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História Come to the past - Todos sabem a verdade agora


Escrita por: LunaSelene

Notas do Autor


Então, meu note deu problema de novo, aí foi devolvido e começou a apresentar problema no teclado, tive que comprar um teclado usb, quando só faltava uma parte final (que nem entrou nesse capítulo, aliás) o note desligou (pq ele ta sem bateria, pq quebrou algo interno e o técnico n pode colocá-la de volta, aí quando o carregador sai só um poquinho que seja ele desliga) e eu perdi tudo que tinha feito, pq o word não salvou.
Agora aprendi minha lição e estou usando o documento no drive (note já desligou duas vezes desde então, mas drive está salvando minha vida)

Terminada essa longa explicação do pq o capítulo demorou meia vida vamos para o bendito.
Não sei se tem alguém acordado ainda, mas está entregue.

Espero que gostem e leiam as notas finais, conversei um pouquinho com vcs por lá o/

Capítulo 45 - Todos sabem a verdade agora


“Meus pais, com sua mania por puro-sangue, convencidos que ser um Black fazia de você praticamente da realeza.”

- Sirius Black

 

Dorea Black cresceu em uma casa cheia de regras, foi assim durante tanto tempo que ela nunca pensou em questioná-las, aquilo era sua vida e era boa daquela forma. Ela não podia falar tão alto, descer as escadas correndo ou amarrotar o vestido, deveria comer devagar e nunca interromper os adultos conversando, mesmo que tivesse algo muito importante a dizer. Seus sorrisos deveriam ser pequenos e dados em situações muito específicas para pessoas específicas. Tudo bem ela sorri em casa para seus pais e irmãos, desde que não fosse alto e espalhafatoso, Sra. Black detestava gargalhadas, as achava deselegantes e grosseiras.

A sra. Black não sorria, quase nunca e quando o fazia era tão rápido que se você não estivesse muito atento não poderia perceber. Cassie sorria quase sempre, era bonito e gentil, Pollux sorria também, antes, quando ele era só um garoto.

As coisas para Dorea mudaram quando Cedrella foi queimada, quando ela viu Pollux fechar a mão com tanta força que tinha certeza que tinha machucado, quando Cassiopeia não conseguia olhar para nenhum dos dois, quando a Sra. Black era só um fantasma de sua mãe e sua expressão passava tanto ódio que Dorea deu um passo para mais perto do irmão.

Ela nunca tinha questionado, mas Cedrella era uma Black, ela era sua prima e elas se conheciam desde que Dorea se lembrava. Ela sabia, ela entendia... Era só que não fazia tanto sentido assim. Ela era uma Black e ela sempre seria uma Black para Dorea, não importava com quem tivesse casado e se teria uma dúzia de filhos que andariam com nascidos trouxas e seriam amigos de vizinhos trouxas. Ela era uma Black, tinha seu lugar entre as estrelas e Dorea a amava.

Ela sempre seria uma Black.

Ela evitava pensar em Marius, porque foi aí que todos os seus questionamentos se tornaram quase insuportáveis. Aí ela percebeu que seus pais não deveriam estar tão certos assim e quão tola eu fui durante todo esse tempo em ouvi-los e nunca questionar. Qual o problema dos impuros? Marius era perfeito. Ele era um Black perfeito e meu irmãozinho. Ela também o amava, tanto que ainda chorava quando pensava nele e também o tinha perdido, tudo por culpa da sua família.

Ela sabia o que alguém como Harry significava para seus pais. Mestiço. Pobre. Sem nome. Quer dizer, Dorea nem sabia se ele era pobre mesmo, mas qualquer um que não tivesse três cofres no Grigotes era pobre aos olhos dos seus pais. É, ela sabia o que seus pais iam força-la a fazer e ela estava cansada disso.

Ela não perderia mais ninguém. Nunca mais. Não por causa do seu nome.

Eu sempre serei uma Black. Sempre.

Ela tinha Charlus. E Harry. E Pollux.

E Tom, não importava o que ele tivesse a dizer sobre isso.

Ela não perderia mais ninguém.

 

— Você bateu na porta, deveria ensinar os bons modos ao seu irmão. — Tom falou quando abriu a porta para ela entrar.

— Um dia vamos entrar aqui e pegá-lo sem roupa, estou tentando evitar esse momento. — Ela se jogou na cama dele milimetricamente arrumada, a mãe dela o teria parabenizado pela arrumação, mas duvidava que a Sra. Black já tivesse arrumado uma cama na vida.

— Se isso acontecer vou arremessá-los no Lago e só acharão o corpo muito tempo depois.

Tom estava colocado os livros de volta na pequena estante que ele tinha no quarto.

— Você pode terminar isso mais tarde, agora nós temos que sair. — Ela já estava segurando o braço dele tentando arrastá-lo. — Charlus ia levar o Harry para voar e Pollux disse que você precisa pegar um sol, o que francamente ele tem razão.

— Tenho certeza que posso procurar algo melhor com o que gastar meu tempo.

— Não seja chato, vai ser divertido, vamos almoçar perto do Lago e se Pollux o irritar só um pouquinho que seja deixo que você o arremesse na água. — Ela sorria divertida. — Vamos! Vamos! Vamos!

— Merlin tenha piedade do Potter se ele realmente cometer a loucura de aceitar casar com você. — Tom soltou o livro que segurava em cima da mesa e acompanhou Dorea até a porta.

 

Foi como um estalo dentro da sua cabeça, em um momento era como se ela tivesse percebido tudo.

Talvez soubesse desde aquele dia em que Pollux havia insistido em deixar Harry e Tom juntos, com uma desculpa tão ridícula que ela deveria ter percebido, todos os sinais estavam ali.

Tom e Harry tinham brigado.

Tom salvou a vida de Harry ao realizar um feitiço difícil e perigoso quando todos já tinham desistido.

Tom nunca esboçou qualquer contrariedade em estar ao lado de Harry nas aulas de Poções.

Tom sumia por várias horas.

Harry não estava no dormitório a noite.

Harry estava sorrindo, tão feliz que era reluzente e ele olhava para Tom.

O olhava como se estivesse apaixonado.

Dorea não sabia o que sentir.

 

Você é sua arma mais poderosa, sua voz, seus olhos, seus sorrisos. Mostre apenas o que as pessoas querem ver, sorria e todos acharão que você é delicada e frágil, mantenha os olhos baixos e ninguém desconfiará que está prestando atenção, fique em silêncio e as pessoas não notarão sua presença. Então você poderá atacar quando tiver tudo que precisa. Esconda suas emoções e seus pensamentos e não os entregue a ninguém, a Sra. Black a ensinou, como tinha ensinado para Cassiopeia tantos anos antes, mas Cassie era muito melhor nisso que Dorea.

Cassie era melhor em tudo.

Mas fez como sua mãe tinha ensinado, ela sorriu, manteve os olhos baixos e fechou a boca. Ela observou mais atenta do que esteve em muito tempo e nossa, como ela nunca tinha percebido isso antes? Como ninguém tinha percebido?

Pollux percebeu, é claro.

Ela como uma tola jogando Harry para cima de Genevieve quando na verdade ele só tinha olhos para Tom.

Tom Riddle de todas as pessoas.

Inacreditável.

 

Amar sempre foi algo fácil para Dorea, não por causa de seus pais. Céus, não! Eles não se amavam, isso era claro. Mas ela aprendeu sobre amor desde o começo da sua vida com Pollux e Cassie e ela os amou. Ela os amava tanto que às vezes se sentia sufocada com o sentimento.

Quando Harry estava naquela cama, tão imóvel que poderia estar morto ela soube que o amava e não entendia como aquilo tinha começado, como poderia amá-lo tanto se eles se conheciam fazia tão pouco tempo, se ela sabia tão pouco dele. Mas era Harry, e não importava quantos cofres ele tinha no Grigotes ou se sua família não vinha de uma longa linhagem de sangues puros, ele parecia tão frágil e triste, era como Marius no dia de sua partida e Dorea só queria apertá-lo em seus braços e não deixá-lo ir. Ela queria fazer isso com Harry também, abraça-lo até que não restasse mais nenhuma dor, até sufocá-lo com todo o seu amor e carinho.

E ela viu, porque era tão claro quando se prestava atenção, Harry estava apaixonado. Ele lançava olhares ansiosos na direção de Tom e o observava de longe, sempre com um sorriso pequeno nos lábios, com os olhos brilhantes e uma calma que não tinha em outros momentos.

Como isso aconteceu?, ela queria perguntar, Ele não é bom para você, Harry. Esqueça isso. Não se machuque mais.

Foi então que ela viu mais. Tom também olhava para Harry, muito mais suave do que ele realmente era e com muito mais frequência do que Harry fazia. Estava lá e era algo surpreendente, porque Tom era o melhor deles em esconder qualquer coisa e se ele não conseguia esconder... O que isso significava?

 

 

Ele sempre acreditou que tinha total poder sobre a sua mente, por isso ele não era como um dos garotos bobos do Orfanato que tinham medo do escuro. Ele tinha, é claro, o escuro era algo assustador para o pequeno Tom e carregava algo sombrio que ele não estava acostumando ainda, a questão é que ele conseguia controlar seu medo e nunca chorou ou pediu que um dos adultos ficasse com ele até que conseguisse dormir.

A escola trouxa não gastava muito tempo ensinando algo de útil aqueles pobres garotos, qual seria o sentido disso se provavelmente boa parte deles morreria anos depois? Então Tom não sabia que em seu cérebro havia cerca de 14 bilhões de neurônios, que o medo do escuro era algo perfeitamente normal para uma criança e que ele não tinha controle nenhum sobre isso.

Então quando ele olhava para Harry voando como se não passasse de uma criança perseguindo um pomo e sentia seu peito se aquecendo e uma vontade avassaladora de sorrir também, quando ele tinha Harry ali na sua frente com um enorme sorriso, um sorriso real, verdadeiro e cheio de felicidade e só o que queria era puxá-lo para si e beijá-lo também não era culpa sua. Era culpa de todos aqueles neurônios que enchiam sua cabeça de dopamina e serotonina e o faziam pensar coisas ridículas como: Ele é lindo e é tão injusto que me faça perder o fôlego sem fazer nada além de sorrir.

 

Tom já tinha percebido que estava em um caminho onde não dava simplesmente para voltar. Emoções eram um saco e agora ele as tinha aos montes e só o que podia fazer era tentar remediar isso, contê-las e deixa-las em um local seguro. Ele tinha desejos e nenhuma vontade de negá-los para si, ele ainda teria tudo, só tinha que ter Harry também.

E se os outros achassem isso ruim? Bem, ele era conhecido por persuadir quem quer que fosse, poderia fazer o mesmo com um bando de sangues-puros influenciáveis.

Ele queria Harry e o teria.

 

Caro Senhor Riddle, por favor venha à minha sala na primeira oportunidade.

É urgente.

Albus Dumbledore.

 

Dumbledore estava sentado atrás da mesa olhando de forma atenta para o que deveria ser o último trabalho que tinha mandado os alunos fazerem. A porta estava entreaberta e Tom só precisou empurrá-la um pouco para conseguir entrar, o professor não tinha percebido a sua aproximação ainda e isso deu tempo para Tom poder olhá-lo melhor.

Ele tinha mais de sessenta anos, mas ainda tinha muita juventude em seu rosto, olhos cristalinos e sorrisos fáceis, uma gentileza superficial e graciosidade forçada.

Tom tossiu levemente para chamar atenção, a surpresa nos olhos do professor foi substituída bem rápido por um sorriso. Rápido demais para ser real.

— Senhor Riddle, que bom que pode se juntar a mim e tão rápido.

— O senhor disse que era urgente, professor

— Claro, claro.

Às vezes Dumbledore tinha aquela expressão boba e inocente e qualquer um que o olhasse o acharia muito inofensivo, mas Tom sentia todos os pelos do braço eriçados. Não havia nenhuma parte dele que confiasse em Dumbledore.

— Acho que deveríamos conversar na minha sala privada. Sim... Você provavelmente vai querer alguma discrição nesse momento.

Todo o mistério envolvendo aquilo estava causando uma agitação em Tom. Nos dias posteriores a morte da Murta ele esperou que fosse chamado até a sala de Dippet, mesmo que soubesse que não havia como liga-lo a morte, ainda assim havia aquele burburinho no fundo da sua mente, a pequena parte da sua consciência que se sentia culpada por aquilo, que ainda esperava ser chamado.

Sabia que Dumbledore nunca acreditou que Hagrid estivesse por trás daquilo e se não fosse o preconceito latente naquelas pessoas ninguém teria acreditado também. Seria sobre aquilo que Dumbledore queria lhe falar, ele estaria o levando até sua sala para tentar lhe arrancar uma confissão?

Quando Tom se sentou na cadeira de frente a mesa tentou apaziguar sua preocupação, não havia como Dumbledore prejudicá-lo, tudo que Tom fez desde que chegou aquele castelo foi muito bem escondido, o rosto que todos conheciam era do garoto inteligente e esforçado, o melhor aluno que Hogwarts já teve e não havia nada que o professor pudesse fazer sobre isso.

­­­­—­ Imagino que esteja curioso. — Ele não sorria, o que era bom, porque Tom sentia que também não precisava fingir gostar de estar ali.

— De fato.

— Não há motivo para mais delongas. — Dumbledore tirou um grosso pergaminho de dentro da gaveta, Tom pensou que o professor fosse dar a ele, mostrar o motivo que o fez levá-lo até aquela sala e se comportar daquela forma toda misteriosa. — Já faz um tempo que vinha me questionando quem poderia vir a ser seus pais biológicos, não é comum termos crianças bruxas em orfanatos. No começo me convenci de que seus pais poderiam ser trouxas, mas de alguma forma a dúvida sempre esteve no fundo da minha mente como um mosquitinho soando muito perto do ouvido, às vezes era mais fácil de ignorar que outras.

Tom sentia seus braços e pernas se tornando dormentes.

— Eu procurei nos documentos do Orfanato, pensando que a charada seria facilmente desvendada, mas eles tinham pouquíssimas informações. O nome da sua mãe era Mérope, como você sabe e seu segundo nome foi dado em homenagem ao pai dela. Riddle não é um reconhecido nome bruxo, então seria muito mais difícil partir daí. Mas então observe, Mérope e Marvolo não são nomes comuns para os trouxas, você entende o caminho que segui, Tom?

Tom apenas assentiu, um movimento mecânico, engessado, aterrorizado.

— Eu pesquisei durante um longo tempo em vários livros, buscando duas pessoas da mesma família que possuíssem esse nome. — Dumbledore o olhou como se quisesse buscar algo em seu rosto, a confirmação de seus crimes, das mentiras. — Eu achei.

Dumbledore empurrou o pergaminho na direção de Tom e foi com muito esforço que ele forçou seu braço a se mover para pegá-lo.

Era engraçado como as coisas funcionavam. Tom tinha ido até lá pensando em todos os cenários em que acabaria sobre a mira da varinha de Dumbledore, preparado para jogar, manipular e tentar virar o jogo em seu benefício. Jamais imaginaria que pudesse ter qualquer relação com seu sangue.

Havia mais do que apreensão nele. Era raiva, revolta e sentimentos muito mais borbulhantes, porque aquilo era sua vida, ele não era uma criancinha abandonada e se alguém, se qualquer pessoa queria saber sobre sua história, sua família ou o que fosse deveria ter lhe envolvido no processo.

Esse era o problema de pessoas como Dumbledore, agindo como se soubesse o que ele queria, o que era melhor, tomando decisões e interferindo como se ele não pudesse decidir sozinho.

Dumbledore deveria saber que sua morreu ao dar à luz e seu pai ignorou sua existência durante dezessete anos. Que diferença faria isso agora? Por que levá-lo até lá para mostrar que ele estava sozinho? 

Desenrolou o pergaminho, era uma lista muito grande, uma árvore genealógica, de fato.  Lá, quase no começo. estava o nome do seu avô, Marvolo Gaunt ligado a uma bruxa chamada Isobel, havia dois nomes abaixo deles, Morfino e Mérope e ao lado do nome dela havia a ligação com Thomas Riddle. Havia uma linha ligando seus pais e abaixo deles estava ele, Tom Marvolo Riddle. Ninguém mais depois, a linhagem de seus pais terminava com ele.

Tom estava sozinho naquele papel e era como se sentia ali.

Mas os nomes da sua família não eram os únicos ali e percebeu que Dumbledore teve muito mais trabalho do que deu a entender.

— A família Gaunt é conhecida no mundo bruxo, eles... Vocês, são últimos descendentes de Salazar Sonserina.

E talvez fosse impressão, por Dumbledore sempre ter aquela aparência de gentileza, mas naquele momento Tom sentiu que os olhos do professor o estavam queimando. O que ele queria saber? Quando Murta morreu os rumores circularam por todo o castelo, muitos diziam que o culpado tinha sido o monstro escondido na Câmara Secreta. Não havia qualquer indício de que aquilo era real, que a Câmara era mais do que só uma lenda, Dumbledore talvez soubesse a verdade e o olhando ali talvez pensasse que finalmente tivesse descoberto quem a abriu. Ele quis sorrir, só por um segundo, só por ter certeza que não importava o que o professor acreditasse ele não iria trazer isso à tona, ninguém ia acreditar e todas as pessoas queriam esquecer a garota morta.

— Há ramificações da família Gaunt, é claro.  Em algum momento em 1620, Isolt Sayre, única filha de Rionach Gaunt, zarpou em um navio em direção a América. Acredito que você saiba quem é Isolt Sayre.

Tom assentiu.

Ele procurou o nome de Isolt, apenas para ter certeza, só para que pudesse confirmar aquilo. Um pouco afastado do galho que ligava sua família havia, como Dumbledore falou, uma ramificação que começava com Hian Gaunt, havia uma seta para o lado e lá estava escrito: linhagem irlandesa.

— Ela, assim como seus filhos e os filhos deles, nunca se vangloriaram da sua ascendência, Salazar partiu dessa vida com uma péssima reputação e Isolt teve sua própria cota de sofrimento, com isso ela se afastou de qualquer ligação com a arte das trevas. Ela criou sua escola, educou seus filhos e viveu até o fim de sua vida pregando liberdade e aceitação.

— Filhos... — Tom desceu seus olhos até o fim da folha, até os últimos nomes.

— Talvez eu tenha agido de forma precipitada, talvez eu devesse ter tido essa conversa com você antes de fazer o que eu fiz. — Dumbledore esperou até que Tom o olhasse. — Há alguns dias eu enviei uma carta a sra. Honória Voorhis dizendo ter entre meus alunos um descendente Gaunt da linhagem inglesa. Ela me respondeu faz poucas horas, disse estar surpresa com isso e afirma estar ansiosa por conhecê-lo e de forma bastante, podemos dizer, afoita, ela se convidou a vir até o castelo daqui dois dias para conhecê-lo.

— O-o que isso quer dizer, professor? — O coração dele batia tão rápido que o sentia retumbando em seus ouvidos.

Dumbledore não respondeu de imediato, talvez ele também não soubesse o que aquilo significava, o que a vinda daquelas pessoas poderia mudar na vida dele. Eles ficaram apenas em silêncio. 

Tom procurou o nome de Honória, ele estava ligado ao de Alfred, mas este já estava morto, eles tiveram filhos e netos, uma família enorme, pessoas que ele não sabia que existiam, uma família inteira que ele ignorava e que queriam conhecê-lo.

Uma família...

— Acho que você tem muito no que pensar agora, não é? Você não é obrigado a conhece-los, caso se pergunte isso e Hogwarts dará todo o amparo que você precisar nesse momento. Você não está sozinho, Tom.

Ele o olhou, bem firme, como tinha feito sete anos atrás e pela primeira vez em anos Tom poderia dizer que Dumbledore estava sendo sincero e se ele sabia como agir com o professor sendo falso e manipulador, não fazia a menor ideia do que fazer com o homem diante de si.

 

Depois de Candace Tom acreditou que estava irremediavelmente sozinho, ele já era um garoto grande e as pessoas que iam até o Orfanato em busca de filhos só queriam os bebês, mesmo ele sendo uma criança tão linda, como Candace havia falado uma vez, não era o suficiente para ser levado dali. E depois descobriu sobre sua magia e não ia querer ficar preso a uma família de trouxas.

Não sabia o que fazer com uma família, os gêmeos eram a prova de como ele era problemático nesse sentido. Alguém buscando a sua opinião, lhe forçando a comer mais, perguntando se dormiu bem, se está tudo bem, se tem algo de errado...  E se aquelas pessoas viessem e vissem que ele não era nada demais, que a viagem não valeu a pena? Olhou mais uma vez para aqueles nomes, tantas pessoas... Uma família inteira.

E se eles tivessem expectativas que Tom não pudesse suprir? Se olhassem e achassem que ele não era grande coisa, que era alto demais ou baixo demais, que seus olhos eram muito azuis ou não azuis o suficiente, que seu cabelo era muito escuro ou ondulado demais. E se o olhassem e percebessem que ele não era o que eles queriam?

Tom respirou fundo, colocou o pergaminho dentro de uma gaveta e deixou o quarto.

 

Em nenhum momento Tom pensou em como se associar com uma família importante como os Gregori-Voorhis poderia ser importante para seus planos de ascensão, ele só pensou em como seria ter uma família.

 

― Você não está sendo um pouco paranoica?

Tom foi se aproximando dos gêmeos. Pollux estava torcendo as mangas da blusa, aproveitando o resto de calor que o outono estava lhes dando.

― Ele sempre está lá me esperando. ― Dorea respondeu ao irmão. ― Para onde ele iria?

― Não sei, Dorea. Para qualquer outro lugar que não uma biblioteca abafada?

― Mas... ― Dorea parou de falar quando viu que ele se aproximava. ― Você sabe onde o Harry está?

― Por que eu saberia qualquer coisa sobre o Hunter?

Dorea bufou e se afastou dos dois a passadas largas.

― O que aconteceu? ― Ele perguntou a Pollux.

― Harry não estava na biblioteca, ele costuma encontrar Dorea lá depois da aula e agora ela está surtando.

― Você acha que-

― Acho que ele se cansou de fazer deveres e foi procurar outra coisa para ocupar o tempo. ― Pollux o olhou mais atento. ― O que Dumbledore queria?

Tom lembrou do pergaminho escondido dentro da sua gaveta e isso tirou Harry da sua cabeça momentaneamente.

― Falo com você sobre isso depois, quando... ― Quando os conhecer e eles não o rechaçarem? ― Depois.

― Tudo bem. ― Ele não insistiu. ― Você quer começar o ensaio de Aritimância antes do jantar?

 

Tom foi o primeiro a notar, Harry não estava no Salão Principal no jantar e aquele pensamento que ele teve no momento que Dorea disse que Harry não estava na biblioteca o ocorreu novamente.

Alguma coisa aconteceu.

Pollux os chamaria de paranoicos, que sempre estavam esperando o pior, mas se Harry sabia que Dorea ia até ele não ia simplesmente sair sem dar um sinal de como poderia ser encontrado. Ele viu quando ela entrou no Salão vasculhando o lugar com os olhos, fazendo a mesma coisa que Tom tinha feito minutos atrás. Viu quando ela foi até a mesa da Grifinória com passos decididos, como se um deles estivesse escondendo seu amigo.

Ela saiu de lá deixando Charlus falando sozinho.

Eles eram tão patéticos com sua preocupação.

― Eu sei onde ele pode estar, faça com que Dorea não coloque o Castelo abaixo. ― Tom sussurrou antes de Dorea se aproximar.

Ele comeu, porque não podia só sair dali, controlou todo o nervosismo e ansiedade e comeu calmamente. Revirou os olhos quando Charlus foi sentar do lado de Dorea também preocupado e silenciou o burburinho de reclamações quando começaram a dizer que ele não podia sentar ali.

― Eu sei onde ele está, agora pare de agir como uma louca. ― Pollux disse.

― Como você pode saber? ― Charlus perguntou desconfiado.

― E como que eu não sei? ― Dorea demonstrava estar ultrajada.

― Talvez porque ele sabe que eu não o perseguiria quando ele quisesse ficar sozinho.

Dorea fez um barulho irritado, mas continuou a comer.

 

Sabia que Pollux não tinha falado aquilo só para Dorea, que ele acreditava que se Harry estava em um lugar e não tinha avisado ninguém deveria ser porque queria estar só e Tom respeitaria isso, ele o deixaria sozinho se fosse o caso, mas Pollux não entendia. Ele tinha essa esperança de que Harry estava melhorando e que ele precisava aprender a se curar sozinho também, mas como Tom poderia deixar isso acontecer? Harry sonhava com guerra, gritos e vozes de pessoas que já morreram.

Tom sabia que Harry estava dando um passo de cada vez, uns passos eram menores que outros, mas ele estava caminhando para frente, sabia também que nem sempre era fácil e que às vezes era só muito difícil continuar a andar, ele só queria que Harry percebesse que não tinha que andar sozinho.

Entendia porque todos agiam como se Harry já tivesse melhor. Quando se olhava na superfície tudo parecia bem, ele estava saudável, bochechas coradas e sorria. O que aconteceria se seus ferimentos estivessem expostos na sua pele? Pollux ainda diria que eles deveriam deixá-lo sozinho? As feridas de Harry estavam tão dentro dele que era difícil encontrá-las.

Ele sabia de homens que voltaram da guerra com um braço ou uma perna decepada, mas havia aqueles que voltaram sem nenhum ferimento aparente e às vezes eles pareciam tão mais doentes...  Havia esses ferimentos onde se tinha que cavar bem fundo para encontrar, para conseguir chegar até a fonte da dor e Tom sentia que tinha chegado nesse lugar em Harry, na origem de todo o seu sofrimento, mas agora que tinha visto não sabia o que fazer. Não sabia como fazê-lo se curar.

Quando entrou no quarto, naquele lugar meio etéreo, fruto de uma fantasia de Harry, um lugar que não existia na vida real, pensou sobre como a escuridão era assustadora quando ele era só uma criança, como os canos velhos do Orfanato faziam barulho que para a imaginação de uma criança poderiam ser monstros andando pelas paredes e tudo que ele podia dizer a si mesmo era que deveria esperar pelo nascer do sol. Naquele tempo o sol sempre lhe trazia esperança, ele só tinha que esperar.

Qual era o sol de Harry?

Ele não podia fazer amanhecer mais rápido e nem trazia o sol dentro de si, mas ele estava ali e ele ficaria pelo tempo que Harry precisasse.

 

― Você estava sorrindo.

Tom tinha dormido um tempo depois de Harry, não tinha noção de quanto tempo passaram na Sala Precisa, mas não parecia ter passado apenas poucas horas, de qualquer forma continuou deitado ali, porque Harry parecia tão calmo e seus lábios estavam repuxados em um sorriso delicado.

― Estava? Acho que estava sonhando… 

Harry o abraçou com um braço e escondeu o rosto na curva do seu pescoço. Era como se ontem nunca tivesse acontecido e ele não fazia ideia do que fazer, se o confrontava ou se o deixava em paz.

― Acho que ainda não amanheceu totalmente, mas deveríamos voltar para o dormitório antes que percebam que não estamos lá.

Harry fez um barulho de inconformismo e Tom entendia, ele também queria ficar ali e não enfrentar nada que estivesse lá fora, mas aquela era a vida real e o sol estava nascendo.

 

Ele o acompanhou até o Salão Comunal, mesmo sob protestos. Não parecia certo só deixá-lo ir e também eram minutos a mais com Harry, embora fosse apenas os dois andando lado a lado. Harry parou antes do quadro da Mulher Gorda como sempre fazia e o abraçou forte. Tom ainda não era um grande apreciador de abraços, se sentia estranho estando preso nos braços de outra pessoa sem conseguir ver seu rosto, mas ele apertou Harry também.

― Ei, você disse que tinha algo para me contar. ― Harry falou e Tom instantaneamente lembrou do pergaminho.

― Sim… A noite, depois do jantar?

Ele assentiu.

― Harry, o que aconteceu ontem? ― A pergunta vazou da sua boca de uma vez, como um pensamento alto demais.

E ele prometeu a si mesmo que jamais faria isso de novo, que nunca mais violaria a mente de Harry, mas foi a forma como ele o olhou que fez com que essa resolução caísse, porque Harry o olhava como naquele dia em que eles estavam em Little Hangleton e ele a apontava a varinha para seu pai. Não foi um ataque, foi bem sutil, como uma carícia, uma pena deslizando por sua mente.

E ele só ficou por tempo suficiente para pegar um nome: Abraxas.

― Está tudo bem, não se preocupe.

Ele entrou no salão e Tom sentiu a raiva crescendo dentro do seu peito.

 

Havia histórias no mundo trouxa, contos para crianças serem iludidas em algo inimaginável. Não lembrava delas com tanta clareza, sabia que sempre existiam duas pessoas, uma para salvar e outra para ser salva. Ele não era um herói e nunca seria, não estava ali para salvar ninguém, não queria um título de herói e ser ovacionado por isso e sabia que Harry não era uma donzela presa em algum lugar esperando por salvamento, ele tinha chegado tão perto de derrotá-lo antes que poderia destruir Abraxas sem muito esforço.

Havia centenas de pessoas naquele Castelo, duas delas que eram tão importantes que Tom sentia que poderia pôr fogo no mundo para defendê-las, outros que fariam o que ele quisesse, bastando apenas uma ordem, e havia Harry. Ele sentia que podia fazer algo além de incendiar o mundo por Harry, sentia que podia destruí-lo até suas fundações e no fim não restaria nada além de cinzas.

E aquele pensamento deveria tê-lo assustado, porque ninguém devia ser tão importante assim e ele ficaria quando a raiva baixasse, mas naquele momento só o que ele pensava era que era para Harry que ele ia todas as noites, ele permeava seus sonhos e era primeira pessoa com quem ele queria falar sobre os Voorhis, porque Harry entenderia sua aflição e medo de conhecer aquelas pessoas mais do que qualquer um ali e Tom nem precisaria falar isso.

Harry era forte e poderoso, mas também era gentil e pacífico, não era como eles e se não conseguia se defender de alguém como Malfoy alguma coisa devia ser feita.

 

Pouco depois que se conheceram Harry falou algo sobre família, ele disse que família era ficar, era uma escolha. Ele não queria pensar sobre essas coisas, mas como acontecia com frequência ultimamente, ele não tinha lá poder sobre os seus pensamentos, então ele pensava. Muito. Demais.

Família é uma escolha.

Candace o escolheu e ficou com ele até morrer. David o devolveu. Ela era sua família, David não. Harry tinha voltado para o hospital para ficar com ele, tinha escolhido voltar. Pollux não se importava com seu sangue ou com o fato dele não ter dinheiro, devia gastar todo o seu tempo com o filhos dos sangues-puros ricos, mas escolhia ficar com ele e lá estava Dorea empoleirada na sua cama lendo uma revistinha e dando sorrisinhos bobos depois de trazer torradas, bolo e um copo cheio de leite e ficar em pé vendo-o comer tudo.

Ele ainda tinha o ensaio de Aritimância para terminar e a raiva ainda borbulhava dentro dele sem ter um escape, então ele só a deixou lá.

Foi então que o pensamento o ocorreu mais uma vez. Família é uma escolha. Talvez seu pai e sua mãe fossem apenas o começo, ele tinha que nascer de alguma forma, não é? Talvez não importasse tanto assim se os Voorhis não o aceitassem, que achassem que ele não fazia o tipo pertencente a sua família. Tom tinha sido escolhido por outras pessoas e surpreendentemente ele gostava disso.

 

― Eu vou confessar algo. ― Dorea disse de repente, ela baixou a revista e esperou que ele desse sinal de estar ouvindo. ― Eu acho que gosto do Charlus, de verdade e acho que ele gosta de mim também, mas tem essa voz da minha mãe dentro da minha cabeça dizendo como isso é um erro. Ela diz que se entregarmos nosso coração a alguém perderemos todo o nosso poder e seremos só mulheres bobinhas nas mãos de nossos maridos.

― Claro, porque ela sabe muito bem sobre como construir um bom casamento. ― Tom soltou sem pensar e olhou rápido para Dorea, mas ela sorria triste. ― Não que eu saiba qualquer coisa sobre casamentos também, mas imagino que gostar de seu futuro marido é um pré-requisito importante.

― Amor não é uma fraqueza?

Tom parou de escrever. Ele tinha dito aquilo uma vez, alguns anos atrás, não sabia que Dorea ainda lembrava. Ele tinha quinze anos e um monte de raiva dentro de si. Fazia anos desde Candace, não o suficiente, talvez nunca houvesse anos o suficiente sem Candace, mas ele ainda ignorava a existência dela, só que lembrando agora talvez uma parte dele sempre estivesse doendo por ela, algo dentro dele foi machucado e não tratado, uma ferida aberta que infeccionou e ficou pobre por dentro, com vermes caminhando por sua pele, adentrando o ferimento e causando mais dor.

Agora ele não sabia se aquilo ainda era real para ele. Amor era uma fraqueza? Se fosse o que isso diria dele? De Harry? Talvez amor fosse uma fraqueza mesmo, não é? Harry tinha chegado ali tão machucado porque tinha amado pessoas e as perdido. Tom tinha se machucado pela mesma razão.

― Não acho que tenha uma resposta para isso, Dorea. ― Foi o olhar dela que o fez continuar falando. ― Talvez o problema não seja o amor, talvez sejamos nós. Qualquer sentimento pode se tornar uma fraqueza, o amor também. Sentimentos, quando fortes o suficiente, podem nos destruir, cabe a nós permitirmos isso ou não. Amor demais pode ser um veneno. O que acontece se você entrega tudo de si para alguém e essa pessoa não cuidar bem? O que acontece se você ama tanto alguém que esquece quem você é sem essa pessoa? O que acontece se você dá seu amor para alguém que não o deseja?

Ele não fazia ideia de onde aquilo tinha vindo, talvez de suas próprias dúvidas.

― De qualquer forma Potter já está em desvantagem. Enquanto você está aqui se questionando se gosta dele ou não, ele já está completamente nas suas mãos. Ele ainda vai ter que lidar com os Black e Merlin, vocês são insuportáveis.

― Você é um irmão melhor que o Pollux. ― Ela soltou e Tom quis rir, mas isso ainda não vinha fácil para ele, então ele apenas revirou os olhos. Viu quando o sorriso dela foi desvanecendo e esperou pelo que mais viria. ― Eu gosto tanto de você, de verdade e nem é porque você é o bruxo mais poderoso daqui ou porque você vai ter um futuro brilhante e nem porque seus planos de ascensão vão nos trazer liberdade, mas porque você é você. Eu vi a forma como você olhou para Avery naquela tarde e pôr um minuto pensei que fosse cruciá-lo bem ali, eu vi como você o fez se calar sobre mim e Charlus e como sempre dá um jeito de me manter longe dele. Eu vi você preocupado com Harry e não suportando ficar perto dos outros, você poderia ter acabado numa cama de hospital com sua mente perdida para sempre e eu sinto que você faria isso por nós também. Não importa nada que meus pais digam, você é nosso amigo e nós escolhemos você, Tom. Eu escolho você a eles.

As palavras ficaram engasgadas no meio da sua garganta, presas, travadas. Ele só conseguia ver Dorea, bochechas rosadas e olhos brilhantes, ali sentada na sua cama como se o espaço fosse dela também, com uma revista que ela tinha deixado ali da última vez que veio, porque era uma folgada e ela dizia... 

― Eu amo você, mas eu também amo o Harry, então nós precisamos conversar. ― Ela respirou fundo antes de continuar. ― Você sabe, eu sei que sabe, porque é tão fácil de ver. Harry está apaixonado por você, não sei como aconteceu e nem quando, mas está lá e ele… Ele tem um coração tão bonito, ele é tão bom e por isso carrega tanta dor, nós sabemos como liberar nossos tormentos, mas ele não e ele vai guardando tudo, até aquilo calcificar e ficar preso dentro dele. Ele já deve ter visto tantas coisas ruins lá fora e há tanta dor nos olhos dele, mas quando ele olha para você… Ah, Tom… Quando ele olha para você tudo isso some e ele está em paz. Você é a razão dele estar vivo. ― Ela baixou os olhos enrolando o dedo na barra da saia. ― E acredito que você sente o mesmo por ele.

― Você veio até aqui para que eu confessasse meus sentimentos? ― A voz dele saiu fria, sem emoção e não era como ele se sentia, ainda estava meio entorpecido por tudo que ela tinha falado, mas não sabia agir de outra forma quando se sentia acuado.

― Não, você não precisa confessar nada a mim. Mas se você partir o coração dele eu terei que partir algo seu e farei a mesma coisa com ele se Harry magoá-lo.

Tom teve que revirar os olhos mais uma vez.

― É isso que ganho por ser um irmão melhor que Pollux?

Ela riu, daquela forma totalmente descontraída que ninguém quase nunca via.

― Não seja bobo, eu já tive essa conversa com Irma. Ela sabe o que vai acontecer se fizer algo com Pollux.

E um sorriso traidor saiu de Tom, porque ele via mesmo Dorea ameaçando Irma de uma forma delicada e totalmente assustadora e foi aí que ele percebeu o que tinha que fazer.

― Harry sumiu ontem porque ele não estava bem, não sei o que aconteceu, mas sei que Abraxas tem algo a ver com isso. Quero que você descubra o que ele fez.

A expressão risonha de Dorea morreu totalmente e por um momento pensou que ela fosse sair dali e caçar Abraxas naquele mesmo instante, mas um sorriso perverso assumiu o lugar. Naquele momento ela ficou muito parecida com a Sra. Black.

Ela se levantou e arrumou a saia, estava com raiva, não como a dele, a raiva de Dorea era fria, havia gelo em seus olhos.

― Posso fazer o que quiser para conseguir essa informação?

― O que quiser, desde que não nos meta em problemas com Dippet.

― Como queira, meu senhor. ― Ela fez uma reverência, e lhe deu um sorriso astuto e diabólico.


Notas Finais


Quando penso sobre o Tom, penso em uma criança que cresceu sozinha e que teve que enfrentar seus medos por conta própria e que encontrou uma forma de passar por cima deles. Ele perdeu antes mesmo de entender o que era perder alguém e depois perdeu novamente. Ele sentia muito, mas sentir não era fácil e ele tinha que ser forte, então ele guardou tudo aquilo, escondeu Candace no fundo da sua memória e a deixou lá, como ela o tinha deixado também.

Eu passei um bom tempo pensando no que Tom faria nesse momento, depois que ele descobrisse os motivos dos pesadelos de Harry, depois de ver os horrores que ele viveu. Se ele ficaria por perto ou se se afastaria por não saber como ajudar, e depois de muito pensar percebi que ele foi aquela criança que teve que enfrentar seus medos sozinhos e com Harry é diferente.

Tudo mudou depois que Harry chegou, depois dele ser confrontando e não ter sido abandonado (como ele tinha sido tantas vezes no passado) e ele não seria capaz de deixar Harry sozinho com sua dor, mesmo que não soubesse o que fazer para ajudar, apenas ficaria ali por perto e isso é tão mais importante.

Sobre os gêmeos... Eu acredito que há um tipo de lealdade na Sonserina, não algo tão intrínseco como é para lufanos, mas não consigo esquecer do Chapéu dizendo que na Sonserina você encontrará seus verdadeiros amigos e o que é verdadeira amizade se não lealdade? Vai ser importante essa aceitação por parte dos gêmeos agora que o Tom não é ninguém, vai mostrar a ele quem está realmente do seu lado e por isso ele devolverá a lealdade que recebe.

Vocês concordam com meu ponto de vista, com os rumos que a história está tomando? Vamos conversar :)

P.S.: percebem como Dorea fala no plural em alguns momentos? Pra mim eles são tão ligados que quando ela pensa nela o Pollux já vem de brinde, então sai um "nós" sem ela nem perceber.


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