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História Come wake me up - The Truth


Escrita por: uncover5h

Notas do Autor


Okay, voltei cedo!!!! Yay!
Bom, já avisei que estamos na reta final da fic, estamos muito próximos do fim. O que eu gostaria de dizer é que, bom, não vou avisar vocês qual será o último capítulo. Saberão quando for postado, ou seja, a partir deste capítulo, qualquer atualização pode ser o último... Isso tem objetivo com a história, não me odeiem <3 Amo vocês.

Dedico este capítulo à Mayara, uma das mais gratas surpresas que a vida me deu. Meu coração, amor e gratidão estarão com você sempre, não importa onde eu esteja!

Quaisquer erros, conserto assim que os ver.

Capítulo 29 - The Truth


 Lauren's pov 

As vezes a verdade é corrosiva. Como um ácido. Como uma bactéria. Ela pega você com a dignidade de um trem de carga, surgido sem aviso nos trilhos da sua vida e passa rodas acima dos seus ossos, deixando de você as migalhas a reconstruir. 

Foi assim que ela me pegou. 

Eu estava saindo da escola a passos largos, em direção à rua, sem um rumo determinado, tomada pelas minhas emoções furiosas, quando ouvi gritos exasperados e até, desesperados vindos de trás de mim. Completamente tomada pelo ciúme e indignação, não senti nenhum pingo de curiosidade de olhar para ver o que ocorria. Nem mesmo pensei algo a respeito, tudo o que eu desejava era andar o mais rápido possível para qualquer lugar longe dali. 

A cena entre Camila e Petrus na sala havia sido para mim tal qual um meteoro gigante que se choca contra o mar. Havia despertado em mim um tsunami furioso, alimentado por todas as emoções que recentemente me acometiam. De nenhuma maneira desconfiei de Camila, sabia que jamais partiria dela qualquer iniciativa para ser desleal comigo. Mas o que eu havia visto era muito mais que isso. Camila e Petrus trocaram confidências que, aparentemente, Camila não compartilhava comigo. Eu a vi chorar em seu ombro. Me senti traída. Me senti preterida de sua vida ou de uma parte dela. Senti que de alguma maneira ela não confiava em mim tanto quanto eu confiava nela. Eu chorara para ela, mas ela não chorara para mim. Ela escolhera ele para chorar. E depois, o beijo. Pode ser que não tenha sido em seus lábios, considerando o meu ângulo duvidoso, mas tendo sido ou não, tudo o que eu me perguntava era: por que Camila havia deixado que ele a tocasse de maneira tão íntima? Por que?! 

Saí correndo. Eu estava à flor da pele devido aos acontecimentos recentes, meus sentimentos estavam se chocando como balas de canhão, dentro de mim. Tudo o que eu queria fazer era correr para colocá-los em ordem e, conseguir fazer parar de doer. 

A ponto de dar o meu primeiro passo para atravessar a rua, rumo a qualquer lugar, ouvi meu nome ser gritado freneticamente. 

- LAUREN!!!!!!! - uma voz masculina, não muito desconhecida gritava. 

Atravessei a rua apressadamente. Não queria falar com ninguém.

- LAUREN! 

Uma mão agarrou-me pelo braço direito, virando-me com força. Era Petrus, vermelho e com o semblante desesperado. 

- A CAMILA ! - ele gritava desesperadamente, sacudindo-me como um louco. - A CAMILA, LAUREN! - ele repetiu, apontando na direção da escola, para onde olhei por instinto e vi um amontoado de pessoas em volta de um corpo caído ao chão. 

Segundos foram o necessário para eu entender que o corpo estirado ao chão era o de Camila e a minha raiva se transformar em um desespero internamente ensurdecedor. Minhas pernas perderam as forças, mas contraditórias, se puseram a correr antes que eu mesma me desse conta. 

Corri até ela e me joguei de joelhos ao chão, ao seu lado, machucando-os mas pouco me importando com isso. Tentei tocá-la no rosto para forçá-la a acordar, para forçá-la a abrir os olhos e olhar para mim, mas me seguraram.

- Não toque nela, Lauren! - a voz exasperada de Alexa falava em algum lugar perto de mim e senti mãos, que supus serem as dela, segurando meus braços. - Ela caiu da escada e pode ter batido a coluna.

Antes que eu pudesse contestar a enfermeira da escola chegou e já ao longe se podia ouvir a sirene de uma ambulância que, provavelmente havia sido pedida por algum estudante. Trudy, a enfermeira de plantão, fez os primeiros socorros em Camila, checando, inicialmente os seus sinais vitais. Checou seus batimentos cardíacos e em um rompante usou o estetoscópio em Camila, colocando o objeto de metal no peito da minha namorada.

- O QUE ELA TEM? - gritei, em desespero e tentei chegar mais perto de Camila, sendo segurada por Alexa e empurrada com o cotovelo pela enfermeira. - ME DIZ O QUE ELA TEM! - gritei mais uma vez e mordi o braço de Trudy.

- SE AFASTA MENINA! - ela gritou comigo, aparentemente ignorando a mordida que dei em seu braço. - TODO MUNDO SE AFASTA DELA! - ela gritou, visivelmente transtornada e cruzou os dedos e apoiou as mãos em cima do peito de uma Camila imóvel, maleável e inerte. 

"Um, dois, três, quatro, cinco", Trudy contava os impulsos que dava no peito de Camila. Ela estava fazendo massagem cardíaca. Mas por quê?! 

- Camila! - eu gritei, desconsolada, em um desespero desmedido.

Não entendia o que estava acontecendo. Camila havia caído e provavelmente batido a cabeça, então por que estava recebendo massagem cardíaca?! Eu não me importava, só queria que Camila abrisse os olhos e sorrisse para mim e dissesse que estava apenas tirando um cochilo. Naquele momento eu era um pedaço de gesso boiando ao mar. Me sentia impotente. Totalmente perdida. 

A ambulância chegou e os paramédicos, em questão de segundos estavam com a maca ao lado de Camila. 

- Ela caiu da escada e está tendo uma parada cardíaca. - Trudy praticamente gritou para um dos paramédicos. 

- PARADA CARDÍACA? - gritei, mas minha voz quase não saiu. 

Colocaram Camila na maca e enquanto a carregavam para dentro da ambulância com a agilidade de quem já havia feito isso muitas vezes, me levantei do chão, pisando com tanta força que escorreguei e mais uma vez bati os joelhos, e corri para ir junto com ela na ambulância. 

Eles a colocaram no canto da ambulância e um deles levantou-lhe a blusa, em seguida, passando-lhe algo no peito. 

Eu estava subindo na ambulância quando um paramédico me segurou pelo braço. 

- Você não pode ir. Só pessoas maiores de idade, por fav..

Subi na ambulância com mais de mil, antes mesmo de falar.

- EU SOU MAIOR DE IDADE! - eu gritei nervosamente, sem saber exatamente o que falar. Meus lábios tremiam junto com meu estômago que parecia levar choques de 1000 voltz ininterruptamente. Não conseguia falar. 

Cheiro de queimado. Barulho de choque. Olhei para o lado em desespero e me dei conta: o paramédico estava dando choques no peito de Camila, tentando restaurar seus sinais vitais. 

- Tem que ir um respons..

- ELA É MINHA NAMORADA E EU NÃO VOU SAIR DA PORRA DESSA AMBULÂNCIA. - gritei mais uma vez. Ninguém me tiraria de perto de Camila. 

O paramédico não discutiu mais. Dada a urgência do caso, fechou a porta da ambulância com força brutal, ambulância esta que não demorou cinco minutos para chegar ao hospital mais próximo. 

Dentro da ambulância, as tentativas de restaurar as batidas do coração de Camila pareciam em vão, mas voltaram. Fracas, mas voltaram. 

Eles tiraram Camila em sua maca da ambulância e a colocaram em cima da maca do hospital que já estava a postos. Desci da ambulância e corri com eles até certo ponto do hospital, onde me disseram que eu não poderia mais entrar. A porta de metal se fechou à minha frente e vi Camila sendo levada para longe de mim. 

No momento em que ela sumiu do meu campo de visão, convalesci. Meus joelhos e tornozelos foram esvaídos de toda força e fui ao chão.  Frio e gelado, como tudo parecia estar dentro de mim. Na minha cabeça havia um vazio, tudo o que havia para mim era choro e dor. Nada fazia sentido. Camila teve uma parada cardíaca, mas isso não fazia o menor sentido. Por que uma pessoa que cai de uma escada tem uma parada cardíaca? Ela não deveria ter tido uma concussão ou até um traumatismo craniano? Por que o coração? 

Não sei por quanto tempo fiquei jogada àquele chão, alheia ao mundo ao meu redor, chorando e criando mais e mais perguntas em minha mente quando senti uma mão em meu ombro. 

- Lauren. - ela segurou a minha mão e me puxou para que levantasse. - Venha cá, querida. 
Sinu me puxou para cima e me abraçou, consolando-me. 

Consolando-me? 

Depois de algum tempo chorando em seus braços, notei que Sinu transparecia muita serenidade. Seus olhos denunciavam que havia chorado, mas não aparentava nenhum desespero. 

- O q- que aconteceu? - eu perguntei, cedendo aos soluços de um choro que não parava. - Ela estava bem - eu tentava explicar-lhe. - e eu sai correndo - as lágrimas grossas escorriam pelo meu rosto inchado. - ela caiu  - eu falava tudo desconexamente, nem eu mesma fazia ideia do que havia acontecido, como poderia explicar. - A culpa foi toda minha. - e desabei em seus braços novamente a chorar.

Sinu puxou-me para uma cadeira e fez-me sentar. Sentou-se ao meu lado e abraçou-me, consolando-me do meu desespero. 

- Tente se acalmar. - Ela disse quando sentiu meu choro mais contido. - Por favor minha filha, acalme-se. Há algumas coisas que preciso lhe explicar. - ela me fez olhar para ela, segurando-me o rosto vermelho e tomado por lágrimas. - Há uma coisa que eu preciso lhe contar, mas só posso fazer isso quando você se acalmar. Pode tentar fazer isso? 

Eu não podia. Eu não podia me acalmar! Eu não entendia nada do que estava acontecendo, não tinha notícias de Camila há, o que, horas?! 

- Vou pegar um copo de água pra você. Você está sentada nesse chão há quase duas horas. 

- Duas horas?! - perguntei no automático. - Onde está Camila? 

- Sim, duas horas. - ela disse, passando a mão pelo meu cabelo. - Ela ainda está no centro cirúrgico.

- CENTRO CIRÚRGICO?! - perguntei, sentindo o desespero se manifestar com a força de mil furacões. 

Eu havia ficado tanto tempo sentada, chorando, imersa em meu desespero, que não sabia de nada do que havia acontecido até aquele momento. O pior poderia ter acontecido e eu não saberia. 

- Se acalme, Lauren. - Sinu me abraçou e eu, novamente, desmoronei em seus braços. 

- Por que ela está lá? Por que está no centro cirúrgico? - eu perguntava entre soluços de meu choro dolorido - Por que não me chamou esse tempo todo? Por que não me disse o que está acontecendo? Por que?! - eu perguntava inconformada. 

- Eu vou responder todas as suas perguntas assim que você se acalmar. - Ela disse, buscando meu rosto, para acariciar, enquanto eu me entregava ao desespero. 

Meus olhos ardiam, minhas vias aéreas estavam totalmente entupidas e minha cabeça latejava, devido ao choro constante. Estava cansada de chorar e mais quarenta minutos daquelas horas horrorosas de Camila no centro cirúrgico haviam se passado. Eu havia tentado arrancar informações de Sinu, mas ela se recusava a me dizer qualquer coisa até que me acalmasse e parasse de chorar. Eu me recusava a parar de chorar. Ou meu coração se recusava a parar de chorar. 

Mais calma, respirei fundo e tentei mais uma vez.

- O que está acontecendo? - perguntei novamente, enquanto Sinu me entregava um copo de água e sentava-se novamente ao meu lado. - Por favor, Sinu. 

- Você está mais calma? - perguntou-me, olhando-me a analisando-me. 

- Sim. - respondi simplesmente, tentando parecer realmente calma. Monossílabos eram mais seguros. 

- Okay. Há uma coisa que você precisa saber. 

- Pois então diga-me! - falei um pouco impaciente, mas logo me arrependi. - Eu não estou entendendo nada, Sinu! - tentava controlar o desespero trêmulo de minha voz. - Por que ela está aqui? Por que massagem cardíaca? Por que ela está a tanto tempo no centro cirúrgico? Por que você está tão calma?! - fiz a última pergunta um tanto indignada. 

Ela soltou um suspiro profundo. Estava exausta, era notável. Não fisicamente, mas emocionalmente. Não demonstrava tanto desespero quanto eu, mas quando olhei em seus olhos, realmente, pela primeira vez, percebi que seus desespero era um infinito, em absoluto, maior que o meu. 

- Não vou fazer rodeios com você, não acho que estamos em um momento para isso. - ela retirou os óculos por um momento e coçou os olhos, colocando-os de volta em seguida. - Quando Camila tinha dezesseis anos sentia-se sempre muito cansada e muito fraca. Eu pensei ser porque ela não se alimentava direito e comecei a cuidar melhor da alimentação dela. Um dia, entretanto, estávamos jantando em família e Camila começou a gritar de dor com a mão sob o peito e caiu ao chão, se contorcendo, com muita dor. Levei ela a vários médicos e depois de muita investigação, descobrimos que Camila tem uma síndrome muito rara no miocárdio. - ela fez um movimento com a mão, fechando-a lentamente até fechar completamente o punho. - Os músculos de seu miocárdio tem um tipo de fibrose que faz com que "envelheçam" - ela fez aspas com os dedos - mais rápido que o meu e que o seu e que o de quase todas as pessoas. Ela é o vigésimo quarto caso conhecido no mundo com Fibrose Miocardio Muscular. - Sinu já não olhava mais para mim. Não tinha mais toda a calma que transparecia minutos atrás. Seu olhar estava tão pesado e triste quanto a sua voz. E eu? Eu havia sido engolida por um buraco negro de torpor. Estava em queda livra para o vazio. - Tentamos tratamentos de todos os tipos. Gasto todo o meu tempo e dinheiro com tratamentos experimentais para tentar mantê-la viva, já que pela alopatia tradicional e medicina convencional, nada ainda foi descoberto no sentido de ou estagnar esse processo. É quase como um câncer, embora não seja. Ela já fez um tratamento com uma droga experimental que estagnou por um período o processo, mas quando menos imaginávamos, as dores voltaram piores que antes. Foi quando Camila conheceu você. Ela já havia desistido dos tratamentos, muitas vezes degradantes pra ela. Os tratamentos tem efeitos colaterais terríveis, Lauren. Ela não confessava a mim, mas eu via a desistência em seus olhos. Ela fazia tudo por mim, porque eu pedia e de certa maneira forçava, mas desde que lhe conheceu, Camila passou a lutar, eu vi esperanças nos olhos dela outra vez. - Ela se entregou a um choro contido, embora obscuro e sofrido. 

Eu não estava conseguindo entender ou encaixar logicamente o que Sinu estava me dizendo. Camila tinha uma síndrome rara no coração que o fazia parar. Ela fazia tratamentos que não resultavam em nada. O que isso significava?! Camila iria morrer? NÃO!

- Temos tentado o possível e o impossível, mas cada vez se torna mais difícil. 

- Por que ela não me contou nada disso? - perguntei, sem saber exatamente o que perguntava. 

Eu estava quase convencida de que aquilo era um terrível pesadelo. As lágrimas formavam-se em meus olhos e escorriam pelo meu rosto, mas eu não conseguia sentir nada, ou estava sentindo tanto que acabei morrendo internamente e não sentia. 

- Ela não queria que você vivesse em função da doença dela, não queria que o namoro de vocês se resumisse à preocupações com seu estado de saúde e não queria que você criasse expectativas quanto à recuperação dela. Eu fui veementemente contra, mas não podia contrariar a vontade dela.

Eu me sentia despedaçada. Sentia uma dor excrucitante. Queria jogar-me ao chão e colher os pedaços de mim ou chorar agarrada aos meu pedaços espalhados pelo chão. A dor cortava-me a carne, cerrava-me os ossos. Dor crua. Facas rasgavam-me a pele do rosto, do pescoço, dos braços, de cada pedaço possível de mim. A minha mente apagava a cada segundo, sentia escurecer. Eu sentia, estava morrendo. Não podia aceitar nenhuma palavra do que Sinu havia me dito. Não queria aceitar. 

Trens, aviões, caminhões e navios se chocaram consecutivamente contra mim em forma de palavras. As palavras de Sinu. A verdade que eu daria a vida para não ouvir. A verdade que matava Camila. A realidade que me matava. 

Não consegui mais ficar sentada, meu corpo não tinha mais equilíbrio e nem forças para se manter então me joguei ao chão e sem dizer uma palavra, eu chorei. Chorei pelo meu amor que há tantas horas estava longe de mim. Chorei por ser a culpada por ela estar naquela situação. Chorei porque iria perdê-la. Chorei porque sem ela me perderia. Chorei porque Camila estava doente e chorei de raiva por Camila não ter me contado. Chorei e espraguejei Deus, que todo imponente nos altos deu a morte de presente a um anjo. Chorei pelo futuro, chorei pelo passado. Chorei por mim. Chorei por Sinu que tentava consolar-me em meu choro desconsolado no chão do hospital. 

Sobretudo, chorei porque eu a amava e ela me amava e sem ela eu não viveria. 
 


Notas Finais


Então...capítulo tenso, eu sei :( MAS, finalmente vocês descobriram qual o problema da Camila e o que a faz ter certeza da morte. Mas e ai, o que acham? O que me dizem?!
Tentei escrevê-lo com o máximo de amor que consegui. Espero que vocês o sintam assim como eu.
Volto antes do que vocês imaginam!

Amo vocês!
Falem comigo se sentirem vontade, okay?! Pode ser pelo twitter @uncover5h ou por aqui mesmo, adoro quando vocês comentam o que estão achando e isso me deixa muitíssimo feliz!


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