eu não acho, bom vou nessa gente fina, boa gororoba pra vocês.  

Ele saiu e Will se posicionou na mesa, o servi e ele me olhou incrédulo.  

—Ora Clark, não vamos comer sem vinho vamos?  

—Quer vinho?  

—Por favor Louisa.  

Fui até a cozinha e peguei a garrafa.  

—Vai ter que me ensinar a abrir.  

Will começou a explicar, mas eu não conseguia, aquilo já estava irritando. Pra que vinho se não estamos comemorando nada?  

No final acabei desistindo.  

—Vamos comer sem vinho, mesmo. Se quiser faço chá.  

Will piscou algumas vezes e sorriu de uma forma que nunca vi antes, coloquei a garrafa em cima da mesa e fiz meu prato na cozinha, voltei a mesa e assim que encontrei seus olhos ele sorriu novamente, levantou os braços, segurou firme a garrafa e em menos de um minuto abriu a garrafa sorrindo vitorioso.  

— Veja Clark, é assim que se abre uma garrafa de vinho.  

Meu coração parou de bater e as únicas coisas que se ouviram foram os ruídos do vidro branco do prato sendo partido quando a lei da gravidade o puxara ao chão.



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