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História Come to the sea, baby. (Kagehina) - A quebra da promessa - FINAL


Escrita por: vnejivtenten

Notas do Autor


Oláááá, cá estamos novamente. Já queria começar pedindo desculpas pela demora do capítulo; Aconteceram muitas coisas no fim do ano passado, e por isso eu enrolei um pouquinho para vir escrever para vocês! Mas hoje eu trouxe o famoso desfecho dessa história que eu tanto amo escrever. Quero agradecer a cada pessoa que acompanhou até aqui... Sempre deixando comentários de conforto e me motivando a não desistir jamais! Eu considero esse último capítulo um presente pra minha melhor amiga que sempre esteve comigo durante o processo de criação de Come To The Sea, Baby e que vai fazer aniversário na segunda! Acho que é isso... Beijos e até a próxima história e boa leitura!!

Capítulo 5 - A quebra da promessa - FINAL


“– Kageyama!! Chegou cedo hoje!

- Quem é você? – Perguntou pendendo a cabeça de lado.

- Quem sou eu?? Ué, o Hinata? Shosho? – Dei risada tentando entender que tipo de brincadeira Tobio estava fazendo.

- Eu nunca vi você. – Uma dor no peito me atingiu como faca. Não era uma brincadeira.

- Como é?...

- Brincadeira!! Não se assuste!! – Mexeu as mão tentando me acalmar.

- Seu ridículo! Prometa não se esquecer de mim!

- Eu não vou me esquecer de você, seu bobo! – Sentei junto a ele no chão. Lancei o olhar mais sério possível.

- PROMETA! – Brandei.

- EU PROMETO! Não vou me esquece de você, Sho!”

***

Hinata

Com lágrimas agora caindo sem parar de meus olhos, eu olhava para um Kageyama confuso e assustado por conta do meu estado repentinamente desesperado.

Respirei fundo fungando, e encostei na parede antes que meu corpo despencasse.

- D-diga, onde nos conhecemos? – perguntei com a voz trêmula.

- Shoyou, acalme-se, por que está choran-

- ONDE NOS CONHECEMOS? – Esbravejei. Acho que nunca mostrei esse lado para ninguém. Nem para mim mesmo.

- No jogo durante o fundamental!! Agora pode me explicar por que DIABOS está chorando?? – Respondeu com a voz embargada de raiva e confusão.

- Não... – Respondi. Não nos conhecemos no fundamental, e eu não explicaria o porquê disso. Se alguém precisa contar-lhe sobre o passado, esse alguém é ele mesmo. Sua própria memória.

Não posso mais ficar aqui olhando para sua cara agora tão conhecida.

Eu preciso sair.

Eu tenho que sair.

PROMETA!

- EU PROMETO! Não vou me esquecer de você, Sho!”

Mentiroso...

***

Kageyama

Observei Hinata se desencostar da parede e sair do quarto sem fazer barulho, caminhou pesado e lentamente, -  como se estivesse sido dopado – até a entrada, limpando as lágrimas com as costas da mão. Lhe alcancei logo em seguida.

Não consigo compreender o seu comportamento repentino. Por um momento havia ficado em transe, e então as flores de lágrimas começaram a desabrochar de seus olhos já marejados a algum tempo.

Me doeu ver ele chorar.

Por que dói tanto?

O ruivo abriu a porta da entrada e saiu, apressei o passo e o puxei para dentro novamente, fazendo com que olhasse para mim, mas o mesmo só fitava o chão de cabeça baixa.

- Onde pensa que vai no meio desse temporal!? – Apertei meus dedos em seus pulsos. O menor agora ergueu o olhar para mim com os olhos inchados, o laranja mel de seu olhar estava apagado, triste. Minha única reação foi soltar seus pulsos lentamente, enquanto esperava uma resposta.

- V-você disse que n-nunca esqueceria de mim...

Um tremor desconhecido balançou meu corpo, como um choque.

- VOCÊ PROMETEU!

Eu... Prometi?

Retornou a chorar, tentou abafar os soluços com a mão, e antes que pudesse impedir que saísse nessa chuva, o menor já havia batido a porta.

Podia escutar a voz de Sugawara em minha cabeça: “Deixe-o ir por enquanto, ele está de cabeça cheia.”. Essas foram as palavras que o platinado havia dito para mim na nossa primeira briga.

Mesmo que meu corpo queira se mover sozinho e agarrar o corpo de Hinata para traze-lo de volta para cá, outra parte minha grita e implora para que eu permaneça aqui por mais algumas horas. Ele voltaria. E se não voltasse, eu iria atrás...

Voltei para o quarto e me direcionei para o banheiro, lavando o meu rosto já suado e encarando meu reflexo no espelho. As palavras voltaram a ricochetear em minha mente.

VOCÊ PROMETEU!”

Shoyou... Meu Deus...

***

Hinata – 19:30

A ladeira que levava até a beira da praia estava escorregadia sobre meu pés por conta da água da chuva que parecia não querer parar de cair. Antes de pisar na areia, observei uma estrada vazia na direita da ladeira, era feita de terras e pedras, e aparentemente era uma trilha que levava os turistas até o topo das serras que rodeavam o litoral.

Parei no lugar por alguns minutos pensando em qual loucura deveria fazer para me desconcentrar de tudo que estava acontecendo.

Eu queria poder... Esquecer.

*

 20:00

A chuva agora caia forte e açoitava meu rosto vermelho. As lembranças não paravam de surgir e invadir mais uma vez a minha mente, e as lágrimas não conseguiam parar de cair se misturavam com a chuva enquanto me esforçava a prestar atenção aonde estava pisando.

Não tenho a menor ideia de quanto tempo estou subindo a serra, volte e meia volto a realidade por conta das diversas escorregadas que levo por causa das pedrinhas molhadas e escorregadias. Devo me encontrar no meio da trilha, já está íngreme demais.

Eu vou subir mais.

Agora a dor da lembrança ricocheteia em meu peito como o vento em meu rosto.

Talvez a algumas horas atrás eu poderia até comparar a chuva com Kageyama... Mas agora ela se parece mais comigo, com meus sentimentos.

Confusa.

Sem saber para onde ir;

Triste.

Ninguém liga para chuva, todos querem ver o sol, e quando ela acabar vai ser esquecida... Assim como eu fui.

Eu quero que pare de chover.

[...]

Eu não consigo mais subir.

Cheguei em uma parte que só é possível continuar com a ajuda de equipamentos, eu deveria descer e acabar logo com essa besteira, deveria esquecer tudo e fingir que nada aconteceu.

Eu vou descer. Tentar pelo menos...

O tempo está se fechando cada vez mais em torno da serra, trovões e relâmpagos soam atrás dela. E enquanto eu descia, um relâmpago explode uma das árvores atrás da mim.

É lógico Hinata! Que gênio subiria em uma grande serra durante um temporal!

Gritei por conta do susto e comecei a descer o mais rápido que podia, tropeçando e escorregando até o ponto de realmente cair e rolar alguns metros abaixo.

- Merda! – resmunguei vendo os arranhões espalhados pelo meu corpo e o corte feito no meu joelho.

Levantei e comecei a tentar descer mais lentamente, mas o machucado me impossibilitava de fazer tal coisa. Cai novamente em mais uma das tentativas falhas. Observei pedrinhas rolarem serra abaixo. Talvez eu devesse ficar aqui...

***

Kageyama – 20:20

Procurava qualquer vestígio de rastros que Hinata podia ter deixado, e agora me via descendo a ladeira até a praia.

Onde você se meteu?

Me escondi da chuva debaixo de uma árvore ao lado de uma trilha, me agachei e fiquei observando as trovoadas que rugiam atrás de mim, até que notei pedras rolando do topo até a superfície rasa em que me encontrava.

- Ele não teria... Maluco... – Agarrei a toalha que havia trazido e me pus a subir a trilha o mais rápido que podia.

A cada passo que eu dava sentia como se aquele morro inteiro fosse desabar sobre minha cabeça, por esse motivo aumentei o passo até encontrar uma cabeleira ruiva tentando se levantar.

Extremamente encharcado, com diversos cortes a arranhões pelo corpo e com o cabelo repleto de folhas. Meu peito se contorceu e eu paralisei.

- Tobio... – sussurrou tentando se levantar rápido e disfarçar o choro que voltava.

Corri até o menor e passei a toalha sobre seus ombros, segurando as duas pontas do tecido e o trazendo para mais perto de mim. Encostei a testa em seu ombro esquerdo e me deixei levar por tudo que estava acontecendo.

- Desculpa... – Sussurrei com a voz embargada – Desculpa por te trazer tanta dor... Eu te fiz passar por tanta coisa, na v-verdade NÓS passamos por muita coisa e mesmo assim eu quebrei a promessa, mas meus pais estav-

- Que promessa!? – Ergueu meu rosto com as mão sujas de terra.

- Sho... Eu também me- - Fui interrompido novamente pelo estalar de uma de suas mãos contra sua boca. Ele me olhava desacreditado.

Seus olhos se marejaram de novo, então eu notei que deveria ter essa conversa, mas não sobre uma trilha, com Hinata machucado e ao som da trilha sonora de trovoadas.

- Vamos. – Ignorei a relutância de Shoyou e coloquei meu braço por baixo dos seus.

Descemos a serra o mais cuidadosamente e rapidamente possível, chegamos a casa da praia com todos ainda sozinhos em seus quartos, menos Ryuu, que roncava sobre um colchão no piso da sala.

Seguimos no corredor até nossos quartos, tranquei a porta e conduzi Hinata até o banheiro.

- Quer ajuda no banho? – Perguntei sem malicia.

- Claro... CALMA AI, COMO É QUE É? – Esbravejou.

***

Hinata – 21:00

Entrei em baixo da água quente, deixando meu joelho de fora para não arder, esfreguei com minhas próprias mãos os meus machucados, e quando terminei vesti um moletom que estava pendurado sobre o cabide, provavelmente de Kageyama...

Ainda não consigo acreditar.

Sai de dentro do banheiro e vi o moreno observando com a janela aberta e as cortinas batendo em seu rosto a chuva que ainda caia lá fora.

Manquei até ele e parei em sua frente, ele revidou o olhar, e agora seus olhos não estavam mais tão frios...

- Explique-se – Exigi.

***

Kageyama – Anteriormente – 19:20

- Meu Deus...

Um turbilhão de memória invadiram minha mente, fiquei tonto e ainda assim fui cambaleando até a cama.

Em todas elas eu conseguia ver alguém junto de mim... E só de lembrar de sua presença conseguia sentir meu peito queimar.

Mas eu não via seu rosto.

Meus pais nunca me contaram que havia alguém sempre comigo... Por que não??

Procurei meu celular entre as cobertas e disquei o número da minha mãe.

- Mãe!? Escute bem, eu preciso que você me mande TODAS as fotos que tem guardadas de mim durante minha infância... Por que eu preciso disso? PORQUE SIM! E por favor, não esconda nenhuma delas!

Desliguei e afundei as mãos em meus cabelos, tentando manter a calma. Senti meu celular vibrar diversas vezes sobre o colchão. Abri a conversa e analisei foto por foto.

Fotos minhas tomando banho, fotos com a Miwa, fotos em um parquinho, e uma foto... Uma foto com ele.

Hinata Shoyou.

Uma lágrima solitária escorregou sobre a superfície da minha pele.

Não porque havia lembrado... Mas porque havia quebrado a primeira promessa que tinha feito para o meu primeiro melhor amigo.

***

Hinata – Atualmente – 21:05

Eu encarava Kageyama incrédulo.

O que deveria fazer a partir de agora? Me declarar? NÃO.

- Hinata... Me desculpe por quebrar a promessa... – Kageyama Tobio. Pedindo desculpas.

- Está tudo bem agora... Eu também esqueci, então você não me deve desculpas... N-na verdade, eu também sinto muito por ter sido tão escandaloso, é só que eu não estava dando conta de suportar o meu amor por você e mais o turbilhão de lembranças e... – Fui abaixando o tom de voz a cada palavra que dizia e me dando conta do que dizia a cada segundo.

Kageyama encarava o chão com os olhos arregalados e com as bochechas vermelhas.

- N-não f-foi nada disso q-que eu quis dizer, eu só estava tentan- - Fui interrompido pelos braços e Kageyama me rodeando.

Era a segunda vez que ele me abraçava, mas parecia que era a última vez que nos veríamos. E por mim tudo bem... Eu morreria feliz se morresse agora.

- Eu também, eu também gosto... – Pigarreou e respirou fundo. Recomeçando. – Eu também amo você, Sho...

Senti o sangue se espalhar pelas minhas bochechas e meu rosto esquentar. ELE ME... Amava?

- E-eu nunca disse isso... – Apertei mais ainda meu rosto contra seu peito.

- Disse sim.

- Q-quando??

- Hoje, enquanto preparávamos o almoço.

- VOCÊ ESCUTOU??

- Sua voz é alta até mesmo sussurrando, boke.

- Não tinha esse direito! Era particular!

- Que seja... – Se separou de mim e levantou meu queixo com uma de suas mão. Eu sabia exatamente o que ele iria fazer a partir do momento em que se aproximou do meu rosto.

E acredite ou não, mas eu queria.

Passei as mãos em volta de seu pescoço e lhe puxei para baixo de uma vez. Selando – finalmente – os nossos lábios.

Eu amava Kageyama.

 ***

Kageyama – 9:40

- Tudo isso aconteceu ontem à noite?? – Perguntava Daichi incrédulo enquanto eu observava Hinata treinar recepções com Nishinoya.

- Sim... Foi a noite mais agitada da minha vida, e ainda estou confuso sobre muitas coisas...

- Pelo menos deu tudo certo! Já estava demorando para vocês ficarem juntos, o time inteiro percebeu antes de vocês dois... – Comentou Sugawara enquanto armava um guarda-sol.

Hoje o dia amanheceu totalmente ensolarado. A chuva de ontem tinha milagrosamente desaparecido, e na minha memória ainda estava todo o acontecimento da noite anterior. As vezes lembranças surgem novamente, e me vejo perdido na sintonia que eu e Hinata tínhamos quando éramos menores. Na verdade até hoje...

- Kageyama! – Acenou Shoyou com uma bola inflável embaixo do braço. O menor correu até mim quando retribui o aceno. – Venha! Vamos para o mar, amor!

- O- o que!!??

- U-ué eu te chamei para vir até o mar comigo... – Recuou seu tom de voz.

- Repita o que havia dito! – Ordenei.

- “Venha para o mar”?

- Repita tudo! – Colocou uma mão na cintura e sorriu envergonhado.

- Venha para o mar, amor... – Repetiu.

Levantei da cadeira e segui o menor até meio mar.

Eu não sei exatamente como tudo isso começou, mas sei que junto dele eu vou terminar...

“Come to the sea, baby.”

FIM


Notas Finais


É isso, eu tenho vontade de fazer um spin-off do que aconteceu após o final, então me aguardem porquê eu com certeza não acabei por aqui! Obrigada novamente a todas as pessoas que acompanharam até aqui... Se cuidem!


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