História Come out and play.(Vkook) - Shallow

9 meses depois...

— Vamos lá, mexe esse quadril
Guk-ah.

Jung Hoseok dizia enquanto tentava alinhar cada passo da coreografia. O rapaz havia voltado há pouco mais de um ano do Brasil, onde o mesmo fazia um curso intensivo de Língua Portuguesa, o idioma oficial do país.

— Ah, hyung vamos parar um pouco?! Dá pra ver daqui que o Tae não tá aguentando mais.— O menor disse se apoiando nos joelhos, completamente esgotado. O moreno estava começando a repensar se realmente tinha sido uma boa ideia convidar o amigo, para, criar uma coreografia para a abertura da pista de dança de seu casamento com Taehyung.

— Uhum, sei, Taehyung está perfeitamente bem, diferente de você que tá colocando os pulmões pra fora. Desde quando você se tornou sendentario?

— Hyung, a culpa é do Tae.

— Yah! Não me meta nessa Jungkookie, meu estilo de vida não afeta em nada na sua. Você me acompanha porque quer.— O pintor se defendeu, mas a verdade é que se houvesse uma premiação sobre casais sedentários, o primeiro lugar certeza que seria deles. Mesmo o casal ainda fazendo os pequenos passeios com Tannie, a situação era tão precária que até o cachorro era sedentário como os donos.

— Tsc...não se preocupem, Jung Hoseok chegou pra mudar a vida de vocês. Por hoje é só, amanhã a gente se encontra, não podemos fazer corpo mole logo agora que faltam menos de 1 mês pro casamento, fighting casal.

O rapaz disse sorridente, era inacreditável imaginar que seu dongsaeng estaria se casando, o rapaz pôde então sentir os anos pesarem em suas costas, deveria ele, procurar alguém para juntar as escovas também?!

[...]

— Aish...Taehyung, será que você pode se acalmar?! Te garanto que o noivo não fugiu.— Disse Lanna, a maquiadora responsável pelos detalhes finais da preparação do noivo. O pintor estava uma pilha de nervosismo, as mãos estavam visivelmente trêmulas e os lábios continuamente mordiscados. Parecia ser "frescura" mas não era, apesar de ter namorado por 6 anos, e noivado há alguns meses, o medo e ansiedade o preenchiam. Céus, como ele queria ser logo o esposo de Jungkook.

— Me desculpe, mas é que...tudo pode acontecer.— O rapaz respondeu fazendo um bico de chateação.

— Isso mesmo, tudo pode acontecer, tudo de bom vai acontecer. Mantém isso em mente gatinho. E outra eu já conversei com o seu noivo, posso te garantir, aquele ali é boiolinha por você.

— Ai, eu também amo muito ele.

— Pois é garoto, tá vendo porque essa insegurança não tem base de sustentação, vai lá e agarra o boy. Cê acredita?! Eu ainda tentei fazer uma proposta maravilhosa pro seu noivo mas ele não aceitou...

— Uma proposta?

— Sim, me ofereci pra sermos um threesome, mas o bonitão não quis, disse que vocês são um casal à moda antiga.

— Threeso-

— Cadê o noivo mais lindo desse mundo, sua vestimenta chegou meu reis soberano. — Jimin entrou no cômodo onde Taehyung estava sendo preparado. O rapaz segurava em suas mãos o terno do pintor. A vestimenta de gala tinha um cor diferenciada. Um dourado opaco dominava todo o terno e uma pequena e delicada flor amarela enfeitava o bolso. Era como o toque final.

— Hey Jiminnie...— Taehyung disse já se debulhando em lágrimas, o coração parecia um copo de água transbordante, ele se sentia grato por ter tantos amigos bons ao seu lado. Por isso com o seu emocional aflorado, o rapaz não se segurou e agarrou o amigo em um abraço de agradecimento e sentimentos. Ele estava tão feliz, não conseguia acreditar que estava mesmo vivendo aquele momento, ele seria para sempre de Jungkook e Jungkook dele, era a celebração do amor deles, a festa do amor mais puro e existente no mundo, o amor de Kim Taehyung e Jeon Jungkook.

Jimin sentia o coração apertar, sua criança estava tão sensível, e com razão, Taehyung tinha uma história tão bonita, e mesmo depois da situação ruim com seus pais, o rapaz manteve a pureza e a bondade, não descontou em terceiros seus momentos de tristeza e revolta. Taehyung tinha 17 anos quando decidiu fazer o curso de artes, e junto com a opção da carreira, veio a leve desconfiança de sua opção sexual, fato esse que ele não deu muita atenção, não lhe era interessante focar nessa área na época. Os pais é claro, estranharam esse comportamento, como pode um rapaz tão bonito nunca ter tido uma namorada sequer?! Seus pais desaprovaram sua escolha de curso, talvez com medo de Taehyung se tornou um desses ativistas "desordenados" mentalmente e que se comportavam como vandalos.

Taehyung pela primeira vez em sua vida, se impôs, disse que com o apoio ou não dos progenitores, ele iria fazer o seu curso, e prometeu um dia voltar para casa, comprovando que ele seria o orgulho de seu lar. Mas o pai do artista, amargurado e sem repensar na palavras ditas, disse que se Taehyung saísse pela porta de casa, era para esquecer que um dia ele foi um Kim e esquecer que um dia teve um lar ou pais, e assim o rapaz fez.

— Não chore meu amor, Hun?! Vai ficar tudo bem, esse é o seu grande momento meu anjo, e eu vou estar ao seu lado, te cuidando, te protegendo. Taehyung-ah o que você fizer não importa, eu sempre vou estar ao seu lado, certo?! Você se lembra da nossa promessa?!

— S-sim.— O rapaz respondeu já com o rosto todo vermelho e molhado pelas lágrimas, o coração doía, porque sim, ele desejava que mais alguém estivesse lá com ele, mas o destino tinha escrito aquela parte da sua história por linhas tortas. Tortas e doloridas. Mas tudo bem, ele tinha seus amigos, um amor intenso e bom, ele tinha tudo.

— Então...Agora olhe nos meus olhos, — O rapaz disse enquanto secava as lágrimas do noivo emocionado.— Jimin-ah sempre vai estar aqui por você, sempre. Agora sorria que hoje é o seu dia.

— Ai Kim, vamos de novo fazer a make.— Lanna exclamou também emocionada, era difícil não sentir as lágrimas escaparem diante daquele ser tão adorável e transparente, qualquer um que olhasse para o olhos de Taehyung veria suas diversas facetas. Taehyung era a água mais pura de um riacho, Taehyung é como o cristal mais genuíno e raro existente.

Não muito longe dali...

— Jungkook calma, você quer um copo de água com açúcar?!— Namjoon tentava acalmar o rapaz, tarefa essa que estava sendo difícil.

Jungkook estava muito trêmulo e também com a cabeça desordenada, já tinha esquecido alguns passos da coreografia, e constantemente pedia para Yoongi lhe passar o roteiro da cerimônia.

— E o cerimonialista?— O fotógrafo questionou enquanto tomava o líquido doce demais, trazido por Namjoon.

— Já chegou. Está lá fora conversando com Hobi. Jungkook não precisa ter medo, Jackson é o melhor profissional desse ramo, a decoração tá perfeita, Tannie está relaxando, e a hora está cada vez mais perto.

— E se alg-

— Jeon Jungkook, não existe "e se...". Agora é o seu momento, relaxa e tudo vai dar certo.— Yoongi disse sério. Era compreensível a desordem de seu dongsaeng, o casamento foi pensando com cuido e amor, era natural que o seu desejo fosse que a noite uma festa perfeita para os dois.

— Tudo bem hyung...— O fotógrafo disse mais calmo.— Mas antes, tenho direito à uma última pergunta?

— Ok, última pergunta senhor Jeon.— Yoongi se aproximou para arrumar a gola da camisa social do menor.

— Meus pais já chegaram?

— Já sim. Estão na maior farra lá do lado de fora. Sua mãe queria te ver, mas achei melhor te dar esse tempo em particular e depois chamamos ela, tudo bem?!

— Tudo hyung. Alguém também vai estar com o Tae?! Eu não quero imaginar ele sozinho, hyung-

— Está tudo sobre controle Gukkah.— Namjoon disse, enquanto se preparava para sair e deixar o noivo em seu momento particular. O sorriso do rapaz transmitia a certeza do resultado de todo aquele momento.— Vocês se amam certo?!

O menor assentiu de forma silenciosa, mas totalmente segura do sentimento recíproco.

— Então confia nisso e cria energias positivas, o Tae está fazendo o mesmo.

E dito isso os rapazes saíram da suíte do noivo, era um momento só dele, para se acalmar e construir o clima necessário para aquele momento, um renovo das vontades de ambos, o desejo de ficarem juntos para sempre.

[...]

O casamento ocorreria em um jardim, exatamente no horário das 18:30. Taehyung acreditava que nesse horário a vida passava por uma metamorfose nítida, o dia vira noite, o cansaço dá espaço para o alívio. Nas visões do maior, 18:30 era a hora da vida, e junto com as mudanças de tudo, viria essa hora, abençoar o casamento deles.

Algumas poucas cadeiras estavam disposta devidamente no pequeno local, era uma celebração somente entre os mais íntimos. Flores brancas adornavam o corredor principal, lâmpadas decorativas continham em seu interior, mini cactos. Luzes amarelo quente garantiriam que o momento manteria a familiaridade e o carinho genuíno daquele amor, devidamente transpostos nos objetos e na decoração.

No corredor pétalas braças formavam um lindo coração por onde passaria o noivo. Na porta principal do local, fios com borboletas de papel também na cor branca, estavam dispostos por toda a extensão da esquadria, era como uma cortina delicada que revelaria Taehyung.

O cheiro bom de rosas exalava por todo o local, o clima era de alegria e felicidade, músicas alegres tinham o papel de entreter os convidados até a hora da cerimônia. Jackson Wang era um famoso cerimonialista de uniões estáveis, o casamento gay ainda não sendo validado pela lei, obrigava o casal a optar por outra alternativa, não menos simbólica do que o casamento propriamente dito. Não tinha importância a classificação civil, quando o amor se sobrepõe à tudo isso com nítida razão. O tal cerimonialista era famoso por suas "brincadeiras" durante a cerimônia, afinal o mesmo tinha um lema um tanto peculiar " A vida se origina do Foda-se. Foda-se as opiniões dos outros, foda-se aqueles que te querem mal, e que os noivos fodam-se também."

Bom...tudo pra manter a originalidade.

[...]

— Puta que pariu, mas é o noivo mais lindo que já existiu, Taetae você está divino.

Jin exclamou totalmente boquiaberto, naturalmente Taehyung era muito bonito, mas naquela tarde, o rapaz estava deslumbrante, e o maior não saberia responder, mas a áurea que o menor exalava era tão intensa, era...mágica.

— Não é?! Eu tô arrepiado, na verdade tô tão apaixonado pelo Tae com esse ar de noivo que estou pensando em sequestrar ele e deixar o Yoon com o Gukkie.

— Jimin-ah.— Taehyung disse bravo, não podiam brincar com aquilo e bom...não havia proposta que o fizesse abandonar seu lindo noivo, seu porto seguro, seu vento forte em uma noite calma, sua razão de sorrir, de viver e de amar.

— Olha...não fica bravo não, porque eu também tive essa ideia.— Jin deu um sorriso galanteador.

— Já que é pra usar a sinceridade aqui, eu também tenho interesse viu?!— Lanna também manifestou o seu interesse, já terminando de arrumar a vestimenta do rapaz.

Taehyung estava incrédulo e assustado, o que seria dele com aqueles stalkers perseguidores?!

— Aqui está o véu.— Lanna disse, recolhendo o delicado tecido da bolsa de proteção, o véu seria colocado no casal pelos pais do noivo, no caso o senhor e a senhora Jeon, visto que os Kim's...

— Céus que perfeição.— Jimin tomou o tecido nas mãos para averiguar a qualidade.— Deixa que eu entrego pro Jackson. Eu vou na frente, te espero lá.— O rapaz disse para Jin, enquanto se aproximava de Taehyung.— Viva o seu momento meu bebê.

E selando a testa a mostra do noivo, o rapaz saiu saltitante, faltava muito pouco para as 18:30, a hora estava muito próxima e ele estava explodindo de felicidade.

— Olha, meu trabalho terminou aqui, vou me preparar pra acompanhar tudo lá do meu cantinho, eu vou logo que é pra não pegar trânsito e não chegar mais atrasada mais do que o noivo.— O moça dizia enquanto organizava seus últimos objetos que a auxiliaram na "difícil" tarefa de realçar a beleza do rapaz.—Mantém em mente o que eu te disse garoto, ele te ama pra caralho, é boiolinha no mundo, e acima de tudo,  eu vejo nos seus olhos que é tudo recíproco, então vá lá e agarra aquele homem.— Alanna dizia enquanto se preparava para sair da suíte também.

Jin estava encarregado de levar o noivo até o local da cerimônia, e para os mais ansiosos isso era muito bom, visto que o rapaz dirigia bem, e o local não ficava muito longe do espaço alugado para o dia de noivo de Taehyung.

— Ai, hyung...dá pra acreditar?! Eu vou casar, eu vou casar com o amor da minha vida, eu não posso acreditar, eu tô fora de mim, é um sonho?!

— Não Taetae, é real e é hoje, daqui há exatos 15 minutos. Não vou te perguntar se você está preparado porque é maldade, mas, saiba que eu já passei lá pra checar se está tudo certo e sim, o seu casamento está maravilhoso, suas borboletas estão por todo o lugar, os  mini cactos de lembrancinhas estão a coisa mais perfeita do mundo e o noivo bonitão, céus ele tá uma pilha. Tae...eu não vou fazer um discurso maldoso que vai fazer eu e você chorar, mas saiba que, de tudo o que vivemos, os momentos tristes e alegres, o momentos cômicos e felizes, Tae você é exatamente tudo pra mim, nossa amizade é. Então te ver dar esse passo tão certo para a sua felicidade me deixa nas nuvens, e...— Ambos já se sentiam extremamente emocionados.— Eu ainda estou esperando a sextape de vocês.

— Aish, hyung, você não tem jeito mesmo.

E abraçados, os dois rapazes reviveram seus momentos e se fortaleceram, era um momento de nova vida, era mais uma metamorfose na vida do rapaz borboleta.

[...]

Eles estavam na frente do local da cerimônia, no relógio marcava 18:25, nesse casamento o noivo não se atrasaria.

Taehyung estava perdido em sensações, os borboletas no estômago batiam suas asas freneticamente como outrora no seu primeiro encontro com Jungkook. Ele se lembrava bem, era uma tarde cansativa, onde seu trabalho na cafeteria era sugado com gana pela dona Lee, eram tempos bons. Naquela tarde, enquanto ele se dirigia para mais um dia de faculdade com Jin, Taehyung encontrou um rapaz brilhante em sua roda de amigos, uma conversa meio trôpega, a timidez de ambos ajudava para que episódios vergonhosos os deixassem a mercê dos possíveis "micos", mas para o rapaz essa era a magia de tudo, e naquela mesma tarde, Jungkook foi ao seu encontro, o livrou das investidas infundadas de Minho e o protegeu com suas mãos quentinhas, o pintor se lembrava bem de ter chamado o garoto de olhos brilhantes de "Meu anpanman."

" — Hyung, se ele continuar evasivo e não te respeitar como pessoa, pode me dizer que eu resolvo a situação.— Jungkook disse com toda a seriedade, eles estavam na frente do prédio e o menor encarava as orbes castanhas. Ele não iria recuar ou desviar, ele ia se empenhar para que Taehyung o notasse.

— Pode deixar meu Anpanman Jungkook-ssi. — Taehyung disse totalmente desinibido, mas claro sem deixar o rubor das adoráveis bochechas desaparecer."

Os pensamentos do rapaz foram interrompidos com um leve tocar no vidro que o despertou de suas divagações. Era Jin. O rapaz então desceu do carro, respirou fundo e tentou manter a calma, as pernas pareciam feitas de Haribo, gelatinosas.

Assim que desceu do automóvel, o rapaz pode ouvir o burburinhos dos convidados, o coração batia descompassado, parecia que mais um pouco e o órgão bombardeador sairia pela boca, os dedos da mão eram frequentemente judiados, bem como os lábios protegidos por lip balm, apesar de toda a ansiedade, o rapaz não exalava insegurança, porque unicamente ela não existia mais, era um momento único para aquele amor, a confiança e o desejo de permanecerem juntos e fortes ecoava alto no coração de ambos.

— Espere um minuto.— Jin disse baixo, enquanto entrava em uma porta alternativa dentro do jardim. Taehyung olhou o relógio, 18:58.

— Aish, hyung, já está quase na hora, onde voc-

A fala do rapaz foi interrompida quando Seokjin surgiu acompanhado de uma convidada especial.

— Vovó?!— O Kim exclamou catatônico, era uma ilusão de óptica, só poderia ser, faziam anos que não se viam, e depois da discussão entre os Kim's o afastamento foi inevitável.

— Óh, meu amor você está tão lindo, o neto mais lindo da vovó.— A senhorinha dizia enquanto acariciava o rosto bonito do rapaz.

— Eu sei que a saudade é grande vovozinha Kim, mas a senhora precisa se apressar, o seu neto já vai entrar e a senhora precisa estar firme pra levá-lo até o noivo dele, certo?!— Jin interrompeu o curto momento de encontros entre os Kim's.

Eram 18:29.

— Hyung? Mas voc-

— Xii.— Jin calou o rapaz.— Eu sei que havíamos prometido, mas a dona Hyonji merece muito mais que eu.— O rapaz disse enquanto selava com amor a tez bronzeada de Taehyung. Era claro que Jin gostaria de entrar na cerimônia junto com o seu dongsaeng, mas ali era um laço sanguíneo forte entre Hyonji e Taehyung, Jin sabia da história e muito mais, sabia o quanto Taehyung sofreu com a separação e renegação. A vovozinha era merecedora daquele lugar também.

— Mas hyun-

— 18:30 Kim Taehyung, chegou a hora.— E dito isso Jin entrou na porta alternativa do jardim e procurou com os olhos Namjoon, eles entrariam juntos porque eram os padrinhos também.

Uma música suave e delicada ecoou por todo o local, era uma música muito conhecida e que resumia bem o que Jungkook via em Taehyung e vice-versa.

Assim que todos ficaram de pé para receberem o noivo, Jin e Namjoon entraram de mãos dadas segurando cada um, uma plaquinha. A de Jin dizia "Acabou a enrolação." e a de seu namorado dizia "Gukk-ah ele chegou"

Jungkook sentia o coração apertando mais e mais, o entardecer por si só é lindo, mas ele desconfiava que nenhum pôr do sol foi outrora mais deslumbrante do que aquele, exatamente naquele dia. No dia onde diante de todos eles oficializariam o amor mais belo de todo o mundo.

Jimin e Yoongi logo surgiram também no corredor principal, cada um, igualmente, seguravam uma plaquinha. A de Jimin dizia "Aguenta coração." e a de Yoongi dizia "Gukkie ele está lindo."

A taquicardia no peito do menor estava evidente, se não fosse pela melodia que embalava o momento, seria possível ouvir o seu coração batendo percussão, louco, querendo mais do que tudo ver Taehyung, afinal eles não haviam se visto desde o dia anterior.

Hoseok entrou pelo corredor todo galanteador, com o seu terno de luxo e um sorriso intrigante, em sua plaquinha... Bom, estava escrito " E se você não casar eu caso."

O fotógrafo não gostou nada de saber do conteúdo daquela plaquinha, o que gerou no mesmo, uma carranca que arrancou sorrisos dos convidados que prestigiavam o noivo ansioso e ciumento no altar.

E por fim, surgiu por entre as pétalas brancas um certo cachorrinho com uma plaquinha no pescoço. Era Tannie, e a plaquinha dele dizia " Vem aí o amor da nossa vida."

E depois de sons de derretimento diante da fofura do pequeno animalzinho, todos ficaram em silêncio. As cortinas de borboletas brancas se abriram e por elas surgiram Kim Taehyung e Hyonji. Jungkook não reconhecia aquela mulher, mas não houve preocupação em saber quem era ela, não quando o amor da sua vida vinha em sua direção. Taehyung estava magnífico, na verdade não existiam adjetivos à altura daquele beleza, seria blasfêmia chamá-lo de lindo quando essa palavra sequer chegasse aos pés daquele ser.

O rapaz usava um terno de cor dourado opaco, os cabelos negros como a noite dispostos de forma simétrica, uma franja adorável dividia e decorava a fronte do maior. Os lábios estavam corados e lembravam o mais doce vinho, pequenas joias decoravam o lóbulo alheio e o tornavam perfeito, divino aos olhos. E como para fechar com chave de ouro todo o conjunto, uma pequena e delicada flor amarela surgia por entre o bolso da frente do terno, tinha um tamanho minúsculo e quase imperceptível, mas Jungkook notou, porque seus olhos estavam por toda a parte, tudo para garantir que aquela imagem nunca saísse de suas memórias, para que aquele dia ficasse tatuado em sua alma de borboleta, sua mais nova metamorfose.

Não demorou muito e os olhares se cruzaram, o de Taehyung reluzia em meio ao brilho lacrimal, era muita emoção para apenas a alma lidar, os olhos que lutassem.

Hyonji, beijou as mãos do neto e o entregou para o rapaz bonito que os esperavam no altar, a mulher então olhou firmemente para Jungkook.

— Ame o meu neto garoto, cuide dele.— A senhora disse de forma baixa e sincera, ela sozinha não pôde lidar com a situação em que seu filho havia criado, e a mesma só veio saber da situação meses depois que Taehyung havia saído de casa, ela não pôde fazer nada. Mas torcia para que todo o amor que fora negado para o seu neto, a vida o retribuísse em dobro.

— Juro pela minha vida amá-lo sempre.

Foi o que Jungkook disse. Assim que os noivos estavam lado a lado, um sorriso insistente não saia dos lábios de ambos, as mãos entrelaçadas e frias, lembravam muito o tempo em que o fotógrafo fez o pedido de namoro, no meio da neve e da felicidade aquele amor criou forma, o frio trazia lembranças boas. E depois de um pingarreio do cerimonialista, os rapazes se atentaram à celebração.

Jackson foi muito brincalhão nas piadinhas de como seria o dia a dia do casal. E logo depois chegou o grande ao momento, os votos.

Taehyung foi o primeiro, tirou do bolso uma pequena folha amarelada onde ele havia anotado seus pequenos votos.

— Jungkook, aqui diante de todos, prometo me esforçar para ser o companheiro que você sempre sonhou encontrar: alguém que pede sua própria comida ao invés de pedir só salada e roubar o que tem de melhor no seu prato, alguém que levanta primeiro da cama pra dar comida pro Tannie ao invés de fingir que meu sono é tão profundo quanto um coma e que eu não estou ouvindo os latidos,— Os convidados não conseguiram segurar as gargalhadas diante dos votos do maior.— alguém que reparte meio a meio o último pedaço de sobremesa com você ao invés de comer tudo sozinho enquanto você está distraído. Mas se eu não conseguir, promete que ainda assim vai me amar e que vamos continuar casados? Prometo que vamos continuar tirando fotos juntos, como sempre fizemos, mesmo quando seus cabelos estiverem completamente brancos e eu já tiver me esquecido do que é ter cabelos. Prometo continuar te beijando com amor quando já estivermos enrugados e cheios de netos dizendo que velho não beija. Eu prometo te amar nessa vida e nas outras milhares que viram. Eu te amo Gukkie.— Taehyung até tentou segurar suas lágrimas, mas foi inevitável, dizer em voz alta o que seu coração por anos gritou, sim ele amava Jungkook com todo seu ser, com toda a sua força, de uma forma tão intensa...ele duvidava que jamais alguém sentiria aquilo que só Jungkook lhe proporcionava, aquele sentimento de amar e ser amado. A materialização da palavra amor.

Jungkook estava totalmente embasbacado com as palavras do seu amor, e que apesar de engraçadas carregavam o desejo profundo daquele rapaz dono da teoria mais simplista do mundo. O rapaz com o sorriso mais lindo do universo, o rapaz dos seus sonhos.

O fotógrafo, já totalmente emocionado, assumiu o microfone do cerimonialista, e retirando um papel do bolso, iniciou os seus simplórios votos.

— Taehyung, hoje lhe aceito como esposo e prometo amá-lo com toda a ternura que existe em meu coração. Quando me preparei para fazer esses votos, eu simplesmente gelei, fiquei horas pensando em mil palavras que descrevessem os meus desejos para o nosso casamento, por isso, para garantir que eu me saísse bem nessa tarefa, recorri à melhor ferramenta existente, sim eu fui no Google.— Todos gargalharam de forma descontrolada, Taehyung estava corado com o que talvez viria dessa tal pesquisa de Jungkook.— Eu achei um site lá, que dizia ter o passo a passo de como fazer os tais votos, mas pra minha infelicidade tinha apenas um passo, e ele dizia assim "Apenas diga para ele o porquê que você quer se casar com ele." Aí eu pensei "ah essa é mole, a coisa mais fácil de se responder." Mas então eu parei pra realmente me questionar. Taehyung por que eu quero me casar com você? A resposta...tá a resposta é porque eu te amo. E eu estarei ao seu lado nos momentos alegres e difíceis, estarei ao seu lado na cama, mesmo quando não restar um centímetro de cobertor em cima de mim, porque você já puxou tudo.— O pintor não pôde impedir um "óh" perfeito sair de sua boca com a audácia de seu noivo, enquanto isso os convidados riam do jeito desajeitado dos dois.— Estarei com você na saúde e na doença, cuidando de você com amor e fazendo você tomar seus remédios direito, mesmo que eu precise escondê-los na sua comida, como faço com Tannie. Quero que saiba que, não importa pelo que estejamos passando, estarei sempre lá para ser o seu porto seguro. Eu prometo te ouvir com atenção sempre que quiser conversar. Até quando eu estiver bem velho eu prometo te ouvir. Mesmo que eu já não entenda mais nada, prometo te olhar nos olhos e sorrir como se tudo que você dissesse fizesse algum sentido. Porque eu te amo Kim Taehyung.

Ao ouvir aquelas palavra, Taehyung sorria, e as lágrimas de felicidade em seu rosto dançavam a alegria daquele coração.

Jungkook não estava diferente, o nariz avermelhado, mostrava que ele até tentara segurar o rio de lágrimas em seus olhos, mas foi inevitável, e pequenos soluços se precipitavam de sua cavidade bucal. Taehyung, cuidadoso como era, tratou de secar cada lágrima de seu noivo, e beijar-lhe cada bochecha avermelhada, e como mantra para que os dois se acalmasse, o maior recitava baixinho, "Eu te amo meu amor."

Todos os presentes estavam de igual modo emocionados, uns tentavam disfarçar, outros como Jin e Jimin soluçavam alto, o coração doendo de amor pelos dois rapazes.

Jackson então, buscou as alianças que estavam em uma pequena almofada. E entregando uma aliança para Taehyung, ele questionou:

— Jeon Jungkook, você aceita Kim Taehyung como seu esposo, prometendo amá-lo e respeitá-lo para o todo e sempre, até que do céu chova Coca cola?— Jackson disse, bom...as comparações do cerimonialista não era as das melhores, mas o que valia era o sentido.

— Sim, aceito. — E o Kim, ainda muito trêmulo, com toda a sua força e concentração, deslizou sobre o anelar de seu companheiro o objeto que somaria na relação deles, ela marcava para sempre a pertença de ambos.

Jackson então entregou a outra aliança para Jungkook, e com toda a animação proferiu o questionamento:

— Senhor Kim Taehyung, você aceita Jeon Jungkook como seu esposo, prometendo amá-lo e respeitá-lo para o todo e sempre, até que o Goku seja superado por qualquer outro personagem da saga Dragon Ball, ou seja nunca?

— Sim, aceito.— Jungkook então, pegou a aliança em sua mão, e naquele ato, selou para sempre sua união com o maior. A aliança era como uma marca social, e ele só sentia pena do mundo que nunca saberia a magnitude da marca em sua alma, aquele amor o transformou por inteiro, porque amor é ... Tae e Gukkie.

— Podem selar a cerimônia.— Jackson disse, já se afastando para que o foco fosse unicamente no casal.

Taehyung tocou a gola da camisa de Jungkook como forma de achar sustentação, mais um pouco e ele não aguentaria tanta emoção. O menor então tocou a bochecha macia do pintor e de forma calma e delicada ele selou os lábios de Taehyung, era um beijo doce, tranquilo e cheio de amor.

Os Jeon's e a vovozinha Hyonji, se aproximaram e coloram sobre eles o véu que trazia todo o mais puro desejo para aquela relação. E com toda a animação os convidados fizeram pairar sobre eles a famosa "chuva de arroz."

[...]

A festa estava linda, a decoração impecável, a mesa com as lembrancinhas do casamento estava sendo cobiçada muito mais do que a mesa de doces, estava um zona da alegria.

Depois de tomarem a uma taça de vinho tinto como bebida inaugural daquela festa, os agora, marido e marido, estavam se preparando para estrearem a pista de dança. Era a grande hora de mostrar o que aprenderam com Hoseok.

— Atenção, atenção, agora é o momento da estreia da pista de dança, e para não fugir do padrão, nossos queridos recém-casados irão dá uma palhinha para vocês.— O DJ da festa anunciou, e imediatamente todos da festa voltaram sua atenção para os rapazes no meio do salão de mãos dadas.

— Yah! Jungkookie, não pise no meu pé.— Taehyung relembrou o seu, agora, marido.

— Eu vou tentar Taetae.— Jungkook respondeu envolto de um sorriso de felicidade, este que não abandonou os lábios do menor, era gritante a felicidade de ambos.

Perfect do Ed Sheeran ecoou por toda a pista, Taehyung e Jungkook deram as mãos e começaram a dançar a música romântica em forma de valsa, os olhos sempre conectados, os corpos em sincronia, era como se fosse a dança de Romeu e Julieta naquela noite no baile de máscaras, mas agora se tratavam de dois rapazes que se amavam muito, mais até do que os personagens de William Shakespeare, era o amor maior do mundo e que não seria vencido por nada nem ninguém.

A valsa continuo até ser interrompida por um sinal característico de arranhar de disco e o som envolvente de Stayin'Alive do Bee Gees alcançou todos os telespectadores, Jungkook e Taehyung então tiraram ambos de seus respectivos bolsos, óculos grandes e que remetiam à doce e envolvente época dos anos 80.

Taehyung então começou a rebolar de modo a seguir o ritmo da canção, enquanto todos os convidados iam à loucura e Jungkook apenas assistia à tudo.

A música fora interrompida novamente e uma melodia bem conhecida por Taehyung, a música surgiu interrompendo sua "dancinha", era Part time lover do Stevie Wonder.

O som envolvente da voz de Stevie, juntamente ao baixo característico daquela canção, fizeram Taehyung fechar os olhos e aflorar sua mais intensa manifestação de arte.

Por isso o casal, dançando a música enquanto chacoalhavam o corpo para todos os lados, se embalavam naquele momento de liberdade. Taehyung arriscou acompanhar Stevie na canção.

We are undercover passion on the run
Somos uma paixão às ocultas a todo vapor

Chasing love up against the sun
Buscando amor mas opondo-nos ao sol

We are strangers by day, lovers by night
Somos estranhos de dia e amantes à noite

Knowing it's so wrong, but feeling so right 
so right
Sabemos que é errado mas sentimo-nos tão bem.
 

O som doce da voz de Taehyung em conjunto com o cantor, fizeram toda a plateia ir à loucura, era como se fosse uma unit de época.

Tão logo, um pop contemporâneo ressoou sobre a música de década passada, anunciando que agora era o momento do casal mostrar sua dança verdadeira. E foi o que aconteceu, lado a lado, Jungkook e Taehyung rebolavam com maestria, passadas de mãos por todo o corpo valoravam o ar sensual da música Side to side de Ariane grande.

Em uma parte um tanto insinuante demais, eles colaram as testas, olho no olho, o ar quente das respirações se misturando, o casal procurava competir por um espaço inexistente, isso até Jungkook agarrar com possessão a cintura delgada de Taehyung e juntos eles repetirem os movimentos instigantes daquela dança.

O momento sensual foi cortado pelo som alegre de Happy do Pharrell Williams, as palmas foram logo seguidas e acompanhadas por todos os presentes ali. Taehyung agarrou na cintura de Jungkook, e colado às costas deste, o pintor iniciou o tão conhecido "trenzinho" que logo foi se constituindo de mais componentes, os padrinhos se apressaram para entrar no "trem" e a vovó Hyonji também, bom...eles estavam dançando, sentido a energia boa do momento e como diz a contagiante música:

Because I'm happy
Porque estou feliz

Clap along if you know what happiness is to you
Bata palmas se sabe o que a felicidade é para você.

[...]

A festa estava nas alturas de tão divertida. Porém com o calor do momento, Taehyung pediu que Jin o levasse até a sala onde serviu de estúdio para a preparação de Jungkook, ele queria tirar o terno.

Jungkook disse que o acompanharia até lá também, e assim eles seguiram para o local.

— Yah!! Nem acredito que dançamos tão bem assim, os ensaios com Hobi-hyung surtiram efeito.— Jungkook dizia enquanto adentrava o local.

— O mais legal de tudo foi que conseguimos conciliar Stevie com  Ariana, apesar de achar que isso era humanamente impossível, conseguimos Gukkie.— O maior disse, enquanto entregava seu terno para o marido guardá-lo também.

— Conseguimos o impossível Taetae.— O fotógrafo disse, já agarrando o pintor pela cintura e desferindo diversos selos na boca cor de vinho que ele tanto cobiçara desde que o maior surgiu por entre a cortina de borboletas.

O momento fora interrompido por leves batidas na porta, que fizeram os rapazes apaixonados se separarem.

"Tae e Jungkookie? É o Jin, vocês têm convidados novos para receber." — O rapaz disse já se retirando de perto da esquadria.

— Quem será Gukkie?!— Taehyung questionou curioso e feliz por mais uma pessoa chegar para partilhar de sua felicidade.

— Eu não sei, mas vamos correr pra ver quem é.— O fotógrafo disse já agarrando nas mãos quentes do maior e disparando em corrida até a recepção do lugar.

Taehyung estava nas nuvens com a sensação boa de sentir a aliança em sua mão juntamente com o calor bom que Jungkook lhe causava, esse sentimento confortável fora arrancado de si, quando o mesmo notara os convidados recém chegados.

— Mãe? Pai?— O pintor questionou incrédulo e Jungkook apenas congelou diante da afirmação de seu marido. Aquilo era real? Os pais de Taehyung, depois de toda a situação desagradável, estavam ali no casamento do filho renegado deles? Foi inevitável para o fotógrafo não sentir raiva e revolta.

— Taetae!! Meu Taetae.— Uma mulher de rosto fino se aproximou do pintor e o abraçou com força e saudade, as lágrimas grossas corriam pelo face dela, as manifestações lacrimais ali transpareciam dor, dor da distância. Taehyung continuava sem expressão, totalmente perdido nas informações demais em um único dia.

Logo que a mulher desfez o abraço, Taehyung se viu diante de seu progenitor, o rosto era de uma expressão misteriosa até demais. Mas bastou que o pintor olhasse dentro da alma de seu pai através dos olhos, para que ele entendesse tudo. Seu pai estava de volta e o aceitava de volta também.

O homem que tinha os traços idênticos aos do maior, o abraçou de forma intensa, segura...suas lágrimas finas e ralas transpassavam arrependimento, vergonha e saudade.

— Meu filho, me perdo-

— Pai, mãe. Não se preocupem com o que aconteceu, eu já os perdoei há muito tempo, e mesmo que nunca mais a gente se visse novamente, eu carregaria o meu amor por vocês até o meu último suspiro, vocês me deram a vida e eu sou grato por isso, vocês me deram amor e eu sou grato por isso também. Hoje eu sou um homem adulto e responsável, tenho minha profissão dos sonhos, tenho amigos verdadeiros, continuo tendo a mesma sensibilidade de olhar as pequenas coisas como antigamente, tenho o cachorro mais lindo do mundo, e tenho ao meu lado o amor da minha vida.— Taehyung disse enquanto agarrava com mais força na mão de Jungkook, como para confirmar a veracidade de suas palavras.— Não há o que se preocuparem. Apenas me aceitem como sou e vamos recuperar o tempo congelado. Apenas me amem pai e mãe.

— Mas é claro meu filho, recebemos o seu convite de casamento e vimos essa oportunidade como a chance para te encontrar novamente, nós nos arrependemos tanto meu bem.— A mãe de Taehyung disse enquanto acariciava o rosto do mesmo, exalando um carinho e amor genuíno.

— Pai, mãe, esse rapaz aqui é Jeon Jungkook, meu marido.— Taehyung procurou testar a reação de seus progenitores, se ele notasse algum sinal de reprovação ou desrespeito, era porque seus pais de fato não haviam mudado suas concepções retrógradas.

Mas para o espanto do maior, seus pais em conjunto abraçaram seu marido com carinho e respeito e lhe direcionaram palavras de agradecimento por tudo. Bom era um ato de se orgulhar, aquela linha torta de sua vida havia sido retificada, seu copo não estava mais sem espaço ou transbordante demais, estava tudo onde deveria estar.

Taehyung apresentou seus pais para todos os presentes na festa de casamento, a mesa dos Jeons estava uma farra só, e de modo voluntário se colocaram à disposição para conhecer os pais de seu adorável genro, juntamente da vovó Hyonji.

[...]

Taehyung e Jungkook passaram 3 semanas em lua de mel na Islândia, um berço de cultura e romance para os dois corações apaixonados.

Assim que retornaram de viagem, eles organizaram tudo para a mudança, finalmente eles teriam sua casa própria, na verdade sua imensa casa própria. O imóvel possuía 4 quartos com suíte, um espaço verde nos fundos, com extensão suficiente para estabelecer o jardim bonsai e o mini-borboletário, isso sem contar os demais cômodos daquele lar.

A casa era muito confortável, luxuosa e aconchegante. E nos primeiros anos de casamento, Taehyung e Jungkook procuram se amar mais ainda, como se não houvesse amanhã e em meio à exposições de telas, workshops de fotografias, e muito amor, eles foram criando sua própria rotina e vivência.

— Jeon Jungkook, quantas vezes eu vou ter que repetir que não é pra colocar toalha molhada em cima da cama.— Taehyung surgiu na sala com sua pantufa em mãos, pronto para usar seu método educativo.

— Mas eu não deixei meu amor, dessa vez eu pendurei no criado-mudo.

— Gukkie, não me segura porque eu vou te dar umas palmadas.— Taehyung fechou os olhos e procurou respirar.— Entenda que a toalha tem que ficar no cabideiro e não em cima do abajur.

— Ah, mas a cor vermelha da toalha deu um efeito tão legal na luz, vai dizer que você não gostou?!

— Eu desisto de você.— O pintor disse, já se rendendo ao fato de que seu marido realmente não perderia aquela mania estranha de largar a toalha por qualquer canto.

— Poxa Taehy...você desisti? Poxa...eu lembro de você, há dois anos atrás, lá no altar, deslumbrante como sempre, dizendo que me amava, poxa Taetae.

— Óh, seu bobo, eu disse que desisto de fazer você entender que toalha deve ficar no lugar correto, não que eu estava de fato, desistindo de você. Eu nunca faria isso seu boboca teimoso.— Taehyung disse abaixando o olhar, mesmo após anos, ele continuava a corar como nos primeiros encontros, era inevitável, ainda mais quando se constatava o quão grande o amor deles eram.

— Eu sou um boboca teimoso, perdidamente apaixonado por um artista briguento.— Jungkook aproximou seus lábios e tomou para si a boca quente e gostosa de Taehyung. Os lábios entraram em um atrito gostoso e o toque experiente das línguas fez com que o pintor tocasse as estrelas, a respiração quente de seu marido chocava-se contra a sua bochecha e fazia ali um carinho muito bom. Jungkook sentia todas as suas energias drenadas enquanto ali, sentados no sofá da sala eles produziam sua própria seiva do amor.

O momento romântico fora interrompido pelo toque do telefone fixo, Jungkook interrompeu o ósculo intenso com um selinho carinhoso e se apressou para atender a ligação. E ainda tendo Taehyung perto de si lhe fazendo uma carícia divina, o rapaz atendeu o telefonema.

— Alô?!

"Boa tarde, senhores Jeon Jungkook e Kim Taehyung?"

— Sim, Jeon Jungkook falando.

"Aqui é a secretária do orfanato Joseon, estamos ligando para lhe informar a boa notícia de que o Juiz deferiu sua sentença e vocês poderão adotar o pequeno Hyuk."

Jungkook imediatamente sentiu os olhos se debulharem em lágrimas grossas, céus, era tudo o que eles queriam, todo o processo foi tão longo, mas valeu a pena, agora eles estavam há poucos papéis de terem Hyuk em casa.

A secretaria do orfanato continuou falando mas Jungkook não conseguia acompanhar nada do que lhe era dito, a emoção havia o consumido por inteiro.

Taehyung estava ao seu lado, completamente assustado, querendo saber o motivo do choro repentino e da comoção de seu marido. Seria alguma má notícia?

"Senhor Jeon, pelo seu tom de voz embargado, acredito que a emoção foi demais, estarei ligando às 16:00 para marcamos a vinda de vocês para assinarem os últimos papéis da guarda e buscarem o pequeno aqui no orfanato. Até."

O fotógrafo estava fora de si, o coração estava  apertado de felicidade e ele mal podia esperar para dar a notícia para o marido. Mas infelizmente o choro de alívio o impedia de dizer qualquer coisa inteligível.

— Gukkie, meu amor, se acalma, respira, sim?! —Taehyung dizia isso enquanto apoiava a cabeça do menor em seu peito e fazia ali, um cafuné relaxante.— Isso, calma, respira...—Alguns soluços ainda era ouvidos, mas o menor já se sentia mais restabelecido para falar.

— T-taehy, quem ligou foi a secretaria do orfanato.— O pintor sentiu na hora um aperto no coração, eles estavam esperando essa ligação há meses, e se...e se o motivo do choro de seu marido fosse uma resposta à negativa do juiz? Taehyung sentiu as lágrimas escaparem dos olhos.— Ela disse que o juiz já sentenciou o nosso processo, Tae o Hyuk vem pra casa.

Taehyung sentiu a dor da espera se esvair com força de seu coração, e com toda a comiseração daquela nova metamorfose, o rapaz abraçou o fotógrafo com amor e felicidade, e ainda sentido a mácula em seu peito se esvair aos poucos, eles choraram juntos, se abraçaram com carinho, e sabiam que aquele seria o último abraço em dupla, logo mais um componente estaria entre eles e suas vidas seriam feitas de abraços em trio.

Hyuk viria para casa.